Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

28
Mai22

Alminhas, nichos, cruzeiros e afins...

Cruzeiro de Oura - Chaves - Portugal


1600-oura (210)

1-cabecalho

 

Seguindo a temática que já vendo sendo habitual neste blog aos sábados, e que dá título ao post, ou seja, elementos da nossa arquitetura religiosa, vamos até mais uma aldeia do concelho de Chaves, no caso a aldeia de Oura e o seu cruzeiro setecentista, localizado na rua do Cruzeiro.

 

1600-oura (266)

 

Trata-se de um cruzeiro de caminho, sem alpendre, com cristo crucificado. A data de construção leva-nos até ao Séc. XVIII, mais precisamente até ao ano de 1759.

 

1600-oura (217)-1

 

A descrição, tal como consta na DGPC – Monumentos.pt, é a seguinte:

 

“Soco quadrado com 3 degraus. Plinto cúbico com molduras nas faces, assente sobre base quadrada de talão invertido. Coluna circular assente em base hemisférica achatada sobre moldura em bocel com inscrição. Capitel com motivos vegetais e rostos alados. Cruz latina com hastes de remate trilobado e representação escultórica de Cristo, assente sobre esfera apoiada em dado moldurado.”

 

1600-oura (25).jpg

 

Nas quatro faces da moldura em bocel que encima o plinto desenvolve-se a inscrição: "ANNO IDCCLIX / CRVZEIRO DO SNDI DA BOA / MOREo. MAND. FAZER / O PVA. ESo. JRM. DE OVRA".

 

OURA (1).png

 

Fica também o nosso mapa atualizado com mais este cruzeiro de caminho descoberto.

 

 

 

 

12
Set20

Oura - Chaves - Portugal

Aldeias do Concelho de Chaves


1600-oura (407)-video

 

OURA

 

Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia das Oura.

 

1600-oura (285)-video

1600-oura (399)-video

 

Como sempre aproveitamos o trazer aqui o vídeo resumo para publicar mais algumas imagens que escaparam às anteriores seleções ou que no entretanto, após essas publicações, fomos tomando em passagens pela aldeia. No caso de hoje deixamos aqui algumas imagens tomadas desde a estação de Loivos, que é um autêntico miradouro para a aldeia de Oura.

 

1600-oura (144)-video

1600-oura (152)-video

 

Aldeia de Oura que é mais uma das nossas aldeias de limite do concelho, neste caso a fazer fronteira com o concelho de Vila Pouca de Aguiar e também a nossa última aldeia a agora afamada e na moda Estrada Nacional 2 (EN2). Última ou primeira, tudo depende se estamos a entrar ou sair do concelho de Chaves.

 

1600-fornos (10)-oura-video

oura (392)-video

 

Tem como povoações mais próximas a Vila de Vidago, à qual já está praticamente unida pelo casario e a aldeia de Vila Verde de Oura à qual está ligada por um caminho de terra batida que se vai desenvolvendo ao longo do pequeno vale que acompanha a ribeira de Oura.

 

1600-oura (310)-video

1600-oura (422)-video

 

Quanto à aldeia em si, tem mantido a integridade do seu núcleo mais antigo, que se desenvolve quase todo a nascente da EN2 na encosta que desce para o vale da ribeira de Oura. Neste núcleo existem as habituais construções tipicamente transmontanas, mas também algum casario muito mais nobre, tal como acontece com o Solar dos Azevedos, um belíssimo exemplar deste tipo de construções, com pedra de armas na fachada, capela e uma torre muito singular que termina numa pirâmide quadrangular em lajes de pedra a servir de cobertura/telhado dessa torre.

 

1600-oura (4)-video

1600-oura (410)-video

 

Curiosamente o solar atrás descrito não é o mesmo que atualmente e denominado como solar de Oura, este último é uma outra casa solarenga que foi transformada em hotel rural. Sem a imponência e os terrenos envolventes do Solar dos Azevedos, mas com uma interessante capela com várias figuras esculpidas a destacarem-se na fachada e um pequeno largo público com um cruzeiro igualmente interessante.

