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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

16
Fev21

Entróido, Entrudo e Carnavais

Entróido de Verin e Entrudo de Podence


1600-verin-15 (5)

 

Já sabemos que este ano não tivemos carnaval, e não me venham com o virtual, porque esse não vale, pois, o carnaval ou no nosso caso o entrudo, só se faz com as malandrices que traz associadas, embora nós, flavienses, até nem nos podemos queixar por perdemos o dia de entrudo, pois por cá não há tradição, embora até seja uma contradição, pois se tivermos em conta a Euro Cidade de Chaves-Verin, aí sim, temos um dos maiores, senão o maior entrudo da península ibérica, mas como todos sabemos, esse carnaval, só em Verin é que acontece. Independentemente da Euro Cidade, sem qualquer dúvida que o Entróido dos Cigarróns de Verin, é o nosso entrudo.

 

1600-podence (314)

 

Assim, mesmo sem carnaval/entrudo nas ruas, o seu dia maior aconteceria hoje, não o tivemos nas ruas, mas temos imagens dos outros anos, e recordar também faz partes das nossas vidas. Ficam então duas imagens dos cigarróns de Verin, do outro lado da raia, mas na Galiza e já sabemos que a Galiza, culturalmente falando, incluindo na língua, é muito próxima de nós, e uma das provas, está precisamente na tradição do entrudo/entróido, incluindo nos disfarces e malandrices, tradições a ele associados, com base num entrudo de malandrices, sujo, bem longe do samba nas ruas.

 

1600-verin-15 (38)

 

Como tal trazemos também duas imagens de um entrudo que nos é também próximo, não tão próximo como o de Verin (estamos a falar de distâncias no terreno), mas é em Trás-os-Montes, e que se repete um pouco por algumas localidades do distrito de Bragança, no caso das imagens, é o entrudo de Podence.

 

1600-podence (496)

 

E é tudo, só falta mesmo localizar no tempo as imagens que aqui deixamos, as dos cigarróns de Verin são do entróido de 2015 e a dos caretos de Podence são do entrudo de 2018.

 

 

10
Dez20

Reino Maravilhoso - Podence e Azibo

Douro e Entre os Montes


1600-podence (29).jpg

1600-reino maravilhoso

 

Hoje a nossa proposta fica para um dia de inverno e um de verão fora de casa, o de inverno para um Carnaval e um dia de verão para uma praia fluvial, curiosamente, para o mesmo local, o dia de inverno  para o Carnaval de Podence e o segundo para a praia fluvial da barragem do Azibo.

 

mapa-podence.jpg

 

Fica também o mapa goole com a localização e três itinerários possíveis para lá chegar.

 

Para não estarmos a repetir imagens e coisas que já dissemos neste blog, fazemos o repositório de um post que publicámos em 2018, a última vez que fomos por lá:

 

 

Entrudo fora de casa...

 

1600-edrosso-desde (16)

 

Já há muito que tínhamos decidido que este ano trocávamos o Intróido galego pelo Entrudo português, mais propriamente tínhamo-nos decidido pelo do Nordeste transmontano, com preferências a cair no de Podence. No entanto tínhamos também decidido que com frio ainda lá íamos, mas com chuva ficávamos em casa. A previsão era de chuva e frio e a decisão foi de ficar em casa.

 

1600-edrosso-desde (6)

 

Dia de entrudo, de frio e chuva em casa, é quase o mesmo que dizer mais um dia de sofá. Claro que a gastronomia do dia faz um pouco a diferença, mas após a almoçarada, então é que de certeza estamos condenados ao sofá, e depois, para ser sincero, a ementa do domingo gordo e a do entrudo, foi acontecendo um pouco ao longo das últimas semanas e o do último domingo ainda não estava bem digerido, além do mais, à família apetecia-lhe ir laurear a pevide, e  andar de cuzinho tremido todos gostam, e sem medo a frio ou chuvas, pois o popó também é um pequeno lar com as suas comodidades. Vai dai — Vamos! Pra onde!? — Logo se vê…

 

1600-azivo (23)

 

A ideia era sair das autoestradas e privilegiar as estradas nacionais e secundárias, de preferência por terras menos conhecidas, não muito longe, nem muito perto, que desse para não levantar muito cedo e regressar a casa ainda de dia. Comer, logo se via, onde desse mais jeito. Ficou decidido ir para terras de Vinhais, entrar um pouco no distrito de Bragança, pois este nunca nos calha nos nosso itinerários obrigatórios além em muitas das suas localidades se festejar o Entrudo com caretos. Partir um pouco à descoberta do interior mais interior, e lá fomos nós com o primeiro destino em Vinhais e aí logo se veria.

