Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

24
Dez10

Discursos Sobre a Cidade - Por Tupamaro


 

.

 

“…FILHOZINHA de GERIMUM!”

 

 

Hoje é Dia de Consoada.


Não há tempo para serdes interrompidos com saudosas conversas, quanto mais com «Discursos»!


Andais todos «a mata – cavalos», para que, logo à noite, nada falte na vossa mesa, nem no íntimo do peito (e nos sapatinhos) daqueles a quem quereis bem, de todo o coração.


O «Discurso» que hoje nos compete deixamo-lo-vos nos nossos votos de BOAS BESTAS, apenas, e no último poema, inédito (feito há dias), pelo longevo e distinto Flaviense EDGAR CARNEIRO:


 

N A T A L

 

Todos os dias nascem

Neste mundo

Meninos e meninas

Que passados os tempos

Nunca serão lembrados

Salvo rara excepção

De génio humano.

Mas no santo Natal

É outra a natureza,

Pois trata-se de Alguém

Que morre em cada ano

E renasce mais próximo

Em Belém.

 

Edgar Carneiro – Dezembro de 2010

 

 

 

Ah! E se não é pedir-vos muito, trincai uma filhozinha de gerimum (que saudade!) por nós!

 

 

 

Tupamaro


22
Dez10

Em vez de feijoada hoje há presépios


 

 

 

 

Sobre o Natal


Hoje é quarta-feira, dia de feijoada, mas, claro, que em semana de Natal não queremos saber da feijoada para nada. Já estamos de dieta para a noite de consoada, para o bacalhau, o polvo, as couves, os bolinhos de bacalhau, o polvo frito, os ovos verdes, as rabanadas, as filhoses de jerimum, os sonhos, sem esquecer a roupa velha, o cabrito ou cordeiro e peru do dia de Natal – Iguarias ou “dietas” de tentação para quem anda a cuidar da saúde ou da linha.

.

 

 

.

Claro que hoje, tal como vai acontecendo e acontecer neste blog durante esta semana, é do Natal que queremos falar, porque quer queiramos ou não, sejamos mais ou menos religiosos, até ateus, o Natal tem um significado especial para a família e como por aqui (autor e colaboradores do blog) já não somos putos, vem-nos à lembrança outros tempos de Natal e temos saudades de algumas coisas que se foram perdendo com o tempo tal como vamos repudiando, ou não achamos graça nenhuma a algumas das novas invenções, hoje tão intimamente ligadas ao Natal sem nada terem a ver com ele.

.

 


 

.

Somos do tempo do menino jesus, dos pinheiros a cheirar a resina, dos chocolates pendurados no pinheiro, do presépio com musgo, caminhos de serrim ou areia, um riacho com água, cabana de madeira e a “cama” do menino em palha, com todas as figuras ou pelo menos as figuras principais do menino Jesus, de José e Maria, da vaquinha e do burro, dos Reis Magos, do pastor e do rebanho, do anjo ou ad estrela na casota… e tudo o resto, era pura imaginação e decoração, maior ou mais pequeno, mais simples ou complexo cheio de engenhos e mecanismos para dar movimento a um presépio… pois também nele, no presépio , se comungava o Natal e ,aos olhos de uma criança, toda aquela encenação ganhava vida como se fosse real.

.

 

 

.

A tradição dos presépios foi-se perdendo na maioria das casas e dos lugares públicos e lojas comerciais. O pai natal é mais apelativo, vende melhor… há todo um gigantesco negócio e comércio no seu entorno e nós, lá vamos indo no paleio e para não desiludir as criancinhas, dizemos que sim, que o pai natal existe, ele mais as suas renas, Rodolfo & cia, e como se um pai natal fosse pouco, inventam-se muitos pais natais, um em cada esquina e loja, cantam, dançam, eu sei lá… e agora, até a mãe natal já anda por aí… Com tanta palhaçada em torno da figura do pai natal, só me espanta que a Igreja, tão conservadora que é, até em coisas de menor importância, aceite, sem nada dizer, esse senhor das barbas brancas vestido de vermelho…

.

 

 

.

Pois eu ainda sou do tempo dos presépios e do menino Jesus, da bota no presépio e (com que brilhozinho nos olhos) de receber o único brinquedo do ano, quando calhava…e acreditava piamente que era o menino jesus que durante a noite me deixava o presente, mesmo quando se enganava de presente e não me deixava aquele que eu tinha pedido, eu perdoava-o e ficava-lhe eternamente agradecido.

 

.

 

 

 

.

 

Um presépio a sério

 

Felizmente ainda há quem siga a tradição e nos brinde com um presépio a sério, cheio de engenhos, engenhocas e movimento, digno de ser visto e apreciado, tal como acontece na Casa de Santa Marta das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados, na Rua Alferes João Batista em Chaves. Deixo a direcção, porque o presépio está aberto ao público e a todos quantos o queiram visitar, e aproveitem, pois vale a pena ver este presépio.

