Flavienses por outras terras
Paulo Carneiro
Paulo Carneiro
Nesta crónica do espaço “Flavienses por outras terras” vamos acrescentar mais um ponto no mapa de Portugal, desta vez em pleno Ribatejo.
Em Abrantes vamos encontrar o Paulo Carneiro.
Onde nasceu, concretamente?
Nasci no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Chaves, no dia 4 de junho de 1966, e fui viver para uma casa que ficava numa travessa entre a Rua Direita e a Rua de Santa Maria, por pouco tempo, contam os meus pais. Depois, fomos viver para a Rua de Santa Maria, no edifício da casa dos móveis, que tinha a sua frente na Rua Direita, ali em frente à Sapataria Marco Paulo. Depois, por volta dos meus 5 anos, mais coisa menos coisa, após o nascimento do meu irmão do meio, fomos viver para a Rua das Longras, para a casa onde os meus pais exploravam um estabelecimento comercial. Ali cresci e vivi até sair de Chaves.
Nos tempos de estudante, em Chaves, que escolas frequentou?
Frequentei a 1ª e a 2ª classe na Escola da Lapa, isto antes do 25 de abril de 1974. Depois, a 3ª e 4ª classe na Escola da Estação, porque na Escola da Lapa ia passar a funcionar o Magistério Primário.
O 1º e 2º anos do Ciclo Preparatório foram frequentados no Forte de São Francisco.
Os anos seguintes, do 7º ano ao 12º, foram na Escola Secundária Dr. Júlio Martins.
Em que ano e por que motivo saiu de Chaves?
Saí de Chaves por mais que uma vez, tendo sido a primeira no ano de 1984, quando fui para Ermesinde, onde estive cerca de um ano, mais coisa menos coisa. Ali vivi a experiência de Seminarista na Congregação dos Irmãos Maristas.
A saída definitiva foi a de 17 de agosto de 1987, data em que saí para ir para Mafra para a Escola Prática de Infantaria para ser incorporado no dia seguinte no CGM - Curso Geral de Milicianos. Ali estive apenas 3 dias, pois surgiu a oportunidade de ir para mais perto, para o Centro de Instrução de Operações Especiais em Penude - Lamego e foi aí que estive a frequentar o referido CGM e de seguida o Curso de Sargentos Milicianos. Depois, fui colocado no Regimento de Infantaria de Tomar, onde estive até à disponibilidade, em dezembro de 1988.
Em que locais já viveu ou trabalhou?
Para além dos locais acima referidos vivi ainda em:
- Alverca do Ribatejo (1989)
- Tomar (1990 a 1993)
- Abrantes (1993 até aos dias de hoje).
Castelo de Abrantes
Diga-nos duas recordações dos tempos passados em Chaves:
É complicado escolher só duas, pois será de todo injusto para tantas e tantas vivências, isto apesar de não ser uma pessoa muito apegada ao passado, mas há recordações que não se apagam e nem quero.
Recordo os tempos de criança na Rua das Longras, de jogar à bola, às caricas, ao berlinde, ao pião, isto no meio da rua. Recordo os tempos de acólito na Igreja de Santa Maria Maior, assim como de Escuteiro no Agrupamento 198, nos tempos da Ordem Terceira, antes das obras, altura em que o agrupamento foi colocado no 1º andar do edifico central, no Forte de São Francisco.
Recordo os tempos no Grupo de Jovens “Os Pioneiros” e toda a atividade juvenil na qual fui elemento ativo, tanto a nível da paróquia como do movimento juvenil católico da cidade e não só. Recordo os encontros de jovens em Soutelo, na casa dos Irmãos Maristas, assim como os encontros na Escola Agrícola de Artes e Ofícios.
Recordo as festas do XIX centenário da cidade com as diversas festividades centradas no Largo do Arrabalde, que aliás era o centro de quase todas as festas na cidade.
Recordo as festas de verão na aldeia dos meus avós maternos (Bobadela de Monforte), a matança do porco, a Páscoa, a Visita Pascal, entre tantas e tantas ocasiões que serviam para juntar a família e aí todos os primos se juntavam, tanto os que viviam na aldeia como os que eram da cidade.
Proponha duas sugestões para um turista de visita a Chaves:
Mais uma vez o número 2 é demasiado redutor. Aconselho a todo o turista que visite Chaves que se demore pelo menos 4 a 5 dias para poder apreciar devidamente o nosso património (Igrejas, Castelo, Ponte Romana, Fortes, etc.), assim como os Museus, as Termas, entre tantas outras coisas. E aproveite também para saborear a nossa maravilhosa gastronomia.
Estando longe de Chaves, do que é que sente mais saudades?
Como referi atrás não sou um saudosista por assim dizer, gosto sim de relembrar os tempos idos e que não voltam.
Capela de São Lourenço - Abrantes
Com que frequência regressa a Chaves?
Menos do que gostaria. No entanto, tento visitar pelo menos uma vez por ano, nem sempre conseguindo, mas tento. E sempre que o faço, além de estar com a família, aproveito para dar a conhecer à minha família ribatejana (esposa e não só) o nosso concelho e os arredores.
O que gostaria de encontrar de diferente na cidade?
Já por demais referido em tantos locais, como o Facebook, blogs e outros, gostaria de voltar a ver o Jardim das Freiras novamente digno do nome Jardim, com flores, árvores e não um espaço vazio de verdura.
Gostaria de voltar para Chaves para viver?
Foi ideia que já me passou pela cabeça. Já esteve mais longe, mas também já esteve muito mais perto. Voltar a Chaves em princípio só para visitar a família, amigos e férias, pois profissionalmente estou “preso” ao Ribatejo.
O espaço “Flavienses por outras terras” é feito por todos aqueles que um dia deixaram a sua cidade para prosseguir vida noutras terras, mas que não esqueceram as suas raízes.
Se está interessado em apresentar o seu testemunho ou contar a sua história envie um e-mail para flavienses@outlook.pt e será contactado.