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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

07
Abr19

O Barroso aqui tão perto - Viva a neve!


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Serra do Larouco

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O mau tempo para este fim de semana estava anunciado para todo o país, alerta laranja aqui para os nossos lados, frio, muita chuva, vento e neve acima dos 800 metros de altitude, ou seja, para nós que “estamos habituados”, são dias normais de Inverno, pois já sabemos que por cá só há duas estações no ano, os tais 9 meses de Inverno e os 3 de Inferno (julho, agosto e setembro). Não quer isto dizer que temos todos os dias chuva, neve e tempestades, não senhor, mas acontece com frequência e nos dias em que não acontece até vai havendo sol mas o frio, esse, não aquece ao sol…

 

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Montalegre - Pormenor do Castelo

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Serra do Larouco vista desde Soutelinho da Raia

Pois devido ao mau tempo, à última hora, tive um compromisso cancelado o que me deixava a tarde livre. Como ainda não tinha saído de casa, abri um bocadinho a porta de saída para a rua, espreitei e deitei o nariz de fora, não para cheirar, mas antes para sentir o ar para saber como íamos de tempo (meteorológico).  O ar era de neve. Subi ao andar de cima e espreitei para o Brunheiro, estava limpo de neve, fui espreitar para Norte e a ponta da Cota de Mairos estava com neve, mas não o suficiente para chegar aqui ao vale o seu ar, para Sul não valia a pena espreitar, pois aí só há neve quando ela chega até ao vale de Chaves, só podia ser a Poente, ou seja, no Barroso, e lá estava ela a cobrir o Leiranco e um bocadinho ao lado, via-se a serra de Castelões também com neve, ou seja, pelo menos o Larouco e terras altas até Montalegre a neve era garantida.

 

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Serra do Larouco

 

Há uns anos atrás, agarrava nos putos e dizia-lhes – Vamos ver a neve! Com os putos já crescidos e temporariamente fora de casa a estudar, agarrei nas máquinas fotográficas e disse-lhes na mesma — Vamos ver a neve! E lá fomos, felizes e contentes como se fosse a primeira vez…

 

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Serra do Larouco

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Montalegre - Rotunda da Corujeira

 

Claro que poderia inventar uma desculpa qualquer, mais séria e científica, como a de ir observar e registar se com esta coisa do aquecimento global a neve mantinha o seu grau reduzido de temperatura, se a sua brancura se mantinha, se continua sem ter sabor, etc. Mas não, a verdade é que eu sou mesmo um puto que gosta de ir para a neve, e prontos!

 

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Vista geral de Montalegre (Vila)

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Rio Cávado e Moinho - Donões

 

E havia neve, e nevou pelo caminho, e fez sol, e choveu, e nevou novamente, e de novo fez sol, sempre de pouca dura, uns minutos, apenas pequenas abertas, mas lá fomos indo, não era um daqueles nevões-nevões, mas havia neve, com a estrada limpa. Primeira paragem no sítio do costume de contemplação da Serra do Larouco. Segunda paragem no Miradouro Corujeira, pois das várias vezes que fui por Montalegre à neve, nunca tinha conseguido ir à Corujeira, mas desta vez cheguei lá. É um cliché dos dias de neve em Montalegre, faltava-me para a coleção. Outro cliché é o do moinho de Donões, ali sobre o Cávado com o Castelo de Montalegre de fundo, também ainda não o tinha com neve, que embora pouca (terras mais baixas) ainda havia uma amostra.

 

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Vista geral de Montalegre (Portela)

Depois havia que fazer os outros clichés, o Larouco, Padornelos, ir ao lado à aldeia mais alta de Portugal (Sendim), etc. Eu fui a todos, ou quase, pelo menos até onde pude, pois no Larouco, mais uma vez fui enganado, embora lá tivesse ido, com a estrada limpinha, muitos pais a brincar (ainda naquela fase dos filhos putos), carros parados aqui e ali para fotos do pessoal na neve, incluindo selfies, etc., e eu lá ia galgando estrada até chegar ao cimo do Larouco e de repente, a seguir a uma curva, ZAZ! a estrada desapareceu, andaria ali pelo meio do Larouco, impossível continuar, mesmo para um tt.  

 

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Serra do Larouco (o fim da estrada...)

 

Não me voltam a enganar… pois a solução num caso destes é mesmo só uma, meter o rabinho entre as pernas e voltar para trás desiludido…Mas já que andava por lá,  entrei na aldeia de Padornelos, fiz o mesmo em Sendim e ainda deu tempo para entrar na Galiza só para dizer que entrei, pois dei logo a volta, tomei um cafezinho nas bombas de gasolina da fronteira e comprei umas garrafas de vinho verde branco e, ala para Chaves que se faz tarde.

