Um cantinho castiço com Rosas e recordações
Pois, para ser sincero, sem qualquer premeditação, calhou trazer aqui este cantinho que o tenho ligado na memória a duas Rosas e um acontecimento trágico em Chaves, num dia em que também queria deixar aqui uma rosa para uma pessoa muito especial, a mais especial de todas.
Comecemos pelo cantinho das Rosas, uma com casa de arranjar o cabelo às senhoras, no cimo das escadas, em frente, que recordo a simpatia e camaradagem e outra, também depois das escadas, à direita, funcionária do então Dr. Brazão Antunes por onde, eu, passava de vez em quando em visita. Decorriam os finais dos anos 70 e era lá que eu estava quando aconteceu a meio de uma tarde de verão a explosão do Café Ibéria, após a qual uma parte considerável da Rua de Santo António ficou com a aparência de um cenário de guerra onde só havia vidros e outros destroços a cobrir a rua. Embora ainda nos anos quentes do pós 25 de abril em que algumas bombas estouraram um pouco por todo o nosso Portugal, incluindo em Chaves, esta explosão foi causada por uma fuga de gás. Penso que quem estava nas redondezas, nunca mais esqueceu esse momento, que embora o aparato de destruição que causou, penso que a tragédia, para além dos danos materiais, apenas resultou numa ou duas mortes, para além da morte de um manequim já morto, que duma montra saltou para o meio da rua e foi recolhido no meio confusão pelos bombeiros, que o transportaram com outros feridos para o hospital, e que na chagada ao hospital, recebida a vítima (manequim) pelo Dr. Raimundo, o mesmo lhe teria batido com a mão no peito e dito – Por este já não há nada a fazer!… esta não a vi, mas contava-se na altura, no entanto penso que não passou de uma anedota logo criada após a tragédia, aliás para fazer justiça a uma especialidade que nós portugueses temos de criar anedotas com desgraças, o que a meu ver, é uma das nossas qualidades, pois penso que não é feito com maldade, mas apenas feitas para quebrar o ambiente fúnebre e deprimente que se vive nessas situações, daí, que as melhores anedotas aerem sempre contadas em funerais…
E por fim fica então esta rosa para uma pessoa muito especial que sei que a vai ser receber com todo o carinho.