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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

05
Dez20

O Barroso aqui tão perto - Parada

Aldeias do Barroso do Concelho de Montalegre


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PARADA - MONTALEGRE

 

 

Há pecado leves, sem importância nenhuma, que se cometermos um, ninguém leva a mal,  quanto aos graves, esses, são imperdoáveis, de levar mesmo a mal, e quem sentir isso, têm toda a razão, mesmo que o pecado seja cometido sem premeditação, é na mesma pecado. Pois eu ia cometendo um, felizmente que dei conta ainda a tempo, ainda dentro de prazo, mesmo que um pouco deslocado, mas o que interessa, é não ter cometido esse pecado, e este, seria mesmo imperdoável, pois quem seria lesado, não o merece, antes pelo contrário.

 

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Aquando da publicação do post das aldeias dos colonos do Barroso, dei como encerrada a abordagem das aldeias do Barroso de Montalegre, ficaria apenas a vila sem post, para em tempo oportuno vir por aqui. No entanto há dias, á procura de uma foto no meu arquivo das aldeias de Montalegre, entrei na aldeia de Parada, e para espanto meu, dei-me conta que tinha passado por cima desta aldeia sem a abordar.

 

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Não sei como aconteceu, tanto mais que levava a abordagem das aldeias por ordem alfabética, mas a verdade é que aconteceu, e seria pena não termos aqui Parada, pois lá paradinha no seu sítio, é uma das aldeias mais bonitas de Montalegre, não só que em vê na sua intimidade, mas também que a vê à distância, mas também e ainda há a acrescentar a beleza dos olhares que desde lá se podem lançar, quer para a barragem de Paradela, quer para a Serra do Gerês, e até as aldeias vizinhas ganham em beleza quando vistas de Parada, tal como acontece com a aldeia de  Outeiro.

 

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Agora sim, o concelho de Montalegre, quanto ás suas aldeias, fica completo, com todas as aldeias com espaço neste blog. Claro que vamos continuar pelo concelho, não só com a vila de Montalegre, mas também com alguns lugares e pormenores que ainda queremos visitar e registar, além dos dias de neve que sempre nos atraem até lá, algumas sextas-feiras 13, etc. Motivos nas nos faltam, muitas vezes, ou quase sempre, falta é o tempo.

 

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Mas hoje o tempo do blog é para a aldeia de Parada, ainda para mais que tem o mesmo topónimo da aldeia de toda a minha família paterna, o que agravava ainda mais o pecado de não a trazer aqui.

 

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Vamos então até Parada de Montalegre, com partida, como sempre, da cidade de Chaves e pelas estradas que mais gostamos de percorrer, ou seja a nossa estrada do S. Caetano, com passagem por Soutelinho da Raia para logo de seguida fazermos a entrada no concelho de Montalegre, com Meixide a surgir-nos no horizonte mais próximo, embora a nossa atenção vá sempre para o horizonte um pouco mais distantes, para a serra do Larouco, desde onde se vê com toda a sua imponência e que desde que passaram por aqui as crónicas de António Granjo, passei a ver também a imagem que ele via no Larouco, a de um grande lagarto com a cabeça virada para Montalegre e a longa cauda a entrar pela Galiza adentro. Quando forem de Chaves por este trajeto, mesmo na entrada do concelho de Montalegre, deitem um olhar para o Larouco e vejam se realmente está lá o lagarto ou não, sem ser necessária muita imaginação, desde que não seja e dia de neve, que aí, camuflado de branco, ninguém dá por ele…

 

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Atrás ficámos em Meixide onde, para chegar a Montalegre, pode optar ir por Pedrário, Sarraquinos… oui então por Vilar de Perdizes, Solveira, etc. Este último trajeto tem melhor estrada, no entanto o outro troço, como se tem de fazer com menor velocidade, aprecia-se melhor a paisagem, e as suas aldeias.

 

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Chegado a Montalegre, continua-se para o Baixo Barroso, em direção ao campo de futebol/Sr. da Piedade, sempre sem enganar até Sezelhe, onde o cruzamento poderá suscitar algumas dúvidas, mas basta seguir em frente, as placas ajudam,  e lá aparece uma a indicar Parada, conjuntamente com Tourém, Pitões, Outeiro, Paredes, Covelães e Travassos, apenas alguns dos muitos destinos do Barroso que ainda há pela frente.

