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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

07
Ago22

O Barroso aqui tão perto - Freguesia de Pinho

Aldeias do Barroso - Concelho de Boticas


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Freguesia de Pinho

 

Tal como vem sendo habitual nestas abordagens das aldeias do concelho de Boticas, após trazermos aqui todas as aldeias de uma freguesia, fazemos um post resumo dessa freguesia. Assim, abordadas que estão as três aldeias da freguesia de Pinho, passamos ao post da freguesia.

 

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Quanto às imagens de hoje, são também uma espécie de resumo das imagens que deixámos em cada post dedicado a cada uma das três aldeias da freguesia

 

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Localização geográfica: A freguesia de Pinho situa-se na parte Sudeste do concelho de Boticas.

Distância relativamente à sede do concelho: aproximadamente 5,5 km.

Acesso viário: Pela ER 311, a partir de Boticas ou Vidago.

 

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Área total da freguesia: 22,4 km2.

Localidades: Pinho, sede de freguesia, Sobradelo e Valdegas.

População: 600 habitantes

 

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Orago: Santa Marta

Festas e Romarias:

- Divino Espírito Santo, Maio, Valdegas

- Senhor do Monte, último domingo de Julho, Pinho

- Santo André, último domingo de Novembro, Sobradelo.

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

Património Arqueológico: Castro do Mouril Povoado da Lage / Prados

Património Cultural e Edificado:

- Calvário (Pinho)

- Calvário (Valdegas)

- Quinta de Santa Bárbara (Valdegas)

- Relógio de Sol (Valdegas)

- Santuário do Senhor do Monte

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

 

Outros locais de interesse turístico:

- Forno do Povo de Valdegas (construção recente)

- Parque de Lazer de Gomeiros

- Parque de Lazer de Valdegas

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

Marcas da história antiga

Castro do Mouril

Designação: Castro do Mouril

Localização: Pinho

Descrição: Este castro encontra-se no extremo do lado Nascente da freguesia de Pinho, a confrontar com a povoação de Arcossó, da freguesia de Vidago, do concelho de Chaves. O monte do Mouril é rodeado a Nascente e a Sul pelo rio Tâmega e fica na confluência da ribeira de Sampaio com o Tâmega, ribeira que limita o castro pelo Poente. O castro tem duas linhas de muralhas. Quase no cimo do topo Sul há um pedaço da primeira muralha com 40m, feita de pedras de xisto e algumas pedras de granito, em forma de cunha e face do topo apicotado. A segunda muralha tem 2,6 m de largura e 50 a 60 cm acima da terra; tem um troço levemente arqueado a rodar para o topo do lado Poente do castro, com 30m de comprimento. Entre as duas muralhas há um patamar de 12 m de largura. Existem vestígios de três casas circulares e foi encontrada no local uma mó de um moinho manual. Existe também um penedo com gravuras e covinhas.

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

Festa do Senhor do Monte

Esta festa realiza-se anualmente no último domingo de Julho, no Santuário do Senhor do Monte em Pinho. Localizado na Serra do Facho, é um dos maiores santuários do Concelho, tem uma igreja com duas torres, a casa dos andores, e à volta uma vasta zona de pinheiros e um espaço para merendas.

 

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Conta a lenda, perpetuada pela tradição oral, que no tempo de antigamente não havia lá nada, apenas um caminho por onde passavam os almocreves que tudo comerciavam. O espaço onde hoje está localizado o Santuário era local de descanso onde costumavam parar e onde se encontrava um nicho onde os almocreves colocavam uma esmola apelando à protecção divina que os protegesse dos ladrões. Até que um dia, segundo a lenda, apareceu nesse sítio, em cima de um monte de pedras onde ainda hoje se podem ver as pegadas, o Senhor do Monte. As gentes da terra pegaram no Santo e levaram-no para a Igreja de Pinho, mas o Santo teimava em aparecer no mesmo lugar. Até que as pessoas se renderam à sua vontade e construíram uma capelinha junto ao lugar onde ele apareceu e no monte de pedras colocaram uma cruz. Com o passar do tempo o dinheiro das esmolas foi sendo cada vez mais. Tal fama de protector conquistou, que construíram uma igreja em pedra, carrada em carros de bois pelos lavradores das aldeias da freguesia.