 

1600-podence (172)

 

Chegados a Vinhais, resolvemos deixar a EN 103 e virar para o interior. Destino Macedo de Cavaleiros e aí logo se veria. E assim foi. Curva e mais curva, sem muita velocidade, pois queríamos apreciar aquilo que ainda não conhecíamos. Céu escuro bem carregado de nuvens a ameaçar chuvada, mas não passava da ameaça, já a temperatura ia variando entre os 4 e 1º, frio de rachar, mas isso era fora do popó, dentro ia-se bem. Mesmo assim não resisti ao que ia vendo e próximo de uma aldeia que dava pelo nome de Edrosso, parei o popó e fiz duas fotos cuja composição tinha aberto o apetite à objetiva.

 

1600-podence (346)

 

Mais uns quilómetros e a surpresa do dia – Podence e a Barragem do Azibo aparecia nas placas, ambos lugares desconhecidos para nós, além de Podence ter feito parte dos nosso planos. Já quase na hora do almoço, seriam bons locais para comer qualquer coisa. Decidimo-nos pela barragem do Azibo, passando ao lado de Podence, ao qual deitaríamos uma olhadela após o almoço. Mas na barragem só deu mesmo para umas fotos, bem fias por sinal. Onde comer, não havia. “Bota” pra Podence.

 

1600-podence (60)

 

Chegados a Podence, mesmo ao lado da barragem do Azibo, demos com as ruas quase desertas, sem caretos, sem entrudo, mas pelo menos não faltava onde comer, quase porta sim porta não. Perguntámos à GNR de serviço que estava na entrada da aldeia o que era feito dos caretos e do entrudo!? – E  resposta foi pronta, que a noite anterior tinha sido de festa grande, com os “casamentos” e ainda deviam estar a descasar.

 

1600-podence (14)

 

Quem já não descasava nessa altura eram as nossas barriguinhas a pedir alimento. Demos uma volta pela aldeia, fomos tirando umas fotos e vendo as ementas nos restaurantes improvisados. Ementa repetida em quase todos eles, e a preços acessíveis. As queixas do frio agravado por algum vento que se fazia sentir convidou-nos a entrar num desses restaurantes improvisados, ainda quase vazio, mas que aos poucos se foi compondo e enchendo. Comemos bem, obrigado! E aquecemos um pouco.

 

1600-podence (311)

 

Findo o comer, de novo as ruas de Podence, ainda sem grande movimento, mas notava-se que havia gente a chegar. Caretos, nem vê-los. Perguntámos de novo por eles e disseram-nos que ainda era cedo que deveriam estar a comer…  o frio continuava mas algumas fogueiras estrategicamente colocadas nos largos iam aquecendo um pouco, embora o vento fizesse com que o fumo não nos largasse. Por vontade das mulheres podíamos pensar em partir. Que não, teimei eu, sem fotografais dos caretos não abalava. E depois de mais umas voltas pelas ruas, um café e uma ginjinha, uma visita à Casa/Museu do Careto, de ouvir um pouco de música pelo grupo de serviço, de apreciar as curiosas placas que em quase todas para além da rua ou largo tinha um cometário por baixo, sempre do género “aqui existiu, ou teria existido…”  começa-se a ouvir o chocalho de um careto, depois mais outro e depois mais dois ou três.

 

1600-podence (304)

 

Embora poucos, já dava para umas fotos, as ruas começaram a encher, o frio continuava a apertar, e a festa iniciava-se espontaneamente onde houvesse caretos e música. Uns dançavam, outros apreciavam, outros não largavam as fogueiras, alguns ainda iam entrando nos restaurantes improvisados enquanto outros iam saindo, fotógrafos por todo o lado, televisões e a festa tinha começado.

 

1600-podence (283)

 

Começou para os que ficaram, nós já tínhamos a nossa dose de frio, de fumo, de caretos, de entrudo e de fotos.  Regressámos a casa, desta vez deixámos o romantismo de parte e decidimo-nos pela autoestrada em direção a Mirandela. Autoestrada  que curiosamente separa a aldeia de Podence da Barragem do Azibo.