 

1600-oura (414)-video

 

Mas obre a aldeia de Oura já fomos dizendo o que havia a dizer ao longo dos posts que lhe dedicámos e para os quais fica link no final deste post. Hoje estamos aqui pelo seu vídeo resumo com todas as imagens publicadas até hoje no Blog Chaves, ao qual passaremos de imediato. Espero que gostem:

 

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de Oura:

 

https://chaves.blogs.sapo.pt/oura-chaves-portugal-1690495

https://chaves.blogs.sapo.pt/668202.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/379936.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/299187.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/292743.html

 

 

E quanto a aldeias de Chaves, despedimo-nos até à próxima quarta-feira em que teremos aqui a aldeia de Outeiro Jusão.

 

 

26
Mai18

Oura - Chaves - Portugal


1600-oura (177)

Em primeiro plano Oura, em segundo plano Vila Verde de Oura

 

Hoje vamos até Oura, ali ao lado de Vidago, no limite do concelho de Chaves, a fazer fronteira com o concelho de Vila Pouca de Aguiar, com saída pela agora famosa EN 2, mas que em tempos não muito distantes, também (e quase ao lado) se podia fazer saída pelo saudoso comboio. Estamos a falar de saídas, mas o contrário, entradas, também é verdade. Tudo depende da perspetiva, pois a aldeia de Oura é uma das que serve de porta de entrada no concelho de Chaves, mas como eu estou cá na terrinha, em Chaves, e sou muito caseiro, a porta de Oura é uma das portas de saída para a “rua”.

 

1600-oura (143)

 

Atrás referia-me à agora famosa EN 2. Pois é verdade, a EN 2 que passa por Oura,  é agora olhada como a (mítica) “U.S. Rout 66”  portuguesa.  Bem longe dos seus tempos áureos em que era a principal via portuguesa que ligava pelo interior, Chaves (Km 0) a Faro (Km 738.5) e também utilizada para as deslocações de Chaves a Lisboa. Na altura era apenas uma estrada utilitária de trabalho e ligações, com muito movimento, muita curva e contracurva a Norte e retas a Sul e muitos locais castiços e interessantes onde se parar, onde Portugal se dava a conhecer de lés a lés com a sua gente e até os seus produtos que ia vendendo ao logo da estrada. Tive a honra de a percorrer na totalidade (ida e volta) em 1975 e 1976, ainda com a sua virgindade inicial, aí sim, bem interessante. Hoje, que perdeu todo esse encanto de outrora, que, com a construção de autoestradas passou na prática a seu uma estrada “local” ou secundária, está na moda, o que demonstra bem que a moda nem sempre é (de todo) interessante e duram o que duram.

 

1600-oura (182)

1600-oura (246)

 

Mas Oura também perdeu um pouco com a “desclassificação” da EN 2 e da abolição da Linha do Corgo   e respetivo comboio, embora aqui apenas tivesse um dos apeadeiros mais pobres de que eu tenho conhecimento, embora muito bonito e interessante, mas pequenino e construído em madeira. Mas ia eu dizendo que com a “desclassificação” da EN 2, Oura deixou de ser uma aldeia de passagem para as nossas frequentes deslocações ao Porto, Lisboa e até a Portugal, pois com exceção de parte do Minho e distrito de Bragança em que utilizávamos a EN 103, era obrigatória a passagem por Oura, onde muitas vezes se parava na “estação de serviço” do largo junto à estrada. Mas ser uma aldeia de passagem não quer dizer que conhecêssemos a sua intimidade, embora tenha um largo interessante com umas “alminhas” junto à estrada, só na sua intimidade é que a aldeia se revela, com tudo para ser uma das aldeias mais interessantes do concelho de Chaves.

