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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

08
Set18

Prado - Chaves - Portugal


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Seguindo a metodologia (ordem alfabética) que temos vindo a praticar nesta nova ronda pelo mundo rural das nossas aldeias, a seguir à Póvoa de Agrações aparece-nos o Prado. Ora bem, o Prado não é propriamente uma aldeia, é mais um lugar, um pequeno bairro da nossa veiga de Chaves, localizado entre as Eiras, o Campo de Cima e o Sr. da Boa Morte, tendo características muito particulares e muito ligadas ao cultivo de uma área considerável da veiga, daí, que desde o inicio da abordagem às nossas aldeias eu ter aberto um espaço para o Prado também constar aqui, e não é caso único, pois para bem perto do Prado procedi da mesma maneira para a Quinta da Condeixa.

 

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Mas talvez tudo isto sejam coisas do meu subconsciente revivendo o território que me era permitido na minha juventude mais jovem de criança, onde o Campo de Cima, o Prado, a Quinta da Condeixa eram alguns dos limites desse território. Ir para lá desses espaços, já era coisa complicada de explicar no caso de as explicações serem necessárias.

 

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Mas sim, o Prado fazia parte quase diária das minhas andanças de bicicletar  esse território da veiga, pelo menos até à taberna do Justino (ou Faustino – a memória já me atraiçoa) onde a rua bifurcava e eu escolhia sempre o destino da Quinta da Condeixa que me afastava do Prado, e a razão era simples, era apenas uma questão de velocidade, ou seja, até à Quinta da Condeixa era necessário vencer uma pequena subida o que significa que o regresso era feito a descer, o que dava para atingir uma velocidade considerável que, aproveitando o balanço, só terminava na meta da Casa Azul. Pode parecer coisa pouca, mas dava para por a fervilhar a adrenalina de uma criança.  

 

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Quanto ao topónimo “Prado” penso não haver dúvidas de ter origem naquilo que seria um prado, a minha dúvida apenas surge com a origem/tempo em que este topónimo aparece, antes ou depois da Quinta do Prado… apenas uma curiosidade. Mas desengane-se que pensar que o prado é mesmo um prado. Também o é, mas não é só prado que por lá se dá, pois, todo o tipo de culturas são possíveis por lá, com terra fértil e contando ainda com a ajuda do regadio (canal de rega) que atravessa as terras do Prado.

 

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E como devem calcular do Prado pouco mais haverá para dizer. Fica desde já anunciado o lugar do próximo sábado, mais uma exceção, pois tal como hoje não se trata de uma aldeia, mas de um lugar que dá pelo nome de Praia de Vidago, onde também passámos algumas tardes de verão da nossa adolescência mais crescida.

 

 

 

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04
Nov17

Eiras - Chaves - Portugal


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E nesta nova ronda pelas nossas aldeias de Chaves, hoje toca a vez às Eiras, uma das aldeias da periferia da cidade de Chaves, instalada à beirinha da veiga mas já nas faldas da Serra do Brunheiro, como quem sobre para S.Lourenço.

 

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Embora as Eiras tenham alguns, até bastantes,  pontos de interesse que merecem uma visita, principalmente para quem gosta da nossa História, eu destacava quatro deles. Um bem visível para quem entra nas Eiras, pois está mesmo ao centro do seu principal largo/cruzamento. Claro que me refiro ao seu cruzeiro, pela sua singularidade e beleza, bem diferente dos habituais cruzeiros.

 

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Os outros pontos de interesse não estão assim tão ao dispor das nossas vistas, é necessário ir até eles. Um é a sua igreja, numa localização recatada de enquadramento bem interessante. Outro é a calçada romana onde ainda se podem apreciar alguns troços em bom estado de conservação e que tão esquecidos têm sido nos nossos roteiros turísticos, a par do miradouro que fica ao lado. Por último, destacam-se as vistas que se alcançam desde alguns pontos das Eiras, principalmente se entrarmos um bocadinho pela serra adentro,

 

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Estes pontos de interesse mencionados são para o turista comum, mas para nós, e este nós sou eu e outros como eu, há outros interesses, principalmente o das recordações de infância e primeiras adolescências, do tempo em que as Eiras pertenciam aos nossos domínios ou limites das nossas brincadeiras e outros afazeres, sobretudo a ver a imagem seguinte que penso ter sido tomada desde o Alto da Forca, já não recordo, mas recordo bem todos os cantinhos visíveis na imagem.