 

1600-podence (342)

 

E num instante estávamos em Chaves de regresso ao lar, doce lar e que depois de um dia que até se tornou gostoso, pelo menos para mim que fiz o gosto ao dedo dos cliques. Isto das autoestradas e vias rápidas têm a desvantagem de passarmos literalmente ao lado das coisas, localidades e paisagens, sem tempo para reparar em pormenores, mas têm a vantagem de serem muito mais rápidas que as estradas nacionais e municipais.  Quanto a Podence, aguçou-nos o apetite para lá voltarmos no próximo ano, mas aí, com tempo para ficar à festa.

 

E estamos de novo de regresso à cidade!

 

 

 

25
Fev20

Entrudo, Entróido e Carnaval

Verín, Laza e Podence


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Careto de Podence

Entrudo ou Carnaval está aí, nas ruas das aldeias, vilas e cidades, um pouco por todo o mundo, e é coisa muito antiga com origens para todos os gostos. Em miúdo, lá em casa falava-se no entrudo e pouco em carnaval. Embora o primeiro termo esteja mais ligado ao mundo rural e o segundo, mais globalizado. Entrudo para nós, entróido aqui para os nossos vizinhos galegos ou para a nossa Eurocidade Chaves-Verin, já que em Chaves, não há tradição do que quer que seja (entrudo ou carnaval), ou melhor, até havia, em manifestações espontâneas de pequenos grupos, não organizados,  de um entrudo porco, sujo, feio e barulhento, era mesmo assim, com farinha e carvão, rabichas e bombas a estourarem por todo o lado, “peidos chocos” e serem largados em lugares público e salas de aula, seringas de água de todas as formas e feitios, e serpentinas para os mais betinhos,  etc.

 

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Cigarrón de Verín - Galiza

Coisas que até eram proíbas de serem utilizadas (como as bombas e petardos) mas que se compravam por aí em qualquer sítio, inclusive eram vendidas a crianças. Mas a diversão principal da cidade (Chaves) era mesmo aproveitar essa proibição na presença da polícia, fazendo rebentar as bombas nos seus pés, o que os deixava zonzos na procura dos atiradores, pois no meio da confusão era quase impossível saber quês as lançou, sendo mesmo, às vezes, lançadas a certa distância, principalmente quando a polícia abandonava o local e as bombas continuavam a rebentar-lhe junto aos pés, pois a tática da rapaziada era furar uma batata, meter-lhe a bomba dentro e lança-la a rolar para distâncias maiores. Meia dúzia de atiradores e o resto era assistência, estas, até iam tendo alguma graça, agora chegar a casa todo molhado, enfarinhado e sujo de carvão, já não tinha tanta graça. Assim, se é que isto era entrudo, era o que ia havendo nas ruas de Chaves e não era coisa de um dia, mas de vários… mas isto eram outros tempos, em que televisões poucas havia, internet nem em sonhos, té certo que tínhamos cinema, mas não era todos os dias.

 

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O Homem Líquen (Carnaval de Verín - Galiza)

Mas voltemos ao Entrudo e Carnaval, às suas origens bem antigas. Pois olhando ao seu significado e origem, o Entrudo talvez seja o termo mais correto, ou melhor, o mais correto seria mesmo entrudo carnavalesco, porque os nossos, têm as duas vertentes, isto olhando à sua origem e ao significado dos termos na sua origem, em que o entrudo tem origem no latim introitus (intróito), com o significado de introduzir, dar entrada, começo ou anunciar a aproximação da quadra quaresmal, por sua vez o Carnaval, mais antigo, remonta ao tempo dos deuses, estava ligado a vários rituais do final de inverno e início da primavera, com festividades e cerimónias aos deuses, destacando-se uma,  a de lançar ao mar uma barcaça – o carrus navalis (carro naval) – repleta de oferendas, após ter sido abençoada por um sacerdote, tendo o ritual por objectivo a purificação e a fecundidade das terras, onde a  multidão assistia mascarada à partida da barca, prosseguindo depois em procissão pelas ruas. Mas há outra versão, esta já da era cristã, a explicação etimológica para o termo «Carnaval» aponta para a palavra carnisvalerium (carnis de carne, valerium, de adeus), o que designaria o adeus à carne durante a quaresma, hoje, nos dias de jejum.