 

1600-oura (28)

1600-oura (219)

 

Pois Oura tem um bocadinho de tudo para a tornar interessante, em todos os aspetos. Implantada nas faldas da montanha, abrem-se à sua frente as vistas sobre parte do vale da Ribeira de Oura que é atravessada por uma belíssima ponte medieval que serve o caminho que liga esta aldeia à outra Oura (Vila Verde de Oura). Com um núcleo de aglomerado tradicional, com construções tradicionais e tipicamente transmontanas a manter a sua integridade, convive ao lado de outras construções mais nobres, como dois solares, um deles o típico solar brasonado, com brasão das famílias Antas, Puga, Magalhães (de Montalegre) e Macedo, da segunda metade do século XVIII, com capela e uma singular torre sineira, isolado a Sul da aldeia mas confrontante com via pública, com propriedade rústica de montanha e respetivas construções (anexos) de apoio. Um belíssimo exemplar de solar e dos poucos que existem no concelho de Chaves.

 

1600-oura (87)

 

O outro solar ou casa senhorial do século XVIII está localizada e integrado no núcleo histórico de Oura, com uma belíssima capela de talha dourada privativa (1768) e igualmente interessante cruzeiro (virados à rua), foi sujeito nos últimos anos a obras de restauro e convertido em alojamento turístico, tendo adotado o nome de Solar de Oura. Após as obras ainda não tivemos oportunidade de passar por lá, mas adivinhava-se vir a ser um espaço interessante, que já o era, mas que com as obras pela certa se tornou bem mais interessante.

 

1600-oura (275)

1600-oura (217)

 

Já aqui atrás deixámos alguns dos motivos de interesse, desde a sua veiga à montanha, o casario típico, o singular apeadeiro que embora a sua fragilidade de madeira ainda continua de pé, a EN 2 e a moda de a percorrer, Os solares e casas senhoriais, as suas capelas e o cruzeiro, a ponte medieval, talvez falte uma pequena referência a sua igreja de torre sineira dupla, também um belo exemplar da arquitetura religiosa e falta-nos, isso sim, falar das pessoas da aldeia, que já sabemos serem dignos representantes deste Reino Maravilhoso cá no cimo de Portugal, mas quanto às pessoas, há que ir lá, conversar com elas, conhecê-las na primeira pessoa, pois cada uma é cada qual e cada conversa e uma conversa com muitas estórias e uma história de vida, esta sempre única. Mas aí a prosa já tem de ser outra e não pode ser tratada com a leviandade de hoje, sábado, vamos até Oura e no próximo sábado vamos até à aldeia seguinte, que pela ordem alfabética que estamos a seguir será Outeiro Jusão.  

 

 

 

11
Set16

Incêndios - O de ontem à tarde em Oura


1600-incen-vidago (93)

 

Com um verão intensamente quente e seco como o que estamos a atravessar era de estranhar não haver, mas entrado o mês de setembro eles começaram a aparecer. No concelho de Chaves lá ia sendo poupado mas também, diga-se a verdade, já pouco há para poupar, pois os incêndios dos últimos anos destruíram as nossas principais florestas, ficando apenas algumas manchas dela e muito mato.

 

1600-incen-vidago (297)

 

Contudo há poucos dias atrás o concelho de Chaves viu-se rodeado de incêndios. Um no concelho de Boticas e outro em Oimbra fizeram com que o fumo tapasse quase por completo o sol e que a cidade acordasse no dia seguinte debaixo de uma neblina de fumo que ao longe, mais parecia um dos nossos dias de nevoeiro de inverno.

 

1600-incen-vidago (157)

 

Ontem resolvi ir ver os estragos provocados pelo incêndio em terras de Boticas. Como disseram que tinha começado em Pinho decidi ir até lá via Vidago, mais propriamente pela Praia de Vidago. Quando saia de Chaves começou a desenhar-se uma nuvem de fumo para esses lados.

