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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

20
Nov10

Aldeias de Chaves - Mosaico


 

 

 

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Embora a ronda pelas aldeias já tivesse terminado, tal como os seus posts alargados e os mosaicos das freguesias, serão as aldeias que continuarão a marcar aqui presença aos Sábados e Domingos. Para já sem nenhuma estratégia definida, mas há ainda para cumprir meia dúzia de posts prometidos e novas ideias surgirão. Uma coisa está garantida – é a imagem – muitas imagens de todas as aldeias que não couberam aqui no post que lhe foi dedicado.

 

Hoje, para recomeçar essa nova viagem, embora diferente, pelas aldeias, fica mais um mosaico de várias aldeias, à semelhança de um já publicado na última crónica ocasional.

 

Até amanhã!

 

 

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14
Nov10

Mosaico da Freguesia de Vilar de Nantes


 

 

 

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Localização:


A Sul da cidade de Chaves, com o seu território a começar na veiga de Chaves e a acabar em plena Serra do Brunheiro,  é uma das freguesias de periferia da cidade e embora Vilar de Nantes, Nantes e Vale de Zirma, as aldeias oficiais da freguesia, se localizem entre 4 a 5 quilómetros da cidade, o a facto é que o seu território começa onde na pratica a cidade acaba, ou não, pois hoje em dia, Vilar de Nantes é mais uma freguesia urbana da cidade, e entre esta e as suas aldeias, já não há separação física, pois o casario encarrega-se de unir a cidade a Vilar de Nantes.

 

 

Confrontações:


Confronta com as freguesias da Madalena, Cela, Nogueira da Montanha e Samaiões.

 

Coordenadas: (Largo do Patronato de S.José)


41º 42’ 29.80”N

7º 27’ 03.09”W

 

Altitude:


Variável – acima dos 350m e abaixo dos 700m, embora a maior parte do seu território se encontre em plena veiga de Chaves, ou seja, abaixo dos 450 m.

 

Orago da freguesia:


S. Salvador

 

Área:


7.33 km2. Está entre as 10 freguesias mais pequenas em território.

 

Acessos (a partir de Chaves):


– Estrada Nacional 213 e 314.

 

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Aldeias da freguesia:


- Nantes

- Vale de Zirma

- Vilar de Nantes

 

Estas três aldeias são os núcleos tradicionais antigos, no entanto hoje existem outros aglomerados importantes em termos de concentração de casario e população, como a Cooperativa de Habitação TRASLAR, o Bairro de S.José e o Bairro do Lombo, qualquer um deles maior, em termos de casario e população, do que as aldeias tradicionais.


 

População Residente:


Em 1864 – 619 hab.

Em 1890 – 822 hab.

Em 1920 – 732 hab.

Em 1940 – 1058 hab.

Em 1960 – 1423 hab.

Em 1981 – 1117 hab.

Em 2001 – 2117 hab.

 

 

A evolução e crescimento da população vão de encontro às palavras que fui deixando no post dedicado a Vilar de Nantes e à freguesia, como sendo mais uma das freguesias urbanas da cidade onde o crescimento populacional se adivinha continue a crescer e pela certa que os valores do próximo censos serão bem superiores a estes agora apresentados.

 

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Principal actividade:


- Já foi explicado no post dedicado a Vilar de Nantes, que as actividades da freguesia se dispersavam desde o sector primário ao terciário, tendo em todos eles a sua importância. Historicamente a freguesia era afamada pela olaria e a cestaria, mas também a agricultura e a floresta faziam parte do seu dia-a-dia. Mais tarde apareceram as indústrias ligadas ao fabrico de tijolos e telhas cerâmicas “as telheiras”. Hoje, há um bocadinho de tudo, mas, a “nova freguesia” vai funcionando essencialmente como dormitório da cidade

 

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Particularidades e Pontos de Interesse:

No post anterior, dedicado a Vilar de Nantes, já foram dados a conhecer os seus pontos de interesse e particularidades, mas quero aqui realçar um ou dois que já ontem foram abordados. Um deles é a Serra do Brunheiro a sua beleza natural e uma potencialidade a explorar em termos turísticos e desportivos, com uma série de desportos ligados à montanha, nos quais alguns já se praticaram e vão praticando como hobby de alguns adeptos, como o downhill, que tem no Brunheiro uma pista por excelência. Não sei qual foi a razão pela qual se perdeu a prova que lá se realizou durante dois ou três anos, mas fosse qual fosse, foi uma perda, mas também toda uma série de outras actividades ligadas à montanha que se deveriam fomentar e sobretudo apoiar, pois embora pareçam desportos e actividades menores, trazem alguma gente atrás delas.

 

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A cestaria e a olaria são outros dos valores desta freguesia, sobretudo a olaria que tão ligada esteve a esta freguesia e que hoje em dia, caiu praticamente no esquecimento e já nem há oleiros. Certo que perdeu a sua importância que teve como olaria de fabrico de peças utilitárias e utilizadas no dia-a-dia das actividades dos lares, mas poderia evoluir para outro tipo de peças, como alguém mais jovem se propôs fazer e ainda vão fazendo, mas falta toda uma máquina de promoção e divulgação deste tipo de artesanato. Em tempos, o turismo, ainda lhe deu alguma importância, tendo um oleiro (funcionário da Câmara) a fabricar peças quer para a Câmara quer para o Turismo, mas em vez de serem utilizadas para promover o artesanato eram oferecidas como brindes em eventos e outros… sem nunca haver uma verdadeira estratégia de promoção e divulgação e preservação desta arte e o resultado está à vista. Embora hoje ainda se vá referenciando o artesanato de barro preto de Vilar de Nantes, o facto é que ele, nem sequer aparece nos principais certames de divulgação da região, onde o artesanato sempre teve importância e nem sequer na tal feira anual dos Sabores e Saberes de Chaves aparecem peças de barro preto, perdendo para outro tipo de artesanato que nem sequer é da região. É assim um bocado como o Presunto de Chaves, mas não o há. Mas este assunto fica para o tal post sobre a olaria que deveria estar aqui hoje, mas que não foi possível.

 

 

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Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

- Nantes - http://chaves.blogs.sapo.pt/224909.html

 

- Vale de Zirma - http://chaves.blogs.sapo.pt/251295.html

 

- Vilar de Nantes - http://chaves.blogs.sapo.pt/558148.html

 

 

Quanto ao post que tinha prometido para hoje sobre a olaria e cestaria de Vilar de Nantes,  fica adiado para o próximo fim-de-semana (também se possível), pois entre encontros de blogues e outros compromissos, não vai restar muito tempo para os trazer aqui. Mas ficam prometidos e aqui, as promessas são para cumprir.

 

E com este post termina a longa caminhada pelas aldeias e freguesias do concelho de Chaves. Seis anos a percorrer as aldeias do concelho, mais de 30.000 registos fotográficos dos quais cerca de 3.000 estão distribuídos pelas diversas páginas deste blog. Um trabalho que fim-de-semana após fim-de-semana fui fazendo quer com trabalho de campo, quer aqui, do outro lado do seu ecrã, mas foi feito com gosto e prazer, sobretudo por saber que levei a terrinha de muita gente por esse mundo fora onde há sempre um natural das aldeias aqui retratadas, para quem uma imagem que seja da sua terra natal tem um valor sempre especial.

 

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Bem ou mal, o trabalho está concluído. Sei que a uns agradou mais que a outros, mas também os dias não são todos iguais e fiz o melhor que sei e pude. Talvez pudesse ter aprofundado mais um ou outro pormenor, talvez me tivessem escapado alguns pormenores e assuntos de interesse, talvez pudesse ter feito melhor. Pela certa que podia, mas tudo que aqui foi feito, foi feito com amor e carinho na tentativa de levar até vós todas as aldeias de Chaves que tão esquecidas e desprezadas têm sido e onde se encontra o verdadeiro ser flaviense e todos os saberes, sabores e valores do nosso ser e onde ser resistente, é quase uma forma de vida.

 

Termina aqui a caminhada pelas aldeias e freguesias com os seus posts de fim de semana, mas não vão terminar as aldeias, pois é um ponto de honra deste blog trazer aqui as nossas aldeias todos os fins de semana, mas a partir de hoje, de uma forma diferente, mais em imagem e pormenores ou outra forma que entretanto possa surgir, mas fica prometido que enquanto este blog existir, os sábados e domingos são dedicados às aldeias.

 

 

E por hoje é tudo.

 

 

 

 

 

 

 

30
Out10

Outeiro Seco - Aldeia e Freguesia - III Parte - Mosaico da Freguesia


III e última parte


 

Mosaico da Freguesia de Outeiro Seco

 

 

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Localização:


Localiza-se em plena veiga de Chaves, a norte da cidade, na margem direita do Rio Tâmega.

 

Confrontações:


Confronta com as freguesias de Stª Cruz/Trindade, Sanjurge, Bustelo, Ervededo (num único ponto), Vilela Seca e Vilarelho da Raia. Confronta ainda com as freguesias de Vila Verde da Raia, Stº Estêvão e Faiões, nestas últimas, o Rio Tâmega serve de limite de freguesia.

 

Coordenadas: (Adro da Senhora da Azinheira)


41º 46’ 06.70”N

7º 27’ 02.62”W

 

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Altitude:


Variável – Entre os 349 e os 425m

 

Orago da freguesia:


S.Miguel

 

Área:


Lamento, mas não possuo dados da área actual, pois os que disponho são ainda antes de se ter criado a freguesia de Stª Cruz/Trindade, cuja área era de 16.15 km2

 

Povoações da freguesia:


- Outeiro Seco é a única povoação da freguesia

 

 

População Residente:


Em 1900 – 514 hab.

Em 1920 – 598 hab.

Em 1940 – 746 hab.

Em 1960 – 905 hab.

Em 1970 - 977 hab.

Em 1981 – 2059 hab.

Em 2001 – 3435 hab.

 

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Como é sabido os últimos Censos ainda contabilizaram a população residente da actual freguesia de Santa Cruz/Trindade, onde graças ao crescimento imobiliário de edifícios de habitação colectiva, todo um bairro para alojar retornados do ultramar e o vrescimento inevitável de Santa Cruz, fez disparar em flecha os números após o 25 de Abril de 1974. Estou em crer que o comportamento da população da actual freguesia de Outeiro Seco seguirá a tendência que se registou até aos Censos de 1970, mantendo uma subida ligeira da população, pois se por um lado Outeiro Seco núcleo (estou em crer) perdeu população, os dois grandes Loteamentos de S.Bernardino I e II compensam essa perda. Deduzo que actualmente a sua população residente pouco irá além do milhar de habitantes, mas os Censos que se aproximam de 2011 encarregar-se-ão de repor a verdade.