 

1600-corredoiro 17 (449)

Cigarrón de Verín - Galiza

Chegados aqui, continuo a pensar que o entrudo carnavalesco é mesmo o termo próprio, pois por um lado temos o Entrudo como a introdução à quaresma com o adeus à carna, é a a parte religiosa da coisa e por outro, o carnaval entra com sua parte pagã da coisa, com os desfiles, máscaras, brincadeiras, matrafonas, bailes, bombas e serpentinas.

 

1600-laza-entroido (192)

Os Peliqueiros de Laza (Galiza) - Invasão das casas

Para entrudo deste post, há a dizer que as imagens de hoje são de dois entróidos, o de Verin com os seus cigarróns e o de Laza com os seus peliqueiros e os caretos de Podence. Estres três sim, com tradição e mais qualquer coisa de significado, e embora os três tenham em comum os chocalhos nas costas dos caretos, são completamente diferentes. Os mais genuínos, sem dúvida que são o de Podence e o de Laza, o de Verin é o de maior sucesso, pois modernizou-se, adaptou-se aos novos tempos, mantém algumas tradições, mas explorou a folia no sentido da farra, da borga, dos copos, das noitadas, da festa… e tem sido um sucesso a chamar a Verin milhares de pessoas para as suas celebrações, com a noite das comadres, dos compadres, o domingo corredoiro e os desfiles de domingo e terça-feira (hoje) onde tudo termina.

 

1600-corredoiro 17 (437)

Cigarróns de Verin - Galiza

E por hoje é tudo, com imagens dos nossos carnavais transmontanos ou galegos, bem diferentes daqueles mais afamados de Portugal.  E é tudo, da nossa parte também cumprimos esta quadra, curiosamente, este ano, se termos ido a nenhum deles, as imagens são de arquivo, mas continuam atuais.

 

 

 

14
Fev18

Um dia de Entrudo fora de casa...


1600-edrosso-desde (16)

 

Já há muito que tínhamos decidido que este ano trocávamos o Intróido galego pelo Entrudo português, mais propriamente tínhamo-nos decidido pelo do Nordeste transmontano, com preferências a cair no de Podence. No entanto tínhamos também decidido que com frio ainda lá íamos, mas com chuva ficávamos em casa. A previsão era de chuva e frio e a decisão foi de ficar em casa.

 

1600-edrosso-desde (6)

 

Dia de entrudo, de frio e chuva em casa, é quase o mesmo que dizer mais um dia de sofá. Claro que a gastronomia do dia faz um pouco a diferença, mas após a almoçarada, então é que de certeza estamos condenados ao sofá, e depois, para ser sincero, a ementa do domingo gordo e a do entrudo, foi acontecendo um pouco ao longo das últimas semanas e o do último domingo ainda não estava bem digerido, além do mais, à família apetecia-lhe ir laurear a pevide, e  andar de cuzinho tremido todos gostam, e sem medo a frio ou chuvas, pois o popó também é um pequeno lar com as suas comodidades. Vai dai — Vamos! Pra onde!? — Logo se vê…

 

1600-azivo (23)

 

A ideia era sair das autoestradas e privilegiar as estradas nacionais e secundárias, de preferência por terras menos conhecidas, não muito longe, nem muito perto, que desse para não levantar muito cedo e regressar a casa ainda de dia. Comer, logo se via, onde desse mais jeito. Ficou decidido ir para terras de Vinhais, entrar um pouco no distrito de Bragança, pois este nunca nos calha nos nosso itinerários obrigatórios além em muitas das suas localidades se festejar o Entrudo com caretos. Partir um pouco à descoberta do interior mais interior, e lá fomos nós com o primeiro destino em Vinhais e aí logo se veria.

 

1600-podence (172)

 

Chegados a Vinhais, resolvemos deixar a EN 103 e virar para o interior. Destino Macedo de Cavaleiros e aí logo se veria. E assim foi. Curva e mais curva, sem muita velocidade, pois queríamos apreciar aquilo que ainda não conhecíamos. Céu escuro bem carregado de nuvens a ameaçar chuvada, mas não passava da ameaça, já a temperatura ia variando entre os 4 e 1º, frio de rachar, mas isso era fora do popó, dentro ia-se bem. Mesmo assim não resisti ao que ia vendo e próximo de uma aldeia que dava pelo nome de Edrosso, parei o popó e fiz duas fotos cuja composição tinha aberto o apetite à objetiva.