 

1600-incen-vidago (120)

 

Pensava eu que tinha reacendido o incêndio, mas com o avançar na estrada a coluna de fumo indicava as proximidades de Vidago, e embora não fosse propriamente em Vidago, momentos depois verificava-se que era depois de Oura, mesmo no limite do Concelho de Chaves com Vila Pouca, com o incêndio a dirigir-se para Vila do Conde e bem próximo de Soutelinho, ambas aldeias de Vila Pouca, mas também bem próximo do depósito de gás natural existente junto à E.N.2.

 

1600-incen-vidago (161)

 

Dando hoje uma vista de olhos pelo Google Earth verifica-se que apenas havia algumas manchas de pinhal sendo a área a arder e ardida maioritariamente mato que nasceu após os incêndios dos últimos anos.

 

1600-incen-vidago (17)

 

No local estavam os Bombeiros de Vidago, os GIPS da GNR, a GNR na estrada, um helicóptero e dois aviões (fireboss, penso eu…), isto o que se avistada desde as traseiras do incêndio, pois nas suas frentes penso que haveria mais bombeiros de outras corporações.

 

1600-incen-vidago (128)

 

É certo que este Verão criou todas as condições favoráveis para os incêndios mas custa-me a acreditar que sejam de causas naturais. Alguns acidentais, talvez, mas acredito que a maioria sejam de origem criminosa. Tudo que há a dizer e estudar sobre prevenção de incêndios já há anos que anda a ser dito e estudado, o facto é que todos os anos em final de Verão, os incêndios aí estão.

 

1600-incen-vidago (105)

 

Negócio, dizem uns, incompetência dizem outros, corrupção dizem alguns, falta de justiça séria e punitiva dizem outros tantos, descoordenação também dizem, entre outras coisas... Pois para mim é tudo junto e caso para dizer “que tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta”, ou seja, tudo uma cambada de criminosos, a única exceção vai para o pessoal dos bombeiros e GIPS’s que estão no terreno a combater os incêndios, e realço no terreno, a negrito e sublinhado.

 

1600-incen-vidago (325)

 

É tudo uma cambada de … acrescentem aqui o nome feio que quiserem, pois qualquer um deles ficará bem após as reticências. Contudo, da minha parte, já o disse e repito que tenho todo o respeito e consideração pelos homens e mulheres que estão no terreno a combater os incêndios e que poem em risco as suas próprias vidas. Pela certa que também poderão cometer alguns erros, mas quem é que não os comete!? Os outros é que são os maus.

 

1600-incen-vidago (208)

 

Soluções para prevenir incêndios há-as, não é preciso inventar nada nem ser especialista na matéria, só é pena que as mesmas venham à baila em agosto e setembro e que a partir destes meses fiquem esquecidas. Lamentamos, tanto mais que não é só uma questão de incêndios, mas também de valorização da paisagem e do ambiente, onde se sonha, mesmo não sabendo que se sonha, com uma floresta nossa, autóctone onde até o pinheiro pode ter lugar por entre uma floresta variada e bordejando terrenos de cultivo cultivados. Mas para isso, tínhamos também de encarar a sério a valorização do interior e o problema do despovoamento.

 

1600-incen-vidago (18)

 

Mas infelizmente, tudo leva a crer que para o próximo ano, por esta altura, cá estaremos de novo com mais imagens de incêndios e o mesmo discurso.  

 

1600-incen-vidago (187)

 

E por agora é tudo, mas ainda hoje vamos ter aqui uma aldeia do Barroso de Montalegre. Estivemos tentados em trazer aqui hoje a terra queimada do incêndio de Pinho/Boticas, pois também elas são terras do Barroso, mas vamos seguir a caminhada do Barroso de Montalegre, que ao de Boticas lá chegaremos, e aí sim, talvez ainda venham a ficar algumas imagens da tal terra queimada.

