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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

06
Nov10

Mosaico da Freguesia de Vidago




 

Depois de passar pela Vila de Vidago, hoje vamos ao mosaico da freguesia de Vidago, que é quase à mesma coisa, pois Vidago é a única povoação da freguesia, mas hoje, vamos analisar e trazer aqui a freguesia e focar outros aspectos que ficaram de fora do post dedicado à Vila.

 

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Localização:


A Sul da cidade de Chaves e quase no limite do concelho confrontante com o concelho vizinho de vila Pouca de Aguiar

 

Confrontações:


Confronta com as freguesias de Arcossó, Vilarinho das Paranheiras,  Selhariz e Oura.

 

Coordenadas: (Em frente ao antigo apeadeiro de Campilho)


41º 38’ 22.92”N

7º 34’ 28.87”W

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Altitude:


Variável –  Entre os 340 e os 490m

 

Orago da freguesia:


Nossa Senhora da Conceição

 

Área:


8.21 km2

 

Acessos (a partir de Chaves):


– Estrada Nacional nº2 ou A24

 

 

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Povoações da freguesia:


- Vidago é a única povoação da freguesia.

 

 

População Residente:


Em 1930 – 1256 hab.

Em 1950 – 1609 hab.

Em 1960 – 1712 hab.

Em 1970 – 1188 hab.

Em 1991 – 1332 hab.

Em 2001 – 1186 hab.

 

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Em termos de população residente apenas existem dados a partir do momento em que Vidago é desanexado da freguesia de Arcossó, ou seja os primeiros Censos da freguesia são de 1930 em que se inicia com 1256 habitantes residentes. Desde então, tem mantido a sua população sempre acima dos mil habitantes, tendo em 1960 atingido o maior nº de habitantes com 1712 hab. Residentes. O número mais baixo foi atingido nos últimos Censos, embora a partir de 1970 a sua população não registe alterações consideráveis. Poder-se-á dizer que a população de Vidago estabilizou um pouco acima do milhar de habitantes, não se prevendo que os próximos Censos venham alterar a tendência desta estabilização.

 

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Principal actividade:

 

Hoje, não é fácil definir a principal actividade de Vidago. Se tempos houve que Vidago viveu à volta das suas afamadas águas, do termalismo e hotelaria, hoje a realidade é bem diferente.

 

Desde os anos da fundação da freguesia que Vidago se tem assumido como o segundo aglomerado habitacional mais importante no concelho, logo a seguir à cidade de Chaves e sendo durante muitos anos a única Vila do Concelho, agora com a companhia de Stº Estêvão, mas esta, quase e só apenas com o título de Vila, pois na sua essência, continua a ser uma aldeia.

 

Como Vila, na sua importância termal que teve mas também graças à sua localização geográfica, assumiu-se de facto como a segunda localidade do concelho de Chaves, chamando a si o comércio, um importante parque hoteleiro mas também alguns serviços de apoio àquela que eu chamo a grande região de Vidago e que abrange as suas freguesias vizinhas mas também as freguesias mais próximas do concelho de Vila Pouca de Aguiar.

 

Vidago tem Escola Secundária, Centro de Saúde, uma Corporação de Bombeiros, feira semanal, mercado, entre outros equipamentos e serviços e ainda o seu parque hoteleiro, embora este último, já longe dos seus tempos áureos de vila termal, com algumas das suas unidades mais emblemáticas e antigas com portas fechadas

 

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A modernidade, as novas modas e novas ofertas, principalmente aquelas ligadas ao mar e à praia, mais convidativas, apelativas e popularmente mais acessíveis,  ditaram quase a morte das estâncias termais de interior. Vidago foi uma das vítimas desta nova onda das férias e da modernidade, no entanto, embora perdendo  os seus “clientes”,  foi mantendo toda a estrutura que foi criada para e por causa deles. Sem querer aqui entrar numa falta de visão e apatia dos responsáveis dos nossos destinos ao não saberem fazer frente aos novos desafios, Vidago foi sobrevivendo com outras infra-estruturas, nomeadamente a da água e do seu comércio mas também ligadas ao lazer e em muito ligadas ao Hotel Palace, ao seu parque e golf. Felizmente, Hotel Palace e golf que agora foram modernizados e abertos a um novo tipo de turismo, mais de elite, mas da qual Vidago poderá tirar algum proveito, ou talvez não, o futuro o dirá. Seja como for, há todo um património que foi recuperado e uma nova oportunidade para Vidago se poder impor como uma vila turística, onde também Vidago e os seus residentes, mas também as entidades responsáveis pelos desígnios deste concelho e não só, como a Junta de Freguesia, Autarquia e Associações de Desenvolvimento e a nova entidade do Turismo terão uma palavra a dizer e também uma oportunidade, tudo isto, se houver verdadeiro interesse no desenvolvimento não só de Vidago como da região e, diga-se, que teorias e teóricos não faltam, falta avançar para o concreto (e aqui não é o betão brasileiro) mas sim verdadeiras acções que valorizem o nosso ser interior e aquilo que de melhor temos. Claro que, para além do empenhamento,  haverá também que mudar a mentalidade e qualidade de quem decide, tarefa difícil (eu sei) mas não impossível. Pode ser que uma nova geração apareça com mais visão de futuro e sobretudo com uma visão sustentada, acabando de vez com “estes velhos do Restelo” que do verbo governar, apenas conhecem algumas poucas conjugações, principalmente as da primeira pessoa do singular, às vezes abertas à primeira do plural e à sua seita. Fernando Pessoa dizia que faltava cumprir Portugal, eu, à distância de um século digo que é urgente cumprir Portugal antes que Portugal se ….  Mas regressemos a Vidago, pois todo este discurso surgiu pelas referências à principal actividade de Vidago, que nasceu com a água e o termalismo mas que além disso, poderá ser muito mais, assim haja interesse e interessados.

 

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Particularidades e Pontos de Interesse:

 

As particularidades e pontos de interesse de Vidago já foram quase todas apontadas no post que lhe dediquei há uns tempos atrás, e pouco mais há que acrescentar, pois do ponto de vista histórico, Vidago é uma localidade e Vila recente, com mais ou menos um século de existência, mas são precisamente essas particularidades e pontos de interesse que fizeram nascer ou emergir Vidago que se tem de continuar e explorar adaptada aos novos tempos, os tais da modernidade que tanto por aí se apregoa e, essa modernidade, está em nós, nos nossos valores, saberes e sabores, que vão além de Vidago e que têm de ser entendidos como toda uma região, onde Vidago é um ponto de extrema importância. O nosso mal tem sido olhar para o umbigo e apenas para o umbigo, sem nos darmos conta que o umbigo só existe porque há todo um corpo que deixa que ele exista, sem nunca esquecer que ele também existe, porque alguém cortou o cordão umbilical para que ele possa ser, ou seja, tem um passado que foi vital para a nova vida mas ao qual estará sempre ligado, ou seja (outra vez) o futuro faz-se a olhar para a frente, mas em esquecer o passado, e só aí, é que devemos olhar para o umbigo. Entendam estas palavras como quiserem, e os que decidem, que reflictam (se é que o sabem fazer) sobre o seu papel nesta sociedade e se estão a pensar apenas neles ou também pensam no futuro dos filhos, netos e bisnetos… mas conhecendo como conheço esse responsáveis, pedir para pensarem e reflectir, já é pedir demais, pois não têm capacidade para tanto. É esta a nossa triste sina - ter quem se governe mas não termos quem nos governe - …

 

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Pois continuo a “filosofar” e penso que não vou conseguir sair desta linha de raciocínio, por isso, é melhor ficar por aqui e para saber mais sobre Vidago, nem há como regressar ao post que lhe dediquei e que poderá ver aqui:

 

http://chaves.blogs.sapo.pt/528702.html

 

Mas ciente que Vidago ainda é a Vila e menina dos olhos de Chaves e que poderá ser muito mais, assim haja coragem para o admitir e visão + interesse (inteligência) para que tal aconteça.