 

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Padornelos

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Padornelos

E tudo teria corrido bem se não fosse um palerma com umas 4 lata velhas todas Kitadas que ia dois carros à minha frente e que ao entrar no concelho de Chaves resolveu fazer todo o trajeto ao esses a desvia-se de todas as protuberâncias e pequenas depressões que a estrada tinha, sempre a 30 ou 40 km/h, primeiro ainda pensei que também tinha ido ao vinho nas bombas de gasolina, mas depois apercebi-me que era mesmo uma paixão assolapada pelas suas 4 latas kitadas. Pelo menos foi uma forma, embora obrigatória, de vir de vagar. Quando chegámos a Chaves, parecia uma procissão de carros a vir da neve, mas curiosamente ninguém tentou ultrapassar nem protestar, eu penso mesmo que o pessoal de trás estava a pensar que o mariola da frente ia com os copos!

 

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Sendim - a aldeia mais alta de Portugal

E terminamos com uma imagem da aldeia mais alta de Portugal – Sendim. Hoje, calhou assim, em vez de uma aldeia trouxemos neve, fresquinha, de ontem à tarde, mas tivemos ainda tempo de ir a Padornelos, a Sendim e ao moinho de Donões, três aldeias que já aqui tiveram o seu devido post mas que, se quiserem rever, basta procurar na barra lateral do blog, estão lá todas as que por aqui passaram, por ordem alfabética.

 

E é tudo. Até amanhã!

 

 

 

01
Mai16

O Barroso aqui tão perto... Padornelos


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Como já vem sendo hábito nos últimos fins de semana, aos domingos damos uma voltinha pelo Barroso, que está aqui tão perto. Começámos a nossa incursão barrosã a partir do concelho de Chaves em direção a Montalegre, via Vilar de Perdizes. Já por aqui passaram Meixide, Vilar de Perdizes, Solveira, Stº André Gralhas e Meixedo, curiosamente todas aldeias das proximidades da raia que faz fronteira com a Galiza mas também todas elas da proximidade da Serra do Larouco. Exceção para Meixide que embora próxima da raia já fica mais distante do Larouco e exceção também na abordagem que fizemos à aldeia, pois foi muito breve, pelo que fica a promessa de uma abordagem a sério, mas ainda não será hoje.

 

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Hoje vamos continuar com a metodologia que aplicámos até aqui, com aldeias da raia e das proximidades da Serra do Larouco ou mesmo já em pleno Larouco, como é o caso da nossa aldeia de hoje que dá pelo nome de Padornelos. A única exceção é que deixámos de nos dirige a Montalegre para tomar a direção contrária.

 

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Padornelos já é uma antiga conhecida nossa. Sempre foi um nome sonante e muito badalado, começando logo em casa dos meus pais, a quem a minha mãe se referia amiúde e o meu aproveitava sempre para nos dizer que era a terra do romance “Terra Fria” de Ferreira de Castro. Mas não só, pois nos meus tempos de liceu apareceu por lá um puto castiço da minha idade, muito extrovertido e que vestia com orgulho o ser barrosão e que por coincidência tínhamos amigos de Montalegre em comum. De nome Afonso, tinha uma especial sensibilidade para as coisas da arte – pintura e escultura – com a particularidade de recorrer a materiais naturais, como tintas extraídas da cor das flores ou objetos/esculturas feitos a partir de raízes de urze e outros arbustos ou arvores, entre outros.

 

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Ao Afonso tinha-o encontrado pela última vez há coisa de vinte e tal anos com uma tenda na feira de artesanato que então se fazia no Jardim Público de Chaves. Cada vez que passava nas proximidades ou por Padornelos lembrava-me dele e perguntava sempre – que será feito do Afonso de Padornelos. Das últimas vezes que fui por lá em recolha de imagens, resolvi perguntar por ele. Pois que sim, que vivia lá com os pais, mas que ainda devia estar a dormir. Artistas! E a um artista nunca se incomoda o seu descanso. Contudo da última vez que lá estivemos, perguntámos mais uma vez por ele. Por coincidência quase em frente à casa dele. Eram 16 horas e a resposta foi a mesma – ainda deve estar a dormir, mas eu ligo-lhe a ver se atende – e atendeu e logo apareceu. Que ficara ali pela aldeia, agora com a mãe viúva e lá ia fazendo as suas coisas (esculturas). Coisas e Afonso que um dia traremos, com mais tempo, a solo, pois sou um dos fãs da sua arte.