 

 

07
Ago11

Duas imagens


 

Embora hoje tivesse sido o dia de São Caetano e suponho que, como todos os anos, a tradição se tivesse mantido e a peregrinação ao Santo cumprida. Embora a noite e o dia tivesse sido das caminhadas e de todos os caminhos irem dar ao São Caetano, eu não fui, aliás, nunca lá fui no seu dia e embora tenha pena, vou preferindo lá ir durante o ano, visitando-o e associando-me à pacatez do lugar, quando apenas duas ou três promessas são cumpridas.

 

 

Não tenho promessa de ir ao São Caetano mas vou tendo a de cumprir este blog,  e a  de trazer aqui aos fins-de-semana uma das nossas aldeias.

 

Hoje ficam duas imagens de Oura.

 


18
Abr09

Mosaico da Freguesia de Oura


 

.

 

Localização:

A 22 km da cidade de Chaves e confrontante com Vidago, a Sul do concelho e no seu limite, precisamente onde a Estrada Nacional 2 abandona o nosso concelho para entrar no concelho de Vila Pouca de Aguiar. A freguesia de Oura  situa-se numa faixa de território que é conhecido pelo vale da Ribeira de Oura, conhecido também pelas suas férteis terras.

 

Confrontações:

Confronta com as freguesias de Arcossó, Vidago, Selhariz, Loivos e ainda com as freguesias de Capeludos, Bragado, Vreia de Bornes e Valouras, estas últimas do concelho de Vila Pouca de Aguiar.

 

Coordenadas:

            De Oura ( Adro da Igreja)

41º 36’ 59.41”N

7º 33’ 57.62”W

 

            De Vila Verde de Oura ( Adro da Igreja)

41º 37’ 56.39”N

7º 33’ 56.39”W

 

 

Altitude:

Variável – acima dos 350m e os 400m.

 

Orago da freguesia:

São Tiago.

 

Área:

11,93 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Nacional 2 ou A24 até ao Nó de Vidago.

 

.

 

 

.

 

 

Aldeias da freguesia:

            - Oura

            - Vila Verde de Oura

 

População Residente:

            Em 1900 – 715 hab.

            Em 1920 – 953 hab.

            Em 1940 – 1186 hab.

            Em 1950 – 1439 hab.

            Em 1960 – 1132 hab.

            Em 1981 – 876 hab.

            Em 2001 – 652 hab.

 

Os dados da população da freguesia não deixam de ser curiosos, pelo menos tendo em conta a sede de freguesia – Oura, pois foi uma aldeia que fisicamente cresceu, com a construção de novas casas, mas que desde 1950 tem verificado uma perda acentuada da população. Vamos aguardar pelos Censos de 2011 para ver se aumento de construções também significa aumento de população.

 

.

 

 

.

 

Principal actividade:

- A agricultura que se desenvolve ao longo da fértil veiga da Ribeira de Oura.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

A freguesia desenvolve-se ao longo da Ribeira de Oura, estando Vila Verde de Oura implantada em plena veiga, ao contrário de Oura, que ocupa as terras mais elevadas da freguesia.

 

 Ligada que está a uma veiga fértil, a sua principal actividade provém dessa mesma veiga, com toda a sua ruralidade ligada à agricultura, mas também à exploração de madeiras e também pecuária e ainda às águas minerais, pois a nascente de Salus que estava associada às águas de Vidago, também nascem em terras da freguesia, bem como águas nunca exploradas, com idênticas características que também existem na proximidade de Vila Verde de Oura. Nascentes que pouco significam (ou nada) em termos económicos e de divulgação para freguesia, pois as mesmas são exploradas por empresas de fora do concelho e neste momento, infelizmente, nem sequer são engarrafadas ou comercializadas com a marca de origem.

 

.

 

 

.

 

 

Duas aldeias com interessante casario rural e algum senhorial dos Séculos XVIII e XIX em ambas as aldeias, o que demonstra o poderio de algumas famílias dessas aldeias nos séculos passados.

 

A igreja paroquial embora simples é interessante e segundo se mostra no seu lintel principal, data de 1779.