 

E com esta me vou.

30
Out10

Outeiro Seco - Aldeia e Freguesia


 

Finalmente vamos até Outeiro Seco, mas hoje, ao contrário do habitual e devido a limitações impostas pelo SAPO, os post será composto de três partes, e em três posts.


 

I PARTE


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Abordar Outeiro Seco é complicado e pelas mais variadas razões, começando logo pelo seu ser como aldeia, a aldeia típica transmontana que embora ainda o seja com toda a sua beleza e tipicidade, já há muito que não o é, pois nela estão implantados equipamentos urbanos próprios das cidades e dos seus arredores, afinal, arredores nos quais está integrada Outeiro Seco, dando mesmo, nesta década, origem a uma freguesia urbana saída do seu território.

 

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Talvez daí Outeiro Seco assumir em placa na sua entrada da aldeia, a TRADIÇÃO e a MODERNIDADE,  que embora não se conjuguem lá muito bem também não se querem de costas voltadas e, podem ser até boas amigas, um pouco como, teoricamente, acontece ou deveria acontecer nas relações da cidade com o mundo rural, pois a não serem amigas corre-se o risco de a MODERNIDADE ser uma feroz inimiga da TRADIÇÃO podendo mesmo acabar com ela.

 

Durante estes anos de blog andei também a tentar descobrir e compreender a tal TRADIÇÃO de Outeiro Seco e onde ela se conjuga ou não com a MODERNIDADE. Quanto à MODERNIDADE, não tenho dúvidas, ela é bem visível, como aliás o é sempre e, nem sempre pelas melhores razões.

 

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Quanto à TRADIÇÃO, aí a coisa já pia mais fino, pois TRADIÇÃO é uma palavra muito complexa que não pode ser usada levianamente porque a ela estão sempre associadas raízes profundas onde quase sempre o preservar é muito mais importante que modernizar e, quando se moderniza, deve-se ter o cuidado de como se moderniza tendo em conta uma modernização sustentada sempre atenta à preservação da TRADIÇÃO…mas isto são outros assuntos, porque eles até nem se aplicam a Outeiro Seco. Não quero com isto dizer que Outeiro Seco não tenha as suas tradições e muito


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menos a MODERNIDADE, porque as tem, mas embora as tenha, parecem ser indiferentes uma à outra e, assim, entendo eu que estou de fora e não falo com o coração, a placa de entrada onde se lê TRADIÇÃO e MODERNIDADE deve ser lida como se lê um cartaz a anunciar um jogo de futebol dentre duas equipas, em que cada uma faz o seu jogo no campo e tenta ganhar à equipa adversária, onde, quase sempre ganha a mais forte, a que tem mais dinheiro, a que tem melhores jogadores e sabe jogar dentro e fora do campo sem olhar a meios para atingir a vitória, com ou sem fruta.

 

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Postas as coisas em termos futebolísticos, neste encontro travado no campo de Outeiro Seco entre a TRADIÇÃO e a MODERNIDADE, a segunda, a equipa visitante, parece estar a dar uma cabazada à TRADIÇÃO, assistindo esta, apática, a todas as jogadas da MODERNIDADE, prostrada e sem qualquer reacção. Indiferente, ou se não o é, parece.

 

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TRADIÇÃO e MODERNIDADE - Aquilo que se vê.


 

Primeiro a cidade entra pelo território de Outeiro Seco quase sem pedir autorização e a solução, em vez de Outeiro Seco reivindicar e se assumir como uma grande freguesia urbana, um autêntico braço direito da cidade, cede parte do seu território para uma nova freguesia, ou seja, fechou-se no seu núcleo tradicional de aldeia provinciana, na aldeia de sempre, e afasta-se da cidade, embora pareça que a TRADIÇÃO ficou a ganhar, foi a MODERNIDADE que ganhou uma freguesia roubando território à TRADIÇÃO. Em suma o resultado do jogo inicia-se com: TRADIÇÃO - 0  *  MODERNIDADE - 1.

 

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Mas vamos por partes e deixemos a MODERNIDADE para o final. Vamos para a TRADIÇÃO, para Outeiro Seco aldeia fechada no seu núcleo, para os seus valores como aldeia, começando pela sua história, bem remota por sinal.

 

 

Um pouco da história mais antiga

 

Há historiadores que defende que na época do Império Romano, a cidade de Aquae Flaviae se poderia estender até às actuais terras de Outeiro Seco.


Os inúmeros vestígios romanos podem confirmar essa teoria, como a ara (com data provável o Sec. II)  já atrás referida, mas também os fornos de fabrico de material cerâmico para construção. Com a descoberta destes fornos, poder-se-á pensar mesmo (sou eu a deduzir) que Outeiro Seco poderia funcionar como a zona industrial Romana da cidade de Aquae Flaviae, onde, também se acredita que tivessem existido explorações mineiras de ouro, pelo menos a julgar por notícias relacionadas com o lugar de Lagares, que para isso apontam.

 

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Mas o povoamento de Outeiro Seco será muito anterior ao povoamento Romano, pois graças as suas óptimas condições de terras planas e de veiga fértil, a julgar por achados arqueológicos, terão atraído às suas terras povoados pelo menos desde uma fase final da Pré-história, dos primórdios da metalurgia, remontando ao III milénio A.C.


O Castro de Santana, por outro lado, aparece como arrolado a um povoado fortificado  da idade do Ferro.


Quanto às origens paroquiais  de S.Miguel de Outeiro Seco, estas remontarão à época pré-nacional . Nas inquisições dos reinados de D.Afonso II e III (1220 e 1258), no Julgado de Chaves, existiam separadamente as freguesias de Outeiro Seco e Santa Maria da Azinheira.

 

Ao contrários dos tempos actuais, há séculos, Outeiro Seco integrou nas suas terras esta freguesia de Santa Maria da Azinheira, na qual está implantada a Igreja da Senhora da Azinheira.


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De data muito mais recente, testemunhei a existência em duas casas, uma no Largo da Mesa de Pedra e outra junto ao cruzeiro do Solar dos Montalvões (actualmente em obras – a casa, infelizmente não é o solar)  de figuras gravadas na pedra das construções com representação de animais e outras figuras (um burro ou coisa parecida, uma pomba ou outra qualquer ave, bolas e duas chaves, umas rosetas,  um arranjo floral, uma máscara ou rosto e outras figuras de animais e escudos). Parece tratar-se de um possível e também importante povoado de uma comunidade judaica.

 

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Junto da casa onde funcionou em tempos passados o Julgado de Paz e em frente a uma das atrás referenciadas no capítulo anterior, existe uma mesa de pedra que parece ter tido também funções históricas e à qual o povo dedica uns versos:


Adeus ó pedra de mesa,
Do Bairrinho do Pontão,
Onde se faziam audiências,
Donde se concedeu algo de perdão.

 

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Perdão esse, que também parece estar associado a quem atingisse a entrada principal do Solar dos Montalvões, e neste, não só o perdão, mas também o matar de muita fome a gentes do povo, pelo menos é o que consta nas conversas que tivemos com gentes de outeiro Seco e confirmadas pelo meu cicerone Carlos Félix e também por Berto Alferes nalgumas contribuições que tem feito no seu blog e para o Blog das Velharias, que à frente referenciaremos. Mas antes, vamos às Igrejas e Capelas de Outeiro Seco.