 

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Logo a seguir a Sezelhe, temos que atravessar o ribeiro de Lamachã, muito discreto e perdido entre lameiros, mas a marcar a entrada no Parque Nacional da Peneda-Gerês, estamos a entrar noutro mundo, embora ainda Barroso, mas com uma forte presença da Serra do Gerês, por um lado a impor-se como uma barreira natural que por sua vez impõe outros modos de vida e até algumas regras a cumprir, regras de conservação e preservação da natureza, algumas delas de interdição a determinadas áreas ou limitadas a número de pessoas, sendo nalguns casos necessária autorização prévia para aceder a elas, mas não é o caso do acesso às aldeias do Parque Nacional, na qual também está incluída a aldeia de Parada, as regras mais restritas, vão aumentando conforme se sobe em altura na Serra do Gerês.

 

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Isto das regras de circulação e acessos à Serra do Gerês, é uma coisa a ter em conta, pois corre o risco de ver frustrado um passeio pela serra, ou se transgredir, a ser multado por andar onde não deve, assim, se o seu destino for para ir pela serra acima, convém informar-se previamente num posto de informação do parque, em Montalegre, há um no Ecomuseu de Barroso, ou então na internet na página oficial do parque. Digo isto porque estando em Parada, ou noutra aldeia das faldas da Serra do Gerês, há caminhos para subir a serra, e às vezes podem ser uma tentação para entrar neles e subir à descoberta, tanto mais que a paisagem convida.

 

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Regressemos ao nosso itinerário, depois de Sezelhe e de fazermos a entrada no Parque Nacional, temos pela frente as aldeias de Travassos do Rio, Covelães, Paredes do Rio e Outeiro, logo a seguir, a menos de 1Km, temos a nossa aldeia de hoje – Parada. Atenção em Outeiro, no cruzamento de entrada desta aldeia, devemos seguir em frente e passar-lhe ao lado. Parada é fim de linha, a estrada termina na aldeia, a partir de aí só o caminho para a Serra do Gerês, ou seja, depois de visitar a aldeia, terá que voltar para trás. Mas para ter uma ideia e melhor localização, ficam os nossos mapas:

 

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Quem acompanha o blog e estes nossos destinos do Barroso, sabe que em geral nunca voltamos a casa pelo mesmo caminho, assim, depois de visitar Parada, regresse a Outeiro e aqui, agora sim, abandone a estrada e entre na entrada da aldeia, numa descida um pouco acentuada e em curva contra curva e em frente à igreja, siga com destino a Paradela do Rio, numa estrada sempre sobranceira à barragem. Em Paradela, no cruzamento de entrada da aldeia, siga em direção a Loivos, Fiães do Rio, Vilaça e São Pedro. Já estamos no regresso a casa pela M514. Em São Pedro vamos entrar no CM1011, nesta devemos seguir à direita, para a esquerda regressaríamos a Sezelhe e Montalegre, mas nós voltamos à direita, em direção Contim e Brandim, logo a seguir entramos na N103 (estrada de Braga-Chaves), mesmo em frente à Barragem dos Pisões, a partir de aí, todos os caminhos vão dar a Roma, mas se quiser regressar a Chaves mais direto, basta seguir à esquerda pela N103 até Chaves.

 

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Sobre a aldeia, daquilo que vimos, gostámos. Logo na entrada e num dos pontos mais altos da aldeia, existe um largo/miradouro desde onde se podem lançar olhares para a aldeia, mas também para a barragem de Paradela e para a Serra do Gerês. O casario da aldeia é de povoamento concentrado num antigo núcleo, com casas tipicamente barrosãs, de granito à vista assente com junta seca e os telhados ainda com o murete de pedra que servia amparo às antigas coberturas de colmo. Também existem alguns canastros (espigueiros se preferirem) e latadas de videiras sobre algumas ruas, o que, para além de nos indicar um dos modos de vida da aldeia, a agricultura, dá um mais castiço a estas aldeias Barrosãs, que as diferencia das aldeias do Alto-Barroso.