 

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É considerado o protector dos animais e em sua honra realiza-se anualmente esta festa. Manda a tradição que no sábado, dia reservado à bênção dos animais, os lavradores levem o gado até ao Santuário e com ele dêem três voltas à igreja. Muitos são os percorrem longas distâncias, não só do concelho, mas também de concelhos vizinhos, outrora a pé, agora em carrinhas, para levarem os seus animais até ao santuário em busca da protecção do Santo. Nesse dia, dizem os fiéis, apesar da grande concentração de animais nesse espaço, não se vê uma mosca no pinhal. As esmolas das promessas ou agradecimentos pela protecção ou benesse recebida costumavam ser dadas em centeio, mas agora costumam dar dinheiro. No domingo o santuário enche-se de fiéis para assistirem à celebração religiosa e à majestosa procissão com diversos andores, que se realiza em volta do Santuário, acompanhada por várias bandas musicais. Depois, a festa prossegue, animada por um conjunto. Muitos são os que trazem merendas de casa e aproveitam para almoçar no recinto.

 

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A esta festa acorrem também muitos vendedores ambulantes com os mais diversos produtos.

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

UM DOCUMENTO DE 1758

No ano de 1758 o Rei D. José através do seu ministro Marquês de Pombal desenvolveu um inquérito a todas as paroquias do Reino de Portugal continental, que hoje se encontram no IAN/TT.

Este inquérito que foi respondido pelos párocos das freguesias era composto de três partes: a primeira respeitante a paróquia onde se tratava de saber da sua historia, produções agrícolas, população, instituições locais, igreja e capelas com suas devoções e romagens, a segunda tratava da serra e das suas características, se tinha lagoas e nascentes, monumentos, capelas, caça e árvores e a terceira perguntava sobre os rios e ribeiros que nela existissem, assim como das levadas, represas, moinhos, pisões e culturas nas suas margens. É graças a este inquérito que se pode obter uma visão mais ou menos completa de como era a freguesia de Pinho nos meados do século XVIII, como abaixo se pode ver. Esta memória paroquial é particularmente rica de informação, o que nos permite até imaginar como seria a vida desta comunidade paroquial.

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

É a resposta dada pelo pároco da freguesia de Pinho nesse ano o Vigário António Dias Monteiro que adiante apresentamos. Para melhor leitura foi actualizado o Português naquelas palavras que consideramos necessário, introduzindo-se-lhe pontuação e parágrafos.

 

É esta freguesia da província de Trás-os-Montes, do termo da vila de Montalegre donde dista quatro léguas. E regida pelo juiz de fora da dita vila, Ouvidoria de Bragança, Provedoria de Guimarães e é dos Estados da Sereníssima Casa de Bragança.

Está encostada a um monte mediano a que os naturais chamam Coto do Sol olhando para o meio-dia. É de ares temperado. Os seus habitantes são lavradores e homens de trabalho. Os seus frutos são o centeio, milho, igualmente bastante castanha, vinho de cepas e parreiras e também algum azeite.

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

Dela se avistam para o sul alguns montes e terras do concelho de Vila Pouca de Aguiar e mais para o nascente grande parte da Ribeira de Oura.

Tem cento e três fogos e quatrocentas pessoas tudo, pouco mais ou menos. Tem para o poente imediata uma serra de âmbito quase redondo, que atravessada terá meia légua, a que chamam a Seixa. E um monte áspero onde se encontram lobos e também javalis; com poucas árvores e muitos matos de urze de cuja cepa se faz muito carvão.

É esta freguesia do Arcebispado Primaz de Braga, donde dista treze léguas; comarca da vila de Chaves, de cujo correio se vale e donde dista três léguas e da corte de Lisboa está, na opinião comum, a setenta léguas.

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

É Vigararia colada anexa a Reitoria de São Pedro de Sapiãos, cabeça da comenda de que é comendador o excelentíssimo Marquês de Manalva. Poderá render de oitenta até cem mil réis.

Consta de três lugares, a saber: Pinho, de cinquenta e quatro fogos, entre os quais esta a igreja matriz. É padroeira a Virgem Santa Marta, tem sacrário colocado no altar-mor e tem mais dois altares colaterais, um de Nossa Senhora do Rosário e o outro de Santo António com suas imagens. Há no mesmo povo outra capela com a imagem e invocação de São Roque, omada pelo mesmo povo.

