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O nosso destino de hoje para mais uma das nossas aldeias do concelho de Chaves é para Pereiro de Agrações. É uma das três aldeias do concelho de Chaves, sendo nesta como, tal como na Póvoa de Agrações, mas há uma que assume o topónimo por inteiro, sendo apenas Agrações.
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Ora se fossemos a seguir o topónimo pelo seu significado teríamos “pereiro” como uma variedade de macieira que dá maças em forma de pera e “agrações” [i] é o aumentativo masculino plural de agraço, que por sua vez significa uva verde ou sumo de uva verde. Ou seja, Pereiro de Agrações seria a terra da fruta verde e esquisita, mas não, já vi por lá fazer vinho e uvas bem madurinhas, maças das normais e peras, mas a fruta rainha da aldeia ou das três Agrações, até é a castanha. Pois uma das coisas que fui aprendendo com a toponímia é que os topónimos na maior parte das vezes, principalmente quando têm nome de animais ou de árvores, nada têm com os animais ou as árvores com o mesmo nome. Ou seja, mais uma vez ficamos, pelo menos eu fico, sem saber a origem deste topónimo.
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Pereiro de Agrações e Agrações são duas aldeias até onde gostamos de ir. Também subiríamos mais um pouco até à Póvoa se os acessos fossem bons a partir do Pereiro, mas não, nem por isso são lá muito bons para popós, embora já algumas vezes me atrevesse a fazer o trajeto via Pereiro.
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Mas como ia dizendo gostamos de ir por Pereiro e Agrações, principalmente no Outono/Inverno, pelo colorido e pelas neblinas (quer por lá quer as que cobrem o vale da Ribeira de Oura) que oferecem sempre motivos interessantes para fotografar, quer pelo colorido, no caso do outono, ou pelas neblinas e nevoeiros no caso do inverno. No entanto, pelo meu arquivo fotográfico vejo que Agrações tem sido mais vezes o nosso destino, embora sejamos sempre obrigados a parar dentro ou perto de Pereiro para umas imagens especiais, que os pastores da terra os vão proporcionando, com os quais vamos sempre dado alguns dedos de conversa, pois já somos velhos conhecidos e que quase sempre encontrámos quando fomos por lá.
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E desta vez espero não meter nenhuma galga como o fiz da primeira vez que abordei esta aldeia, que corrigi logo que tomei conhecimento dela. A estória até é caricata, pois abordei o Pereiro de Agrações, com as fotografias que então lá tinha tomado, referi-me sempre às coisas da aldeia e na feitura do post ia revivendo os momentos que lá passei e as conversas que por lá fui tendo, no entanto, desde o início ao fim dos post em vez de escrever Pereiro de Agrações, escrevia Póvoa de Agrações. Após a publicação, passados dois ou três dias, encontrei o Presidente da Junta que me disse já ter visto o post, e até tinha gostado, só que, tinha-me enganado no nome da aldeia…
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São traições que a nossa mente nos prega, pois conheço, localizo e distingo perfeitamente as três aldeias que têm Agrações no seu topónimo, no entanto cometi esse lapso. Mas em mim não é caso único. Neste caso relatado, dado a proximidade, o serem da mesma freguesia e terem o mesmo topónimo Agrações, até pode ser explicado ou em parte justificado, mas tenho outro caso bem mais estranho em que a minha mente já me atraiçoou várias vezes e em que as duas aldeias nada têm a ver uma com a outra, pois em algumas vezes que o meu destino deveria ser Stº António de Monforte, quando fui a dar por mim, estava em Nogueira da Montanha. A única justificação que encontro para tal, e que até nem justifica nada, é eu conhecer Stº António de Monforte por Curral de Vacas e daí o meu inconsciente rejeitar o primeiro topónimo e de castigo (que até nem é castigo nenhum) leva-me para a croa do Brunheiro. Já se me disserem: — O pá, tens de ir a Curral de Vacas… vou lá direitinho. Mas isto é apenas um aparte que até nem interessa nada para Pereiro de Agrações.
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Pereiro de Agrações, que no próximo outono ou inverno, teremos de fazer por lá uma paragem mais prolongada, para além dos pastores e dos seus rebanhos, pois pelo meu arquivo fotográfico sinto que a aldeia merece uma abordagem mais atenta e mais madura. Poderá ser no outono/inverno como poderá ser noutra ocasião que há muito tenho pensada para essa aldeia, mas que agora não poderei desvendar, pois ainda está no segredo dos “deuses” e a amadurar, será, isso é certo, uma abordagem bem diferente daquelas que costumo fazer a todas as aldeias.
[i] agraço in Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2018. [consult. 2018-08-04 03:06:35]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/agraço