 

Em suma, também aqui a MODERNIDADE fez das suas, pois nos últimos Censos Outeiro Seco era a 2ª freguesia mais populosa do concelho, logo a seguir a Santa Maria Maior e muito além da freguesia da Madalena, pois então só tinha 2004 habitantes contra os 3435 de Outeiro Seco. No ranking de 2011, tento adivinhar que Outeiro Seco passará a ocupar a 7ª ou 8ª posição.

 

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Principal actividade:


De Outeiro Seco da TRADIÇÃO - a agricultura.

 

De Outeiro Seco da MODERNIDADE - a Indústria, os Serviços e o Ensino Superior. Infelizmente das actividades da MODERNIDADE, Outeiro Seco e a sua população não são parte interveniente das actividades desenvolvidas no seu território, estas, vivem à margem e apenas se servem do seu território para implantar as suas estruturas e edifícios, não só no novo Parque Empresarial, mas também (neste com alguma importância) a zona industrial que se desenvolve ao longo da estrada municipal de acesso a Vila Verde da Raia.

 

Em tempos, pelo menos que eu recorde, anos 60 e 70, uma das suas principais actividades era a produção de leite com o qual abasteciam a cidade com leite fresco do dia. Era sobejamente conhecido o transporte de leite pelas famosas Leiteiras de Outeiro Seco, em cântaros de inox com recurso a burros e que logo de manhã cedo se dirigiam à cidade para o distribuir porta a porta. Costuma-se dizer que o leite de Outeiro Seco criou muita boa gente da cidade. Eu, fui um dos que ainda bebeu muito desse leite que religiosamente me era deixado à porta aquando habitante da Estrada de Outeiro Seco. Também a MODERNIDADE veio por termo a esta actividade da freguesia e aldeia, principalmente a partir do momento em que o Leite começou a ser comercializado nos actuais pacotes de litro ultrapasteurizado (ou lá o que é) pela AGROS, ditando o início da “morte” das Leiteiras de Outeiro Seco. Seria bom e pela certa todos aplaudíamos, que a tão apregoada TRADIÇÃO de Outeiro Seco prestasse uma homenagem a essas Leiteiras, algumas ainda vivas e mães de muitos filhos de Outeiro Seco. Em vez de aceitarem o que ninguém aceitou para enfeitar uma rotunda, refiro-me ao túmulo da rotunda da Escola de Enfermagem, aquele que está encimado pelas Chaves de Chaves, ficaria bem melhor e seria bem mais digna, uma estátua ou monumento que reproduzisse as antigas leiteiras de Outeiro Seco. Seria uma justa homenagem às mulheres de Outeiro Seco, bem aceite e compreendida por todos os que fomos ajudados a criar com o seu leite como por todos os que se recordam delas. E tenho dito.

 

Ainda antes de terminar uma referência a uma colectividade de Outeiro Seco que não posso ignorar – A Banda Filarmónica de Outeiro Seco a qual já teve direito a um post neste blog. Assim, em vez de umas palavrinhas para a banda, deixo aqui o link para esse tal post:

 

http://chaves.blogs.sapo.pt/59979.html

 

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Fotografia de Arsénio Pinto

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Tenho consciência de que com o presente post não agradarei a todos os Outeirosecanos, mas já estou numa idade em que não tenho de agradar a todos e vou mais pelas verdades nuas e cruas. Já não ajoelho ao passar da procissão. Gosto da aldeia de Outeiro Seco, penso ser uma das aldeias mais interessantes da proximidade de Chaves, mas penso também que poderia ser muito mais interessante, mais cuidada (principalmente no seu património do casario tradicional do seu núcleo bem como o Solar e, já agora o meio ambiente), mais interessada no seu ser, sem actores “pavões” imitadores dos da cidade, daqueles que olham em frente e só vêem o seu umbigo. Sei também que existe uma grande dinâmica na aldeia, mas infelizmente também sei que está minada por alguns interesses de brilho pessoal e politiquices que em vez de ir ao encontro de uma desejável união e interesses da população, a afasta e cria atritos entre ela. Já sei que nada tenho a ver com o assunto, mas, como tenho alguns amigos em Outeiro Seco (suponho que também alguns menos amigos) sofro com eles o sofrimento de quererem uma aldeia de Outeiro Seco melhor e, bem o poderia ser, pelo menos aproveitando os trunfos que têm dado à freguesia e que mais nenhuma freguesia do concelho tem.


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E por hoje é mesmo tudo, deixo apenas, também como habitualmente, os links para os espaços na NET da freguesia, onde aquilo que acabei de dizer também se reflecte um pouco.


Por ordem alfabética por causa dos melindres:


Aldeia de Outeiro Seco - http://www.outeiroseco.com/ - Uma página interessante e bem estruturada. Penso que foi o primeiro espaço de Outeiro Seco a aparecer na NET. Não apurei a autoria, mas assina como Kostinha. Pena, como todas as páginas, ser tão estática, pois prometia se por lá houvesse vida diária.


Altino - Blog do Altino - Um blog politicamente correcto. O Blog do antigo presidente da Junta, e também o blog da TRADIÇÃO e MODERINADE, alinhado com o poder autárquico instituído onde tudo corre sempre bem por Outeiro Seco e, um verdadeiro chat onde as comadres se juntam para conversar no seu dia-a-dia. Recomendo o chat do blog, é divertido, embora haja queixas de que só os comentários alinhados é que entram.


Berto AlferesOuteiro Seco Aqi - De autoria de Berto Alferes, com muita fotografia, boa e interessante, documentos de interesse e denúncia. Poderemos dizer, que ao contrário do blog do Altino, este, vai mostrando o que Outeiro Seco tem de bom mas também denuncia o que de mal por lá se passa. Sou fã deste blog, não o escondo, e recomendo-o, mesmo sem ter a diversão do chat. Um abraço para o Berto e boa recuperação.


Casa de Cultura Popular de Outeiro Seco - http://ccp-outeiroseco.blogs.sapo.pt/ - É o Blog da Casa da Cultura, por onde vão passando as suas ctividades.


Junta de Freguesia - http://jf-outeiroseco.webnode.com.pt/ - Página oficial da Junta de Freguesia.


E por último o blog http://velhariasdoluis.blogspot.com/ que embora não se dedique exclusivamente a Outeiro Seco, é nele que se pode ver e ler quase toda a história (apaixonada) do Solar dos Montalvões. É de autoria de Luís Montalvão, um dos descendentes da família do solar.

 


E “prontos”, para aqueles que reclamavam, finalmente Outeiro Seco passou por aqui, talvez não para agrado de todos, mas é tal como eu vejo a aldeia e freguesia, afinal tal como sempre o tenho feito até aqui, com a sua história, actualidade e com a minha visão pessoal.

 

 

 

 


23
Out10

Mosaico da Freguesia de Stº Estêvão


 

Depois de passar pela Vila de Stº Estêvão, hoje vamos ao mosaico da freguesia de Stº Estêvão, que é quase à mesma coisa, pois à freguesia, hoje, resume-se à vila, mas vamos saber mais um pouco de Stº Estêvão freguesia.

 

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Localização:


Localiza-se em plena veiga de Chaves, na margem esquerda do Rio Tâmega, a Nordeste da cidade sede do concelho.

 

Confrontações:


Confronta com as freguesias de Vila Verde da Raia, Stº António de Monforte, Águas Frias, Faiões e Outeiro Seco. Para esta última freguesia é o Rio Tâmega que serve de limite.

 

Coordenadas: (Adro da Igreja Paroquial)


41º 45’ 32.51”N

7º 25’ 10.98”W

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Altitude:


Variável –  Entre os 350 e os 500m

 

Orago da freguesia:


Santo Estêvão

 

Área:


10.61 km2

 

Acessos (a partir de Chaves):


– Estrada Nacional nº103-5 (de acesso à antiga fronteira de Vila Verde da Raia).

 

 

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Povoações da freguesia:


- Santo Estêvão

 

 

População Residente:


Em 1900 – 1744 hab.

Em 1920 – 1625 hab.

Em 1940 – 1417 hab.

Em 1960 – 1864 hab.

Em 1970 - 703

Em 1981 – 671 hab.

Em 2001 – 632 hab.

 

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Mais um gráfico atípico, dos poucos do concelho e, se aparentemente parece não haver explicação para o comportamento da população residente em algumas décadas, esse comportamento está bem justificado. Comecemos pelos Censos de 1930 em que se regista uma descida acentuada da população em relação aos Censos de 1920. Pois tudo se deve ao facto de em 20 de Julho de 1925, Stº Estêvão perder uma aldeia que era pertença da freguesia, ou seja a aldeia de Faiões que passou a constituir-se como freguesia autónoma. O mesmo viria a repetir-se com uma segunda aldeia também pertença da freguesia até ao dia 28 de Outubro de 1969, a aldeia de Vila Verde da Raia que também daria lugar a uma freguesia autónoma e daí, mais uma vez a queda vertiginosa de população residente nos Censos de 1970. Em resumo um gráfico e comportamento da população que sai fora das normas das restantes aldeias do concelho mas que a não verificar a perda das duas aldeias teria o mesmo comportamento da maioria das freguesias.

 

Curiosa esta “perda de importância” da freguesia de Stº Estêvão que até 1925 era “dona e senhora” de quase a totalidade da veiga de Chaves e que em menos de 40 anos, perdeu duas aldeias e o “domínio” da veiga.

 

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Também curiosa é a sua recente passagem a Vila em 2005, pois as razões de ascensão não são de desenvolvimento actual, amento de população ou outra razão do género, mas com base na sua rica história de Vila Medieval com Castelo, e mais não comento, pois se por um lado o concelho ganhou uma segunda vila (para além da de Vidago), esta ascensão só pode mesmo ser considerada honorária, pois nada mudou em relação ao antes 2005, mas por outro lado, também mostra bem as políticas administrativas deste nosso Portugal, pois numa altura em que se exige uma reforma administrativa séria e responsável de Portugal, tem-se andado a brincar às promoções e, se no caso em nada implica em termos económicos, já noutros casos a coisa pia mais fino. Mas como disse atrás, não comento ou não aprofundo mais, pois isso será tema futuro de uma feijoada das quartas-feiras.

 

 

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Principal actividade:


Desenvolvendo-se o seu território pelas terras férteis da veiga de Chaves, é mais que natural que a sua principal actividade seja a agricultura, mas, embora nem tanto como seria natural pela proximidade à cidade e os bons acessos, é também Vila dormitório da cidade de Chaves.

 

 

Particularidades e Pontos de Interesse:


 

Quase tudo que havia a dizer sobre Stº Estêvão já foi dito no devido post que lhe foi dedicado como Vila do Concelho, no entanto e como de costume, fica aqui também o resumo das suas particularidades e o que mais de interessante há na freguesia.