Tem para o nascente outro lugar de trinta e sete fogos, chamado Valdegas. Há nele uma capela com a invocação do Divino Espírito Santo onde se fazem os funerais dos que nela elegem sepultura, omada pelo mesmo povo. Há outra capela particular com a invocação de Nossa Senhora do Pilar a qual fundou junto das suas casas o Veríssimo Alvares de Quiroga, capitão de cavalos na praça de Chaves e hoje a administra o seu filho Veríssimo Alvares de Quiroga Machado, cavaleiro da Ordem de Cristo e alferes de cavalos na mesma praça.

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

Tem outro lugar descendo para o sul, distante meia légua, com doze fogos. Há nele uma capela com a imagem e invocação de Santo André, ornada pelo mesmo povo a que chamam Sobradelo, o qual fica imediato ao rio Tâmega que naquele sitio divide o concelho de Montalegre do da Vila Pouca de Aguiar e a comarca eclesiástica de Chaves da de Vila Real.

Tem o dito rio, naquele sítio e em muitos mais, algumas represas para moinhos de pão. Atravessa-se de barca, há alguns vestígios de que houve ponte ou se tentou fazer, o que seria bem porque suposto de Verão e vadiavel de Inverno é passagem perigosa e em muitas enchentes se não passa sendo a concurrencia frequente por ser a estrada directa de Vila Real para a Vila de Montalegre e todo o seu concelho e não ter ponte senão na vila de Chaves, distante três léguas. Corre neste sítio de nascente para poente, é caudaloso e fecundo em peixe miúdo, a saber: barbos, bogas e escalos. Não consta que com ele se fertilizam os campos, só serve para moagens principalmente no tempo do Verão. Dizem que começa no lugar de Meixedo, termo de Montalegre, correndo para nascente entra no Reino da Galiza e passa por um povo a que chamam Tamaguelos, há dúvidas se foi o rio que deu o nome ao lugar, ou o lugar ao rio.

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

Já nesta freguesia trás sete, quase oito, léguas de corrente. Tem em todo o seu curso cinco pontes: a primeira na vila de Chaves, a segunda no lugar de Cavez onde divide a província de Trás-os-Montes da do Minho, a terceira junto da vila de Mondim de Basto, a quarta na vila de Amarante e a quinta na vila de Canavezes, comarca do Porto. São todas de pedra, obras de custo e perfeição. Desagua no Rio Douro onde chamam Entre ambos os Rios, seis léguas acima da cidade do Porto.

É esta freguesia cercada, na parte norte, por outro riacho chamado Terva por correr por uma ribeira com esse nome. Corre ao longo de légua e meia de corrente, inclinado para o Sul, e desagua no dito Tâmega, em terra escarpada com o nome de rio Seixa pela vizinhança que tem com a serra e monte do mesmo nome.

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

O que tenho dito é o que me consta e alcancei desta freguesia por algumas informações. É o que posso responder aos inquéritos que por ordem do Muito Reverendo Senhor Doutor Vigário Geral desta comarca me foram remetidos. E do modo que posso, passo e afirmo esta in verbo sacerdotis a qual irá também assinada pelo Reverendo Domingos Goncalves, Reitor de São Pedro de Sapiãos, padroeiro desta freguesia e pelo Reverendo Manuel Dias, Vigário do Salvador do Eiró, da mesma comenda.

Santa Marta de Pinho, 8 de Marco de 1758.

O Vigário António Dias Monteiro.

O Reitor de Sapiãos Domingos Goncalves

O Vigário de São Salvador do Eiró Manuel Dias

 

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Pinho

 

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Sobradelo

 

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Valdegas

 

E é tudo, ou quase tudo, apenas nos falta deixar um link para cada um dos posts das três aldeias da freguesia de Pinho, onde cada uma tem também um vídeo resumo com todas as fotografias do post, que também poderá ver no MEO KANAL Nº 895 607. Aqui ficam os links:

 

Pinho

Sobradelo 

Valdegas

 

Agora sim, vamos rematar este post deixando apenas aqui anunciada a próxima freguesia a abordar no concelho de Boticas, que será a de Sapiãos.

 

 

 

19
Jun22

O Barroso aqui tão perto - Pinho

Aldeias do Concelho de Boticas


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Iniciamos hoje a abordagem de mais uma freguesia do concelho de Boticas, a freguesia de Pinho. Seguindo a metodologia que temos seguido para o concelho de Boticas, vamos abordar as aldeias da freguesia por ordem alfabética, calhando assim a abertura da freguesia à aldeia que é sede de freguesia e dá nome à mesma – Pinho.

