Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

01
Jan21

Bom 2021!

desde a Cidade de Chaves - Portugal


1600-bom 2021

 

Com a azáfama de ontem preparar o Réveillon em casa, com o pessoal habitual diário do costume, incluído o cão e o gato, nem tivemos tempo de vir aqui desejar umas boas entradas neste ano de 2021 que todos queremos diferente do anterior, e já nem digo um bom ano, pois já ficava contente com um ano normal.

 

1600-(52573)

 

Deixo-vos com as últimas imagens que tomei no ano 2020, a primeira com uma pequena brincadeira nossa, com os atores do costume, a segunda com o presépio da Madalena, mesmo sem a vaca que, distraída, lá andaria a pastar, deixando o cenário incompleto, pelo menos quis o bom senso que não tivessem metido lá o gordo vestido de vermelho, mas tem as Boas Festas, que como manda a tradição, só terminam com os reis. Assim sendo, continuação de umas Boas Festas e se possível um bom 2021, pelo menos que seja normal.

 

 

 

25
Dez11

Ainda o Natal e o Presépio da Casa de Santa Marta


 

Eu sou da colheita de 60, ou seja, ainda vivi uns anitos no antes 25 de Abril , precisamente também um período em que eu, por ainda ser criança, vivia os Natais mais intensamente e com todas as ilusões  que o imaginário de uma criança cria à volta da quadra natalícia, não só por ter toda a família mais próxima reunida na noite de consoada e dia de Natal, mas também por toda a festa ligada à quadra e que se iniciava uns dias antes com a montagem e enfeitar do pinheirinho, que então era mesmo pinheirinho, e a montagem do presépio, que mais espampanante ou humilde, existia sempre, tal como aqueles chocolates que imitavam cenouras, moedas, peixinhos, entre outros, que “misteriosamente” iam desaparecendo do pinherinho… e que era a única coisa que se comprava para decoração, pois as peças do presépio eram guardadas religiosamente de uns anos para os outros e os restantes adereços do eram feitos com musgo, areia, pequenos ramos de árvores e até os bugalhos dos carvalhos tinham o ar da sua graça por entre os verdes com as bolinhas vermelhas dos azevinhos, tudo retirado de um monte ou serra perto de nós e que no meu caso, tinha a Serra do Brunheiro por fornecedora.



Mas não era só o presépio dos lares, pois nalguns bairros, praças e igrejas, havia sempre um presépio, estes sim, geralmente majestosos, com peças de grande dimensões, alguns com efeitos mecânicos, com rios que tinham água corrente e figuras com movimento.

 

Quanto a presentes, com jeitinho recebia-mos um, que às vezes até era um brinquedo. Trazido pelo Menino Jesus durante a madrugada do dia 25 de Dezembro e só quando todos estivessem a dormir e, desde que não tivéssemos esquecido de deixar um dos nossos sapatos junto ao pinheirinho. Claro que o Menino Jesus estava sempre atento aos nossos actos e ao nosso crescimento e quando nos portávamos mal ou nos tornávamos adolescentes, o menino Jesus deixava o nosso sapata vazio. Com sorte, às vezes ainda restava um chocolate no pinheirinho para consolar a nossa mágoa.

 

 

Então e o Pai Natal!? – perguntarão os mais novos. Pois a esse senhor só o conheci no pós 25 de Abril, até aí nunca o tinha visto ou sequer ouvido falar dele, nem das renas nem do trenó. A coisa mais parecida que com muita imaginação poderíamos comparar, talvez fosse a de três senhores que andavam sempre juntos, mas montavam camelos e eram Reis Magos, mas esses estavam no presépio, em fila indiana a caminho da cabana do menino Jesus, sem nunca a atingirem e não nos traziam presentes.

 

O Pai Natal entrou por Portugal adentro com a revolução de Abril e com ele veio também a coca-cola, a multiplicação dos presentes de Natal e muitas mais coisas e celebrações, sobretudo se eram comerciais e ajudavam a vender, como o Dia de S.Valentim e ultimamente o Halloween.

 

 