 

Vila agrícola por excelência, pois melhores terras no concelho não há, ainda para mais com regadio. Tão rica como as suas terras, é a sua história, antiga e medieval, mas quase apenas essas, pois a partir de aí Stº Estêvão entrou em perda de valores, primeiro do seu valor como Vila Medieval com Castelo e depois até em território, tal como já foi referido atrás. Mas é rica em história e é sobre essa que agora vamos falar.

 

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Um aparte antes de entramos na sua história e para que as coisas fiquem claras. Nas referências que tenho feito a Stº Estêvão, quer hoje quer no post que lhe dediquei anteriormente, dou, por assim dizer, uma no cravo e outra na ferradura. É um facto, mas tal não se deve a nenhum arrufo ou antipatia que tenha pela Vila, antes pelo contrário, mas existe uma certa mágoa da minha parte como flaviense, pois Stº Estêvão deveria ser e teve condições para ser uma Vila a sério, mantendo a sua traça medieval, no seu núcleo, à volta da Igreja e do Castelo. Poderia ser, e teve condições para isso, uma autêntica Vila Medieval com o interesse histórico (que ninguém lhe pode retirar) mas também com interesse actual, que para além da história, poderia explorar a componente turística e ser a menina dos olhos do concelho e da cidade de Chaves. Poderia mas não o é e sobretudo pelo desrespeito que houve para com aquilo que tinha de melhor – o castelo, a igreja e o seu núcleo histórico, praticando-se no seu seio as maiores barbaridades e atentados à sua história, principalmente na envolvente do Castelo e igreja em que não houve o mínimo dos mínimos cuidados com um monumento nacional, com o seu valor e com a sua história. Orgulhar-se hoje de ser uma Vila com base (ainda por cima) ou à custa da sua antiga Vila Medieval é um puro engano e uma ofensa à sua história.

 

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Claro que este meu amargo de boca tem culpados e embora não aponte o dedo a nenhum, são sempre os mesmos, os do costume, iguais ou idênticos (ou mesmo os mesmos) que permitiram e abençoaram a mamarachada no Centro Histórico de Chaves, também com desrespeito pela história e pelos seus monumentos que, em Chaves, hipotecaram para todo o sempre a ambição da tal cidade (romana, medieval e histórica) ser património da humanidade, tal como também aqui em Stº Estêvão se hipotecou o seu interesse patrimonial de vila Medieval e que embora hoje ostente administrativamente o termo de Vila, não passa, em tudo, de uma simples aldeia do concelho. Que me desculpem os naturais de Stº Estêvão que pela certa muito gosta e ama a sua terra, mas tal como à mulher de César não basta parecê-lo também esta vila precisava de sê-lo…

 

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Mas deixando para trás o amargo de boca que não escondo vamos então à sua história.

 

Foi Vila acastelada com foral outorgado por D. Afonso III, nos meados do Século XIII. Do Castelo de Stº Estêvão resta ainda a sua Torre de Menagem e um torreão junto à Igreja Paroquial, servindo actualmente de torre sineira.

 

O seu povoamento, tudo indica, será muito mais remoto, pelo menos a julgar pelos achados arqueológicos encontrados nas freguesias vizinhas que pelo menos remontarão à época pré-nacional da reconquista cristã.

 

De realçar também a igreja Paroquial de Santo Estêvão com uma estrutura de sabor medievo com um estilo românico tardio quatrocentista ou posterior que, em conjunto com a torre de menagem fazem com que Stº Estêvão ainda mereçam uma visita.

 

 

 

Publicações no blog dedicados à freguesia:


- Stº Estevão - http://chaves.blogs.sapo.pt/439822.html

 

 


17
Out10

Mosaico da Freguesia de Sanjurge


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Localização:


A 6 quilómetros da cidade de Chaves, é uma das freguesias periféricas da cidade, a noroeste desta, ocupando parte do “vale alto” de Chaves, aquele que inicia quase em Vilela Seca, prolonga-se por Bustelo, Sanjurge, Soutelo, Curalha e Pastoria. É também uma das freguesias intermédias entre Chaves e as terras do Barroso.

 

Confrontações:


Confronta com as freguesias de Bustelo, (Outeiro Seco-Stª Cruz Trindade), Valdanta, Soutelo, Calvão e Ervededo, nesta última em apenas um ponto.

 

Coordenadas: (Átrio da Igreja)


41º 46’ 34.58”N

7º 30’ 14.22”W

 

Altitude:


Variável – acima dos 400m e Abaixo dos 707m

 

Orago da freguesia:


Santa Clara

 

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Área:


12.95 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):


– Estrada Municipal 507, ou estrada do S.Caetano, como vulgarmente é conhecida. De salientar ainda que o nó de Chaves da A24 está implantado na freguesia, ou seja, quem chegar a Chaves via A24, entra logo em terras de Sanjurge.

 

 

Aldeias da freguesia:


- Sanjurge

- Seara

 

Embora Seara conste como uma aldeia da freguesia, sempre foi um lugar que há coisa de 30 anos atrás se resumia a duas ou três casas. No entanto sempre foi um lugar muito conhecido ao longo dos tempos como quase sempre o eram os cruzamentos de estradas, pois era daí que se faziam as ligações para Chaves, Outeiro Seco, Bustelo, Montalegre e a sede de Freguesia. Mas não só por isso, pois a moagem do seara sempre foi um dos pontos de referência do concelho, mas também ao longo dos tempos foi existindo por lá ou nas redondezas, uma taberna ou actualmente um bar que penso ser ou ter sido também restaurante, ou seja, um ponto de paragem quase obrigatório para que pretendia caminhar em direcção ao Barroso.

 

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Actualmente e fruto do “boom” de construções que se registou a partir de finais dos anos 70, o Seara é já um lugar com certas dimensões em casario, todo ele a desenvolver-se junto às estradas existentes e entrando mesmo pela freguesia de Bustelo adentro. Poder-se-á dizer que, hoje o Seara é uma aldeia dormitório cujo território abrange as freguesias de Sanjurge e Bustelo. No entanto, a construção de referência ainda continua a ser o edifício da moagem.

 

População Residente:


Em 1900 – 306 hab.

Em 1920 – 261 hab.

Em 1940 – 368 hab.

Em 1960 – 498 hab.

Em 1981 – 600 hab.

Em 1991 – 267 hab.

Em 2001 – 373 hab.


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Pois é, anda para aqui sempre a falar no gráfico típico ou do comportamento típico da população das aldeias do concelho, mas como sempre não à regra sem excepção e Sanjurge vem confirmar essa excepção, principalmente no que se refere aos Censos de 1981 que atinge o pico da população ao contrário das restantes aldeias cujo pico é atingido em 1960. Mas não só, pois se a subida de população entre 1970 e 1981 foi vertiginosa, a descida entre 1981 e 1991 é arrepiante e traduzida no gráfico quase com uma linha vertical. Algo se passou de estranho nos Censos de 1981 e de 1991, pois a acreditar que tenha sido esse o comportamento real da população, tanto que no ano de 2001 os números parecem voltar à “normalidade”. É uma freguesia a ter debaixo de olho nos próximos Censos para aí se poderem tirar algumas ilações.

 

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Sanjurge tem sido uma das freguesias tipo do comportamento eleitoral nacional, uma daqueles que serve de referência para os valores das previsões lançadas no fecho das urnas.

 

 

Principal actividade:


- A agricultura.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

 

Um pouco de tempo de antena para o lugar ou aldeia do Seara que não teve post individual e tudo por hoje o Seara se dividir entre Sanjurge e Bustelo tal como para além do edifício da moagem e do cruzeiro, apenas existirem moradias unifamiliares novas, aquelas que com a devida diferença marcam a arquitectura dos últimos trinta anos e daí, não encaixarem na imagem de marca do casario que costuma ser imagem neste blog. Mas mesmo assim estou em dívida para com o Seara e hoje, ficam por aqui algumas imagens daquilo que é hoje o Seara com olho posto nas antigas construções.

 

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O Seara sempre foi aquele ponto de referência do tal cruzamento a que me referi atrás, mas sobretudo conhecida pela moagem. Curioso é também o tratamento comum do topónimo no masculino “ no Seara, o Seara…” quando a bem dizer deveria ser no feminino tal como o topónimo Seara. Talvez alguém das línguas saiba explicar este erro de trato ou então, o erro apenas estará no meu entendimento ou maneira de ver a coisa. Mas adiante, agora para entramos nos pontos de interesse da freguesia.

 

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Na topografia do local referi as terras baixas da cota 400 e as altas da cota 707m de altitude. Referi também o Vale alto de Chaves, ao qual em vários posts já tenho feito alusão. Mas hoje vou falar-vos de um terceiro, ou seja o vale de Calvão que se prolonga até terras de Ervededo. Sanjurge e o Seara ficam no tal segundo vale de Chaves, à cota 400, ou pouco mais, mas Sanjurge nasce nas faldas da tal serra que se eleva até aos 707m de altitude e que separa o segundo vale alto de Chaves e o Vale de Calvão. Encosta que é bem conhecida dos peregrinos do S.Caetano e serra que é também um autêntico miradouro sobre os três vales aqui referidos, miradouro esse (que embora não exista como tal) é precisamente do lado oposto ao miradouro oficial de Chaves, o Miradouro de S.Lourenço. E podem crer que as vistas lá do cimo são impressionantes e testemunhadas por muitos flavienses e barrosões quando à noite saídos da escuridão das montanhas de barroso dão com a luz, um autêntico glamour, das luzes da cidade. São sensações únicas que valem uma paragem de apreciação. Também nos famosos dias de nevoeiro da cidade, a cidade da névoa como o João Madureira se refere a ela nos seus livros e escritos, a cidade fica mergulhada no mistério do silêncio, bem visível e próximo desse alto da serra. Próximo, porque ao contrário do lado de lá do grande vale de Chaves, aqui o nevoeiro termina ou toca mesmo o cume desta serra, ou seja, um passo em frente e entra-se no misterioso e silencioso nevoeiro do vale de Chaves. São as tais sensações complicadas de explicar em palavras mas que os flavienses as entendem, porque tal como eu, suponho que também as vivem.

 

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Mas vamos à história de Sanjurge.

 

No seu termo, defendia o historiador local J.B.Martins, freguesia aliás onde residia e julgo ter nascido, teria existido um reduto castrejo – O Facho. No entanto o topónimo leva outros historiadores a acreditar que o mesmo se refere à presença de remota instalação sinalética, de comunicação através do fogo. Ao que sei não existem vestígios do que quer que seja, apenas o topónimo existe e, já sabemos como a história funciona quando não há documentação para testemunhar os factos, e mesmo quando a há, eles têm várias interpretações, dependendo de quem os estuda, portanto ficamos em que tudo é possível…

 

Quase o mesmo acontece com o topónimo da freguesia – Sanjurge – pois há quem considere ser um testemunho de uma arcaica devoção altimedieval relacionada cronologicamente falando com a reconquista cristã, protagonizada neste área pelo bispo Oduário e pelo culto que na região norte se fazia a S.Jorge que viria já desde finais do Séc IX ou inícios do Séc. X. Assim, seria lógico que o orago da freguesia fosse o mesmo S.Jorge, no entanto o orago é Santa Clara.

