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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

22
Ago21

O Barroso aqui tão perto - As Sete Senhoras

As Sete Senhoras do Alto-Barroso


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Senhora de Vila d'Abril Contim/São Pedro - Montalegre

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Senhora de Vila d'Abril Contim/São Pedro - Montalegre

 

 

A lenda das Sete Senhoras é muito antiga e reparte-se um pouco por Trás-os-Montes e por Espanha (SAN SIETE E TODAS SAN SANTAS - A Lenda das Siete Senhouras Armanas remonta a tempos incertos e foi transmitida oralmente de geração em geração por terras de Miranda versando que «no alto dos siete cabeços, estan las siete senhoras, san siete e todas san Santas, todas santas e ermanas, a toda a hora se beim e falam todas las manhanas».

 

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Senhora de Galegos, Cortiço, Montalegre

 

Há várias versões desta lenda das Sete Senhoras, quer em Portugal ou Espanha, como várias são as Senhoras que cada versão utiliza. Alguns estudos dizem que são dezassete as Senhoras que entra nas lendas conhecidas. As nossas, mais próximas, são as Sete Senhoras do Barroso que estão distribuídas pelo concelho de Montalegre e Chaves são:

 

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Senhora das Treburas, Medeiros, Montalegre

 

- Senhora da Vila d’Abril, de Contim/S. Pedro, Montalegre

- Senhora de Galegos, do Cortiço, Montalegre

- Senhora das Treburas, de Medeiros, Montalegre

- Senhora da Azinheira, de Meixide, Montalegre

- Senhora da Natividade, de Penedones, Montalegre

- Senhora da Aparecida, de Calvão, Chaves

- Senhora das Necessidades, de Castelões, Chaves

 

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Senhora da Azinheira, Meixide, Montalegre

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Senhora da Natividade de Penedones, Montalegre

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Senhora da Natividade de Penedones, Montalegre

 

À exceção da Senhora da Azinheira de Meixide e da Senhora da Natividade de Penedones, que estão dentro do aglomerado da respetiva aldeia, as restantes estão em espaços isolados ou integradas em Santuários, também eles isolados, como é o caso do Santuário da Senhora da Aparecida, de Calvão e o da Senhora das Necessidades, em Castelões.

 

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Senhora das Necessidades (ou Senhora do Engaranho), Santuário, Castelões, Chaves

 

Hoje ficam apenas algumas imagens destas Sete Senhoras, mais para as dar a conhecer e localizar, mas também porque se aproxima o dia em que são veneradas no Alto-Barroso, o dia 8 de setembro.

 

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Senhora da Aparecida, Santuário, Calvão, Chaves

 

Fica também em aberto uma próxima abordagem deste tema, mais completa e documentada. Por hoje ficamos por aqui.   

 

 

 

21
Ago21

Alminhas, nichos, cruzeiros e afins...

As cruzes dos mortos


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Barragem das Nogueirinhas

Já estamos habituados a ver cruzes nas cumeeiras e beirais das igrejas, capelas e ermidas, nas alminhas e cruzeiros, às vezes em fontanários e fontes de mergulho, nas padieiras de entradas de casas e quintas, no entanto, aqui e ali, às vezes no meio do nada, mas com mais frequência à beira da estrada, aparecem cruzes, às vezes simples, outras vezes mais elaboradas, com imagens, inscrições e lápides, as vezes parecendo campas ou pequenos jazigos - são as cruzes de homenagem aos mortos, não por aí, ou lá estarem sepultados, mas porque foi o local onde a pessoa a que se faz a homenagem morreu. Geralmente, quando na berma das estradas, uma morte causada por um acidente automóvel ou mesmo um atropelamento. Há no entanto outras cruzes e homenagens idênticas que aparecem fora das bermas da estrada, mas igualmente para homenagear que aí morreu, às vezes à beira rio ou barragem, por um afogamento, mas também em locais mais ermos, nalguns casos por assassinatos e outras mortes não naturais, sejam onde forem, são homenagens aos mortos que familiares e amigos prestam aos seus entes queridos antes do “seu tempo” de morte natural.

 

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Estrada entre Vilela Seca e Torre de Ervededo

Pensei que esta tradição das cruzes dos mortos era coisa portuguesa, mas longe disso, pelo menos no interior do Brasil há uma grande tradição das cruzes dos mortos à beira da estrada e muitas lendas a elas associadas, mas seja como for, embora de certa maneira seja tétrico, há mesmo quem defenda a existência dessas homenagens,  nem que seja por ninguém lhes ficar indiferente e servirem de prevenção e alerta ou avisos aos perigos de uma estrada, de uma curva ou dos locais onde essas homenagens acontecem, Certo é que a colocar uma cruz em algumas das nossas estradas, elas pereceriam um cemitério, por exemplo no IP4 onde já morreram centenas de pessoas.

 

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E sim, penso que todos respeitam estas homenagens aos mortos e que, a quem conduz, nesses locais, faz levantar o pé do acelerador, além de mais, os números e noticias de mortes diárias nas estradas não enganam, são um flagelo dos nossos dias, tanto que desde 1993 já existe o Dia Europeu em Memória das Vítimas da Estrada, e em 2005, a Assembleia Geral da ONU aprovou a adoção oficial do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, tal como é celebrado hoje em dia no terceiro domingo de novembro.

 

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05
Fev19

Alminhas, nichos, cruzeiros e afins!