 

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Estamos no Baixo-Barroso, mas que ao contrário do Alto-Barroso com características bem definidas, quer no tipo de aldeamento quer na paisagem, o Baixo-Barroso vai-se alterando conforme as serras que tem na proximidade. Esta aldeia de Parada já está naquele Barroso bem singular da Serra do Gerês que se vai estendendo desde Pitões das Júnias até Fafião, aldeias implantadas mesmo ao lado do grande rochedo despido e bruto do Gerês, mas aproveitando o aconchego entre montanhas, nas vertentes das terras mais baixas onde as manchas pintadas com o verde dos campos cultivados e das pastagens se torna mais intenso, dando uma beleza única a todo este Barroso. É por isso que o Barroso apaixona todos os que gostam da natureza, não só da selvagem e natural, mas também da natureza humana que o povoa.

 

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E fico-me por aqui na descrição daquilo que vi na aldeia e nas redondezas, pois por mais que insista em procurar palavras para descrever todo este pequeno mundo, ficarei sempre aquém da realidade, e depois aquilo que os meus olhos veem, são indiscritíveis em palavras e pela certa, diferentes dos olhares de cada um.

 

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Para além daquilo que os nossos olhos veem, há também aquilo que eles não veem, não por estarem distraídos com outros olhares, mas porque só se vê aquilo que é visível, e para ser visível temos que ir aos locais de onde se veem, e às vezes não vamos, acontece-nos frequentemente, isto porque gostamos de entrar nestas terras com o olhar virgem para deixar que a descoberta nos surpreenda, nos impressione. Nunca vamos à procura de nada, mas apenas daquilo que encontramos, deixando que a curiosidade do olhar conduza os nossos passos para a descoberta deste lugares e aldeias.

 

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Claro que ser, estar e agir, tem as suas vantagens, mas também os seus inconvenientes e quando chegamos à hora da feitura destes posts e procuramos alguma informação sobre estes lugares e aldeias, às vezes apercebemo-nos de que algo de importante ou interessante nos escapou, que por não sabermos da sua existência não fomos a esses lugares, não lançamos o nosso olhar, não fizemos o registo. Aqui em Parada, pelo menos, sei-o agora, não estivemos num lugar que deveríamos ter visitado – O fojo do lobo.

 

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Não fomos lá, mas fica aqui a descrição dele, tal qual a encontrámos na página oficial da Câmara Municipal de Montalegre, online na internet (consulta de hoje):

 

Monumento localizado a uma altitude média de 890 metros, no interior do Parque Nacional da Peneda-Gerês. A vegetação é densa, tendo o fojo ardido recentemente. Trata-se de um muro em granito, fechado em redor de um grande penedo, que forma um recinto apenas acessível pelo lado exterior. Tem uma porta, antigamente utilizada pelos populares para colocar o isco, proceder a operações de manutenção e limpeza, e para entrar no interior da área murada quando um lobo aí era encurralado. Com cerca de 60 metros de diâmetro médio, é o maior fojo deste tipo na península ibérica. Uma das suas particularidades estruturais é o reservatório de forma quadrangular escavado no afloramento rochoso no qual assenta o penedo central, que assumia a função de bebedouro para o animal, utilizado como isco. O chamariz utilizado podia também ser uma cabra viva, oferecida pelos moradores da freguesia de Outeiro interessados na captura.

 

Coordenadas GPS: 41.815289 e -7.953511

Altura: 886 m

 

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Mas esta de não ir a estes lugares por os desconhecer é também uma tática nossa, embora não propositada, mas que nos serve de desculpa ou pretexto, para fazer uma nova visita a aldeia e registarmos aquilo que nos escapou.

 

E estamos quase a concluir este post, com um pedido de desculpas à aldeia de Parada por só agora a trazermos aqui, mas mais vale tarde que nunca, mas para compensar este atraso e o ter saído da “caixa” das restantes aldeias do concelho de Montalegre, prometemos que em breve e/ou logo que esta coisa da pandemia desapareça, voltamos a Parada para novos registos, para irmos ao fojo do lobo e se possível, pois não sei se é transitável e permitido, subir um bocadinho na Serra do Gerês para mais uma foto mais de perto, embora à distância, da capela do São João da Fraga. Fica prometido.