 

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Há, por outro lado,  quem defenda que a origem do topónimo Sanjurge está ligado a uma ilustre família espanhola que em tempos teria sido senhora donatária do seu termo ou aro. Enfim, é a história no seu melhor e talvez por isso a torne tão interessante e desperte em cada um de nós um historiador…

 

No largo principal da aldeia existe uma casa solarenga digna de realce. Com capela ao gosto barroco dizem uns, em belo estilo renascença, dizem outros (outra vez a história!). Seja como for, parece haver consenso quanto ao santo que a capela evoca – S.Miguel, mas isto também é dito, pois no nicho destinado a abrigar o santo de devoção, não existe qualquer santo.

 

Casa solarenga com pedra de armas das famílias Cunhas, Machados, Garcias, Sousa e Moura e Macedos o que nos levará a um solar seiscentista da dinastia filipina.


Já a igreja paroquial é românica, possivelmente do século XIII ou XIV, e tem como padroeira Santa Clara, o orago da freguesia.


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A capela da Senhora do Rosário situa-se na outra extremidade da aldeia, à qual estão associadas algumas lendas, tal como já foi referido no post dedicado à aldeia de Sanjurge.


História e estórias aparte, Sanjurge é uma freguesia interessante que merece uma visita demorada, principalmente à aldeia de Sanjurge que ainda mantém o seu núcleo bem definido e sem muitas aberrações no seu seio, sendo uma aldeia que ainda se recomenda para uma visita ao seu casario tradicional que se vai desenvolvendo ao longo das suas ruas estreitas. Um largo também bem interessante e animado, sempre com vida, com casario interessante e um riacho que mostra a sua graça, mesmo ao lado do mencionado solar e da sua capela, que embora bem interessante se encontra num estado lastimoso de conservação pedindo atenções urgentes.


Quando ao Seara, esse pequeno povoado que também faz parte da freguesia, além do que atrás referi pouco mais há a dizer e o mais importante é mesmo a sua localização, na encruzilhada de caminhos, a moagem e o cruzeiro, como vai sendo hábito em muitas das encruzilhadas de caminhos do nosso concelho.

 

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Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

- Sanjurge - http://chaves.blogs.sapo.pt/169298.html

 

- Sanjurge - http://chaves.blogs.sapo.pt/438141.html

 

 

 

 

02
Out10

Mosaico da Freguesia das Eiras


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Localização:


Oficialmente a 3 Km de Chaves embora, na prática, esteja ligada fisicamente (em casario) à cidade, no entanto, S.Lourenço, uma aldeia da freguesia, dista da cidade 10 km da cidade e segue as características rurais das aldeias de montanha, aliás, toda ela implantada em terras altas da Serra do Brunheiro.

 

Confrontações:


Confronta com as freguesias de Faiões, Águas Frias (num único ponto), S.Julião de Montenegro, Cela e Madalena.

 

Coordenadas: (Largo do Cruzeiro das Eiras)


41º 44’ 01.96”N

7º 26’ 05.94”W

 

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Altitude:


Variável – acima dos 360m e abaixo dos 650m

 

Orago da freguesia:


Nossa senhora da Expectação

 

Área:


4.88 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):


– Estrada Nacional 103 até ao cruzamento do Campo de Cima e E.M. 536 a partir deste.

 

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Aldeias da freguesia:


- Eiras

- Castelo

- S.Lourenço

 

População Residente:


Em 1900 – 552 hab.

Em 1920 – 554 hab.

Em 1940 – 701 hab.

Em 1950 – 812 hab.

Em 1970 – 588 hab.

Em 1981 – 587 hab.

Em 1991 – 524 hab.

Em 2001 – 560 hab.

 

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Um gráfico e comportamento da população que sai ligeiramente fora da norma e da gráfico tipo da maioria das freguesia rurais, pois embora se note um decréscimo da população residente a partir de 1950, não é muito acentuado relativamente e comparativamente às restantes freguesia rurais e, no último censos regista-se um aumento ligeiro da população. Não será estranho a este comportamento da população residente a sua localização geográfica e a sua proximidade da cidade de Chaves e da veiga e se o comportamento da sua população não se distancia mais do gráfico tipo das freguesias rurais é precisamente por esta freguesia se um misto de freguesia urbana e rural, com as Eiras mais urbanas e o Castelo e S.Lourenço mais rural.

 

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Principal actividade:


- A agricultura, parte dela desenvolvida em plena veiga de Chaves (Eiras) e outra típica de montanha (Castelo e S.Lourenço), neste último caso, conhecida pela produção de cereja.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

 

Em território, a freguesia das Eiras é a terceira freguesia mais pequena (4.88 km2), pois apenas a vizinha freguesia da Cela e a Freguesia de Vilarinho das Paranheiras, ambas com 3.80 km2 de território se ficam aquém em território.

 

Tal como já se disse no inicio deste post em relação à proximidade e afastamentos da cidade, a freguesia também é um misto de freguesia urbana e rural, com a aldeia das Eiras  implantada em plena veiga de Chaves e S.Lourenço em plena montanha ou em plenas terras altas da Serra do Brunheiro, tendo pelo meio a aldeia do Castelo que tanto tende para a veiga como para a montanha.

 

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Embora em termos de características de terreno seja tanto da veiga como da montanha, entre as Eiras e S.Lourenço distam apenas 2 Km, hoje (felizmente) ligadas por um caminho de montanha asfaltado, mas tal só acontece desde há um ano a esta parte, pois até ao asfaltamento deste caminho (em parte devido às vergonhosas obras da E.N. 213 onde se gastaram milhões de euros para tudo ficar igual, mas estas coisas são contas de outro rosário, as quais, se o tempo mo permitir, serão ingredientes da feijoada da próxima quarta-feira ), a ligação (decente e com automóvel) tinha de ser feita via Chaves cidade, ou seja, teriam de ser percorridos cerca de 15 km por estrada. Coisas que hoje em dia não se compreendiam muito bem, mas que (repito – felizmente) com todos os defeitos que esta ligação possa ter, já está asfaltada e já liga com a decência mínima as duas (ou três) aldeias da freguesia.

 

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Um dos maiores pontos de interesse, pelo menos imediato e que todos os flavienses (re)conhecem, é o Miradouro de S.Lourenço, de onde se pode ver e até espantar em contemplação, toda a veiga de Chaves e, naturalmente, a cidade de Chaves. Coisa digna de se ver, onde o verde sempre domina em primeiro plano e o azul das montanhas, ao longe, quase se confunde com o azul do céu no entrar por terras de Barroso ou da Galiza adentro. Isto de dia, porque de noite, o espectáculo das luzes da cidade e das freguesias mais próximas serve-se para largos momentos, românticos até, de apreciação e contemplação.

 

Sem dúvida alguma não se pode conhecer Chaves cidade e Chaves concelho sem subir ao miradouro de S.Lourenço, mas toda a freguesia é na prática um miradouro sobre a cidade, também da aldeia do Castelo, as vistas são fascinantes e, até dos pontos mais elevados das Eiras, as vistas para a cidade e a veiga, têm o seu encanto.

 

Vamos também a um pouco da sua história que remonta, pelo menos, aos finais do Neolítico, pelo menos é isso que indicam os achados na freguesia (principalmente em S.Lourenço e no Castelo) de alguns artefactos pétreos ligados a esse período.

 

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A aldeia do Castelo cujo topónimo tudo indica estar ligado a um antigo castelo aí existente e do qual, segundo os historiadores, ainda se podem observar pequenos amontoados  de pequenos blocos respeitantes ao derrube das prováveis muralhas, tudo isto nas cercanias de uma interessante capela de invocação a S.Tiago, possivelmente com construção datada dos séculos XVII ou XVIII. Mas não se iluda o leitor interessado por estas coisas dos castelos, ou dos seus restos, pois para leigos, hoje a existência de um castelo por lá, só se encontra mesmo no nome da aldeia.

 

Logo por baixo da aldeia do Castelo começa a desenhar-se a aldeia das Eiras, sede de freguesia, onde podemos encontrar vários motivos de interesse (para além, claro, de uma bebida amarelinha, um óptimo remédio para digestões difíceis e made in casa da autora do blog eirense, que tem feito as delícias e finais dos encontros da blogosfera flaviense). O mais visível é mesmo um pequeno e curioso (pela sua pequenez) cruzeiro no centro das Eiras. Pequeno mas sem dúvida um dos mais bonitos cruzeiros do concelho, com as suas astes florenciadas e considerado imóvel de interesse público desde 1950. De base em forma quadrangular, tem nele inscrita a data de 1650.

 

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Desde este cruzeiro avista-se não muito longe uma curiosa construção que chama a atenção pela diferença que marca na paisagem, não pelas suas dimensões que até são reduzidas, mas pela sua arquitectura, que um olhar atento consegue descobrir nela uma uma capela, uma interessante mas “triste” capela que já conheceu melhores dias, pois hoje está abandonada, maltratada, tendo até já servido de galinheiro e estábulo. É propriedade privada e está integrada numa quinta agrícola, conhecida por Quinta dos Madureiras. Tive oportunidade de a visitar e registar em fotografia na minha última visita às Eiras e, de facto, a capela mete dó. O actual proprietário mostra-se impotente para a sua recuperação e segundo me confidenciou, até via com bons olhos a sua recuperação. Capela que em tempos teve culto e devoção à Nossa Senhora da Conceição onde até, segundo apurei, se realizou o casamento de familiares do antigo proprietário, mas que hoje, de capela, apenas existe a memória, mas de facto, pede urgente reforma, pede ser estudada e pede ser classificada (embora até esteja referenciada pelo antigo IPAR, mas a referência não basta). Crê-se que date do Séc. XVI e no seu interior existem ainda alguns fragmentos de frescos (pinturas). Quem sabe se a Iberdrola tomar conhecimento da sua existência e a modos de ficar bem vista para as gentes da região (em troca do negócio do Rio Tãmega) não dispensa uns trocos para a sua recuperação.

 

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De gosto românico ergue-se nas imediações das Eiras a Igreja Paroquial de Nossa senhora da Expectação. Simples e com construção provável nos séculos XV ou XVI.

 

Também a famosa Via Augusta XVII, a via romana que ligava Braga a Astorga atravessa as terras da freguesia, ainda bem visível e em bom estado de conservação num pequeno troço por baixo do miradouro de S.Lourenço e bem visível desde esse local.

 

Por último uma referência à aldeia de S.Lourenço que em termos de núcleo tradicional e consolidado é a aldeia mais aldeia da freguesia, mas também em termos de casario rústico e  tradicional, que tal como mandas as regras se desenvolve à volta e nas imediações da Capela, que se ergue lá bem no alto da aldeia.