 

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Pois na imagem que fica atrás faz-me regressar uns bons anos ao passado. Logo na base da foto, ao centro, está a casa onde nasci e a nova casa azul, construída no lugar da antiga que sempre se supôs dar nome ao bairro. à Direita, ainda na base da foto, está a torre sineira da igreja dos maristas, onde tinham uma quinta e onde ia ao leite que me ajudou a criar e que a Srª Emília mugia na hora, quase diretamente das tetas da vaca para a leiteira. Isto quando o fornecedor de leite na era da quinta dos Caetanos, do Sr. Manuel, este mesmo ao lado da casa azul, do outro lado da estrada. E do leite passamos para o vinho, pois na base da foto, pode-se ver ainda um bocadinho da Adega Cooperativa, que em tempo de vindimas fazia a delicia das crianças do bairro com o assalto que se faziam às dornas cheias de uvas carregadas ainda (muitas delas) em cima de carros de bois. Logo a seguir à base da foto vê-se o   verde dos campos cultivado do Prado, verde que se prolonga depois pela restante veiga. O casario que aprece em segundo plano são as Eiras, onde se ia fazer a aguardente com o bagaço, após as vindimas. Logo a seguir, o casario em terceiro plano que hoje em dia está ligado à Eira, é a aldeia do Castelo que se foi prolongando e entrando pela serra adentro, coisa dos últimos trinta anos, pois antes existiam os núcleos bem definidos.

 

1600-eiras (181)

 

Ainda na mesma foto das vistas gerais tomadas sobre a Casa Azul até ao Castelo, pode-se ver à direita das Eiras uma elevação com pinhal, que separava as Eiras da Quinta da Condeixa. Era então o meu monte preferido para ir “roubar” o pinheirinho de Natal e onde às vezes fazíamos incursões de descoberta da serra, isto logo a partir dos 6 anos de idade. Liberdades que nos tempos de hoje são impossíveis de, os putos de agora, gozarem, onde as suas liberdades de descobertas estão “limitadas” aos écrans dos computadores ou de um tablet/ipad, sem os sons, cheiros, calor ou frio da natureza, que,  diga-se a verdade, em muito contribuíram para a nossa formação, com a tal aprendizagem informal.  

 

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Claro que muita mais coisa haveria para contar, mas além de não termos espaço para tantas estórias vividas, também não é aqui, num post dedicado às Eiras, que as podemos contar. Vão se contando ao longo da vida quando vêm a propósito de qualquer coisa e depois, são omentos nossos que vivemos sempre com uma emoção impossível de a transmitir aqui, reservados só a alguns que connosco os viveram.

 

E daqui, assim o espero, vamos até ao Barroso que amanhã estará cá com mais uma aldeia.

 

 

 

23
Set17

Condeixa (Quinta), Casa Azul, Sr. da Boa Morte, Prado e Campo de Cima


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Quando iniciei esta nova ronda pelas aldeias de Chaves disse que, ao contrário do que tinha feito até aí em que as abordagens as nossas aldeias tinham sido feitas aleatoriamente, desta vez iria seguir a ordem alfabética das mesmas. E assim tem sido.

 

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Ora acontece que no meu arquivo fotográfico das aldeias,  a seguir a Cimo de Vila da Castanheira, a aldeia do último sábado, aparece a Condeixa, que se calha deveria estar na letra Q, de Quinta da Condeixa.

 

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Mas há alguns mas, iniciando por a Quinta da Condeixa não ser propriamente uma aldeia, mas antes uma quinta, quando muito poderia ser uma das antigas “Villas”. Um outro mas é que para ir até à Quinta da Condeixa passo obrigatoriamente pela Casa Azul e o Sr. da Boa Morte, que também não é (são) uma aldeia, mas antes um dos antigos bairros periféricos da cidade, atualmente da freguesia da Madalena. Mas também a Casa Azul é muito mais, mas mesmo muito mais, não tivesse sido aí que eu nasci e vivi até aos meus 15 anos de idade, os primeiros anos que nunca na vida se esquecem.

 

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Ora uma vez que cheguei ao berço e aos meus domínios de infância e primeira adolescência tinha de forçosamente também passar pelo Prado e pelo canal e talvez, deveria também ir até ao Campo de Cima que está ligado às minhas primeiras leituras dos clássicos portugueses que a idade ia permitindo, entre outros que me iam sendo recomendados pelo “recomendador” da biblioteca itinerante da Gulbenkiam.

 

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Hoje resulta assim ser um post estranho e talvez mesmo egoísta porque ao ver e tratar estas imagens, fui regressando no tempo e recordando muitos e bons momentos que passei e que seriam impossíveis, ou não saberia como vos poderia transmitir para senti-los e vivê-los como eu senti então e revivi nestes breves momentos da feitura deste post.

 

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Mas talvez até nem seja apenas eu a reviver esses momentos, pois pelo menos num dos locais que aqui deixo, toda a juventude do bairro (Casa Azul)  passou por lá, nesses outros tempos em que aos bandos invadíamos aquela que era a nossa praia.