 

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E agora para terminar, o nosso habitual vídeo com todas as imagens da aldeia de Parada que foram publicadas hoje neste blog.  Vídeo que podem ver aqui, no meu canal do YouTube e agora também, este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

Aqui fica o vídeo, espero que gostem:

 

 

Quanto às aldeias do Barroso de Montalegre, voltaremos aqui na próxima sexta-feira com mais um vídeo e algumas imagens da aldeia de Paradela do Rio.

 

 

21
Ago17

O Barroso aqui tão perto - Beçós


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Lá vamos nós mais uma vez até ao Barroso aqui tão perto, mas hoje com um dos destinos mais distantes do Barroso.  Claro que já sabem que os nossos destinos têm sempre como ponto de partida a cidade de Chaves, daí a nossa aldeia de hoje ser uma das mais distantes de Chaves. Penso mesmo que, em distância, só será ultrapassada por Seara (uma aldeia vizinha) e por Fafião.

 

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Sempre que temos intenção de ir até ao Barroso,  fazemos o trabalho de casa, ou seja, decidimos quais as aldeias a visitar e traçamos o nosso itinerário, onde nem sempre nos decidimos pelo mais favorável em termos de distância, mas antes pelo mais interessante ou até pelo mais desconhecido.

 

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Pois para irmos até Beçós, a nossa aldeia de hoje que pertence à freguesia de Salto, temos três itinerários possíveis. Um via Soutelinho da Raia, Sarraquinhos, Barracão, Pisões, Venda Nova e Salto, ao todo são 76Km. Podemos optar pela Estrada Nacional 103, ou seja Curalha, Sapiãos, Barracão e o restante itinerário é igual ao anterior. Este segundo itinerário tem mais 100m do que o anterior, ou sejam 76,1Km, a estrada é menos complicada que o itinerário anterior mas também é menos interessante em termos paisagísticos. Pois desta vez o itinerário mais favorável é também o mais interessante, fica a seguir.

 

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Então para irmos até Beçós optámos pela Nacional 103, mas só até Sapiãos, aí virámos para Boticas e depois apanhámos a Nacional 311 que nos ligou a Salto e dai virámos em direção à Póvoa, imediatamente antes desta subimos ao Carvalho e logo a seguir temos Beçós. Ao todo são 60,3 Km, o itinerário é lindíssimo, mas a estrada requer algum cuidado, o seu traçado assim o exige.

 

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Já perceberam mais ou menos onde Beçós poisa, no limite do concelho de Montalegre com o Concelho de Cabeceiras de Basto a apenas 1.4 Km com ligação por estrada  e o de Boticas a pouco mais, a 3.5Km, mas sem ligação direta por estrada. Mas sejamos mais precisos e vamos às suas coordenadas: 41º 35’ 57.61N e 7º 54’ 46.64”O. Quanto a altitude andamos à volta dos 950 m. Como sempre fica também o nosso mapa.

 

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Passemos agora ao topónimo Beçós. Os som da pronúncia podem-nos levar e pensar em “besos” ou seja, em beijos na língua castelhana, tanto mais que a aldeia já foi grafada com z, “Bezoos” que hoje seria “Bessós”, como à frente é defendido, mas parece que nada tem a ver com beijos. Vejamos então o que nos diz a Toponímia de Barroso.

 

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Reza assim a Toponímia de Barroso:

Beçós ou Vessós?

Sendo um diminutivo de Beça, provirá de BETULA+OLA > BETULA > BETIOO > BEZOO > BEÇÓ, no plural. Porém, acuso-me de muito duvidoso.

Documenta-se a forma:

- 1258 « et de villa de Lama Chaa et de Bezoos…» INQ 1512

As dúvidas prendem-se com a pouca vocação de terra para criar vidoeiros pela carência de água. Todavia a outra hipótese fica ainda mais difícil devido à forma conhecida que se apresenta grafada com z… Logo, a hipótese de campo arroteado, lavrado, terra virada pela charrua, de versu+ola só nos levaria a vessós, com ss. Ou seja, a terra vessada não deu origem a Beçós.