 

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Referência também para S.Lourenço  para as suas famosas cerejas, para a sua história de serviços prestados à cidade com as suas famosas lavadeiras que diariamente transportavam roupa lavada para a cidade e hoje, para o presunto, as merendas de presunto, do bom, algum até genuíno presunto de Chaves, que é sempre acompanhado por bom pão, vinho ainda melhor, azeitonas e cebola crua, iguarias que fazem com que diariamente alguns flavienses subam por esse Brunheiro acima para se deliciarem com a dieta.

 

Mas para saber mais sobre as particularidades de cada uma desta aldeias da freguesia das Eiras, nem há como passar pelos posts que dediquei a cada uma delas para os quais a seguir deixo um link.

 

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Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

- Eiras - http://chaves.blogs.sapo.pt/488175.html

 

- Castelo - http://chaves.blogs.sapo.pt/281954.html

 

- S. Lourenço - http://chaves.blogs.sapo.pt/499731.html

 

 

 

 

A freguesia na NET:



Blog Eirense – de autoria de Catarina Teixeira -  http://eirense.blogs.sapo.pt

 

 

 

Blog de S.Lourenço – de autoria de Amável Rebelo – http:// saolourencochaves.blogs.sapo.pt/

 

 

 

 

 

12
Set10

Mosaico da Freguesia de Vilela Seca


 

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Vilela Seca já por aqui tinha passado e como é a única aldeia da freguesia, teria agora direito ao respectivo mosaico, mas desde sempre prometi que Vilela Seca teria aqui outro post, além daquele primeiro que há muito foi publicado, pois esse tal post ficou (em imagem) muito aquém da realidade de Vilela Seca.

 

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Espero com este post fazer justiça à aldeia e freguesia de Vilela Seca, trazendo aqui mais um pouco da sua história e sobretudo imagens da aldeia actual.

 

Mas vamos recordar aquilo que foi dito no primeiro post, ou seja, tomemos este post como uma segunda edição do primeiro, mas aumentado e corrigido.

 

Vamos então para a grande reportagem, que nunca é grande, pois no que toca a falar de um povo, ficamo-nos sempre aquém daquilo que é real e daquilo que merecem.

 

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A informação nem sempre está acessível e por isso a abordagem a uma aldeia é sempre superficial, breve e vista pelo olhar apaixonado do “repórter”, pois todas as nossas aldeias têm muito para contar e para dar, mas para isso é preciso vivê-las, estar lá no dia-a-dia, falar com as pessoas, sobretudo com as de mais idade que são as que têm muitas e mais histórias e estórias para contar. Vilela Seca, pela sua localização geográfica, pela certa que tem muita coisa para contar, mas vamos ficar pela brevidade do possível e pelas imagens do meu olhar. Claro que haveria muito mais para mostrar, mas temos que nos limitar à brevidade de um post e de um blog.

 

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Localização:


Vilela Seca é sede de freguesia e única aldeia da mesma. Fica a 12 quilómetros de Chaves

 

Quanto à sua localização, fica na transição do vale de Chaves com o inicio das montanhas barrosas, mas é mais do vale do que da montanha e com a Galiza ali quase ao lado, por isso também não lhe devem ser estranhas as histórias do contrabando do tempo da existência de fronteira controlada.

 

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Confrontações:


Confronta com as freguesias de Vilarelho da Raia, Outeiro Seco, Bustelo e Ervededo.

 

Coordenadas: (Adro da Igreja Nova)


41º 49´ 31.86”N

7º 28´ 04.36”W

 

Altitude:


Entre os 380 e  475m

 

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Orago da freguesia:


Nossa Senhora da Assunção

 

Área:


13,29 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):


O principal acesso continua a ser via Outeiro Seco pela E.M. 506, mas tudo é relativo e depende do local onde se encontre em Chaves, pois se estiver por redondezas da Fonte do Leite, do Seara ou do Casino, o melhor mesmo (enquanto não houver portagens) é apanhar a A24 no nó de Chaves e em direcção a Espanha sair no nó de Outeiro Seco. A partir de aí, volta-se à E.M. 206, depois é seguir em frente que uns quilómetros à frente lá há-de aparecer Vilela Seca. Para quem vem de fora pela A24, é seguir a segunda alternativa, ou seja, deixam o nó de Chaves para trás e saem no seguinte.

 

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Aldeias da freguesia:


Vilela Seca é a única aldeia da freguesia.

 

 

População Residente:


Em 1900 – 640 hab.

Em 1920 – 640 hab.

Em 1940 – 726 hab.

Em 1960 – 876 hab.

Em 1981 – 489 hab.

Em 2001 – 323 hab.

 

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Os números em nada surpreendem, pois é a constante dos números da grande maioria das freguesias e aldeias do concelho. Como sabemos Vilela Seca é a única aldeia da freguesia, e no presente ano (os censos do próximo ano dirão se é verdade ou não) estou em crer que a população diminuiu, se calha abaixo dos 300 habitantes. Uma vez que me parece não haver vontade política ou nada se faz para contrariar o despovoamento rural, seria talvez altura de haver coragem para uma reforma administrativa, com menos freguesias mas com mais força e independência

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económica. Sei que irá ser um assunto polémico, principalmente aqui no Norte e na nossa região, pois é de sobra conhecida a rivalidade e quezílias que existem entre muitas freguesias e aldeias. Também é um assunto que entra em contradição com alguns princípios, pois para mim o ideal seria que as actuais freguesias se mantivessem, mas com um estatuto em que não dependessem dos dinheiros e obras de caridade do seu município, mas já sabemos que economicamente e até administrativamente tal não é possível, pelo menos com a tendência actual de diminuição da população rural, mas, a bem das próprias aldeias e freguesias, querem-se Juntas de Freguesia mais fortes, com mais poder e mais dinheiro e tal só será possível com uma reforma administrativa séria e isenta de compadrios e politiquices partidárias, pois começa a ser ridículo que a população de uma freguesia caiba inteirinha num dos prédios de betão da cidade, ou seja, se a moda pega ou alguém se lembra, cada prédio da cidade (pela sua população) dará direito a uma freguesia.

 

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Não entendo que as políticas dos últimos tempos em Portugal sejam as de criar mais freguesias, cidades e vilas, que embora em alguns casos até se justifiquem, na maioria foi pura diversão política. Temos bons exemplos por cá, com a nova da cidade de Valpaços e Vila de Santo Estêvão e a nova freguesia de Santa Cruz/Trindade, em que na prática, tudo continuou igual e apenas as localidades ganharam um novo estatuto, apenas isso, pois nem elas nem a região ganharam o que quer que fosse com essa promoção. Mas isto são assuntos e contas de outro rosário que deveriam ser debatidas seriamente pelos pavões de Lisboa, os de lá e os que daqui vão para lá, mas também não sei se será boa ideia, pois com os actuais pavões que temos a comandar

 

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os destinos do país, e quando falo em pavões falo em todos, os que estão no poder e na oposição, qualquer reforma que levem a efeito só poderá ser mesmo uma reforma de merda. Talvez os nossos sábios, universidades, pensadores, investigadores, cientistas e gente bem formada pudesse fazer alguma coisinha por este país, mas da maneira que as coisas vão, duvido que ainda haja gente por cá com valor (com esses valores), e os que há, pela certa estão comprometidos. Em suma, e como dizia a canção do 25 de Abril “pra melhor está bem, está bem, pra pior já basta assim…).

 

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Principal actividade:


- A agricultura que se desenvolve ao longo das terras férteis de terras de vale, agora com regadio a partir da barragem do “Rego do Milho”. Também aqui a barragem chegou tarde, pois apenas chegou quando deixou de ter gente para tratar dos campos. Mas nunca se sabe se num futuro próximo não será preciosa.

 

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Particularidades e Pontos de Interesse:

 

Vilela Seca é uma freguesia essencialmente agrícola. Tem como produções mais notórias o centeio e a batata mas com potencialidades para outras culturas e riquezas desde que, claro, se inverta a tendência do despovoamento e a agricultura deixe de ser um modo de subsistência para passar a um modo de vida digno e dignamente renumerado, mas para que tal aconteça, têm também de acontecer as tais políticas agrícolas, pois não será com a actual população envelhecida e jovens que são obrigados a trocar a aldeia por trabalho na cidade ou no estrangeiro, que a riqueza agrícola da freguesia se poderá impor.

 

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Diz quem sabe que Vilela é um topónimo que significa vila pequena, cuja origem remonta à romanização. O povo atribui-lhe a designação de Seca, pela escassez de água, que aparentemente, pelo menos pelo verde do pequeno vale, a escassez não seja assim tanta, principalmente agora com a barragem.

 

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Quanto a arquitectura das suas construções, no núcleo, temos de tudo, desde o tradicional das construções típicas de pedra à vista e habitações rudimentares (maioritariamente em ruínas ou desabitadas), construção também típicas de pedra e madeira a um outro pequeno conjunto de casas mais aristocráticas, mas também moribundas e desabitadas. Algumas delas situadas dentro de quintas com belas espécies florais.

 

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Claro que na periferia nasceram e crescem algumas habitações novas, o típico também em todas as aldeias, pois continua a ser mais fácil e barato, construir de novo a recuperar. Infelizmente, tal como na cidade, é assim que se vai perdendo a vida e o núcleo tradicional, pois geralmente as novas moradias são isoladas, vedadas onde se perde o espírito do convívio de vizinhança. Novos tempos e novas vidas ditam assim também o fim do salutar convívio e vida dos núcleos das aldeias, que tal como esta, viviam à volta de um largo onde se concentravam o tanque e a fonte e a igreja.

 

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Quanto a belezas e obras de arte, saliento a da entrada do cemitério onde se ergue um artístico cruzeiro barroco datado de 1779, cuja cruz mostra numa face Cristo Crucificado e na outra a Senhora da Piedade. Diz-se que o escultor foi o mesmo que esculpiu o bonito cruzeiro de Tamaguelos, aldeia espanhola vizinha e acredito que sim, pois o cruzeiro segue todas as características dos cruzeiros galegos.

 

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Possui uma Igreja antiga de devoção à Senhora da Assunção, encravada entre o casario e abandonada, também a meter dó. Disse-me uma simpática senhora que antigamente a igreja era pequena para os fiéis e o padre empenhou-se na construção de uma maior.

 

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Agora que têm uma igreja grande, não têm gente para a encher. Embora a nova igreja não seja de desprezar e a sua torre até marca presença, é pena que a antiga igreja fosse abandonada e desprezada, pois poderia perfeitamente ter mantido a sua dignidade, pois é bem interessante, tirando uma intervenção menos feliz na torre sineira, mas continua a ostentar um lindo relógio, que (claro) já há muito deixou de conhecer as voltas dos ponteiros, mas que segundo apurei, ainda insiste em bater as horas. Temos pena que em vez de uma interessante igreja mesmo no centro da aldeia se tenha um casebre (pois não passa disso) abandonado e com mau aspecto, mas também quanto apurei, não por vontade da aldeia (que até gostava dela recuperada) mas por vontade da própria igreja, pois sendo sua propriedade, a mantém desprezada, tal como assim, despreza o sue passado e história.