As Igrejas e Capelas

 

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A Igreja Românica da Senhora da Azinheira é sem dúvida alguma o ex-líbris da aldeia de Outeiro Seco, mas também da freguesia e uma referência para o concelho e para a região, sendo também uma referência do Românico no Norte de Portugal e Galiza. Monumento românico do século XII ou XIII (diferem as opiniões ao respeito), classificada como “Imóvel de Interesse Público” desde 1938, devendo-se ao Prof. Virgílio Correia a sua valorização como uma esplêndida obra de arte, através de uma minuciosa descrição feita em 1924, na obra “Monumentos e Esculturas”. No seu interior está decorada, nas duas paredes laterais, com valiosos frescos quinhentistas, embora algo degradados. Bons dias se poderão aproximar para este templo do românico com a recente notícia de ser um dos templos do românico contemplados com obras de restauro com base num protocolo assinado entre o nosso Governo, o Governo Galego e a Iberdrola (a tal das barragens do Tâmega – ninguém dá nada de borla).

 

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Da Igreja da Senhora da Azinheira, um belíssimo exemplar da arte românica,  só temos pena que ela não esteja com as portas abertas ao público para turista ou passante interessado poder visitar e valorizar. Talvez, fica a dica, pedindo ao Centro de Emprego (penso que existem programas para tal), pudessem dispensar um dos seus desempregados para abrir, guardar e fechar portas diariamente. Era uma mais-valia para a TRADIÇÃO de Outeiro Seco e para o turismo religioso de fronteira, que curiosamente este fim-de-semana até tem Jornadas marcadas para Chaves.

 

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No centro da aldeia encontra-se a Igreja Paroquial de construção em estilo barroco e de devoção a S. Miguel, o orágo da freguesia.. A igreja possui um belo retábulo também barroco em talha dourada, sendo nela que se realizam todas as cerimónias religiosas da freguesia.

 

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A Capela de Stª Ana, construída em cima de um altar rupestre, à qual está associada uma interessante lenda. Conta a mesma que a imagem de Santa Ana apareceu em cima do altar rupestre. A população conduziu a imagem para a Igreja românica que lhe fica em frente. Porém, a imagem misteriosamente, voltou para a fraga, com a face voltada para o pôr-do-sol. Vieram romeiros e a imagem era recolocada na Igreja românica, toda enfeitada de flores, mas ela voltava sempre à fraga. Então a população construiu-lhe uma capelinha nesse local que tomou o nome de Monte de Santa Ana.  Desde então, nas procissões de 8 de Setembro, dia da festa da Senhora da Azinheira (esta sim de grande TRADIÇÃO), ela desfila no seu andor, oferta das mães de Outeiro Seco que a tomaram como protectora.

 

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A Capela da Senhora do Rosário, no centro da aldeia, na qual está depositada uma ara romana, segundo se julga, dedicada por Caio Fuscus ao Deus Hermes Eidevoro, oferecida pelo êxito do espectáculo de gladiadores. Também a esta ara está associada uma lenda. Diz ela que a ara apareceu em tempos remotos no cimo das águas que inundaram a aldeia na consequência de uma forte trovoada. A ara foi recolhida e, para além do seu valor histórico, passou a ser também um escudo protector contra os malefícios das trovoadas.

 

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A Capela de Nossa Senhora da Portela, na extremidade Norte da aldeia, do século XVII ou XVIII, onde está sepultado o Capitão de Cavalos José Álvares Ferreira e possui um interessante cruzeiro no seu adro. Pena que por parte das empresas que procedem a colocação dos postes de electricidade e respectivos cabos não haja o cuidado e gosto de afastar estas infra-estruturas das capelas e outros pontos de interesse, pois conseguir uma foto desta capela sem os malditos postes ou cabos da MODERNIDADE é quase missão impossível.

 

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A Capela de Santa Rita, integrada no Solar dos Montalvões e da qual hoje praticamente só resta a fachada, pois o interior foi vandalizado, é outra que, mesmo assim, merece uma visita (infelizmente apenas à fachada).

 

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Sem dúvida alguma que Outeiro Seco possui um importante património religioso de Igrejas e Capelas, como também de peças de arte sacra (santos) desses mesmos templos, para além de uma interessantíssima Via Sacra que prolonga as suas cruzes muito além da aldeia e também dois cruzeiros. Mas no que respeita aos santos, espante-se, alguém mandou retirar os santos das respectivas capelas e reuni-los a todos na Igreja Paroquial. Ao que apurei, a razão de tal (julga-se) prende-se com o medo dos santos serem roubados das respectivas capelas.

 

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Se a razão até pode ser aceitável também se corre o risco de num roubo, só de uma vez, levarem todos os santos da freguesia, pois tal como as Capelas, também a Igreja Paroquial pode ser vitima de um assalto. Por outro lado, as capelas sem os respectivos santos, perdem todo o seu interesse e até religiosidade ou devoção, pois para ser capela ou igreja, não bastam as suas paredes. Até dá para dizer que capelas sem santos, são como uma procissão sem andores…e já que não os ai, também sem povo para ajoelhar. Mas se há gente de Outeiro Seco que até se conforma com a decisão, há também que não se conforme com tal. Uma dessas pessoas é Berto Alferes que denuncia o caso numa interessante publicação intitulada “Altares Vazios…” onde além

 

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da denúncia e outros assuntos, é também um autêntico trabalho de investigação à procura dos Santos, sinos, vestes e outros da freguesia, que ele consegue descobrir e fotografar, reproduzindo-as nesta publicação. Publicação essa, edição de autor (ou de blog), que era oferecida a troco de um donativo de 5€ para a AMA – Associação Mãos Amigas de Outeiro Seco. Se a ideia e atitude do autor é de louvar e elogiar, já não o é a atitude do “poder instituído” e não instituído de Outeiro Seco, pois à boa maneira de antigamente, “censurou” a publicação, não permitindo que nas suas instalações e instalações que controlam, a publicação pudesse ser oferecida a troco do respectivo donativo.

 

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Felizmente, através de mãos amigas, consegui um exemplar, contribuído também com os 5 € para a AMA, mas ganhando uma publicação, ainda por cima de tiragem reduzida (apenas 100 exemplares) que conta e reúne em fotografia toda a história religiosa de Outeiro Seco, um valioso documento. Toda a história desta publicação é contada no Blog Outeiro Seco aqi, mas também contada por aí…, a quem não achou piada aos acontecimentos (e não me refiro ao autor). Esta cidade é uma aldeia e tudo se sabe! Temos pena, que em pleno Séc. XXI, já com trinta e poucos anos de democracia, ainda se continuem a praticar actos do antigamente em que a liberdade de expressão e opinião, democraticamente, ainda seja censurada.

 

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Mas vamos continuar com aquilo que Outeiro Seco tem de melhor, ou tinha, com um daqueles que foi o seu património civil e arquitectónico mais valioso e que a par da Igreja Românica da Senhora da Azinheira, é(ra) também um dos seus ex-líbris – o Solar dos Montalvões.

 

Já a seguir, a II PARTE.

 

10
Out10

Mosaico da Freguesia de Samaiões


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Mosaico da Freguesia de Samaiões

 

 

 

Localização:


A sede de freguesia, ou seja a aldeia de Samaiões, fica a 5 quilómetros de Chaves, no entanto a freguesia confronta com as freguesias da Madalena e de Stº Maria Maior, ou seja, fica colada à cidade. Mais à frente, nas suas particularidades, explico isto melhor.

 

Confrontações:


Confronta com as freguesias da Madalena, Vilar de Nantes, Nogueira da Montanha, S.Pedro de Agostém, Valdanta e Santa Maria Maior.