Prefiro má pronúncia de bouça – Bouçós.

 

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Para além das referências à toponímia da aldeia, nas nossas pesquisas nada mais encontrámos, assim, vamos ter de nos valer das nossas impressões pessoais sobre aquilo que vimos e das conversas que por lá tivemos durante a nossa visita.

 

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Como já atrás referimos, nesta aldeia estamos a uma altitude próxima dos 1000 metros, mas lá em cima, numa espécie de planalto ou de pequenas planícies entre pequenas elevações, o verde impera e por perto tem sempre uma aldeia. Neste caso de Beçós também assim é, ou quase, pois aqui a pequena planície não existe, mas existe o verde dos campos cultivados ou dos pastos.

 

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A aldeia é pequena com casario ao longo da rua principal,  onde se formam dois pequenos núcleos de casas que saem um pouco fora da rua, um deles um pouco separado da restante aldeia. Aldeia pequena, pouca gente, mas menos do que aquilo que devia ter. O mesmo de sempre, pois por aqui o despovoamento também se faz notar.

 

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Encontrámos no entanto pelo menos uma família tradicional, ou seja, uma família à moda antiga onde conviviam as três gerações -  filhos, pais e avós, coisa que vai sendo rara hoje em dia, pois o que vai havendo mais são apenas avós, se filhos e netos por perto.

 

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Neste caso encontrámos um avô, antigo emigrante que regressou à terra mãe, um pouco também à moda antiga, com os nossos emigrante dos anos sessenta do século passado, daquele grande boom da nossa emigração, mas com emigrantes que na sua maioria regressaram passados uns bons anos, com as suas economias para investirem nas suas aldeias.

 

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Emigrantes à moda antiga com as antigas aldeias ainda cheias de gente, onde ainda tinham irmãos, pais, primos, amigos, vizinhos e umas poulas cultivadas por alguém que ficava. Depois havia a festa de verão da aldeia e as restantes festas ou celebrações, como o natal e a páscoa. Havia de tudo que convidava a vinda religiosa anual e à vinda definitiva depois de ter feito casa nova e de conseguir umas economias para o resto dos seus dias.

 

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E hoje,  continuamos a ser um país de emigrantes? Dizem que sim, mas cada vez mais passámos a ser exportadores de portugueses, principalmente e pessoal do interior e rural, tudo porque as antigas referências de família, das suas aldeias cada vez são menos e já não têm por quem regressar. Já não trabalham lá fora para construir casa na aldeia ou para comprar apartamento na cidade, tudo porque os seus lugares de origem não lhe oferecem condições para os seus regressos.

 

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Um desabafo um pouco provocado pela conversa que tive em Beçós com uma das poucas pessoas que vi na aldeia, aliás de pessoas só vi mesmo esse avô o seu neto e penso que a sua filha.

 

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E antes de finalizarmos fica mais uma referência às vistas que desde a aldeia se podem lançar para as montanhas de Cabeceiras de Basto e de seguida as habituais referências às nossas consultas, hoje apenas uma, e os links para os posts dedicados ao Barroso.

 

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Bibliografia

BAPTISTA, José Dias, (2014), Toponímia de Barroso. Montalegre: Ecomuseu – Associação de Barroso

 

Links para anteriores abordagens ao Barroso:

A

A Água - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-a-agua-1371257

Algures no Barroso: http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-1533459

Amial - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-ameal-1484516

Amiar - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-amiar-1395724

Arcos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-arcos-1543113

 

B

Bagulhão - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-bagulhao-1469670

Bustelo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-bustelo-1505379

 

C

Cambezes do Rio - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cambezes-do-1547875

Carvalhais - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-carvalhais-1550943

Castanheira da Chã - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-castanheira-1526991

Cepeda - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cepeda-1406958

Cervos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cervos-1473196

Contim - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-contim-1546192

Cortiço - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-1490249

Corva - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-corva-1499531

 

D

Donões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-donoes-1446125

 

F

Fervidelas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-fervidelas-1429294

Fiães do Rio - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-fiaes-do-1432619

