Atrás dos primeiros menos-calores do estio findo vieram, nos acasos das tardes, certos coloridos mais brandos do céu amplo, certos retoques de brisa fria que anunciavam o outono. Não era ainda o desverde da folhagem, ou o desprenderem-se das folhas, nem aquela vaga angústia que acompanha a nossa sensação da morte externa, porque o há de ser também a nossa. Era como um cansaço do esforço existente, um vago sono Sobrevindo aos últimos gestos de agir. Ah, são tardes de uma tão magoada indiferença, que, antes que comece nas coisas, começa em nós o outono.
Cada outono que vem é mais perto do último outono que teremos, e o mesmo é verdade do verão ou de estio; mas o outono lembra, por o que é, o acabamento de tudo, e no verão ou no estio é fácil, de olhar, que o esqueçamos. Não é ainda o outono, não está ainda no ar o amarelo das folhas caídas ou a tristeza húmida do tempo que vai ser inverno mais tarde. Mas há um resquício de tristeza antecipada, uma mágoa vestida para a viagem, no sentimento em que somos vagamente atentos à difusão colorida das coisas, ao outro tom do vento, ao sossego mais velho que se alastra, se a noite cai, pela presença inevitável do universo.
In, Fernando Pessoa, Livro do Desassossego, por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa.
O prometido é devido e cá estamos a cumprir, hoje com a anunciada reportagem do Outono 2018, que até nem é nenhuma reportagem, mas apenas uma voltinha pelos matizes do colorido outonal. Contudo, vamos dividir esta voltinha em três partes. Uma voltinha pelo mundo rural, tanto mais que hoje é o seu dia aqui no blog, outra voltinha por Chaves, cidade, pois seria imperdoável não trazer aqui alguns dos seus lugares onde o Outono acontece, mas simultaneamente com um registo nos nossos lugares com a marca Chaves, nomeadamente o da nossa ponte romana, do castelo, do jardim público e do forte de S.Francisco. Por último um lugar onde o Outono se revela com todo o seu esplendor, onde o colorido do Outono se revela à sério e se faz acompanhar daquilo que vamos tendo de melhor no nosso concelho, digamos que é ouro sobre azul, que no caso até é sobre verde, rosa, salmão, amarelo, vermelho, eu sei lá, uma doidice completa de cores e matizes, uma embriagante orgia, perfeita, em honra de Baco e de todos os Deuses que fazem a natureza, uma competição em que são todos primeiros. Refiro-me ao Parque do Palace Hotel de Vidago, que, em qualquer altura do ano é de visita obrigatória, mas que nos Outonos se transforma num paraíso. Este terá direito a um pequeno vídeo.
O Outono no Mundo Rural
Felizmente aqui estamos com peixinhos na água e não nos falta onde escolher. Basta sair da cidade e entrarmos por uma das nossas montanhas e o colorido do Outono lá estará a nossa espera, no entanto há florestas e florestas, principalmente as das nossas espécies autóctones oferecem-nos coloridos impressionantes, exceto o pinheiro, essa espécie que é autóctone em todo o lado, que cresce bem, arde ainda melhor, mas nunca sai do seu verde escuro, contudo, misturado em pequenas manchas com outras espécies, até tem algum ar de graça na composição.
Poderíamos ter ido para qualquer monte, mas desta vez calho passarmos por Loivos, onde está sempre aquela casinha, “A Olga”, entre a estrada e a ribeira de oura que sempre lhe achámos graça, mas que nunca tínhamos fotografado nesta época do ano, onde o Outono também está presente.
Mas do que mais gostamos mesmo é dos montes, onde às vezes o artista outonal também pinta umas manchinhas de branco para as pessoas poderem estar recolhidas em estado de apreciação, embora às vezes de tão distraídos que andam nem se apercebam destes dons da natureza.
O Outono em Chaves
Claro que o Outono acontece em todos os lados, mas aquele que é nosso tem outro sabor. E embora todas as estações do ano tenham o seu que de interesse, a magia do Outono tem outro sabor, pena durar tão pouco e se o queremos registar e nos distraímos, quando vamos a dar conta já se foi. Claro que nestas viagens pelo Outono tinha que deixar aqui algumas das suas imagens com a marca Chaves. Claro que neste post não vão caber todas, mas para a nossa Ponte Romana, o Jardim Público, o Castelo e pelo menos um dos nossos fortes, no caso o Forte de S. Francisco, arranja-se sempre um lugarzinho.
Aproveitamos também assim para mostrar um pouco dos nossos lugares mais icónicos e monumentais, lugares, espaços e monumentos dos quais temos orgulho, com os quais estamos envolvidos e com eles até partilhamos alguns dos nossos momentos, espaços que merecem sempre ser vistos e divulgados que quis o tempo e a sensatez do homem preservar e manter ao longo de gerações, e aqui o realce vai, claro, para a nossa ponte Romana com os seus 2000 a servir e encantar flavienses e todos os não flavienses que tem o prazer de a descobrir.
Mas é também um pouco da nossa História que aqui fica, mais recente ou mais antiga, que, graças a nossa localização geográfica, está fortemente ligada a componente militar e ao comércio.