 

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E se sou fã da arte do Afonso também o sou de Ferreira de Castro. Quis a sorte que nos meus tempos de liceu, numa fase poética, me tivesse dado para escrever umas coisas. Escrevi e um dia calhou ganhar o Prémio Ferreira de Castro, que, para além da medalha e do certificado, me ofereceu a obra completa de Ferreira de Castro. Não tardei muito e começar a lê-la.

 

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Claro que comecei pelo tão badalado romance “Terra Fria”. Além do próprio romance é impressionante como Ferreira de Castro nos faz sentir a própria aldeia onde a ação se passa, Padornelos, ao fazer-nos sentir a dura realidade da sua vida. Recordemos que o romance foi publicado em 1934 em que Ferreira de Castro observou in loco as aldeias barrosas, e em particular Padornelos, traçando-nos um retrato da vida do povo, evidenciando o sofrimento, a luta quotidiana e o modo de vida quase medieval que se fazia sentir nos inícios dos anos 30 do século passado.

 

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A aldeia de hoje já nada tem a ver com o Padornelos dos anos 30 do século passado. Alguns vestígios do que poderia ter sido, apena isso, do cenário atual já não há Leonardos  a lutar dia a dia pelo sustento da sua família. Ele a mulher, ainda sem filhos, procura em trabalhos esporádicos e principalmente no contrabando, ganhar algum dinheiro enquanto sonha para se estabelecer por conta própria com uma venda. É neste contexto que Ferreira de Castro nos descreve a atividade do contrabando, que então era o pão nosso de cada dia de contrabandistas a calcorrear o Larouco e Guardas-fiscais atrás ou à espera deles. Mas Ferreira de Castro vai mais longe. De volta a Padornelos um homem que havia estado emigrado nos Estados Unidos, o «americano» como ficam apelidados todos os que regressavam de terras americanas. Depressa começa a mostrar a sua riqueza que o leva a ser considerado um dos homens mais importantes e influentes da aldeia e é ele que dá origem ao drama que irá assolar a aldeia.

 

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“Terra Fria” é um romance que nos faz sentir uma constante solidão. Somos assaltados por imagens de uma terra desoladora, fria, onde a pobreza é a única condição conhecida e onde o rico julga ter todo o poder sobre o pobre que faz sentir em nós um sentimento de revolta. Ferreira de Castro para além de evidenciar a pobreza do Portugal profundo, neste caso o do Barroso, lança aqui uma crítica feroz ao abuso de poder do regime caracterizado no «americano» e na sua forma de agir.  Romance “Terra Fria” que passou a fita de cinema com um filme realizado por António de Campos em 1995 e protagonizado por atrizes como Alexandra Lencastre, Ana Bustorff  e Alexandra Leite, entre outra(o)s. Para quem gosta do Barroso, há dois livros que eu recomendo como de leitura obrigatória. Um é precisamente este,  “Terra Fria” de Ferreira de Castro. O outro, é do há pouco falecido Bento da Cruz, “O Lobo Guerrilheiro” . Diferentes, mas ambos muito reais quanto à vida do Barroso do século passado. Aliás as estórias que dão origem ao “Lobo Guerrilheiro” são todas elas estória reais do Barroso, e sei-o, porque antes de chegarem a livro, já eu as conhecia por serem contadas nos serões à lareira de casa dos meus pais.

 

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Mas vamos a Padornelos de hoje, sem Leonardos (que eu saiba), sem contrabandistas, sem guarda-fiscal mas com o Larouco sempre presente e com uma vida muito mais fácil que nos tempos do romance, mas ainda com o rigor dos frios ingratos de inverno, que embora os barrosões estejam habituados a ele, não deixa de ser frio, mesmo o da neve que para muitos é uma atração, para Padornelos é uma realidade que obriga os seus habitantes ao recolhimento forçado.

 

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Na página oficial na NET do Município de Montalegre, sobre Padornelos pode-se ler:

“É a referência lógica à terra fria barrosã, desde os tempos de Camilo, muito antes de Ferreira de Castro! Mas Padornelos goza de outras referências bem mais importantes (ou devia gozá-las)! Importa recordar que lhe foi concedido um foral autêntico, por D. Sancho I e confirmado, a 5 de Outubro de 1266, por D. Afonso III. Foi ‘’conselho sobre si’’, isto é, gozava dos privilégios que aos grémios municipais se concediam: “Os homens de Padornelos devem meter juiz e serviçal e mordomo e clérigo” E assim, por este documento que substituía o de Sancho I, se conferia existência jurídica ao rudimentar concelho, com magistraturas próprias. Dessas glórias antigas (foi depois uma das honras fronteiriças de Barroso) sobeja ainda o facto de ter direito a capitão residente para poder arregimentar homens, dos 18 aos 60, para a defesa nacional, sempre que Portugal fosse acossado.”

