Os Nossos Artistas – Alfredo Espírito Santo
Exposição de Artes Plásticas - Biblioteca Municipal de Chaves
Os Nossos Artistas – Alfredo Espírito Santo
Como já vem sendo habitual no início de cada mês, trazemos aqui um artista flaviense e a sua exposição na Biblioteca Municipal de Chaves. Hoje é a vez de Alfredo Espírito Santo, artista plástico e músico. Uma exposição retrospetiva e intimista, com os seus brinquedos de criança, do tempo em que a criança criava e fazia os seus brinquedos, uma fisga, um revolver de cowboy que pela certa foi inspirado na banda desenhada em moda na altura, uma viola, uma bola de basquetebol… já aqui se começava a adivinhar e desenhar as suas paixões futuras, de artista plástico e músico (Grupo Matabicho” sem esquecer a sua paixão pelo basquetebol. Fez-se homem, mas a criança inspiradora continua lá, apenas deixou o basquetebol porque a idade, embora ainda jovem, já não lhe permite os grandes pulos da juventude mais jovem em que o cesto ficava ao alcance da mão.
Ficam os textos da folha de sala e algumas fotografias da inauguração da exposição, que aconteceu ontem, dia 5 de setembro de 2022, às 17H30, dentro e fora de portas.
Arame Farpado com Lã
Alfredo Espírito Santo
Em Chaves, na freguesia da Madalena, mais propriamente no São Roque, a 15 de janeiro de 1963, num dia de inverno em que se comiam alheiras com grelos à volta do borralho, nasce Alfredo Espírito Santo. Filho mais novo, único rapaz, cresceu a correr e a saltar entre pereiras, macieiras, cerdeiras, na quinta que o pai e a mãe trabalhavam para o sustento da casa. Observador perspicaz, desde cedo desenvolveu a capacidade de contemplar tudo o que o rodeava, plantas, animais e o Rio Tâmega. Rio que o fez sonhar viagens imaginárias, em que se via como explorador de terras desconhecidas ao leme da sua barca ou no dorso do seu cavalo. Ao som do rouxinol esculpiu, em pedaços de madeira que ia encontrando, animais, fisgas, revólveres e construiu uma guitarra tal como via na televisão da Casa de Pasto do Sr. Armindo aos sábados à tarde depois da catequese.
Aos seis anos vai para a Escola da Lapa e para além das letras e dos números descobre o circo que por ali se instalava. Com o circo vêm os palhaços e a vontade de os desenhar. Sozinho, desenha-os para si e para outros que sequiosos queriam ter um palhaço só seu. Abre-se uma porta para um mundo de lápis de cor, tintas, pincéis, ... que nunca mais se fechou. Seguem-se cowboys, piratas, cartoons,... que foram um sucesso na Escola Dr. Júlio Martins. Paralelamente, o desporto torna-se a sua segunda paixão e entre dribles, remates e corridas continua a desenhar, desta feita os cartazes dos torneios e cartoons com piadas alusivas ao desporto. E como não há duas sem três surge a música ao som de uma guitarra que aprende a dedilhar sozinho. Da música à escrita foi um pequeno passo e assim nasce o seu lado de contador de histórias.
É neste ambiente que se molda o artista e o profissional fazendo caricaturas, retratos a carvão, logótipos, pinturas a óleo, ilustração infantil ....
Nos anos 80 trabalhou num Gabinete de Construção Civil a projetar cozinhas, foi colaborador no Atelier de Nadir Afonso e na Flaviluz fez publicidade. Nos anos noventa instalou-se na Rua Direita com o Gabinete “Serviços de Publicidade”, tornou-se um dos fundadores do grupo musical “Mata Bicho” e colaborou, como cartoonista, no Jornal “Voz de Chaves”. Mais tarde montou uma loja no Valadim, “Artetc”, na qual realizava trabalhos artísticos diversos. Em 2019, participou no projeto “Ligações Virtuosas no Centro Histórico de Chaves” desenvolvido pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, no âmbito da ação “Património escondido no Centro Histórico de Chaves” – Arte Urbana.
Atualmente faz espetáculos musicais a solo e com o grupo “Mata Bicho” e tem o GIZ - Gabinete de Inspiração Ziguezague instalado na loja 51, do Mercado Municipal de Chaves, onde continua envolvido em lápis de cor, tintas, pincéis,... e a sonhar com novas aventuras.
“Os trabalhos do Alfredo Espírito Santo são o resultado da paixão, rigor, inteligência e dedicação à pintura. Revelam o humor e carácter do artista. São a prova de que o olhar puro e curioso da criança que existe dentro de cada um de nós é capaz de sobreviver num mundo cada vez mais formatado pelas fórmulas sociais. Os trabalhos do Alfredo relembram-nos permanentemente que a arte continua a ser o lugar desse “primeiro olhar”, através das ideias.”
André Graça Gomes, Artista Plástico
“Versatilidade em forma de Arte. “
Márcia Barros, Designer
“Revela através dos pincéis um mundo mágico, colorido, inocente e generoso.”
Sandra Pinho, companheira de aventuras
Até amanhã!