Há dois dias atrás, António Freitas de Sousa no Económico dizia “ O Pai Natal entrou na vida dos portugueses depois de um golpe de Estado sobre o menino Jesus”. Pois embora não tivesse sido bem assim, ele foi entrando mais pela mão dos comerciantes com a figura simpática de um velhote de barbas brancas, bonacheirão, gorducho, vestido de vermelho e muito bom vendedor, sobretudo ele entrou muito bem nos olhos das crianças com a cumplicidade dos pais que até foram deixando esquecidas as tradições do Natal que envolviam o menino Jesus, e depois era difícil desmontar e contradizer toda uma “evidência” alimentada pelo grande comércio, televisões, revistas e até filmes que pareciam tão reais, tão reais, que quase parecia que o Pai Natal existia mesmo. Afinal de contas o Pai Natal era apenas uma mentira, tal como a do menino Jesus a deixar presentes no sapatinho, e instalou-se de bagagens, renas e trenós em todos os nossos Natais, mas, já não está tão mãos largas como nos anos anteriores. Voltando a A.F.Sousa, no mesmo Económico dizia: “Os níveis de consumo nacionais - que tradicionalmente têm no quarto trimestre um paraíso que não se repete nos restantes nove meses do ano - caíram para quadrantes que, até há um ano, ninguém podia imaginar. O que os portugueses questionam neste momento é se o Natal algum dia voltará a ser aquilo a que nos habituou nos últimos trinta anos.” E para os mais tradicionalistas (os anti Pai Natal) ele acrescenta umas palavras animadoras “Este é, portanto, o primeiro Natal do resto das nossas vidas e, a nós que ainda somos portugueses, só nos resta optar por uma de duas soluções: regressar ao espírito primeiro do Natal, aquele em que os valores da amizade e da família eram os que se impunham e onde os presentes eram um acessório que não passava do registo da ‘lembrança'; ou transformar a noite de 24 de Dezembro numa lamúria colectiva, onde a missa do galo acabará por travestir-se de requiem pelos anos de glória. Ainda assim, a primeira opção parece ser a mais aceitável.

 

 

Quanto ao pai Natal - personagem que nunca mais foi a mesma desde que a ‘troika' arribou ao Aeroporto de Pedras Rubras - ninguém sabe qual será o seu destino português. Mas o mais certo é virmos a encontrá-lo um dia destes, desfigurado e velho, caído a um canto à espera da côdea de um resgate.”

 

Eu confesso que já começo a fazer verdadeiras estas palavras e embora em nada me incomode voltar aos antigos valores da amizade e da família dos antigos Natais, antes pelo contrário, e que também nada me incomode que o gorducho das barbas brancas deixe de entrar pelos olhos das crianças, já me preocupa e incomoda que seja obrigado a tal.

 

 

Enfim, a conversa descambou para aqui e depois lá diz a sabedoria do povo: “ Quem não se sente não é filho de boa gente” …mas o que eu queria mesmo era dar-vos a conhecer e mostrar um pouco, embora muito aquém da realidade, do presépio da Casa de Santa Marta em Chaves, que está aberto às visitas do público e que este sim, deve ser visitado e mostrado às nossas crianças.

 

 

Um presépio feito com mestria e que merece uma visita e, posso-vos garantir que sairão de lá encantados com aquilo que se vê, com os pormenores, como os jogos de luz que reproduzem desde o dia a uma noite de céu estrelado, como o movimento de muitas figuras, com a água corrente do rio, do pescador, do oleiro, os anjos a descer do céu, as ruas e outras cenas que se desenvolvem numa segunda dimensão para além do presépio de superfície.

 

Garanto-vos que na minha meninice vi muitos presépios, mas daqueles que ainda tenho na recordação nenhum ultrapassa a beleza e arte deste presépio, distribuído por cerca de dez metros quadrados e que será uma pena se não o visitar. Para os que estão fora da terrinha, deixo as imagens que embora longe de poderem sentir a sensação da sua dimensão ao vivo, ficam com uma ideia daquilo que pode ser.  

 

 

22
Dez10

Em vez de feijoada hoje há presépios


 

 

 

 

Sobre o Natal


Hoje é quarta-feira, dia de feijoada, mas, claro, que em semana de Natal não queremos saber da feijoada para nada. Já estamos de dieta para a noite de consoada, para o bacalhau, o polvo, as couves, os bolinhos de bacalhau, o polvo frito, os ovos verdes, as rabanadas, as filhoses de jerimum, os sonhos, sem esquecer a roupa velha, o cabrito ou cordeiro e peru do dia de Natal – Iguarias ou “dietas” de tentação para quem anda a cuidar da saúde ou da linha.

.

 

 

.

Claro que hoje, tal como vai acontecendo e acontecer neste blog durante esta semana, é do Natal que queremos falar, porque quer queiramos ou não, sejamos mais ou menos religiosos, até ateus, o Natal tem um significado especial para a família e como por aqui (autor e colaboradores do blog) já não somos putos, vem-nos à lembrança outros tempos de Natal e temos saudades de algumas coisas que se foram perdendo com o tempo tal como vamos repudiando, ou não achamos graça nenhuma a algumas das novas invenções, hoje tão intimamente ligadas ao Natal sem nada terem a ver com ele.

.

 


 

.