 

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Por sua vez no Arquivo Distrital de Vila Real sobre Padornelos pode-se retirar a seguinte informação:

“A freguesia de Padornelos esteve anexa à freguesia de Santa Maria de Montalegre, tornando-se depois reitoria independente.

Foi-lhe concedido foral por D. Afonso III, a 5 de Outubro de 1205.

Em 1839 surge na comarca de Chaves e, em 1852, na de Montalegre.

Freguesia do concelho de Montalegre composta pelos lugares de Padornelos e Sandim.

A paróquia de Padornelos pertence ao arciprestado de Montalegre e à diocese de Vila Real, desde 22 de Abril de 1922. O seu orago é Santa Maria.”

 

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Ora cá estão mais uma vez as contradições da História. Neste caso não é que seja importante, pois o essencial é historiado corretamente, que no caso é o foral que foi concedido a Padornelos.  Noutros casos a coisa é bem mais séria e altera a realidade dos acontecimentos. Mas para apoiar aquilo que eu digo, reparem que no sítio oficial na NET do Município de Montalegre se diz que o foral foi concedido por D. Sancho I e confirmado a 5 de Outubro por D. Afonso III, enquanto no Arquivo Distrital diz que o foral foi concedido por D. Afonso III, no mesmo dia 5 de Outubro, mas 61 anos antes, em 1205. Isto foi um pequeno aparte só para reforçar que nem tudo que está reproduzido na história está correto, e vem-me sempre à lembrança daquilo que a história diz sobre o Silveira e o Pizarro nas Segundas Invasões Francesas em Chaves.

 

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Por muita palavra que aqui se deixe sobre os locais que visitámos, a realidade, o viver estes locais ao vivo é outra coisa. As palavras têm a força que têm e as imagens, idem, aspas, mas ainda não há palavras nem imagens para fazer sentir os sons , os aromas e o tempero do ar a deslizar  nas nossas faces, principalmente estando na terra fria onde o ar é sempre diferente.

 

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E como o post já vai longo vamos ficar por aqui, para já, pois será sempre com gosto que regressaremos a Padornelos, não só pelo cozido à portuguesam, que isso é outra história, mas pelo ambiente, pela Serra do Larouco, pelo forno do povo, a igreja, a capela, a caso do sino ou do boi, pelo casario típico que ainda mantém a sua integridade e pela tais coisas que as palavras e a imagem das fotografias não conseguem transmitir e também para revisitar os amigos como o Afonso de Padornelos e a sua arte.

 

Como  de costume ficam os sítios da net consultados para recolha de informação:   

http://digitarq.advrl.dgarq.gov.pt/details?id=1066822

http://www.cm-montalegre.pt/

http://www.jfmeixedo.com/

 

Anteriores abordagens deste blog a aldeias ou temas do Barroso:

A Água - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-a-agua-1371257

Gralhas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-gralhas-1374100

Meixedo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-meixedo-1377262

Solveira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-solveira-1364977

Stº André - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sto-andre-1368302

Vilar de Perdizes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1360900

Vilar de Perdizes /Padre Fontes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1358489

 

 

01
Dez15

O Barroso aqui tão perto...


montalegre (549)

 

É a geografia que desenha os rostos e as ruas, os telhados e as varandas das casas, os muros do cadastro, os caminhos, as cancelas dos quintais; e é a geografia que define os ritmos e as tradições, o modo como as pessoas se juntam ou afastam, como escolhem ou procuram conjurar os medos. Tudo vem de trás. Tudo vem de um tempo que esculpiu ou talhou a pedra, abriu um vale, ergueu um monte. Tudo vem dessa mistura de espaço e tempo. Por isso acreditamos no destino. Porque sabemos que já foi o que haverá de ser. Porque tudo está escrito há muito num livro: os amores que perdemos ou encontramos, a sombra, a luz que nos guia durante o Inverno.

José Carlos Barros, in “Um amigo para o Inverno” – Cap- IX

 

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Padornelos - Montalegre

A geografia fechou pessoas dentro de casas, levou-as ao escuro das igrejas, tapou os rostos das mulheres com lenços e xailes erguidos dos ombros, desenhou uma sombra para o efémero tempo dos incêndios, acendeu um lume para que as famílias partilhassem uma mesa e um escano. E escondeu tudo o que pertencia ao desejo: com vestidos de chita, mantilhas de lã, saias até ao chão dos pátios, corações e códigos, segredos desvendados num vão da escada, burel, saragoça. Praticamente só existia o que podia ocultar-se, o que podia fazer-se no escuro: fosse o amor, a ternura ou um crime.

José Carlos Barros, in “Um amigo para o Inverno” – Cap- XI

 

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 Vilarinho Seco - Boticas

 

 

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