Fírvidas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-firvidas-1466833

Frades do Rio - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-frades-do-1440288

 

G

Gralhas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-gralhas-1374100

Gralhós - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-gralhos-1531210

 

L

Ladrugães - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-ladrugaes-1520004

Lapela   - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-lapela-1435209

 

M

Meixedo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-meixedo-1377262

Meixide - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-meixide-1496229

 

N

Negrões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-negroes-1511302

Nogeiró - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-nogueiro-1562925

 

O

O colorido selvagem da primavera http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-o-colorido-1390557

Olhando para e desde o Larouco - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-olhando-1426886

Ormeche - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-ormeche-1540443

 

P

Padornelos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padornelos-1381152

Padroso - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padroso-1384428

Paio Afonso - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-paio-afonso-1451464

Parafita: http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-parafita-1443308

Pardieieros - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pardieiros-1556192

Paredes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-paredes-1448799

Pedrário - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pedrario-1398344

Penedones -  http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-penedones-1571130

Pomar da Rainha - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pomar-da-1415405

Ponteira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-ponteira-1481696

 

R

Reboreda - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-reboreda-1566026

Roteiro para um dia de visita – 1ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1104214

Roteiro para um dia de visita – 2ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1104590

Roteiro para um dia de visita – 3ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105061

Roteiro para um dia de visita – 4ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105355

Roteiro para um dia de visita – 5ª paragem, ou não! - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105510

 

S

São Ane - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sao-ane-1461677

São Pedro - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sao-pedro-1411974

Sarraquinhos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sarraquinhos-1560167

Sendim -  http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sendim-1387765

Senhora de Vila Abril - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-senhora-de-1553325

Sezelhe - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sezelhe-1514548

Solveira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-solveira-1364977

Stº André - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sto-andre-1368302

 

T

Tabuadela - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-tabuadela-1424376

Telhado - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-telhado-1403979

Travassos da Chã - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-travassos-1418417

 

U

Um olhar sobre o Larouco - http://chaves.blogs.sapo.pt/2016/06/19/

 

V

Vilar de Perdizes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1360900

Vilar de Perdizes /Padre Fontes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1358489

Vilarinho de Arcos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilarinho-1508489

Vilarinho de Negrões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilarinho-1393643

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06
Ago16

Fernandinho!


1600-fernandinho (173)

 

Hoje em jeito de provocação começo com esta, com a grafia da oralidade passada a escrita. “Fernandinho vai ó binho, parte o copo p’lo caminho, ai do copo ai do binho, ai do cu do Fernandinho”. É a minha “vingança” para todos os que aquando puto me cantavam isto à minha passagem. Mas como sempre, de bom encaixe, eu até gostava desta lengalenga, até a achava simpática. Claro que isto nada tem a ver com a nossa aldeia de hoje – Fernandinho – a não ser a coincidência que o topónimo da aldeia tem com a personagem da lengalenga. Contudo, graças ao topónimo, sempre senti um certo carinho e curiosidade por esta aldeia.

 

1600-fernandinho (177)

 

Confesso que das primeiras vezes que lá fui saí de lá com impressões confusas. Aldeia pequena, com uma rua de risca ao meio a passar por meia dúzia de casas, uma fonte interessante e a terminar lá no alto da Capela, de onde as vistas eram interessantes. Lembro-me ter brincado com imagem do burro que tinha ficado esquecido no recreio da escola e pouco mais. Fui por lá três a quatro vezes e saí de lá sempre com as mesmas sensações, mas a insistência vale a pena, pois uma das sensações era a de que a aldeia tinha de ser mais do que aquilo que aparentava, é de facto é verdade, na nossa última visita, em maio passado, tivemos a sorte de encontrar a aldeia com gente dentro, coisa que nas últimas visitas não tinha acontecido, e fez toda a diferença.

 

1600-fernandinho (182)

 

Penso que ainda devia este post à gente que nos recebeu. Este e outros que pela certa ainda acabarão por acontecer num futuro próximo destes sábados dedicados às nossas aldeias flavienses e à sua gente. Gente que até nos levou ao “binho”,  que entornei com toda a satisfação do mundo para poder ser apreciado na frescura da adega.

 

 

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