Ambientes e mentes poluídas
Há dois dias atrás alguém me alertava para as extensas manchas de óleo que flutuavam sobre as águas do Tâmega junto à Ponte Romana. Sei que tanto a Câmara Municipal como a Brigada do Ambiente da GNR têm vindo a notificar e multar a empresa responsável por esses derrames para o rio, aliás um problema já bem antigo que eu me lembro de estar referenciado pelo menos de há 20 anos para cá. Sei que é muito fácil atirar com umas pedradas a quem tinha obrigação de resolver o problema, mas às vezes também sei como é que a lei funciona nestes casos, principalmente quando se trata de empresas que tem um certo poder económico e com os tribunais atafulhados de casos bem mais graves, como um que ontem vinha no JN a respeito de um roubo de feijão verde numa grande superfície, no valor de 77 cêntimos. Claro que com roubos e crimes tão graves como este, depois não há tempo para tratar dos crimes ambientais e, como nestes os danos não são contabilizados no bolso de nenhuma grande superfície ou grande empresa e apenas danificam o ambiente que sendo de todos, não é de ninguém, o ambiente que se lixe, para além do crime compensar.
Mas voltemos às manchas de óleo e à empresa que as produz, que é uma empresa flaviense que até presta serviços à população e aos flavienses, claro que devidamente pagos e como tal, deveria ser a própria empresa a ter a preocupação de resolver o problema e não poluir aquilo que é de todos – o Rio Tâmega. Além de ser sua obrigação, ficava-lhe bem e demonstraria que não está apenas preocupada em sacar dinheiro aos flavienses pelos serviços que lhes presta, mas que também se preocupa com o ambiente, mas não, assim não acontece, pois para isso a sua preocupação deveria ir para além do negócio. Mas como a resolução dos problemas do ambiente e da sociedade também passam pela cultura e formação de todos, principalmente dos mais poderosos, não podemos exigir mais.
As fotografias não são do óleo (essas não me foi possível resgistá-las) mas dos lixos que se vão deixando ao longo das margens do rio, principalmente a montante da ponte de S.Roque na zonas dos lagos das antigas extrações de areia, mas sobre isso, a crónica que vem já aí a seguir também dá uma achega.