 

Bem mais interessante que a Igreja Paroquial é a Capela da Srª da Piedade ou do Cruzeiro, este mesmo em frente à capela (também muito interessante). Capela com data de 1759 onde se realça o conjunto escultórico representando a “Pietá”, inserido num nicho da respectiva frontaria.

 

.

 

 

.

 

 

Digna de realce é também a casa senhorial conhecida como a Casa dos Azeredos, solar armoriado, com capela particular e templete anexo segue a traça arquitectónica setecentista.

 

E de realce em realce vamos para a ponte medieval que alguns também dizem ser romana (a eterna dúvida) de um só arco redonda e tabuleiro do tipo cavalete, a qual ainda conserva as originais guardas em granito e que por estar implantada em pleno caminho rural, tem sido poupada ao trânsito automóvel (embora algum se faça por lá) e ainda se mantém em bom estado de conservação.

 

Nem que fosse só pelo que atrás foi dito, pois há mais, as duas aldeias da freguesia são merecedoras de visitas de apreciação, que recomendo a quem gosta do nosso mundo rural e do seu casario tradicional rural com alguns belos exemplares senhoriais.

 

De realçar também que a aldeia de Oura, a tal que cresceu fisicamente, cresceu e cresceu bem, pois cresceu em espaço próprio (a margem do núcleo tradicional) em terrenos que foram devidamente loteados e infra-estruturados tendo a Estrada Nacional a separa as “duas aldeias”, ou seja a Oura antiga, com o seu núcleo ti+iço e tradicional e a Oura nova, completamente nova, já no vale de exploração das afamadas águas e na continuação do Parque de Vidago.

 

 

.

 

 

.

 

 

Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

 

Para saber mais sobre as duas aldeias da freguesia, nem há como rever os posts dedicados a cada uma delas:

 

            - Oura:  http://chaves.blogs.sapo.pt/292743.html

 

            - Vila Verde de Oura: http://chaves.blogs.sapo.pt/285274.html

 

20
Jul08

Oura - Chaves - Portugal


 

.

 

 

E se a nossa aldeia de ontem foi Mairos, hoje vamos até Oura, ou seja, precisamente

até ao lado oposto do concelho, pois Oura e a sua freguesia faz fronteira com o concelho de Vila Pouca de Aguiar e com as freguesias flavienses de Arcossó,  Vidago, Selhariz e Loivos.

 

Oura é sede de freguesia à qual pertence também a aldeia de Vila Verde de Oura, fica a 22 Km de Chaves e a 4 de Vidago. A freguesia desenvolve-se ao longo da Ribeira de Oura e da Estrada Nacional 2 e  pelos 11.93 km2 que possui de área entre o Monte Meão, o início do Monte Reigaz

 

.

 

.

 

Em termos de população, dados dos Censos 2001 para a freguesia, Oura tinha 652 habitantes, contra os 892 habitantes que possuía em 1981. Embora se note uma perda de população na freguesia, penso que a mesma se deve a Vila Verde de Oura e não a Oura, pois esta é uma das freguesias (rurais) que em termos mobiliários mais tem crescido nos últimos anos, existindo mesmo quase duas aldeias dentro da aldeia, ou seja a aldeia antiga a nascente da estrada nacional e a aldeia nova, com moradias recentes e que se desenvolve desde o antigo apeadeiro da CP, até Salus, onde existem umas boas dezenas de moradias unifamiliares. Crescimento este que não é de estranhar, dada a sua proximidade a Vidago e os bons acessos automóveis garantidos quer pela EN 2, quer pela proximidade do nó de Vidago da Auto-estrada. Pena é que não tenha o velho comboio também a passar-lhe pelo meio e do qual resta, para recordação, apenas o velho apeadeiro, o único que eu conhecia na linha do corgo construído na totalidade em madeira. Hoje em vez de recolher  pessoas, recolhe roupa e protege-a destes sol dos verões de inferno e dos 9 meses de Inverno.

.

 

.