Somos do tempo do menino jesus, dos pinheiros a cheirar a resina, dos chocolates pendurados no pinheiro, do presépio com musgo, caminhos de serrim ou areia, um riacho com água, cabana de madeira e a “cama” do menino em palha, com todas as figuras ou pelo menos as figuras principais do menino Jesus, de José e Maria, da vaquinha e do burro, dos Reis Magos, do pastor e do rebanho, do anjo ou ad estrela na casota… e tudo o resto, era pura imaginação e decoração, maior ou mais pequeno, mais simples ou complexo cheio de engenhos e mecanismos para dar movimento a um presépio… pois também nele, no presépio , se comungava o Natal e ,aos olhos de uma criança, toda aquela encenação ganhava vida como se fosse real.

.

 

 

.

A tradição dos presépios foi-se perdendo na maioria das casas e dos lugares públicos e lojas comerciais. O pai natal é mais apelativo, vende melhor… há todo um gigantesco negócio e comércio no seu entorno e nós, lá vamos indo no paleio e para não desiludir as criancinhas, dizemos que sim, que o pai natal existe, ele mais as suas renas, Rodolfo & cia, e como se um pai natal fosse pouco, inventam-se muitos pais natais, um em cada esquina e loja, cantam, dançam, eu sei lá… e agora, até a mãe natal já anda por aí… Com tanta palhaçada em torno da figura do pai natal, só me espanta que a Igreja, tão conservadora que é, até em coisas de menor importância, aceite, sem nada dizer, esse senhor das barbas brancas vestido de vermelho…

.

 

 

.

Pois eu ainda sou do tempo dos presépios e do menino Jesus, da bota no presépio e (com que brilhozinho nos olhos) de receber o único brinquedo do ano, quando calhava…e acreditava piamente que era o menino jesus que durante a noite me deixava o presente, mesmo quando se enganava de presente e não me deixava aquele que eu tinha pedido, eu perdoava-o e ficava-lhe eternamente agradecido.

 

.

 

 

 

.

 

Um presépio a sério

 

Felizmente ainda há quem siga a tradição e nos brinde com um presépio a sério, cheio de engenhos, engenhocas e movimento, digno de ser visto e apreciado, tal como acontece na Casa de Santa Marta das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados, na Rua Alferes João Batista em Chaves. Deixo a direcção, porque o presépio está aberto ao público e a todos quantos o queiram visitar, e aproveitem, pois vale a pena ver este presépio.

.

 

 

.

A par do presépio, tem também algumas propostas de reflexão e a história do presépio, que confesso desconhecia e que passo a partilhar:

 

A História do Presépio

 

“A representação do Presépio, ou Nascimento, ou Belém, tem a sua origem no século XIII, por iniciativa de São Francisco de Assis, motivo pelo qual foi nomeado padroeiro dos belenistas.


Conta-se que, enquanto o Santo pregava na campina de Rieti, na Itália, o surpreendeu rigoroso inverno.


O Santo refugiou-se numa gruta em Gréccio: Era o Natal de 1223.


Meditando o Santo no nascimento de Jesus, teve a inspiração de reproduzir ao vivo o acontecimento.


Construiu uma cabanazinha, colocou nela uma manjedoura e, nesta, uma pequena imagem do Menino Jesus, que, com argila, ele próprio tinha moldado.


Os camponeses dos arredores cederam-lhe um boi e um jumentinho. Convidou pessoas para representarem os pastores de Belém. E celebraram a Missa da meia-noite.


No momento da consagração, a pequena figura de barro adquiriu vida, sorriu, e estendeu os braços para Francisco.


Esta bela ideia de representar o nascimento de Jesus propagou-se rapidamente.


É isto que tu agora estás a contemplar!...”

.

 

 

.

Pois são precisamente do Presépio da Casa de Santa Marta as imagens que hoje vos deixo por aqui. Mas uma coisa é a fotografia e outra é a realidade deste presépio, os seus pormenores e os seus sons, como o da água a correr ou a do oleiro a trabalhar… o melhor mesmo é passar por lá, ver e apreciar, principalmente para nós, os que não acreditamos ou desconfiamos do pai natal das barbas brancas vestido de vermelho…podem crer que sabe tão bem, como uma rabanada ou uma filhós de jerimum.

 


 

 

Sobre mim

foto do autor

320-meokanal 895607.jpg

Pesquisar

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

 

 

20-anos(60378)

Links

As minhas páginas e blogs

  •  
  • FOTOGRAFIA

  •  
  • Flavienses Ilustres

  •  
  • Animação Sociocultural

  •  
  • Cidade de Chaves

  •  
  • De interesse

  •  
  • GALEGOS

  •  
  • Imprensa

  •  
  • Aldeias de Barroso

  •  
  • Páginas e Blogs

    A

    B

    C

    D

    E

    F

    G

    H

    I

    J

    L

    M

    N

    O

    P

    Q

    R

    S

    T

    U

    V

    X

    Z

    capa-livro-p-blog blog-logo

    Comentários recentes

    FB