.

 

 

.

A par do presépio, tem também algumas propostas de reflexão e a história do presépio, que confesso desconhecia e que passo a partilhar:

 

A História do Presépio

 

“A representação do Presépio, ou Nascimento, ou Belém, tem a sua origem no século XIII, por iniciativa de São Francisco de Assis, motivo pelo qual foi nomeado padroeiro dos belenistas.


Conta-se que, enquanto o Santo pregava na campina de Rieti, na Itália, o surpreendeu rigoroso inverno.


O Santo refugiou-se numa gruta em Gréccio: Era o Natal de 1223.


Meditando o Santo no nascimento de Jesus, teve a inspiração de reproduzir ao vivo o acontecimento.


Construiu uma cabanazinha, colocou nela uma manjedoura e, nesta, uma pequena imagem do Menino Jesus, que, com argila, ele próprio tinha moldado.


Os camponeses dos arredores cederam-lhe um boi e um jumentinho. Convidou pessoas para representarem os pastores de Belém. E celebraram a Missa da meia-noite.


No momento da consagração, a pequena figura de barro adquiriu vida, sorriu, e estendeu os braços para Francisco.


Esta bela ideia de representar o nascimento de Jesus propagou-se rapidamente.


É isto que tu agora estás a contemplar!...”

.

 

 

.

Pois são precisamente do Presépio da Casa de Santa Marta as imagens que hoje vos deixo por aqui. Mas uma coisa é a fotografia e outra é a realidade deste presépio, os seus pormenores e os seus sons, como o da água a correr ou a do oleiro a trabalhar… o melhor mesmo é passar por lá, ver e apreciar, principalmente para nós, os que não acreditamos ou desconfiamos do pai natal das barbas brancas vestido de vermelho…podem crer que sabe tão bem, como uma rabanada ou uma filhós de jerimum.

 


 

 

21
Dez10

Pedra de Toque - Filhós de Jerimum


 

 

 

 

Filhós de Jerimum

 

 

 

Têm o sabor do Natal, a cor das achas crepitando na lareira, a doçura da família reunida.

 

Julgo que são iguaria transmontana.

 

Noutras províncias desconhecem-lhe o sabor delicioso cuja origem assenta na abóbora amarela, amassada com outros condimentos, pelas mãos fadadas das nossas cozinheiras.

 

A minha mãe primava em fazê-las como ninguém.

 

No último ano, antes de nos deixar, como todos os anos, colocou-mas no prato e açucarou-as.

 

Diga-se ainda, que ninguém cuidava meu prato, quando vazio, como Ela.


.

 


 

.


Vai ser mais uma noite de Natal com minha mãe fisicamente ausente.

 

A saudade morderá no centro do peito.

 

Esbaguará no canto dos olhos, quiçá.

 

No dia 24, no entanto, do país frio e branco onde se encontra, com muita ternura nas palavras, vai como sempre telefonar directamente para os meus sentimentos e dizer-me:

 

- “Meu filho, estou em paz. O meu pensamento está contigo, com os teus irmãos, com toda a nossa família.

 

Nesta noite não te magoes, ougando.

 

Em minha memória, come filhós de jerimum. O teu prazer torna o meu repouso mais feliz”.

 

Quero sempre, comovido, agradecer-lhe, mas a chamada, inevitavelmente, acaba sempre por cair…

 

 

 

António Roque

 

 

Sobre mim

foto do autor

320-meokanal 895607.jpg

Pesquisar

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

 

 

20-anos(60378)

Links

As minhas páginas e blogs

  •  
  • FOTOGRAFIA

  •  
  • Flavienses Ilustres

  •  
  • Animação Sociocultural

  •  
  • Cidade de Chaves

  •  
  • De interesse

  •  
  • GALEGOS

  •  
  • Imprensa

  •  
  • Aldeias de Barroso

  •  
  • Páginas e Blogs

    A

    B

    C

    D

    E

    F

    G

    H

    I

    J

    L

    M

    N

    O

    P

    Q

    R

    S

    T

    U

    V

    X

    Z

    capa-livro-p-blog blog-logo

    Comentários recentes

    • LUÍS HENRIQUE FERNANDES

      *Jardim das Freiras*- De regresso à cidade-Faltam ...

    • Anónimo

      Foto interessante e a preservar! Parabéns.

    • Anónimo

      Muito obrigado pela gentileza.Forte abraço.João Ma...

    • Anónimo

      O mundo que desejamos. O endereço sff.saúde!

    • Anónimo

      Um excelente texto, amigo João Madureira. Os meus ...

    FB