 

Coordenadas: (Largo da igreja de Samaiões)


41º 42’ 03.39”N

7º 27’ 58.34”W

 

 

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Altitude:


Variável – acima dos 349m e Abaixo dos 750m, embora a maioria do seu território esteja abaixo da cota de 400m.

 

Orago da freguesia:


Nossa Senhora da Expectação.

 

Área:


7.63 km2. Em território encontra-se entre as 10 freguesias mais pequenas.

 

Acessos (a partir de Chaves):


– Uma vez que a freguesia se encontra encostada às freguesias urbanas, quase todos os acessos da cidade vão dar à freguesia. Em termos de Estradas Nacionais, as mais importantes passam pela freguesia, ou seja a E.N.2. a E.N. 103 e a E.N. 314, ficando ainda a escassa dezena de metros da E.N.213.

 

 

Aldeias da freguesia:


- Izei

- Outeiro Jusão

- Samaiões

 

Sem serem consideradas aldeias mas com núcleos consolidados importantes, há a acrescentar o Campo da Roda, à Várzea, Quase toda a recta do Raio X e penso que (não tenho a certeza) as Campinas. Logo que possível, confirmo.

 

População Residente:


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Em 1900 – 655 hab.

Em 1920 – 698 hab.

Em 1940 – 978 hab.

Em 1960 – 1346 hab.

Em 1970 – 1355 hab.

Em 1981 – 1118 hab.

Em 1991 – 694 hab.

Em 2001 – 1353 hab.


 

Muitas vezes digo por aqui que, quase para todo o concelho, existe um gráfico tipo do comportamento da população residente das freguesias. Salvo raras excepções, o ano de 1920 e 1960 registam descidas ou linha descendente nos gráficos das respectivas freguesias, assistindo-se a uma descida vertiginosa a partir de 1960 até aos nossos dias. Pois o gráfico do comportamento da população de Samaiões é único e atípico, pois em 1920 quase nem regista descida de população e 1970 consegue ter mais população (apenas 9 habitantes) que 1960. De 1970 a 1991 regista uma descida vertiginosa e apenas em 10 anos (2001), dobra a sua população e fica a apenas 2 habitantes dos valores máximos de população registados em 1970. Confuso, mas consultem o gráfico para compreender estas palavras.

 

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Aparentemente este comportamento desde 1960 até 2001 não encontra uma explicação lógica, mas se esmiuçarmos em pormenor o seu território, poderemos verificar que tal é possível, como também deve ser possível, em 1991, haver um erro de recenseamento da totalidade da sua população. Mas mesmo sem erros possíveis, o comportamento da população residente pode ser explicado, pois também esta freguesia é um misto de freguesia rural e urbana onde, o seu lado rural manteve ou perdeu população, mas o seu lado urbano, cresceu consideravelmente, principalmente nas Campinas, Recta do Raio x, Campo da Roda e Várzea. Mas vamos esperar pelos Censos do próximo ano (pois suponho que serão em 2011 se a crise ainda os permitir) para tirar algumas dúvidas.

 

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Principal actividade:


- A agricultura mas também outros sectores de actividades se registam na freguesia, como a indústria (cerâmica e construção civil), comércio e similares de indústria hoteleira e hotelaria, serviços, etc.. Claro que a agricultura serve de ocupação principalmente às populações de Samaiões e Izei, já as restantes actividades se desenvolvem desde Outeiro Jusão até à proximidade da cidade

 

Particularidades e Pontos de Interesse:


Pois se no comportamento da população se apresenta como uma freguesia atípica, também no território que ocupa não o é menos, senão vejamos:


- É uma das poucas freguesias que divide o seu território entre a Serra do Brunheiro, com a aldeia de Izei implantada em plena serra, e a veiga de Chaves, com Samaiões a ocupar parte dela. Mas se aqui é acompanhada neste pormenor por mais três ou quatro freguesias, já há num pormenor em que é única, pois é a única freguesia cujo seu território se desenvolve em ambas as margens do Rio Tâmega, pois embora a grande parte do seu território se desenvolva na margem esquerda do rio (Izei, Samaiões, Outeiro Juzão, Campo da Roda, Raio X e Campinas) da margem direita tem hoje em dia um núcleo habitacional importante – pois desde a Várzea (incluída) até S.Fraústo, há uma faixa de terreno (mais ou menos paralela ao rio e à EN 103) que também são território  da freguesia de Samaiões.

 

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- É também pelas razões atrás apontadas que leva a outras tipicidades únicas, pois penso ser a única freguesia que comunga aquilo que verdadeiramente é rural e urbano, talvez só mesmo a freguesia da Madalena se assemelhe um pouco. Pois Samaiões e Izei são aldeias tipicamente rurais, já o seu restante território funciona mais como dormitório ou subúrbios da cidade, mas também com uma forte componente de indústria, hotelaria, similares de hotelaria, comércio e serviços, como se de plena cidade se tratasse, estando mesmo em seu território uma ou duas das mais importantes indústrias, uma delas de há longos anos, ou sejam a indústria da cerâmica mas também do leite. Também no comércio automóvel tem a sua importância, na restauração (com alguns dos bons e tradicionais restaurantes no seu território) mas também na hotelaria, com um Hotel Rural que está entre os hotéis rurais de referência do concelho e região. Resumindo, tudo que se encontra ao longo da recta do Raio X, ou melhor da estrada Nacional 2 e dos inícios da E.N.314, é na prática e comummente confundida com a cidade de Chaves.

 

 

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Mas deixemos estas particularidades actuais e entremos um pouco nas suas particularidades que marcam algumas páginas também na história, quer no passado longínquo que noutra, mais ou menos recente. Comecemos por esta.

 

Muitos flavienses sabem, às vezes até os dizem flavienses de “gema” embora só o fossem por afinidade e amizade, ou seja, também flavienses, o casal Carmona era habitual no nosso concelho, ou seja, o 10º Presidente da República Portuguesa, que o foi até à sua morte em 1951, sendo sucessivamente reeleito até 1949, sendo também durante os seus mandatos que se institucionalizou o regime Salazarista. Mas as suas ligações a Chaves não se deviam à sua pessoa, pois o Marechal Carmona nasceu em Lisboa. As suas ligações são feitas por via da sua mulher, a Madame Carmona (como lhe costumam chamar) ou a Maria do Carmo Ferreira da Silva Fragoso Carmona,  natural de Chaves 1879, tendo falecido em Lisboa em 1956. Esta questão do seu nascimento em Chaves não é pacífica, pois há quem defenda que ela tenha nascido no concelho de Valpaços, agora oficialmente ela Nasceu em Chaves em 1879. Mas isso (embora importante) para o assunto que a trás aqui até é pouco importante, pois (e quanto a isso não há dúvidas) a Madame Carmona era uma amante de Chaves e do concelho, e entre os seus poisos e visitas habituais ( Hotel Palace em Vidago, Solar dos Montalvões em Outeiro Seco)  o casal Carmona também era habitual em Izei, numa das casas solarengas que ainda hoje existem.

 

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Também os pasteis de Chaves devem muita da sua fama à Madame Carmona, pois dizem que era uma das suas iguarias preferidas.

 

A respeito das passagens de Madame Carmona pelo solar dos Montalvões (Outeiro Seco) e não só, o blog Velharias deixa uma reportagem sobre o assunto, com alguma documentação fotográfica, como por exemplo neste post:

 

http://velhariasdoluis.blogspot.com/2010/04/velhas-historias-do-solar-dos.html

 

Blog Velharias que em breve teremos oportunidade de ter por aqui com o post dedicado a Outeiro Seco, pois através deste blog faz-se também muita da história de Outeiro Seco e em particular a do Solar dos Montalvões.