 

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Também é com alguma nostalgia que faço estes regressos, tudo porque se perdeu o espirito de bairro,  onde todos os vizinhos faziam parte de uma grande família, onde todos se conheciam, conviviam, entreajudavam e claro, como numa família a sério também havia algumas zangas, e onde os mais novos, faziam da rua a sua sala de brincar e divertir, com as devidas brincadeiras e diversões ajustadas às idades, mas que cabiam todas na rua…   

 

 

 

16
Mai16

Regresso florido à cidade


1600-trevo

Hoje fazemos um regresso à cidade florido em honra à primavera que finalmente começa a mostrar a sua cara.

 

1600-prado

 

As flores de hoje eram de uma zona ajardinada com prado, ou sementeira, não sei bem o nome que lhe dão, mas foi cortado, pois há quem confunda isto com os prados selvagens que florescem  naturalmente na primavera, e penso que a ideia é mesmo essa, mas há quem não os compreenda,  e temos pena.

 

 

29
Ago10

Madalena Rural - Prado, Qtª da Condeixa e Sr. da Boa Morte


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Como vem sendo hábito neste blog, os fins-de-semana estão reservados para o mundo rural e as suas aldeias. Prometi que passariam por aqui todas as aldeias e lugares (rurais) do concelho, e hoje não vai ser excepção, embora algumas dúvidas possam surgir pela vossa parte quanto à ruralidade dos lugares de hoje.

 

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Cronologicamente falando pela ordem da criação, hoje vamos até à freguesia nº50, ou seja, a freguesia da Madalena que em tempos, não sei precisar mas penso que até inícios dos anos 70 do Sec. Passado, estava integrada na freguesia de Chaves que foi extinta para dar lugar às freguesias de Stª Maria Maior e Madalena.

 

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À anterior freguesia de Chaves, além da cidade histórica que se resumia praticamente ao actual Centro Histórico do qual o Bairro da Madalena também faz parte, pertenciam os lugares ou aldeias dos Aregos, Campo de Cima, Casas dos Montes, Prado, Ribeira das Avelãs, Seixal e Telhado. Estes lugares/aldeias eram os que constavam em documento oficial da altura, embora existissem ainda outros lugares com estrutura de bairros consolidados e separados dos atrás referidos, como o Caneiro (de baixo e de cima), o Campo da Fonte, S.Bento, Casa Azul, Sr. da Boa Morte, Codessais, todos eles da margem esquerda do rio e da actual freguesia da Madalena.

 

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Não sei qual a razão que levou à extinção da freguesia de Chaves, mas o facto, é que (à excepção do Bairro da Madalena) de um lado ficou a cidade e do outro o campo implantado em plena veiga de Chaves, com excepção para a Ribeira das Avelãs, aldeia que já teve aqui o seu post integrado neste espaço rural do blog.

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Em suma, ou rematando aqui a coisa antes de a complicar mais, a freguesia da Madalena é uma freguesia maioritariamente rural e como tal, é neste espaço de fim-de-semana que deverá ser tratada, com excepção, claro, para o núcleo histórico do Bairro da Madalena que sempre foi cidade e historicamente dentro das suas muralhas.

 

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Claro que hoje, embora a freguesia da Madalena mantenha a sua ruralidade de sempre, tal como a cidade, o facto é que entre os lugares e aldeias da Madalena atrás referidos já não há separação física ao nível do casario e se antigamente os núcleos desses lugares e aldeias estavam bem definidos e consolidados, havendo entre eles uma eternidade (parecia) de campos de cultivo, hoje, desde o Campo de Cima ou do Seixal até Casas dos Montes, todo o espaço se percorre em ruas que se desenvolvem entre o casario existente, isto para me ficar nos limites da antiga Freguesia de Chaves, pois o fenómeno já alastrou para as freguesias vizinhas das Eiras, Vilar de Nantes, Samaiões, Valdanta, Santa Cruz/Trindade e Outeiro Seco, sendo estas freguesias (aparentemente) mais bairros periféricos da cidade que propriamente aldeias isoladas, pelo menos visto do céu, é assim.

 

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E blá,blá,blá, tudo isto para voz dizer que hoje trago aqui o Prado, a Quinta da Condeixa e o Sr. da Boa Morte, apenas em imagem, pois quanto à sua história, pouca tem, ou melhor (que isto do português é traiçoeiro) resume-se à história de duas ou três antigas grandes quintas agrícolas e à sua vida, pois tudo o resto, é casario na veiga que essas grandes quintas foram cedendo para a construção, coisas da modernidade, das influências e de nunca ninguém ter tido tomates (é assim mesmo que se diz) para travar ou não autorizar a construção em plena veiga de Chaves, com regadio e tudo, e tanto assim é, que se chega ao ridículo e absurdo dos apartamentos em edifícios de habitação colectiva serem obrigados a pagar regadio, como se tais fossem hortas, quintas ou quintais.

 

 

 

 

 

 

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