CHAVES

São mesmo pedaços da nossa história flaviense, o que se vê do lado direito da imagem é um pequeno troço da muralha medieval onde está colocada uma placa toponímica com a inscrição “Postigo das Caldas” e possivelmente seria mesmo um postigo, isto é, uma pequena entrada/saída praticada na muralha para acesso e colher as águas quentes onde hoje estão as caldas de Chaves, águas essas que durante muitos anos e até há poucas dezenas de anos atrás, forneciam água quente as casas do centro histórico de Chaves, que era transportada em cântaros e vendida porta a porta para banhos e outros usos domésticos. Este pequeno troço da muralha é um dos poucos que está visível e resistiu até aos nossos dias.

Do meu conhecimento, penso que esta seja a imagem mais antiga que retrata o Largo do Postigo/Rua Joaquim José Delgado (topónimos atuais), possivelmente dos inícios do século XX, um bom contributo da fotografia como documento histórico.

Cá continuamos com lindos dias de sol mas com o ar ainda frio e geadas noturnas daquelas boas, mesmo assim, algumas das árvores da cidade já começaram a despertar do inverno florescendo a anunciar o fim do inverno, comos as que estão junto ao postigo da antiga muralha medieval, num dos poucos troços que ainda existem e que têm resistido às conquistas da modernidade, e ainda bem, pois assim, pelo menos, ficamos a saber como era, e com um pouco de imaginação, como teria sido no seu todo quando encerrava dela a velha cidade de Chaves.

Até amanhã!

Troço da Rua do Sol e Postigo em 1960.

As casinhas do Postigo, penso que já centenárias a julgar pelas fotografias antigas do início do Século passado onde estas casas já aparecem, menos coloridas, mas sem grandes diferenças. Por trás destas, embora não pareça, temos um troço das muralhas medievais, que hoje são também fachadas de casas de habitação. É, os atentados urbanísticos já são coisa antiga nesta cidade e a coisa pública, só o é enquanto é.