 

Mas vamos continuar com outras particularidades históricas.

 

J.B.Martins, um historiador local, referia que provavelmente teria existido nas redondezas de Izei um fortificado castrejo, apoiando-se nessa teoria no topónimo “Castelo dos Mouros”. Claro que muitas destas deduções dos historiadores locais valem o que valem, mas não há vestígios de que tal fortificado tivesse existido, no entanto, sem argumentos para contrariar as probabilidades levantadas, vamos também dizer que é provável que sim, pois toda a nossa região era rica nesses fortificados.

 

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Destacam-se e essas ainda existem, são os solares e as casas e solarengas que existem na freguesia e na sua envolvência. A Casa de Samaiões (também conhecida por Casa dos Barros) que pertenceu à família dos Barros Teixeira Homem, hoje transformado em Hotel Rural, passando a ser conhecida por Quinta de Samaiões,  é um exemplo desses solares, encapelado e armoriado. Embora haja (como se vê atrás) denominações a mais para uma só casa, o Solar terá a sua origem no Século XVIII e “graças a Deus” que foi transformada em Hotel Rural, pois caso não tivesse acontecido, hoje seria mais um dos solares moribundos ou em ruínas que não faria jus aos seus antigos habitantes, como o Capitão Francisco de Barros de Morais Araújo Teixeira Homem, com uma importante carreira militar e diplomática, com títulos como o de Marechal de Campo dos Reais Exércitos (1791), Governador da Ilha de Stª Catarina (1778) e primeiro Comissário de Divisão para as demarcações dos domínios portugueses  e espanhóis em todo o continente da América (1779).

 

 

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Também em Izei existem duas casas ou quintas que têm a sua importância solarenga, sendo uma delas a tal que dava poiso (não sei se foi propriedade) do casal Carmona e a outra ligada ainda à família de um dos primeiros automobilistas da cidade de Chaves, o conhecido “Taveira de Izei” ao qual são atribuídas algumas anedotas automobilísticas conhecidas em Chaves. No post dedicado a Izei, estão

 

Quanto à história das aldeias da freguesia, nem há como passar por aquilo que já aqui foi escrito acompanhado das respectivas imagens de cada uma delas, palavras e imagens para as quais deixo link no capítulo seguinte.

 

Fotograficamente falando, hoje além do habitual mosaico, ficam também algumas fotografias actuais de território urbano da freguesia, que por não serem aldeia, não tiveram direito a um post.

 


Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

- Izei - http://chaves.blogs.sapo.pt/243529.html

- Outeiro Jus(z)ão - http://chaves.blogs.sapo.pt/346433.html

- Samaiões - http://chaves.blogs.sapo.pt/245343.html

 

 

 

 

 

 

 

 

 

25
Set10

Mosaico da Freguesia de Faiões


 

 

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Mosaico da Freguesia de Faiões

 

Localização:

 

A nascente de Chaves, oficialmente a 6 quilómetros de Chaves, mas na prática quase ligada fisicamente à cidade de Chaves.

 

Confrontações:

 

Confronta com as freguesias de Santa Cruz/Trindade e Outeiro Seco (com o Rio Tâmega pelo meio), Stº Estêvão, Águas Frias, S.Julião de Montenegro (num único ponto), Eiras e Madalena.

 

Coordenadas: (Escola Primária)

 

41º 45’ 02.60”N

7º 25’ 28.51”W

 

Altitude:

 

Variável – acima dos 350m e abaixo dos 650m. Embora haja uma certa amplitude entre os dois valores, grande parte do seu território ronda a cota 350m, não fosse Faiões umas das freguesias que ocupa parte da Veiga de Chaves.

 

Orago da freguesia:

 

Nossa Senhora da Conceição.

 

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Área:


 

8.75 km2.

 

 

Acessos (a partir de Chaves):

 

– Estrada Nacional 103.

 

 

Aldeias da freguesia:

 

- Faiões é a única aldeia da freguesia.

 

 

População Residente:

 

Em 1930 – 770 hab.

Em 1950 – 952 hab.

Em 1960 – 1001 hab.

Em 1970 – 736 hab.

Em 1981 – 969 hab.

Em 2001 – 944 hab.

 

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E eis uma excepção ao comportamento tipo da população residente das freguesias e do despovoamento, por razões óbvias, primeiro porque Faiões só tem dados dos Censos desde 1930, pois como freguesia só existe desde 20 de Julho de 1925, quando foi desanexada da freguesia de Stº Estêvão e segundo, por ser uma das aldeias de proximidade da cidade e por último, também a considerar, por ser freguesia da fértil veiga de Chaves. Em suma, será de prever que Faiões, ao contrário da maioria das freguesias de Chaves, aumente ou mantenha a sua população. Vou mais pelo manter a população pelo facto de a maioria do seu território e mais próximo da cidade, ser reserva agrícola onde não é permitida a construção.

 

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Principal actividade:


- Tradicionalmente é a agricultura e a panificação, mas dado a proximidade da cidade, os sectores secundários e terciários também se manifestam em várias actividades.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:


Em 1975 no lugar da Carreira da Pedra, a escassas centenas de metros da povoação foi encontrada uma tosca escultura de granito que viria a ser designada pela estátua-menir de Faiões. Este achado veio provar ou comprovar a importância que o lugar teve nas ocupações proto-históricas. Esta peça escultórica um parente afastado das designadas estátuas “ de guerreiro calaico” . Pelas figurações insculturadas os historiadores datam esta escultura num horizonte relativo ao Bronze Final ou mesmo, Idade do Ferro, reforçado por outros historiadores com um provável povoado fortificado dessa época (Idade do Ferro).

 

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Provado está que a famosa Via Augusta XVII, uma importante via romana que ligava Braga a Astorga passava por Faiões o que lhe confere também a presenção da civilização romana nas suas terras.

 

A “Villa” alti-medieval de Faiões aparece documentada desde muito cedo, pois um documento do ano 995 já alude à sua posse por parte de Pelaio Rodrigues, ex-bispo da Iria (Santiago). Mais tarde, em Julho de 1124, a condessa D.Teresa doava a coutaria de Faiões à Sé Bracarense.

 

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Em termos de património, de assinalar o património de arquitectura religiosa, nomeadamente a Igreja Paroquial, a Capela de S. Martinho e o Cruzeiro com base circular. Também na arquitectura civil se realçam algumas casas de traça solarenga, como a Casa dos Sarmentos, a dos Morgados e Condinhos. Dá também nas vistas por ser um belíssimo edifício, o edifício da escola, com um curioso torreão sineiro que muitos na aldeia defendem ser uma réplica, em proporções mais pequenas, da Universidade antiga de Coimbra, e digamos que de memória, a parecença é possível. Seja como for, é um belíssimo edifício escolar, sem dúvida alguma o edifício escolar mais bonito e interessante do concelho e até de Portugal. Digo isto levianamente (quanto ao Portugal), pois não conheço todos os edifícios escolares (das antigas escolas primárias) do país, mas dos que conheço, não tenho qualquer dúvida quanto a essa afirmação.

 

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E como este é um mosaico da freguesia, ou seja, um resumo da caracterização da freguesia, para saberem mais sobre Faiões, nem há como consultar o post que neste blog lhe foi dedicado.

 


Linck para os posts neste blog dedicados àfreguesia:


 

- http://chaves.blogs.sapo.pt/455551.html

 

 

 

 

 

28
Mar09

Mosaico da Freguesia de Soutelinho da Raia


 

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Localização:

A 18 km da cidade de Chaves, na extremidade Nordeste e limite do concelho e não só, pois também é terra de raia, onde Portugal termina para começar a Galiza. Grande parte da freguesia desenvolve-se já em pleno planalto barrosão que se estende ao longo da fronteira com a Galiza até à Serra do Larouco.