Mas recente de todos mas mesmo assim já com mais de 100 anos, temos o nosso Jardim Público, que diga-se a verdade tem sido um pouco esquecido pelos flavienses, mas complete-se a verdade, esquecido sim, mas nele também pouco ou nada acontece para chamar lá as pessoas, o que por um lado até nem é mau de todo, pois até é preferível ser um espaço de estar pacato do que ter uma má utilização. Quanto à História deste jardim, aí a estória já é outra, mas essa não é, hoje, para aqui chamada, por isso vamos até Vidago.
O Outono no Vidago Palace Hotel
A água é um bem precioso e algumas localidades tem o seu passado ligado, precisamente, a essa preciosidade que é a água, daí as cidades, vilas e muitas aldeias terem nascido junto à água, às nascentes, aos rios, aos lagos, ao mar. Vidago de História recente, pouco mais de 100 anos, também tem o seu nascimento ligado à água, não ao da Ribeira de Oura que atravessa a vila, mas às águas minerais e termais. Águas estas que nas primeiras dezenas de anos do século passado, quando o termalismo estava na moda, camou a Vidago o glamour das grandes unidades hoteleiras da época, onde o Palace Hotel marcou desde sempre a diferença, pela sua imponência para a época que ainda hoje mantém, mas também pela sua envolvência com o parque que criou em seu redor, onde hoje em dia o Outono também vem passar uns dias e trás com ele a magia e exuberância de todo o seu colorido. Tem sido para nós de visita obrigatória todos os anos e este ano também não foi exceção.
Para quem não conhece, fica aqui um pouco da sua História (Hotel e Parque), cujos dados fomos recolher precisamente ao seu sítio na WEB (https://www.vidagopalace.com/pt/hotel-2/historia/) que aqui vamos reproduzir, deixando pelo caminho algumas imagens e, no final, um pequeno, uma pequena composição com estas e outras imagens.
PALÁCIO COM SÉCULOS DE TRADIÇÃO
Situado a cerca de uma hora de distância do Porto, o Vidago Palace Hotel oferece um ambiente de Culto à Arte através da Nobreza dos espaços e de uma Atmosfera Digna de Reis!
SINTA-SE COMO REALEZA!
Idealizado no século passado, durante o reinado de D. Carlos I, o Vidago Palace Hotel foi inaugurado pela primeira vez em 1910!
Com a distinção – Leading Hotels of the World – o centenário Palácio proporciona hoje um serviço de luxo, de elevada excelência e conforto. No interior do hotel, é convidado a desfrutar de um dos magníficos 70 Quartos & Suites, a saborear a gastronomia do majestoso Salão Nobre ou a relaxar no moderno Spa Termal, cuja água mineral de Vidago - reconhecida pelas suas qualidades terapêuticas de exceção - é rainha! No parque, o Campo de Golfe estende-se triunfante ao longo de 18 buracos, ideais para a prática da modalidade. Percorra, por fim, este universo encantado, com uma visita às tradicionais fontes ou um passeio de bicicleta pelos diferentes trilhos, que permitem uma observação fantástica da biodiversidade. Parta à descoberta do Vidago Palace Hotel – um Palácio Escondido na Floresta!
LENDA VIVA
Único e exclusivo, o Vidago Palace Hotel é a combinação perfeita entre o luxo e a beleza natural de um Parque Centenário! Como num mundo encantado, o Palácio convida a viver experiências inesquecíveis, onde o requinte e o esplendor dos espaços são marcados pelo charme e romantismo estilo Belle Époque.
Dotado de características ímpares, o Vidago Palace Hotel reabriu em 2010 com o intuito de o convidar a fazer uma autêntica viagem no tempo. O seu universo mágico aliado ao secular património arquitetónico transformaram-no numa lenda viva! O moderno Spa, o campo de golfe e a gastronomia de autor completam uma oferta de excelência e referência incontornável. Descubra este ‘mundo à parte’, onde pode encontrar a poesia e a magia de uma experiência verdadeiramente especial.
SABIA QUE...
O Vidago Palace Hotel foi projetado pelo Rei D. Carlos I que desejava ver construída uma estância terapêutica de luxo com projeção internacional? As águas da Vila de Vidago já na altura eram consideradas de interesse nacional!
O Vidago Palace Hotel foi inaugurado a 6 de Outubro de 1910, ano em que é instaurada a Primeira República Portuguesa.
SABIA QUE...
Em 1936, o Vidago Palace Hotel passa a dispor de um percurso de golfe de 9 buracos, desenhado pelo célebre arquiteto Philip Mackenzie Ross. A combinação de um palácio com tratamentos termais e um campo de golfe de luxo, acabaria por colocar o Vidago Palace Hotel entre as estâncias europeias de maior prestígio no período da 2ª Guerra Mundial.
SABIA QUE...
Nos anos 50 e 60, a fama do Vidago Palace Hotel intensifica-se devido às famosas festas organizadas no hotel.
O Vidago Palace Hotel encerra em 2006 e reabre em 2010, cem anos após a sua inauguração. Este hotel histórico adquire novo brilho e volta a desempenhar um papel importante na hotelaria nacional, com critérios de conforto e de luxo do século XXI.
E vai sendo tudo, terminamos aqui esta voltinha pelo Outono de 2018, espero que tenham gostado e que gostem também do vídeo que deixo a seguir, uma pequena composição com algumas das imagens tomadas este ano do Parque do Palace Hotel