 

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Freguesia de Pinho que além desta aldeia possui mais duas aldeias, a aldeia de Sobradelo e Valdegas, todas nas encostas de montanhas com vertentes para o Rio Tâmega, sendo este o limite de freguesia a Nascente, mas também limite do concelho de Boticas e limite do Barroso, fazendo fronteira com os concelhos de Chaves e Vila Pouca de Aguiar. Bem podemos dizer que a freguesia, é uma freguesia de limites…

 

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Hoje para além da aldeia de Pinho faremos também a abordagem a um dos santuários mais importantes do concelho de Boticas, o Santuário do Senhor do Monte, isto por ser um Santuário da freguesia, pois em proximidade, é a aldeia de Valdegas a que fica mais próxima, a uns escassos 500m de distância.

 

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Já que iniciámos com a localização da freguesia e suas aldeias, deixemos a sua localização completa, bem como o nosso itinerário recomendado para chegar até lá, que desta vez não precisamos de ir por aquela estrada que habitualmente nos leva até terras de Boticas, pois temos como mais próximo e melhor caminho, a Nacional 2 até à entrada de Vidago, mais propriamente até à ponte seca onde devemos deixar a EN2 e apanhar a R311, esta sim bem nossa conhecida nas andanças por Boticas, uma vez que é a estrada que mais aldeias serve no concelho, atravessando-o de uma ponta à outra no sentido nascente-poente, sendo o contrário também verdade. Em suma, para os flavienses, deixamos a EN2 e rumamos em direção à Paria de Vidago, Souto Velho e Anelhe, sem entrar nestas duas aldeias, mas seguindo sempre pela estrada principal após a ponte sobre o Tâmega (Praia de Vidago), onde a umas centenas de metros à frente entramos no Concelho de Boticas e Freguesia de Pinho, ficando a aldeia a menos de 6Km. No total, entre Chaves e Pinho, são 25,7Km. Ficam os mapas para melhor orientação e entendimento.

 

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Quanto à freguesia e aldeia de Pinho, ficando já nas montanhas com vertentes para o Rio Tâmega e a uma cota que varia entre os 500 e os 600 m, já assume características de transição entre o Barroso da terra fria e a terra quente que tem em frente para lá das serras do Brunheiro e da Padrela, daí o cultivo da terra já com espécies muito variadas e árvores de fruta, mas também a proximidade da sede do concelho, de Vidago e Chaves, fazem com que Pinho seja uma aldeia grande, que rebentou com as costuras do núcleo antigo da aldeia e se tivesse expandido para novos bairros e ao longo da estrada e caminhos.

 

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Vamos agora passar àquilo que se diz sobre Pinho na monografia botiquense “Preservação dos Hábitos Comunitários nas Aldeias do Concelho de Boticas”, começando pela descrição geral da freguesia.

 

Localização geográfica: A freguesia de Pinho situa-se na parte Sudeste do concelho de Boticas.

Distância relativamente à sede do concelho: aproximadamente 5,5 km .

Acesso viário: Pela ER 311, sentido Vidago, virando na indicação Pinho.

Área total da freguesia: 22,4 km2.

Localidades: Pinho, sede de freguesia, Sobradelo e Valdegas.

População: 478 habitantes.

Orago: Santa Marta

Festas e Romarias: Senhor do Monte, último domingo de Julho.

Património Arqueológico: Castro do Mouril Povoado da Lage / Prados

Património Cultural e Edificado: Calvário (Pinho), Santuário do Senhor do Monte

 

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FESTA DO SENHOR DO MONTE

Esta festa realiza-se anualmente no último domingo de Julho, no Santuário do Senhor do Monte em Pinho. Localizado na Serra do Facho, é um dos maiores santuários do Concelho, tem uma igreja com duas torres, a casa dos andores, e à volta uma vasta zona de pinheiros e um espaço para merendas.