 

Confrontações:

Confronta com as freguesias de Ervededo e Calvão do concelho de Chaves e como freguesia limite do concelho, confronta ainda com o concelho de Montalegre e com a Galiza, da vizinha Espanha.

 

Coordenadas: (Escola Primária)

41º 37’ 27.32”N

7º 30’ 38.80”W

 

Altitude:

Variável – entre os 750 e os 850 m

 

Orago da freguesia:

Stº António

 

Área:

5,97 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Municipal 507.

 

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Aldeias da freguesia:

            - Soutelinho da Raia (única aldeia da freguesia).

           

 

População Residente:

            Em 1900 – 483 hab.

            Em 1920 – 478 hab.

Em 1940 – 535 hab.

            Em 1950 – 559 hab.

Em 1960 – 493 hab.  

Em 1981 – 342 hab.

            Em 2001 – 192 hab.

 

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Principal actividade:

- A agricultura.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

Historicamente falando sobre o povoamento desta aldeia, teríamos que recuar possivelmente até ao tempo dos povoados fortificados castrejos, pelo menos assim o defendem alguns historiadores que ligam este povoado a um sítio da aldeia designado por “Muro”. Também há referencias ao romanos e a uma possível via romana secundária, havendo mesmo alguns autores que dizem existirem ainda nas imediações o que serão possíveis restos de calçada. Diz-se também que por aqui passaria um dos caminhos de Santiago e actualmente é pela aldeia também que passa a principal ligação (em termos de utilização) entre a cidade de Chaves e a Vila de Montalegre.

 

Da história também já faz parte o tempo em que Soutelinho da Raia foi uma aldeia promíscua, ou seja, uma aldeia que era dividida pela linha da raia, pertencendo metade a Espanha e outra metade a Portugal e que assim foi até ao tratado de Lisboa de rectificação de fronteiras (de 1864) em que Soutelinho da Raia passa exclusivamente para Portugal em troca das aldeias do Couto Misto que passam integralmente para Espanha (mais sobre este assunto consultar o blog Cambedo Maquis ou o post deste blog de 14.Dez.2007 - http://chaves.blogs.sapo.pt/231841.html). Ainda hoje Vilarelho da Raia vive um pouco dessa promiscuidade dos Séculos passados, pois se repararem na fotografia aérea que se apresenta neste post, existem terrenos e até construções que são atravessados pela linha de fronteira (a amarelo na imagem), que pela sua condição já se adivinha que foi também terra de contrabandistas e Guardas-Fiscais enquanto existiu a fronteira entre Portugal e Espanha. Muitas estórias pela certa haverá para contar de ambas as partes.

 

Ainda na história desta aldeia,  consta o acampamento das tropas monárquicas de Paiva Couceiro, em 1912, do qual sairia a segunda tentativa de restaurar a Monarquia do Norte.

 

Terra de frio também, onde as primeiras neves marcam sempre presença.

 

Sem dúvida alguma que é uma das freguesias à qual recomendo uma visita com passagem e paragem obrigatória no S.Caetano.

 

 

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Linck para os posts neste blog dedicados à aldeia e freguesia:

 

            -  Soutelinho da Raia

21
Mar09

Mosaico da Freguesia de Mairos


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Localização:

A 18 km da cidade de Chaves, na orla nordeste e limite do concelho, é uma das nossas freguesias raianas.  

 

Confrontações:

Confronta com a Galiza (a Norte) e com as freguesias de Travancas, Paradela de Monforte, Stº António de Monforte e Lamadarcos.

 

Coordenadas: (Largo da Igreja)

41º 49’ 30.75”N

7º 20’ 14.76”W

 

Altitude:

Variável – acima dos 720m na aldeia e abaixo dos 1047m (na Cota de Mairos)

 

Orago da freguesia:

Nossa Senhora da Conceição

 

Área:

13,77 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Nacional 103-5 até Vila Verde da Raia e Estrada Municipal 502 a partir desta, passando por Stº António de Monforte.

 

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Aldeias da freguesia:

            - Mairos é a única aldeia da freguesia com o mesmo nome.

 

População Residente:

            Em 1900 – 651 hab.

            Em 1920 – 606 hab.

Em 1940 – 835 hab.

            Em 1950 – 847 hab.

            Em 1960 – 804 hab.

            Em 1981 – 569 hab.

            Em 2001 – 359 hab.

 

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Principal actividade:

- Tendo já sido importante em termos pecuários e agro-pecuários, de momento penso ser a agricultura a actividade dominante.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

No devido post da aldeia já foram apontados as suas particularidades e pontos de interesse, no entanto faço-o aqui de novo, em termos muito resumidos.

 

É uma aldeia que em termos de arquitectura tradicional do granito ainda apresenta algum interesse pese as inúmeras construções novas e intervenções no seu núcleo.

 

Como grande ponto de interesse poderemos apontar a história e arqueologia, com importantes achados no aro de Mairos que confirmarão arcaicos povoamentos de finais da pré-História ou inícios da proto-história, sendo uma das freguesias que sempre esteve debaixo de olho dos historiadores e arqueólogos e por onde já passaram alguns nomes sonantes que se dedicam e dedicaram a essa arte, entre os quais o Abade de Baçal, Santos Junior, entre muitos outros e um filho da terra que dedicou parte da sua vida ao estudo do concelho e da sua freguesia – Firmino Aires.

 

A aldeia possui um pequeno museu etnográfico nas antigas instalações da Guarda Fiscal e um autêntico museu vivo ao ar livre com toda a sua estação arqueológica, mas que tanto um, como outro, existem por existirem, pois deles não se tira qualquer proveito, muito menos turístico e penso que não faça parte de qualquer roteiro que seja. Mantêm-se “vivos” (felizmente) com algum interesse da população.

 

A Casa do Abade de Baçal, a antiga Capela, o Peto e o trio dos famosos cruzeiros que em tempos marcariam também as entradas da aldeia (dos quais ainda existem dois) que poderão ser por lá apreciados, embora fora dos seus locais originais.

 

À margem da história temos a modernidade com dois pontos de interesse. A barragem e o pequeno parque eólico, mesmo em cima da fronteira com a Galiza no alto da Serra de Mairos, nos tais mil e picos de altura de onde se pode observar todo o grande vale de Chaves e o mar de montanhas que sem conhecer fronteiras se espraia por Portugal e Galiza.

 

 

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Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

            - Mairos - http://chaves.blogs.sapo.pt/292270.html

 

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14
Mar09

 

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Mosaico da Freguesia da Cela

 

 

Localização:

A 10 km da cidade de Chaves toda a freguesia se desenvolve nas encostas da Serra do Brunheiro.

 

Confrontações:

Confronta com as freguesias da Madalena, Eiras, S.Julião de Montenegro, Nogueira da Montanha, Vilar de Nantes e Friões, esta última do concelho de Valpaços.

 

Coordenadas: (Junto à Igreja da Cela)

41º 42’ 58.17”N

7º 25’ 07.48”W

 

Altitude:

Variável – Entre os 800m em Tresmundes e os 450m na Ribeira do Pinheiro.

 

Orago da freguesia:

Nossa Senhora das Neves

 

Área:

3,80 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Nacional 213 em direcção a Valpaços.

 

 

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Aldeias da freguesia:

            - Cela

            - Ribeira do Pinheiro

            - Ribeira de Sampaio

            - Tresmundes

 

População Residente:

            Em 1900 – 283 hab.

            Em 1920 – 294 hab.

Em 1940 – 366 hab.

