Chaves de ontem - Praça de Camões
Hoje fica uma imagem dos inícios do Século passado com o edifício dos paços do concelho ao fundo, ainda sem o relógio e com o pelourinho ainda no largo.
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Hoje fica uma imagem dos inícios do Século passado com o edifício dos paços do concelho ao fundo, ainda sem o relógio e com o pelourinho ainda no largo.
Montalegre – Rua Direita e Largo do Pelourinho
No Barroso aqui tão perto de hoje, vamos até à Vila de Montalegre, mais precisamente para o Largo do Pelourinho a partir do qual nasce a Rua Direita, que travessa o Centro Histórico da Vila, terminando na praça onde se encontram os dois grandes edifícios público da Câmara Municipal e Tribunal.
Pelourinho que aparece à esquerda da imagem, de construção recente (Sec. XX), foi construído em memória do antigo pelourinho que tinha armas do Rei D.Sancho I (Sec.12/13) e foi implantado neste mesmo largo, onde esteve até meados do séc. XIX, tendo sido mudado para o Campo do Toural, onde esteve até finais do mesmo Séc.XIX, sendo mandado demolir pela Câmara Municipal para no seu lugar construir um tanque.
O atual pelourinho tenta ser uma réplica do original, que segundo descrições existentes seria composto por plataforma retangular, com acesso por três degraus lisos, com base retangular, com a parte inferior lisa e uma cornija saliente muito simples, coluna de fuste cilíndrico e cornija muito saliente; o remate era monolítico retangular, com o escudo de D. Sancho I, ou seja, com cinco escudetes em cruz encimados por coroa real aberta, na face frontal. (Fonte SIPA).
Vamos mais uma vez para as imagens de ontem e de hoje de uma das principais praças de Chaves e também das mais interessantes – A Praça da República ou também popularmente conhecida pelo Largo do Pelourinho.
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Se há praças com história, esta é uma delas. História que desde logo lhe é dada pela sua localização central e junto à rua principal da cidade e que, desde sempre, fez com que fosse uma das praças mais nobres de Chaves.
Hoje Praça da República, adivinha-se que nem sempre teve este topónimo. De facto assim é, pois o actual topónimo só foi possível após a implantação de República em 1910, aliás adopta este topónimo por proposta do Dr. António Granjo, logo em 13 de Outubro de 1910, três dias após a implantação da República. E se a República depôs a monarquia, também depôs o topónimo existente na altura e por sinal bem monárquico, pois até essa data era a Praça D.Carlos I, ou seja a praça do Rei e, daí, também testemunhar a importância da Praça. Com certeza que ao longo dos tempos adoptou outros topónimos, mas faltam-nos as referências aos mesmos.
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Também já aqui demos conta que a praça nem sempre foi assim tal como se apresenta nas fotografias de hoje. Desde cemitério a praça do mercado, de largo do município a jardim, terminando num empedrado parque de estacionamento, já tudo foi um pouco.
E se esta praça desde sempre a conheço, também, como a praça das agências funerárias de Chaves, não deixou a ironia do destino de as ligar a um dos primeiros cemitérios de Chaves. O cemitério medieval, que de facto, foi nesta Praça durante longos anos, associado que estava (não às agências funerárias) mas à Igreja Matriz, que como sempre, tinham ligadas a si e implantados junto a elas e até dentro delas, os cemitérios.
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Desconheço quando deixou de ser cemitério. Sei, isso sim, que a partir de certa data não faltaram destinos e obras no largo. Iniciou-se pela construção da famosa casa dos arcos onde funcionou a Câmara Municipal e outros serviços públicos durante muitos anos até que a construção se tornou obsoleta para tantos serviços e a Câmara Municipal a abandonou para ocupar as actuais instalações do Palacete do Morgado de Vilar de Perdizes, em 1861. No entanto não seria ainda aqui o fim da casa dos arcos, pois ainda resistiu durante mais 60 anos até à sua demolição, a qual foi arrematada (por 50$00) em 1920.
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Será só a partir desta data que a Praça ganhou a actual configuração, primeiro sem pelourinho, depois com pelourinho sem jardim, depois com várias versões de jardins para finalmente dar lugar ao actual empedrado que logo deu lugar a um parque de estacionamento. Hoje, embora já não seja parque de estacionamento, continua a desempenhar essas funções e, embora proibido, não há dia nenhum em que a praça não esteja compostinha com os seus popós.
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Quanto às fotos de hoje, embora a primeira pareça bem antiga, são todas posteriores a 1920 e de entre elas a que se manteve mais tempo, é (a meu ver infelizmente) a praça actual, pois esta já existe desde 1970. No entanto, a minha imagem de eleição é a do postal sépia ou do postal a cores, aliás com o mesmo desenho da praça, e pela simples razão de a ter conhecido assim (inclusive com o carochinha vermelho lá estacionado) e de ter a oportunidade de na memória a poder comparar com a praça de hoje e com a foto de há uns dias atrás.
As fotos são apresentadas por ordem cronológica, sem certeza das datas certas, mas sabendo que todas elas são posteriores a 1920.
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