 

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Quanto a gente ilustre, dizem-me ser a terra do major Luís Borges Júnior, personagem que eu já referi no Blog Cambedo Maquis e que aquando dos acontecimentos do Cambedo, Luís Borges Júnior era Presidente da Câmara de Chaves, um homem do sistema salazarista e que segundo consta, levava o sistema a peito e também muito contribuiu para o desenrolar dos vergonhosos acontecimentos da aldeia vizinha do Cambedo… Luís Borges Junior que é pai também de um ilustre historiador José Guilherme Calvão Borges, há pouco falecido e autor do «Tombo Heráldico do Noroeste Transmontano» onde se descrevem as famílias e castas flavienses e da região a partir das respectivas pedras de armas. Autor e livro ao qual este blog recorre sempre que traz aqui famílias e pedras de armas.

 

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Quanto à história mais remota, vários historiadores apontam para a existência de habitantes proto-históricos. O próprio topónimo “Vilela” (diminutivo de “vila”) está pela certa relacionado com uma propriedade rústica de origem tardo-romana ou alti-romana também pela certa resultante do processo de romanização do local e da região.

 

Certezas tem-se quanto à sua integração no concelho de Ervededo, um couto de origens pré-nacionais e apenas passando a integrar o actual concelho de Chaves no ano de 1853.

 

A Paróquia de Santa Maria(depois de N.Srª da Assunção) de Vilela Seca já aparece  no conhecido arrolamento de 1320, incluindo-se então na chamada “Terra da Frieira” que curiosamente, a designação parece ter desaparecido sem deixar descendentes toponímicos.

 

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Eclesiasticamente  falando esteve ligada à mitra de Braga, sendo nos finais de XVII um curato daquela. Nos meados da centúria seguinte seria já uma vigaria da apresentação do abade de Vilarelho (aldeia e freguesia vizinha).

 

Se a história também contribui para a riqueza e interesse da aldeia e freguesia, o seu principal património actual é sem duvida o seu casario tradicional (embora muito degradado) mas sobretudo as suas potencialidades naturais e paisagísticas que merecem sempre um olhar, privilegiando um o olhar a nascente de Vale de Asnos e o Campo das Folecras. Se possuir um todo o terreno, não deixe de apreciar a aldeia e o seu vale desde a o local onde construíram a barragem do Regos do Milho. Daí, além da aldeia e a frescura do verde que quase parece servir-lhe de tapete, pode-se ao longe observar a imponência da Serra do Brunheiro e o Castelo de Monforte.

 

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E por hoje vai sendo tudo, muito mais tarde que o habitual, mas a cumprir mais uma aldeia e freguesia, que, em imagem, ainda poderá passar novamente por aqui.

 

Mais logo, pela manhã, cá teremos a já habitual crónica de João Madureira com “Quem conta um ponto…”

 

Para ver o último post dedicado a Vilela Seca, poderá seguir o link:

 

http://chaves.blogs.sapo.pt/223015.html , embora tal como lhe disse atrás, este seja uma segunda edição desse post, corrigido e aumentado com a função também, de servir como mosaico da freguesia.

 

 

04
Set10

Mosaico da Freguesia de Redondelo


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Mosaico da Freguesia de Redondelo

 


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Localização:


A 13 km da cidade de Chaves, na orla ocidental do concelho, a freguesia é acompanhada ou entalada por um lado pelo Rio Tâmega e pelo outro com o concelho de Boticas.

 

Confrontações:


Confronta com as freguesias de Seara Velha, Soutelo, Curalha, Vilela do Tâmega, Anelhe e Sapiãos, esta última do concelho de Boticas.

 

Coordenadas: (Átrio da Igreja de Redondelo)


41º 42’ 14.67”N

7º 34’ 07.48”W

 

 


 

Altitude:


Variável – acima dos 350m e abaixo dos 700m

 

Orago da freguesia:


S. Vicente

 

Área:


19,37 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):


– Estrada Nacional 103 em direcção a Braga ou pela Auto-estrada A24 com saída no nó de Curalha (onde as placas indicam as saídas para Boticas e Carvalhelhos).

 

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Aldeias da freguesia:

- Casas Novas

- Pastoria

- Redondelo

- São Domingos

 

 

População Residente:

 

Em 1900 – 912 hab.

Em 1920 – 809 hab.

Em 1940 – 1069 hab.


Em 1960 – 1462 hab.

 

 

Em 1981 – 720 hab.

 

 

Em 2001 – 600 hab.

 

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Os números e o respectivo gráfico dizem tudo e é mais uma freguesia que pode servir de modelo ao comportamento da população residente na maioria do concelho ou seja um leve decréscimo da população registado até 1920 ao qual se lhe pode atribuir o grande boom da emigração para o Brasil o qual se pode atribuir por um lado os primeiros anos conturbados da República e a I Grande Guerra. De 1920 a 1960 a população esteve sempre a crescer e a partir de 1960 até aos actuais dias a população sempre a diminuir, onde nem sequer a vinda do pessoal das ex-colónias registado a partir de 1974 faz alterar a linha de tendência de descida da população imposta a partir de 1960. Ou seja, o tal despovoamento actual do mundo rural, começou de forma agressiva nos anos 60 com o boom da emigração para a Europa e o êxodo para as grandes cidades do litoral (Lisboa e Porto). Assim, quando muitas vezes acuso por aqui os senhores de Lisboa e os políticos actuais (de Lisboa e de cá) do “crime” chamado despovoamento do mundo rural e tudo que de mau lhe está associado (perda da cultura rural, usos e costumes, saberes e valores e de toda uma economia ligada à agricultura e ao campo que eram uma fonte de trabalho e ocupação), não estou a ser de todo correcto, embora os actores que levaram à cena esta situação sejam os mesmos (os políticos de Lisboa e de cá), mas de outros tempos.

 

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Aos de agora (políticos de Lisboa e de cá) exigia-se-lhes que travassem o despovoamento e que as sua políticas fossem ao encontro de um repovoamento sustentado, que prendesse os actuais jovens e convidasse jovens casais a fazer vida nas aldeias, com a mesma dignidade ou mais com que fazem vida na cidade, tendo esta, sempre de apoio. Infelizmente ainda hoje ninguém faz nada pelas aldeias e todas as políticas lhes são contrárias, quer as que praticam os de Lisboa, quer aquelas que são praticadas por cá, e não vai ser com construção de lares de 3ª idade, construção de casas mortuárias e alargamento de cemitérios que vão salvar as aldeias, apenas estão a dar alguma dignidade (ao menos isso) à velhice e morte dos resistentes…e quando estes acabarem!? Mas um dia a história (por mais manipulada que seja) deixara entender e ver os políticos de merda que hoje temos, que preferem convidar e concentrar pessoas, serviços e oportunidades em grandes centros, engaiolando-os nas torres do b€tão conforme os sabores daqueles que realmente mandam, transformando-os (os políticos de merda) em autênticos lacaios nas mãos dos senhores do pod€r que são afinal os senhores de Portugal (portugueses ou não). Mas fico-me por aqui, pois o silêncio sempre foi mais confortável…

 

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Principal actividade:

- A agricultura.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

 

Embora atrás fosse referido que a altitude das terras da freguesia se situava entre os 350 e 700 m a realidade é que a freguesia se caracteriza por uma topografia pouco acidentada que se desenvolve ao longo da bacia orográfica do rio Tâmega e daí também quase desde sempre ligada à agricultura e a grandes casas senhoriais, que algumas chegaram até aos nossos dias, não como ligadas à agricultura mas hoje, felizmente, transformadas em hotéis rurais e preservados com habitações familiares, e, disse felizmente, porque esse casario senhorial (solares) existem e estão bem preservados, com vida dentro deles, ao contrário de outros solares existentes no concelho que estão abandonados e praticamente em ruínas ou mesmo em ruínas.

 

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A principal actividade da freguesia é a agricultura, hoje mais de subsistência e longe dos tempos em que a maioria dos campos eram cultivados, mas, em tempos também teve minas de volfrâmio e hoje, além da agricultura também há a actividade ligada a hotelaria rural e à restauração existente nas aldeias de Casas Novas e Redondelo que vai dando vida à freguesia.

 

Em termos da história, podemos regressar ao tempos mais longínquos, pelo menos assim o testemunham os achados arqueológicos, os castros, podendo-se atribuir os primeiras populações à época da pré-história. Também a importante Via Romana (Via Augusta XVII que ligava Braga a Ostorga) passaria por terras da freguesia tal como testemunha um marco miliário encontrada nas cercanias da Pastoria. Aliás os grandes achados arqueológicos e ligações ao passado mais longínquo, são localizados nas cercanias da Pastoria.

 

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Mais tarde, em 1169 o topónimo Redondelo (na altura Redundelo) já aparece documentado numa doação a favor do famoso arcebispo D. João Peculiar.

 

E é também o passado que vai fazendo a freguesia interessante do presente, principalmente no que respeita a arquitectura civil e ao seu casario solarengo que chegou até nós, como a Casa do Meio do Povo em Redondelo que foi recuperada e convertida para turismos rural, com uma interessantíssima e romântica fonte nos seus jardins, o solar da Viscondessa do Rosário hoje transformado num belíssimo e moderno Hotel Rural que já mereceu aqui um post aquando da sua abertura (http://chaves.blogs.sapo.pt/286402.html ) e mesmo ao lado deste o Solar dos Vilhenas, com capela e um passadiço sobre a rua principal da aldeia, este, também bem conservado e ainda com as suas funções de residência. Há ainda a referir outro solar conhecido pelo solar da Quinta dos Buxos, localizado na encosta que desce para o Tâmega, mas que infelizmente está abandonado.

 

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Ainda dentro da arquitectura da freguesia há a realçar a Escola Primária de Redondelo construída no ano de 1900 e cujo projecto se atribui ao Arquitecto Arnaldo Redondo Adães Bermudes, escola construída com salas para o sexo feminino e sexo masculino incluindo residência do professor. Nas suas imediações, junto à estrada que liga a Rebordondo encontram-se duas fontes de mergulho com tanque, ainda funcionais mas sem utilizadores, dois belíssimos exemplares e também bem conservados, ao contrário de muitos que existem no concelho que foram tapados ou alterados, perdendo toda a sua beleza inicial.

 

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Também o património da arquitectura religiosa, com a igreja Paroquial de S.Vicente, as Capelas de S.Bernardino, S.Domingos e de Nossa Senhora dos Aflitos, merecem aqui ser mencionadas e no local visitadas.