 

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Conta a lenda, perpetuada pela tradição oral, que no tempo de antigamente não havia lá nada, apenas um caminho por onde passavam os almocreves que tudo comerciavam. O espaço onde hoje está localizado o Santuário era local de descanso onde costumavam parar e onde se encontrava um nicho onde os almocreves colocavam uma esmola apelando à protecção divina que os protegesse dos ladrões. Até que um dia, segundo a lenda, apareceu nesse sítio, em cima de um monte de pedras onde ainda hoje se podem ver as pegadas, o Senhor do Monte. As gentes da terra pegaram no Santo e levaram-no para a Igreja de Pinho, mas o Santo teimava em aparecer no mesmo lugar. Até que as pessoas se renderam à sua vontade e construíram uma capelinha junto ao lugar onde ele apareceu e no monte de pedras colocaram uma cruz. Com o passar do tempo o dinheiro das esmolas foi sendo cada vez mais. Tal fama de protector conquistou, que construíram uma igreja em pedra, carrada em carros de bois pelos lavradores das aldeias da freguesia.

 

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É considerado o protector dos animais e em sua honra realiza-se anualmente esta festa. Manda a tradição que no sábado, dia reservado à bênção dos animais, os lavradores levem o gado até ao Santuário e com ele dêem três voltas à igreja. Muitos são os percorrem longas distâncias, não só do concelho, mas também de concelhos vizinhos, outrora a pé, agora em carrinhas, para levarem os seus animais até ao santuário em busca da protecção do Santo. Nesse dia, dizem os fiéis, apesar da grande concentração de animais nesse espaço, não se vê uma mosca no pinhal. As esmolas das promessas ou agradecimentos pela protecção ou benesse recebida costumavam ser dadas em centeio, mas agora costumam dar dinheiro. No domingo o santuário enche-se de fiéis para assistirem à celebração religiosa e à majestosa procissão com diversos andores, que se realiza em volta do Santuário, acompanhada por várias bandas musicais. Depois, a festa prossegue, animada por um conjunto. Muitos são os que trazem merendas de casa e aproveitam para almoçar no recinto.

 

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A esta festa acorrem também muitos vendedores ambulantes com os mais diversos produtos.

 

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TRADIÇÕES

Casamento

Em Pinho, no dia antes do casamento, é costume juntar-se um grupo de rapazes e percorrem as ruas da aldeia a tocar buzinas aos noivos.

 

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Os Caminhos

São espaços comunais utilizados pela população para se deslocarem no espaço territorial da aldeia. Dado que todos utilizam estes espaços, o seu arranjo e manutenção era feito pela comunidade aldeã. Assim, no final do Inverno e início da primavera, o Regedor e o Cabo de Ordens, mais tarde substituídos nessas funções pelo Presidente da Junta ou um seu representante, ou o Presidente do Conselho Directivo, à saída da missa, no largo junto à igreja, convocavam o ajunto ou ajuntamento do povo (um homem de cada casa) para ir aos caminhos. No dia combinado, geralmente aos sábados, ao toque do sino, o povo juntava-se num largo da aldeia, junto a uma igreja ou capela, e iam dar um jeito aos estragos provocados pelos rigores do Inverno e limpar os caminhos. Se, na generalidade das aldeias, participava nestes trabalhos o povo todo junto, nos dias marcados para arranjar os caminhos, na aldeia de Pinho, em cada um dos dias, iam aos caminhos quatro ou cinco casas (um representante de cada uma delas) conforme os trabalhos a realizar, num sistema de rotatividade pelas casas da aldeia até dar a volta ao povo.

 

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A Água

A água, elemento dominante da paisagem uma boa parte do ano, desempenha um importante papel na sobrevivência das economias agro-pastoris da região. São inúmeras as suas aplicações: garante da produtividade das parcelas agrícolas e dos lameiros, sustento dos gados, força motriz dos inúmeros moinhos de água existentes ao longo dos corgos e dos rios; estende a sua utilidade ao quotidiano das aldeias, aos tanques, bebedouros dos animais e aos lavadouros públicos existentes.

Dadas as características dos solos e os rigores do clima da região, a água, seiva da terra, desempenha um papel fulcral na produtividade agrícola.

No território do concelho pratica-se a rega por gravidade. A água de rega, proveniente de várias fontes de água superficiais, localizadas nas encostas dos montes e serras junto às aldeias, é utilizada para regar as parcelas localizadas a juzante.