            Em 1960 – 410 hab.

            Em 1981 – 320 hab.

            Em 2001 – 228 hab.

 

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Principal actividade:

- A agricultura de montanha e floresta. Em tempos teve a sua importância na moagem de cereais, como o testemunham ainda alguns dos moinhos existentes ao longo da Ribeira de Palheirós, que mais abaixo se transforma em Ribeira do Caneiro.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

Sem dúvida alguma que como ponto de interesse aponto a condição e localização geográfica de toda a freguesia, com Tresmundes quase no ponto mais alto do Brunheiro a dominar em vistas todo o vale de Chaves e montanhas que se prolongam por terras de Barroso e da Galiza, até às duas Ribeiras e o seu conjunto de moinhos que se desenvolvem ao longo da Ribeira de Palheirós. Em plena Ribeira de Sampaio ainda destaque para a ponte de com um único arco e guardas de pedra cuja construção remonta à época baixo-medieval.

 

Também os conjuntos de moinhos que fazem as duas Ribeiras seriam de destacar se ainda estivessem a funcionar e em bom estado de conservação, tendo mesmo, na Ribeira de Sampaio e naquele que era um dos locais mais bonitos de concelho, sido descaracterizado todo o ambiente bucólico e de interesse que detinham há coisa de vinte e picos anos atrás. Resta-lhe a ponte.

 

Sem dúvida alguma que é (mesmo com os atentados e os abandonos dos moinhos) uma freguesia que merece uma visita pela sua beleza de conjunto e pelas belezas que desde lá as vistas alcançam.

 

De referir ainda a existência de um grupo de cantares, danças e etnográfico da freguesia, que tão bem a tem representado, não só à freguesia, mas também ao concelho de Chaves, quer em Portugal quer no estrangeiro e que marca presença em todos os eventos cá da terrinha.  

 

 

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Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

            - Cela - http://chaves.blogs.sapo.pt/228579.html

 

            - Ribeira do Pinheiro - http://chaves.blogs.sapo.pt/361168.html

 

            - Ribeira de Sampaio - http://chaves.blogs.sapo.pt/230549.html

 

- Tresmundes - http://chaves.blogs.sapo.pt/354674.html

           

 

Até amanhã, com mais uma das nossas aldeias.

 

07
Mar09

 

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Mosaico da Freguesia de Loivos

 

Localização:

A 17 km da cidade de Chaves, a Sul desta, no limite do concelho,  situa-se numa faixa de território junto à famosa Ribeira de Oura (afluente do Rio Tâmega), ao longo da qual também se desenvolve uma fértil veiga.

 

Confrontações:

Confronta com as freguesias de Vilas Boas, S.Pedro de Agostém, Moreiras, Stª Leocádia, Póvoa de Agrações, Oura, Selhariz e ainda com o concelho de Vila Pouca de Aguiar.

 

Coordenadas: (Escola Primária)

41º 37’ 27.32”N

7º 30’ 38.80”W

 

Altitude:

Variável – acima dos 370m e Abaixo dos 600m

 

Orago da freguesia:

São Geraldo

 

Área:

11,20 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Nacional 314 (até ao Peto de Lagarelhos) e E.N. 311-3 a partir do Peto.

 

Acessos (a partir de Vidago):

– Estrada Nacional 311-3

 

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Aldeias da freguesia:

            - Loivos

            - Seixo

 

População Residente:

            Em 1900 – 917 hab.

            Em 1920 – 927 hab.

Em 1940 – 1100 hab.

            Em 1960 – 1254 hab.

            Em 1981 – 970 hab.

            Em 2001 – 629 hab.

 

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Principal actividade:

- A agricultura que se desenvolve ao longo da fértil veiga da Ribeira de Oura.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

Bem próxima da Ribeira de oura e de Loivos, fica uma elavação coroada por um pequeno cabeço, conhecido por “Muradal”. Aqui teria assentado outrora  um povoado fortificado castrejo. “Escavações” arqueológicas ali desenvolvidas teriam posto a descoberto um tramo de muro defensivo desse mesmo povoado, com uma espessura de 2.80m. Para os puristas, isto são referências dos livros, mais propriamente de J.B.Martins, historiador local infelizmente já falecido, pois o autor deste blog, embora lamente,  não conhece o local.

 

Quanto ao topónimo Loivos, que não é exclusivo do nosso concelho, a sua origem terá a ver como lobos que nunca foram estranhos à grande serra da Pradela, pois segundo os entendidos na matéria terá Loivos deriva do étimo “lúpus” latino (cuja evolução deu em lobo) lobos (loivos!), dizem os entendidos. O que é certo é que já no Séc. X já se documentava a grafia “lobos”.

 

Desde o povoado castrejo, que dizem ter sido depois ocupado também pelos romanos, a verdade é que há referências escritas a Loivos pelo menos desde os tempos das inquisições afonsinas, do séc. XIII, onde residia o “judex” (actual juiz) para o Julgado de Montenegro, no qual estava integrada, curato anexo à reitoria de Santa Maria de Moreiras, cujo território só terminaria junto ao Rio Tâmega em Arcossó.

 

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Quanto à Igreja Paroquial de S.Geraldo de Loivos, sóbria, tem traços de estilo Românico já tardio, tendo adossada à igreja um torreão com dupla sineira. É um templo interessante no entanto “abafado” pelo casario do núcleo da aldeia e onde se são notórias algumas intervenções levadas a efeito ao longo dos tempos, estando a última datada de 1948

 

Casario bem interessante e pitoresco que se desenvolve ao longo da encosta da serra a partir do vale e precisamente em redor da Igreja Paroquial, formando um núcleo cujo interesse o levou a ser classificado e a preservar, embora ao longo dos tempos se tenham cometido por lá alguns atentados. Mas ainda é interessante, pese o mau estado de algumas construções.

 

Núcleo interessante de construções tradicionais, no entanto a casa senhorial e solarenga a destacar encontra-se na aldeia do Seixo, também pertença desta freguesia de Loivos, numa construção que se crê setecentista, com capela anexa virada (tal como o solar) para o largo principal da aldeia.

 

 De Loivos há a salientar ainda a Banda Musical e a juventude que sempre lhe esteve associada e que aos Domingos e Feriados, ainda vai marcando presença ao longo da Estrada Nacional, embora pela perda de população acentuada a partir de 1960, os dias de hoje sejam apenas uma amostra dos grandes dias de loivos, a tal grande aldeia que já uma vez referi por aqui que até tinha Estação dos Comboios, sem ter comboio e tem águas minerais ferrosas nos seus solos (dizem) que também nunca foram exploradas.

 

E embora fique completa a abordagem a Loivos, sinto, pelo seu interesse, que não será a última vez que passará por aqui. Logo se verá. Entretanto fica em jeito de resumo os links para os post’s alargados dedicados a Loivos e ao Seixo.

 

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Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

            - Loivos

            - Seixo

 

 

 

Também descobri há momentos um blog made in Loivos e que dá pelo nome de  Loivos City, um bocadinho diferente dos habituais blogs dedicados às aldeias mas que vai dando conta das coisas e, de encontro à tal juventude que eu vos dizia ainda existir em Loivos, Blog  que já existe desde 2005 onde existem post’s interessantes que dão a conhecer a aldeia e o sentir de Loivos. Claro que fica com link aqui no blog (que já é tardio).

28
Fev09

Mosaico da Freguesia de Bustelo


 

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Localização:

A 6 km do centro de Chaves, situa-se a Norte da cidade, entre o Grande Vale de Chaves e as primeiras elevações barrosãs.

 

Confrontações:

Confronta com as freguesias de Ervededo, Outeiro Seco, Santa Cruz/Trindade, Sanjurge e toca em apenas um ponto da freguesia de Calvão.