 

Quanto ao casario tradicional rural, em conjunto, destaco o da Pastoria que embora longe da nobreza dos solares de Redondelo e Casas Novas, vale não só pelo conjunto mas também pela vida que a aldeia ainda tem.

 

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É sem dúvida alguma uma das freguesias que recomendo para uma visita ou um passeio fotográfico de todo um dia, com início na Pastoria ao seu casario tradicional, capela e vida do campo, seguida de uma breve visita a S.Domingos onde há também uma capela interessante e depois regresso a Casas Novas, onde poderá almoçar e visitar Hotel Rural e todas as suas instalações, incluindo a antiga adega onde ainda se preservam os lagares e as condutas de pedra para transporte do vinho. Depois de almoço, o Solar dos Vilhenas, o casario de Casas Novas, a Capela de S.Bernardino, após a qual, quase sem dar conta, já está em Redondelo para continuar a visitas à Igreja Paroquial e à Casa do Meio do Povo, sem esquecer a fonte da casa. Já de regresso, não esquecer as fontes de mergulho e a escola primária. Com sorte, pelo caminho, ainda poderá encontrar algumas das coisas que fazem parte da vida rural das aldeias, nem que seja uma fornada de pão a cozer, que facilmente se encontrará pelo aroma inconfundível que fica no ar das ruas.

 

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Para terminar apenas a curiosidade de esta zona (a freguesia alargada a Rebordondo) possuir a maior concentração de Solares contrastando com a aldeia mais pequena do concelho – S.Domingos.

 

Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

 

- Casas Novas

 

- Pastoria

 

- Redondelo

 

- São Domingos

 

 

 

 

 

 

01
Ago10

Mosaico da Freguesia de Águas Frias


 

 

 

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Localização:


A 12 km da cidade de Chaves, a Nascente desta, situa-se nas denominadas terras de Monforte, nome que provém do Castelo de Monforte de Rio Livre, que altaneiro se localiza em pleno coração da freguesia  .

 

Confrontações:


Confronta com as freguesias de Paradela de Monforte, Travancas (num único ponto), Cimo de Vila da Castanheira (num único ponto), Tronco, Bobadela, Oucidres, S.Julião de Montenegro, Eiras (num único ponto), Faiões, Stº Estêvão e Stº António de Monforte.

 

Pelas confrontações, nota-se, ser uma das maiores freguesias do concelho, e de facto assim é, pois em área (27.95 km2) só é ultrapassada pela freguesia de São Vicente da Raia (36.00km2).

 

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Coordenadas: (Adro da Igreja de Águas Frias)


41º 46’ 10.64”N


7º 21’ 02.91”W

 

Altitude:


Variável – acima dos 550m e Abaixo dos 850m

 

Orago da freguesia:


São Pedro

 

Área:


27,95 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):


– Estrada Nacional 103

 

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Aldeias da freguesia:


- Águas Frias

- Assureiras (de baixo, do meio e de cima)

- Avelelas

- Casas de Monforte

- Sobreira

 

População Residente:

Em 1900 – 1620 hab.

Em 1920 – 1538 hab.

Em 1940 – 1926 hab.

Em 1960 – 2201 hab.

 

Em 1981 – 1253 hab.

Em  2001– 897 hab.

 

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Pela leitura do gráfico facilmente se vê que o comportamento e movimento da população residente é idêntico ao da grande maioria das freguesias rurais, com o seu topo de população no ano de 1960 descendo a partir de aí até ao ano de 2001. No entanto a quebra de população desta freguesia acentua-se mais a partir de 1960 porque também a partir dessa data é formada uma nova freguesia dentro do seu antigo território, ou seja a aldeia de Curral de Vacas e Nogueirinhas anteriormente pertencentes a Águas Frias deram origem a freguesia de Stº António de Monforte levando consigo mais de 500 habitantes. Contudo, mesmo contabilizando a população da nova freguesia, em 2001, a manter-se o antigo território, Águas Frias teria 1406 habitantes residentes, ou seja, manteria a linha de tendência negativa, embora menos acentuada e bem longe do número alcançado em 1960.

 

Podemos então concluir que a freguesia sofre também do mal do despovoamento, embora o mesmo não se distribua por igual nas suas aldeias, parecendo-me que as mais afectadas serão Sobreira e as Assureiras.

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Principal actividade:


- A agricultura.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

 

Sem qualquer dúvida a freguesia possui um dos maiores pontos de interesse do concelho, mas não só, pois o interesse é regional e até nacional. Refiro-me, claro, ao Castelo de Monforte que outrora teve a sua importância estratégica, com uma Vila Medieval dentro de muralhas, hoje abandonada e muito arruinada mas também na sua área de influência nasceriam as várias populações que hoje constituem a freguesia de Águas Frias bem como outras freguesias próximas, vindo a perder naturalmente a sua importância militar, mantendo no entanto a sua importância histórica e monumental mas também um ponto importante na montanha, enquanto por lá, durante dezenas de anos, se realizava uma das mais importantes feiras de gado da região.

 

O Primeiro foral de Monforte de Rio Livre  foi outorgado por D.Afonso III em 1273.

 

D. Dinis posteriormente promoveria a reedificação da estrutura castelar dotando-a da sua magnifica Torre de Menagem. Na centúria seguinte, já bastante despovoado, D.João I viria a construir ali um “Couto de Homiziados” (1420), mas de pouco valendo, pois posteriormente viria a conhecer o abandono total, já no séc. XIX, altura em que é também extinto o concelho de Monforte de Rio Livre.

 

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Abandono total que chega até aos nosso dias pois embora há anos atrás houvesse uma tentativa de revitalizar o espaço envolvente com a construção de merendeiros e uma área de lazer, lançando para lá uma feira medieval que ainda se realizou durante dois ou três anos e a intenção de na torre de menagem montar um museu, tudo foi ficando pelo caminho, conhecendo nos actuais dias de novo o abandono total de onde todos se excluem das responsabilidades que têm, ou seja, a Junta de Freguesia desculpa-se com a Câmara Municipal e esta com o IGESPAR, ou seja, um espaço cujo interesse, repito, além de ser da freguesia, é concelhio, regional e nacional, todos lavam de lá as suas mãos, estando neste momento completamente abandonado, sem guarda e ao deus dará. Da nossa parte só podemos ter pena que tal aconteça, pois o Castelo de Monforte de Rio Livre é uma das nossas maravilhas. Sem qualquer pudor penso que todos são responsáveis pelo seu abandono – Junta de Freguesia, Câmara Municipal, IGESPAR mas também indirectamente o Governo por mãos do seu Governador Civil do distrito, pois sendo ele da freguesia de Águas Frias poderia utilizar a sua influência e proximidade do Governo para que o Castelo não esteja abandonado como está. Mas verdade seja dita, também foi o actual Governado Civil, aquando Presidente da Câmara Municipal de Chaves, que fez alguma coisa pelo castelo e espaço envolvente, devendo-se a ele a tal área de lazer existente e as tais feiras medievais que não vingaram. Conclusão das conclusões – Do estado actual do castelo ninguém é culpado, mas todos o são e como tal, com culpas distribuídas por todos, o mais certo é que um monumento nacional continue entregue ao completo abandono…a nós, que ninguém nos liga, resta-nos denunciar e lamentar, ter pena que também ele sofra da sua ruralidade que embora bem visível a léguas, ninguém o veja no seu maior interesse…

 

Mas embora o Castelo tenha a sua importância, historicamente a freguesia tem mais a dizer, pois tudo indica que o seu povoamento remonte, pelo menos, à proto-histórica Cultura Castreja do Noroeste Peninsular, pelo menos é o que tudo indica o topónimo “Monforte” e que o mesmo se relacione com um dos numerosos  povoados fortificados da idade do Ferro e Romanização ligado no aro concelhio flaviense, por onde se supõe também que passaria a Via Augusta (calçada romana) que ligava Braga a Astorga, ou seja uma daquelas que seria uma auto-estrada da época romana. Pena que Chaves e a região tenham perdido a importância que tinha nessa altura. Hoje estamos numa de ter pena, que aliás já não é de hoje, infelizmente.

 

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Também em arquitectura civil e religiosa a freguesia possui os seus pontos de interesse, com a Igreja paroquial de Águas Frias setecentista e as Igreja das Avelelas, a Capela de S.Miguel, Stº Amaro, N.Srª dos Prazeres, Stª Bárbara e algumas casas mais ou menos solarengas. Aliás a aldeia de Águas Frias pelo seu interesse arquitectónico possui um núcleo que no PDM de Chaves está protegido com a preservar, mas infelizmente quase e apenas isso, pois tem sido vítima da descaracterização do seu antigo núcleo (o tal interessante) sem o devido cuidado da preservação. Culpados da situação? – de novo são todos culpados e não há qualquer culpado, pois como eu dizia há tempos atrás a este respeito dos núcleos a preservar, não basta estar escrito no PDM que assim é, tem de haver todo um trabalho de sensibilização das populações, de incentivos, de fiscalização, de promoção, de acompanhamento,  etc. Mas tudo é feito ao contrário e as populações até são “castigadas” por serem interessantes, por isso, em nada me admira que o clandestino aliado também (na maior parte das vezes) ao mau gosto (acredito que inocente)  continue a imperar com o “consentimento” e conivência de todos, pois para as coisas se fazerem a sério têm de ser levadas a sério e não o são. Mais uma vez temos pena.

 

Pois também tenho pena de não continuar com os post e continuar por terras de Monforte e de Águas Frias, mas a minha missão, para já, está concluída e depois, Águas Frias está muito bem representada na Internet, não só com os blogues de Águas Frias, mas também de Casas de Monforte e dos seus autores que são gente interessada pela freguesia e dos quais tenho a certeza que também eles têm pena que algumas coisas aconteçam por lá e com o seu castelo.

 

 

 

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Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

- Águas Frias - http://chaves.blogs.sapo.pt/502175.html

 

- Assureiras de Baixo - http://chaves.blogs.sapo.pt/264113.html

 

- Assureiras do Meio e de Cima - http://chaves.blogs.sapo.pt/268697.html

 

- Avelelas - http://chaves.blogs.sapo.pt/321545.html

 

- Casas de Monforte - http://chaves.blogs.sapo.pt/307041.html

 

- Sobreira - http://chaves.blogs.sapo.pt/336984.html

 

- Castelo de Monforte - http://chaves.blogs.sapo.pt/419013.html

 

 

 

Blogues da freguesia:

 

 

- Águas Frias  (João Tanas) - http://aguasmonforte.blogs.sapo.pt/

 

- Águas Frias (Mário Silva) - http://aguasfrias.blogs.sapo.pt/

 

- Rio Livre (Celestino Chaves) - http://riolivre.blogs.sapo.pt/

 

- Casas de Monforte (Tó/Manuel/Hugo) - http://casasdemonforte.blogs.sapo.pt/

 

 

E por hoje é tudo. Até amanhã com mais uma Crónica Segundária de António Chaves.