 

Ainda bem que temos uma aldeia no concelho que contraria a tendência do despovoamento. Claro que dessa tendência também se excluem quase todas as aldeias que vivem à volta da cidade, e em Oura temos agora metade de aldeia dormitório e metade de aldeia rural.

.

 

.

 

Oura hoje é mais uma das freguesias de Chaves, mas nem sempre foi assim, pois no seu passado a freguesia pertenceu à  Reitoria de Moreiras e constituía uma Vigairaria. Passou a Freguesia independente com o título Reitoria, tendo sido anexada ao Concelho de Vila Pouca de Aguiar em 31 de Dezembro de 1853, regressando ao domínio do Concelho de Chaves, dois anos depois, em 24.10.1855.

.

 

.

 

É também na freguesia de Oura que existem as nascentes de águas minerais de Areal, Fonte Maria e Salus, águas ricas com propriedades mineromedicinais, amplamente conhecidas, às quais se juntam as de Vidago e Campilho. Mas hoje em dia são apenas conhecidas, e já não são comercializadas com o rótulo de Vidago, não fosse o negócio da água um dos negócios mais rentáveis do século e onde o que interessa mesmo é que seja negócio e rentável, pouco importando a sua origem, o nome das terras que a produzem e as suas características medicinais, que agora até são alteradas com sabores da fruta que estiver na moda. Lá se vai a cura das más disposições ou digestões difíceis com um quarto de águas de Vidago, por exemplo. Pois todas estas águas estão concessionadas a um grupo, que agora optou por engarrafá-las nas Pedras Salgadas, desistindo do rótulo Vidago. Pelo menos não as há no mercado ou no circuito comercial.

.

 

.

 

Mas voltemos a Oura e à sua ribeira, com terrenos muito férteis, produzindo bom e afamado vinho, batata, milho, fruta, feijão e todos os tipos de hortaliças.

 

Quanto ao seu topónimo é considerado como proveniente do nome de uma senhora com este nome, D. Oura,  natural desta povoação. À falta de melhor explicação para o seu topónimo, aceito este, e aliás só vem reforçar aquele que inventei para Pereira de Veiga, em que esta aldeia teria adoptado o nome do Sr. Pereira… curiosidades. O que é facto é que em toda a literatura que encontrei dispersa sobre a aldeia, é mencionada a tal Senhora D. Oura a dar nome à aldeia e freguesia.

.

 

.

 

Quanto ao casario, já atrás referi que a aldeia se divide no casario novo, pouco interessante para esta crónicas, pois já se adivinha como todo diferente, mas todo igual, tal como as casas dos meados do século passado, de risca à meio, com cozinha na entrada, sala do outro lado, depois os quartos e casa de banho ao fundo do corredor.

 

O casario interessante da aldeia, está mesmo do lado antigo, aquele que se situa ao longo das ruas estreitas, junto à belíssima capela, ou à igreja e que seguindo a rua em direcção à veiga, se encontra um dos solares mais bonitos da região. Um solar que foi recuperado e reconstruído recentemente, actualmente propriedade de Ricardo Sá Fernandes, com ligações familiares à aldeia e ao concelho de Chaves, Advogado bem conhecido por todos, pois é um dos ilustres cuja figura passa regularmente pela televisão, pelos jornais e que já passou até por um governo como ministro.

.

 

.

 

Mas e embora o actual proprietário já há muito tenha nome conhecido na praça, o seu solar é conhecido como o Solar dos Azeredos, antigos e abastados morgados da ilustre família Antas Morais Puga e Magalhães, representada em 1950 pelo Dr. António Firmo Azeredo Antas, senador da República. Esta família, originária do Minho, estendeu-se a Montalegre e depois a Santiago de Oura. O solar estende-se desde a casa dos caseiros à imponente casa solarenga com a capela anexa. Na fachada destaca-se a pedra de armas, que datará da segunda metade do século XVIII, a capela com a imagem de Cristo crucificado,  interiormente, no tecto subsiste uma pintura de Santo António e na parede um altar de bela talha dourada e,  por toda uma estrutura característica de um solar, com varandas, salões, alpendres, antigos jardins, bem como por uma outra capela encimada por uma torre sineira, que em muito enriquece a fachada deste magnífico solar.