 

1600-podence (346)

 

Mais uns quilómetros e a surpresa do dia – Podence e a Barragem do Azibo aparecia nas placas, ambos lugares desconhecidos para nós, além de Podence ter feito parte dos nosso planos. Já quase na hora do almoço, seriam bons locais para comer qualquer coisa. Decidimo-nos pela barragem do Azibo, passando ao lado de Podence, ao qual deitaríamos uma olhadela após o almoço. Mas na barragem só deu mesmo para umas fotos, bem fias por sinal. Onde comer, não havia. “Bota” pra Podence.

 

1600-podence (60)

 

Chegados a Podence, mesmo ao lado da barragem do Azibo, demos com as ruas quase desertas, sem caretos, sem entrudo, mas pelo menos não faltava onde comer, quase porta sim porta não. Perguntámos à GNR de serviço que estava na entrada da aldeia o que era feito dos caretos e do entrudo!? – E  resposta foi pronta, que a noite anterior tinha sido de festa grande, com os “casamentos” e ainda deviam estar a descasar.

 

1600-podence (14)

 

Quem já não descasava nessa altura eram as nossas barriguinhas a pedir alimento. Demos uma volta pela aldeia, fomos tirando umas fotos e vendo as ementas nos restaurantes improvisados. Ementa repetida em quase todos eles, e a preços acessíveis. As queixas do frio agravado por algum vento que se fazia sentir convidou-nos a entrar num desses restaurantes improvisados, ainda quase vazio, mas que aos poucos se foi compondo e enchendo. Comemos bem, obrigado! E aquecemos um pouco.

 

1600-podence (311)

 

Findo o comer, de novo as ruas de Podence, ainda sem grande movimento, mas notava-se que havia gente a chegar. Caretos, nem vê-los. Perguntámos de novo por eles e disseram-nos que ainda era cedo que deveriam estar a comer…  o frio continuava mas algumas fogueiras estrategicamente colocadas nos largos iam aquecendo um pouco, embora o vento fizesse com que o fumo não nos largasse. Por vontade das mulheres podíamos pensar em partir. Que não, teimei eu, sem fotografais dos caretos não abalava. E depois de mais umas voltas pelas ruas, um café e uma ginjinha, uma visita à Casa/Museu do Careto, de ouvir um pouco de música pelo grupo de serviço, de apreciar as curiosas placas que em quase todas para além da rua ou largo tinha um cometário por baixo, sempre do género “aqui existiu, ou teria existido…”  começa-se a ouvir o chocalho de um careto, depois mais outro e depois mais dois ou três.

 

1600-podence (304)

 

Embora poucos, já dava para umas fotos, as ruas começaram a encher, o frio continuava a apertar, e a festa iniciava-se espontaneamente onde houvesse caretos e música. Uns dançavam, outros apreciavam, outros não largavam as fogueiras, alguns ainda iam entrando nos restaurantes improvisados enquanto outros iam saindo, fotógrafos por todo o lado, televisões e a festa tinha começado.

 

1600-podence (283)

 

Começou para os que ficaram, nós já tínhamos a nossa dose de frio, de fumo, de caretos, de entrudo e de fotos.  Regressámos a casa, desta vez deixámos o romantismo de parte e decidimo-nos pela autoestrada em direção a Mirandela. Autoestrada  que curiosamente separa a aldeia de Podence da Barragem do Azibo.

 

1600-podence (342)

 

E num instante estávamos em Chaves de regresso ao lar, doce lar e que depois de um dia que até se tornou gostoso, pelo menos para mim que fiz o gosto ao dedo dos cliques. Isto das autoestradas e vias rápidas têm a desvantagem de passarmos literalmente ao lado das coisas, localidades e paisagens, sem tempo para reparar em pormenores, mas têm a vantagem de serem muito mais rápidas que as estradas nacionais e municipais.  Quanto a Podence, aguçou-nos o apetite para lá voltarmos no próximo ano, mas aí, com tempo para ficar à festa.

 

E estamos de novo de regresso à cidade!

 

 

 

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