12
Jun10

Aldeia e Freguesia de Paradela de Monforte - Os Fidalgos


E porque hoje é Sábado, vamos até mais um mosaico de freguesia, excepcionalmente, diferente dos anteriores e também dos próximos e, como tudo tem uma explicação, também aqui fica, ou seja, vamos até Paradela de Monforte que já por aqui passou uma vez, nos antigos posts resumidos, teria portanto direito ao seu post alargado, mas como também é freguesia, teria também direito ao respectivo mosaico. Acontece que Paradela de Monforte é a única aldeia da freguesia e daí, resolvi juntar o post alargado ao mosaico de freguesia, um dois em um para pagar a minha dívida com mais uma aldeia e freguesia.


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Seguindo a metodologia dos mosaicos (embora com muita fotografia pelo meio), teremos:


 

Localização:


A 15 km da cidade de Chaves, a Nordeste desta, situa-se numa faixa de território que é conhecido por terras de Monforte, que, como o próprio nome indica, ficam nas proximidades e área dos antigos domínios do Castelo de Monforte.

 

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Confrontações:


Confronta com as freguesias de Mairos, Travancas, Cimo de Vila da Castanheira (num único ponto), Tronco (num único ponto), Águas Frias e Stº António de Monforte, todas do concelho de Chaves.

 

Coordenadas: (No Adro da igreja)


41º 48’ 31.25”N

7º 20’ 13.63”W

 

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Altitude:


Variável – acima dos 630m e abaixo dos 730m

 

Orago da freguesia:


Nossa Senhora das Neves

 

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Área:


8,53 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):


Poderemos dizer que para Paradela de Monforte existem 2 +1 alterantivas.

 

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Vamos à primeira:


– Estrada Nacional 103 (até ao Lameirão), E.N. 103-5 até Vila Verde da Raia, E.M.502 via Curral de Vacas e por último a E.M.503 até Paradela de Monforte.

 


Segunda alternativa:


– Estrada Nacional 103 até ao cruzamento de Casas de Monforte, mas antes terá que passar por Faiões, as 3 Assureiras (De Baixo, do Meio e de Cima) e Águas Frias. Abandona-se a E.N.103 em direcção a Casas de Monforte via C.M.1062. No início de Casas, a placa indica o caminho para Paradela de Monforte.

 

 

Ambas as alternativas são feitas por estradas e caminhos pavimentados.

 

Uma terceira alternativa para quem de fora se dirija pela A24, não precisa de sair em Chaves, pois deverá seguir até ao nó de Vila Verde da Raia e a partir daí seguir pela primeira alternativa.

 

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Aldeias da freguesia:

- Paradela de Monforte

 

 

População Residente:


Em 1900 – 353 hab.

Em 1920 – 345 hab.

Em 1940 – 450 hab.

Em 1960 – 547 hab.

Em 1981 – 395 hab.

Em 1991 – 290 hab.

Em 2001 – 318 hab.

 

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Em termos de população residente e a sua evolução, nota-se ligeiras diferenças em relação à evolução e comportamento tipo das restantes freguesias rurais, principalmente no que diz respeito aos Censos de 1920 e aos Censos de 2001, ou seja, em 1920 não é significativa a perda de população (tal como acontece nas outras freguesias) e nos Censos de 2001 inverte a tendência da descida acentuada de população que se vinha a verificar desde 1960, subindo mesmo a população em relação aos Censo de 1991. Vamos esperar pelos próximos Censos para ver como os números da população se comportam. Em resumo, o pico mais alto de população foi atingido em 1960 com 547 habitantes residentes e o pico mais baixo é de 1991 com 290 habitantes.

 

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Principal actividade:

- A agricultura e alguma pecuária.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:


Na minha primeira passagem por Paradela iniciava assim o post: “E porque hoje é Sábado vamos até mais uma freguesia Paradela de Monforte, a terra dos Fidalgos”

 

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É de facto a terra dos Fidagos ou pelo menos assim são conhecidos e tudo, ao que a história ou lendas contam, graças à fidalguia ligada ao Castelo de Monforte e ao Fidalgos que estiveram na origem do topónimo de Paradela. Mais à frente vem a explicação.


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Além de Paradela, tem também Monforte no topónimo e quanto a este não há qualquer dúvida quanto à sua origem, que tem a ver com o Castelo de Monforte e daí, também, por Paradela até 31 de Dezembro de 1853, ter pertencido ao concelho de Monforte de Rio Livre.

Eclesiasticamente, esteve incluída na diocese de Miranda do Douro, depois na de Bragança e só em 1922 passou a pertencer à então criada diocese de Vila Real.

 

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Então quanto ao topónimo Paradela,  pode referir-se a um tributo ou um foro, a que se dava o nome de Parada, foro esse que o povo pagava aos senhores da terra quando nela apareciam e que consistia em certa quantidade de mantimentos ou dinheiro, para mantença ou aposentadoria deles e da comitiva. Era um dos foros pagos entre os séculos XII a XV, pelo que a aldeia, a ter aí a origem do seu topónimo, terá também no mínimo essa antiguidade.

 

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Sem por de parte a teoria da origem do topónimo atrás apresentada, pessoalmente gosto mais das teorias populares, principalmente aquela que reza que  " Dois irmãos cavaleiros à maneira de exploradores ou fugitivos da sociedade, toparam um alto donde se lhe deparou um vale:

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- Que linda e ampla veiga aqui se encontra!


- Pára nela, disse-lhe o outro num gesto de desdém...


- Pois hei-de parar.... e como disseste “pára nela”, há-de ser esse o nome do nosso acampamento.



E daqui veio - dizem os naturais - por mudança do N em D, o nome de Paradela. E daí também os naturais de Paradela se auto-intitularem, Fidalgos de Paradela.

 

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Acredita-se também popularmente que esses mesmos Fidalgos que estão na origem do topónimo, têm os seus rostos esculpidos em pedra na sacristia da igreja.


De facto Paradela ocupa um pequeno vale banhado pelo ribeiro do Torneiro que é atravessado pela Ponte de S. Martinho e daí também as suas terras serem férteis onde o verde é rei e senhor.

 

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Na núcleo da aldeia e também mais antigo está situada uma interessante capela da Senhora do Rosário dotada de uma galilé. Tem como remate uma artística cruz latina e na sua base está inscrita a data de 1730.

 

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No centro da aldeia ergue-se a Igreja Paroquial, em estilo barroco, bem simples, com uma bela pia baptismal manuelina; tem por padroeira a Senhora das Neves cuja festividade se celebra em 5 de Agosto e é conhecida pela festa dos casados. É tradição, cada casal cuidar um ano da manutenção da Igreja, o homem servindo de sacristão e a mulher zelando a limpeza e asseio das instalações. Decorrido o ano, o casal organiza uma festa que inclui a elaboração de um ramo enfeitado com variados produtos da região, entre eles um frango, uma cabaça de vinho, um cacho de uvas, uma melancia e as chaves da Igreja. Realizam se algumas cerimónias religiosas, e este ramo é entregue ao casal destinado a desempenhar as funções de mordomo no ano seguinte. A festa termina com um baile, à porta do novo casal.


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Junto à Igreja existe ou existiu (pois hoje está abandonada) uma grande e boa casa senhorial agrícola que pertence à família Morais Sarmento. Na citada casa nasceu o ilustre transmontano, Professor Doutor António Luís Morais Sarmento, Reitor da Universidade de Coimbra e médico insigne da medicina portuguesa e durante anos director clínico das águas de Vidago. Nasceu em 23 de Dezembro de 1885, vindo a falecer em Vidago, em 11.8.1941. Em 1907 matriculou-se na Universidade de Coimbra, concluindo a formatura em Medicina, em 1913. Em 3 de Agosto de 1917 é nomeado professor ordinário daquela Faculdade, mas de 1924 a 1926 afasta-se do ensino. Em 1928 empreende uma viagem de estudo a Londres, em

 

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representação da Universidade de Coimbra. Em 1936 ocupa a cadeira de Clínica Médica. Em 1932 assume a Direcção do Sanatório de Celas. Em 8 de Junho de 1939 assume a Reitoria da Universidade de Coimbra. Maximino Correia que lhe sucedeu na Reitoria escreveu que Morais Sarmento foi um dos maiores servidores da Universidade de Coimbra, quer como reitor, quer como docente, pelo que com a sua morte perdeu a Nação um dos elementos de maior relevo do escol moral, social e científico. Foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública. .Foi autor de várias obras de carácter científico na área da medicina. Em suma, um verdadeiro Fidalgo de Paradela.

 

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Ainda em património religioso, existe uma pequeníssima capela localizada num alto de onde se avista toda a aldeia e vale da freguesia. Um autêntico miradouro com vistas que se prolongam até ao vale de Chaves e se perdem num longínquo mar de serras e montanhas. Suponho chamar-se a Srª da Penha, com direito a festa e a um espaço envolvente bem interessante que ficou a ganhar com a nova ligação da aldeia a Mairos. Local de visita obrigatória, pois embora a capela seja pequena impõe-se pela sua localização e simplicidade e depois, as vistas que dali se alcançam, são um pequeno paraíso visual que fará as delicias a qualquer fotógrafo. Por mim, irei lá mais vezes e nem preciso de promessa.

 

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E no final do meu primeiro post dedicado à aldeia dizia eu “e muito mais haveria para contar de Paradela, como estórias, muitas estórias como as de rixas antigas com a aldeia vizinha de Mairos, aliás rixas que eram bem comuns entre aldeias vizinhas um pouco por todo o concelho”. Pois novamente termino com o mesmo sentimento, ou seja, que muito mais há para dizer sobre esta aldeia e sobre os seus usos e costumes que felizmente se vão mantendo e muito, graças aos mais jovens que insistem em manter to a tradição de pé.

 

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Mas deixo também aqui a aldeia e freguesia e se o espírito não é de missão cumprida na totalidade, não vou deixar de dormir por isso e tudo, porque sei que a aldeia na Net está entregue em boas mãos, num blog que se recomenda e onde se conta toda a história e estórias da aldeia, das famílias, dos acontecimentos e notícias e, para finalizar é para lá que vos remeto com visita obrigatória, pois o que eu vos deixei por aqui, comparado com aquilo que lá podem encontrar,  foi uma simples introdução a Paradela de Monforte a terra dos Fidalgos.

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Não perca então, e siga o link:



Fidalgos de Paradela

 

 

Da minha parte, deixo a reportagem fotográfica possível recolhida ao longo destes últimos 6 anos. Sei que haveria muito mais para mostrar, mas para já ficam estas e, pela certa, que continuarei a fazer breves passagens em imagem por esta aldeia e freguesia.

 

Até amanhã com mais concelho rural.

 

 

 

 

 

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