.

 

.

 

Claro que só podemos dar os parabéns ao actual proprietário, pois além de o recuperar da ruína quase certa em que se encontrava há poucos anos atrás, respeitou toda a dignidade e beleza da sua traça original.

 

 

 

Também é no conjunto do antigo casario que encontramos a Igreja Matriz de Oura, de linhas barrocas, com uma torre sineira galaico portuguesa de dois sinos (embora só tenha um), tem por orago São Tiago.

.

 

.

 

É de referenciar ainda e percorrendo as tais ruas do antigo casario,  o ancestral pelourinho em granito, artisticamente trabalhado e encimado por uma imagem de Cristo. Está situado junto à antiga capela da aldeia, a capela da Srª da Piedade ou do Cruzeiro,  datada do Séc. XXVIII (1759) por sinal bem mais bonita que a Igreja Matriz, e localizada no denominado Largo do Cruzeiro. De realçar o conjunto escultórico em granito, representando a “pietá”, inserido em nicho na respectiva frontaria.

.

 

.

 

Se seguirmos a rua do cruzeiro, em direcção a Vila Verde de Oura teremos umas centenas de metros mais à frente um belo exemplar de ponte sobre a Ribeira de Oura em cujos escritos a que tive acesso, tanto se defende ser medieval como romana, e quem sou eu para desempatar, e pelos vistos para alguns historiadores cá da terra, entre outros, também pouca diferença deve fazer, pelo menos para aqueles que até defendem a introdução de materiais modernos nas pontes romanas e que pensam, que a melhor homenagem que se lhes pode prestar, é mantendo-as com trânsito automóvel.

 

Assim sendo, ficamos com a bela ponte da Ribeira de Oura , uma interessante ponte de um arco e tabuleiro com corcova, toda de granito.

.

 

.

 

 

E só falta mesmo referir o orago da aldeia, que é São Tiago devido, talvez, (dizem os entendidos) ao facto de a Ribeira de Oura ter sido sempre uma região vinhateira de bom e reconhecido vinho. Poderei não ser entendido em santos, mas quanto aos bons e reconhecidos vinhos da Ribeira de Oura, posso garantir-vos que quase todos são bons. Aliás.

 

E por hoje é tudo. Amanhã estamos de regresso à cidade.

 

Fica só, e mais uma vez, a nota de que hoje é publicada uma reportagem sobre o Cambedo da Raia e os acontecimento de 1946 daquela aldeia, na Revista Pública, do Jornal Público e de autoria do Jornalista Carlos Pessoa.

Sobre mim

foto do autor

320-meokanal 895607.jpg

Pesquisar

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

 

 

20-anos(60378)

Links

As minhas páginas e blogs

  •  
  • FOTOGRAFIA

  •  
  • Flavienses Ilustres

  •  
  • Animação Sociocultural

  •  
  • Cidade de Chaves

  •  
  • De interesse

  •  
  • GALEGOS

  •  
  • Imprensa

  •  
  • Aldeias de Barroso

  •  
  • Páginas e Blogs

    A

    B

    C

    D

    E

    F

    G

    H

    I

    J

    L

    M

    N

    O

    P

    Q

    R

    S

    T

    U

    V

    X

    Z

    capa-livro-p-blog blog-logo

    Comentários recentes

    • LUÍS HENRIQUE FERNANDES

      *Jardim das Freiras*- De regresso à cidade-Faltam ...

    • Anónimo

      Foto interessante e a preservar! Parabéns.

    • Anónimo

      Muito obrigado pela gentileza.Forte abraço.João Ma...

    • Anónimo

      O mundo que desejamos. O endereço sff.saúde!

    • Anónimo

      Um excelente texto, amigo João Madureira. Os meus ...

    FB