 

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Para optimizar a utilização deste recurso, foram criadas infra-estruturas para a rega. Os regos conduzem a água desde as nascentes, corgos ou ribeiras, até às poças/tanques de rega, reservatórios de retenção da água. Da poça/tanque, a água é encaminhada, também através de regos, até às parcelas agrícolas. Acontece, por vezes, as nascentes brotarem no local onde se encontra a poça/tanque. Em quase todas as aldeias, estas infra-estruturas, outrora em terra batida e pedra, foram alvo de obras de beneficiação, remodeladas, e construídas em cimento e betão armado, de forma a rentabilizar este recurso, reduzindo ao mínimo o seu desperdício ao longo do percurso que faz até às parcelas agrícolas.

 

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Geralmente, cada uma das aldeias dispõe, no seu termo territorial, de nascentes, regatos ou ribeiros, donde provém a água para rega. Todavia, existem situações em que diferentes aldeias têm que partilhar a utilização da água. A partilha de água entre aldeias, geralmente conflituosa, levou à criação de regras de utilização bem definidas, nem sempre respeitadas pelos seus habitantes, ou à posse dessa água por apenas uma das aldeias.

 

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(…)

No que se refere às quantidades de água, estas têm uma dimensão variável. Nalgumas aldeias, a divisão da água processa-se à poçada, mas a quantidade de água disponível para rega depende, em larga medida, do que cada uma das poças/tanques conseguir recolher, enquanto está fechada. Cada regante, geralmente de acordo com a dimensão da área a regar, pode ter direito a uma ou mais poçadas, ou apenas a uma parte de poçada (1/2 ou ¼). Nestes casos, quando numa poçada rega mais que uma pessoa, dividem a água no rego, de acordo com os direitos de cada um. Existe ainda outro método de divisão da água na poça/tanque, os décimos. Em Pinho e Sobradelo, cada poçada encontra-se dividida em 10 partes. Cada regante, geralmente de acordo com a dimensão da área a regar, tem direito a um determinado número de décimos ou a poçadas completas (10 décimos). Se em Pinho a divisão dos direitos de água se processa no rego, dividindo o caudal da água consoante tenha mais ou menos direitos, em Sobradelo a medição da água é feita com uma vara. Antes de abrirem a poça/tanque para regar procedem à medição da água com uma vara e fazem a divisão consoante o número de herdeiros e a quantidade de água a que cada um tem direito, colocando laços. À medida que o nível da água atinge cada um dos laços, assim cada um dos regantes rega. Normalmente, os regantes entendem-se bem, mas como se sabe “no tempo de rega não há santos”, como se costuma dizer “quem sacha mal, rega bem”, algumas pessoas tornam a água quando os outros andam a regar. Isto gera alguns conflitos dentro da comunidade mas acabam por ser resolvidos entre os intervenientes.

(…)

 

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Nalgumas aldeias, como em Pinho e Valdegas, existem os gestores da água, pessoas com um profundo conhecimento da distribuição da água, encarregues de organizar o rol semanal da água das diferentes poças de rega

 

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MARCAS DA HISTÓRIA ANTIGA

Castro do Mouril

Designação: Castro do Mouril

Localização: Pinho

Descrição: Este castro encontra-se no extremo do lado Nascente da freguesia de Pinho, a confrontar com a povoação de Arcossó, da freguesia de Vidago, do concelho de Chaves. O monte do Mouril é rodeado a Nascente e a Sul pelo rio Tâmega e fica na confluência da ribeira de Sampaio com o Tâmega, ribeira que limita o castro pelo Poente.

 

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O castro tem duas linhas de muralhas. Quase no cimo do topo Sul há um pedaço da primeira muralha com 40 m, feita de pedras de xisto e algumas pedras de granito, em forma de cunha e face do topo apicotado. A segunda muralha tem 2,6 m de largura e 50 a 60 cm acima da terra; tem um troço levemente arqueado a rodar para o topo do lado Poente do castro, com 30m de comprimento. Entre as duas muralhas há um patamar de 12 m de largura. Existem vestígios de três casas circulares e foi encontrada no local uma mó de um moinho manual. Existe também um penedo com gravuras e covinhas.

 

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E sobre Pinho vai sendo tudo, para já, pois ainda teremos oportunidade de trazer aqui a aldeia mais uma vez com o resumo da freguesia. Assim, hoje,só nos resta deixar aqui  o vídeo com todas as imagens da aldeia de PINHO que foram publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem.

 

Aqui fica:

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL895 607

 

E quanto a aldeias de Boticas, despedimo-nos até ao próximo domingo em que continuaremos na freguesia de Pinho, mas com a aldeia de teremos aqui a aldeia de Sobradelo.

 

 

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