Na feira dos Valores & Valeres
“Quem chega, que Deus o salve”, se vier por bem e, se não vier, que o salve também…
A criação até poderia ser a da ignorância das letras e dos números, das artes e das ciências, mas havia a formação do respeito, do trabalho, da honestidade, da fidelidade, da honradez, da amizade, da família, da confiança, da partilha, da palavra… enfim, havia gente ignorante mas bem formada, numa sociedade pobre e humilde, mas rica em valores. Para a perfeição, talvez um Deus menos castigador desse jeito, um pouco de justiça e a dose certa de liberdade.
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Se vieres por bem, a chave está na porta, entra, que a casa é tua.
E na complexidade da vida, apenas duas leis, simples, faziam a justiça necessária. Fazia-se o bem, praticava-se o bem e era-se bom, porque parecia bem e, não se fazia o mal, não se praticava o mal ou não se era mau, porque parecia mal. Claro que para rematar as dúvidas da medida certa do bem e do bom, a sabedoria popular lá ia acrescentando que “não basta parecê-lo, era preciso sê-lo “.
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“Quem parte, que vá com Deus”.
Perdeu-se o medo, é certo, até Deus é mais tolerante, mas parece que com o perder do medo e a tolerância de Deus, também os valores foram ficando esquecidos e de novo, com o passar dos anos, parece que também se ganhou a liberdade e com ela a justiça, mas, a sabedoria do povo, lá se vai aplicando e de novo lá vai sendo chamada à realidade. Não basta parecer que temos justiça e liberdade, é preciso tê-la pois nunca haverá liberdade sem justiça nem justiça sem liberdade. É tudo uma questão de valores e até Deus poderia ficar descansado no seu reino dos céus, se por cá, houvesse respeito pelos valores.
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Já não há respeito e enquanto assim acontecer, o melhor, é não se esquecerem da chave na porta de casa.
Para rematar, sei que muitos de vós que estais aí desse lado ireis concordar com este pequeno texto e, tenho pena, pois a perca dos valores que nos faltam, estão (directamente) diretamente associados ao vosso conformismo de acenar sempre que sim com a cabeça, ao ajoelhar na passagem da procissão e à vossa passividade e egoísmo… e não digo mais, ficai com Deus.