 

Coordenadas: (Largo de entrada - Capela)

41º 47’ 11.02”N

7º 29’ 26.94”W

 

Altitude:

Variável – Na aldeia é entre os  445 e os 480m

 

Orago da freguesia:

Santa Maria Madalena

 

Área:

9,34 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Municipal 507

 

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Aldeias da freguesia:

            - Bustelo é a única aldeia da freguesia

 

População Residente:

            Em 1900 – 530 hab.

            Em 1920 – 490 hab.

Em 1940 – 643 hab.

            Em 1960 – 773 hab.

            Em 1981 – 532 hab.

            Em 2001 – 517 hab.

 

Embora os últimos Censos estejam abaixo dos valores de 1960, a tendência desta freguesia é registar uma subida da sua população residente, tal como acontece com as freguesia de periferia da cidade de Chaves.

 

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Principal actividade:

- Agricultura

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

Sob o ponto de vista histórico é uma das freguesias interessantes e que sempre tem despertado o estudo dos historiadores, pois trata-se de uma freguesia cujos vestígios arqueológicos dizem ser milenar. No entanto o primeiro documento que faz referência a esta povoação data de 1173. No ano de 1255 já aparecem documentos com referência ao “Couto de Bustelo”. Há também referências históricas à sua localização e importância militar com as suas fortalezas, pelo menos a julgar por carta enviada por D.Afonso IV de Portugal a D.Afonso II de Castela, datada de 1336, na qual se escreve “…sobre as aldeias de Ervededo e de Bustelo com suas pertenças e suas fortalezas…”

 

Apontam como restos senhorias do antigo Couto de Bustelo, a Casa do Paço ainda existente, mas já muito alterada com alguns dos restauros que nela foi levada a efeito ao longo dos tempos, mas mesmo assim, ainda um exemplar digno de ser apreciado dentro das casas senhoriais, onde se destacam alguns vãos arqueados que tudo indica serão seiscentistas.

 

Rica também em património edificado e religioso, como a Igreja Paroquial de Stª Maria Madalena, a Capela do Sr. Dos Aflitos, a casa dos Marqueses de Subserra, o cruzeiro do Sr. do Monte e algumas fontes de mergulho, além de numa das casas mais antigas do seu casco velho, as paredes se encontrarem pintadas com interessante frescos e que já demos conta no post dedicado à freguesia.

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A riqueza etnofolclórica local é também digna de registo, com vários penedos relacionados com “Mouros” e “Tesouros”, como o Penedo dos Mouros, Alto de Stª Bárbara, Fraga das Passadas, etc. Há referências ainda a ruínas do grosso muro do Castro que existiu no alto da serra da Bandeira.

 

Quanto ao seu casario tradicional, ainda possui um importante núcleo de casas tradicionais em granito, de salientar algumas reconstruções feitas com gosto, pese embora muitas construções em mau estado. As novas  construções de raiz têm-se desenvolvido na periferia da aldeia, junto à estrada ou em pequenos bairros sem afectar o núcleo histórico da aldeia.

 

 

 

Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

            - Bustelo

21
Fev09

Mosaico da Freguesia de Curalha


 

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Localização:

A 6 km de Chaves, localiza-se a Sudoeste da cidade junto à margem direita do Rio Tâmega, desenvolve-se ao longo da EN 103 e junto ao nó da A24 que adoptou o nome da freguesia, sendo hoje uma das principais portas de entrada da cidade para flavienses residentes, mais à frente explico o porquê.

 

Confrontações:

Confronta com as freguesias de Redondelo, Soutelo, Valdanta, S.Pedro de Agostém e Vilela do Tâmega, no entanto entre Curalha e estas duas últimas freguesias há o Rio Tâmega a separá-las.

 

Coordenadas: (Largo da Igreja)

41º 42’ 55.77”N

7º 31’ 26.34”W

 

Altitude:

Variável – entre os 350m e os 430m

 

Orago da freguesia:

Santo André

 

Área:

9,13 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Nacional 103 ou A24.

 

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Aldeias da freguesia:

            - Curalha (única aldeia da freguesia)

 

População Residente:

            Em 1864 – 283 hab.

            Em 1920 – 405 hab.

Em 1940 – 567 hab.

Em 1950 – 693 hab.

            Em 1960 – 681 hab.

            Em 1981 – 531 hab.

            Em 2001 – 518 hab.

 

Em termos populacionais é uma freguesia que contraria a tendência do despovoamento da maioria das freguesias do concelho, pois e embora nas últimas décadas os Censos demonstrem que tem perdido população em relação ao ano de 1950, a linha de tendência para Curalha indica-nos um aumento de população.

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Principal actividade:

- Actualmente a agricultura com regadio, natural ou em estufas. Em tempos outras actividades existiram por Curalha, uma delas ligada à Estação dos Caminhos de Ferros e às mercadorias destinadas ao Barroso, outra, aliada ao Rio, aos moinhos e à moagem de cereais, existindo ainda (aparentemente em bom estado) os respectivos moinhos.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

São vários os pontos de interesse desta freguesia, começando por aquele que na minha opinião é o mais importante e interessante em termo das história, ou seja o Castro de Curalha cuja descrição poderão ver no post dedicado a Curalha, com link no final do post. Tão importante e interessante como esquecido e abandonado que está. É certo que nos últimos anos cuidaram-se os acessos até ao Castro, mas apenas isso, pois de resto o Castro está entregue a si próprio e sem qualquer informação no local que deixe aos visitantes o devido resumo histórico para fazer jus à sua importância.

 

O Museu do Comboio é outro dos seus pontos de interesse, embora não seja museu e até seja propriedade privada, mas é um autêntico museu onde o proprietário do espaço da antiga estação, não só recuperou e preserva o antigo edifício da estação, como mantém parte da linha e nela está a reconstituir um comboio completo, com a máquina a vapor, e as devidas carruagens de passageiros e de carga. Tudo isto feito com muito amor e custos que mantém bem viva uma recordação do passado. Um autêntico museu do comboio. Um bem haja para o proprietário em preservar assim importante a memória de outros tempos em que Chaves, o concelho e Curalha tinham comboio.

 

O núcleo e o casario da aldeia é outro dos pontos de interesse, mas para conhece-lo há que abandonar a estrada nacional e entrar nele. De interesse e também a nível de construções e obras de arte, são a ponte do antigo comboio sobre o Tâmega, se um só arco e em granito, bem como os antigos moinhos que bem poderiam fazer parte daquele museu vivo a que às vezes me refiro, do roteiro dos moleiros e dos moinhos, que sem dúvida seria um dos pontos de interesse e turísticos do concelho. Mas para isso era preciso que os verdadeiros xerifes da cidade tivessem ideias de interesse para o concelho e aperceberem-se que o nosso concelho é um concelho rural onde a sua ruralidade há muito que devia estar explorada, agro-turismo, penso que é assim que se chama, ou seja, agricultura + turismo, sem esquecer o grande aliado do termalismo que um dia até já se quis regional. Mas claro que isto é trabalho e de muitos anos, que não rende a curto prazo em resultados eleitorais…entretanto vai-se promovendo o despovoamento… e apostando no cavalo coxo e tão distraídos andam, que nem sequer se deram conta que por cá não há touradas e muto menos, corridas de cavalos.  Desculpas para Curalha por este devaneios ou desabafos, pois Curalha até é freguesia que nem merece recados, exceptuando o tema “Castro”, onde a Junta de Freguesia também deveria ter o seu orgulho e os seus interesses.


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Linck para os posts neste blog dedicados à freguesia:

 

            - CURALHA

 

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