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Alminhas, Nichos, Cruzeiros e Afins

 

O professor de História e investigador António Matias Coelho, afirma que  "As alminhas são uma criação genuinamente portuguesa e não há sinais de haver este tipo de representação das almas do Purgatório, pedindo para os vivos se lembrarem delas para poderem purificar e "subir" até ao Céu, em mais lado nenhum do mundo a não ser em Portugal". Daí, a par do bacalhau ou da sardinha, da Nossa Senhora de Fátima, do fado, do vinho do Porto, da saudade, do galo de Barcelos, do Zé Povinho, entre mais algumas coisas, as alminhas também serem consideradas um traço da cultura portuguesa, isto é, que tem a marca Portugal e que contribui para a definição do ser português, são coisas só nossas, genuinamente portuguesas.

 

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Já há muito que sou um apaixonado pelas alminhas, primeiro, em criança, por uma certa dose de curiosidade, mistério, medo e respeito, talvez por aparecerem em locais onde menos se esperam, alguns mesmo insólitos.

 

Mas também as mensagens que por vezes aparecem ligadas às alminhas e o temor a Deus que nós era incutido desde criança, o ter de se sofrer na vida terrena para merecer o céu, coisas que mesmo não deixando marca, deixam mossa, avivaram ainda mais o meu interesse e curiosidade pelas alminhas, mesmo antes de saber o seu significado.

 

Ó VÓS QUE IDES PASSANDO, LEMBRAI-VOS DE NÓS, QUE ESTAMOS PENANDO.

 

As imagens das alminhas, representam almas de defuntos no purgatório a suplicarem a quem por elas passa, rezas e esmolas para as suas almas poderem chegar ao céu. Com todo o respeito, isto aliado a alguma imaginação e falta de cultura, arrepia e faz pensar quem passa por elas, principalmente quando às vezes, ainda inscrevem nas alminhas:

 

Ó tu mortal que me vês

Repara bem como estou

Eu já fui o que tu és

 E tu serás o que eu sou.

 

Estes pequenos monumentos começaram a ser construídos em Portugal na idade média, na sequência do Consílio de Trento (1545-1563).

 

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Segundo António Matias Coelho:

"No cristianismo primitivo só havia Céu e Inferno, a ideia do Purgatório só surgiu na Idade Média, quando a Igreja, na sequência do Concílio de Trento de 1563, o impõe como dogma, numa lógica de resposta católica à Reforma levada a cabo pelos protestantes. Passava assim a haver um estado intermédio para as almas das pessoas que faleciam. E em vez do dualismo do Céu, para os bons, e do Inferno, para os impuros, criou-se um estado intermédio, um local onde durante algum tempo as almas ficariam a purificar.

 

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"É na sequência do Concílio de Trento que são criadas as Confrarias das Almas, como forma de institucionalizar a crença no Purgatório e impor a convicção de que as almas dos mortos sairiam tanto mais cedo do Purgatório quanto mais orações e esmolas fossem feitas pelos vivos. Aliás, tudo dependia dos vivos, unicamente a eles competia sufragar as almas que esperavam pela purificação"

 

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O povo português que até à primeira república viveu maioritariamente na ignorância, onde 76,1% da população era analfabeta sem saber ler ou escrever, orientados pela fé na Igreja Católica, penso eu que interpretou o resultante do Concílio de Trento à sua maneira, e na ânsia de ajudar os seus mortos a sair do purgatório, botou-se a construir estes pequenos monumentos junto aos caminhos rurais, nas encruzilhadas e por onde as pessoas tinham de passar, para as lembrar das almas penantes no purgatório.

 

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Hoje em dia as antigas alminhas vão continuando nos sítios onde as construíram, já raras são, pelo menos as mais isoladas,  as que recebem uma vela acesa, uma lamparina de azeite, umas jarras de flores ou simplesmente flores, um Pai Nosso e uma Ave Maria, o parar, o curvar-se perante elas, o tirar o chapéu, boina ou barrete quando se passa junto a elas, o benzer-se. Este tipo de alminhas, tal como os antigos cruzeiros nas encruzilhadas dos caminhos, há muito que deixaram  de se  construir, no entanto, continuam a erguer-se outro tipo de alminhas ou sinais religiosos, junto às estradas, caminhos ou onde ocorreram mortes vítimas de acidentes de viação, de mortes (homicídios)  por ajustes de contas, por ciúme ou amores mal resolvidos, por desaparecimentos. A par destes sinais, cada vez mais vão sendo mais populares pequenos “santuários” erguidos a Nossa Senhora de Fátima ou outras Santas e Santos da fé de cada um. São as novas alminhas de Portugal, agora não para rezar pelas almas penadas do purgatório, mas por cada um, pelos seus, às vezes pelos outros e por todos. É a fé, o que me traz mais uma vez uma passagem do Diário de Torga:

 

“Que povo este! Fazem-lhe tudo, tiram-lhe tudo, negam-lhe tudo, e continua a ajoelhar-se quando passa a procissão”.

 

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Pois por esta nova rubrica que nasce hoje aqui e que irá ter dia certo todas as sextas-feiras, irão passar os registos que vou fazendo de alminhas, cruzeiros, nichos e afins. Alguns mais interessantes que outros, alguns autênticas obras de arte, mas o contrário também a acontecer, alguns bem curiosos, outros nem tanto, mas apenas em imagem, ou com poucas palavras, será mais uma mostra do que vou encontrando por onde passo para a minha coleção de alminhas. Hoje ficam já alguns exemplos, pois oficialmente esta rúbrica só começará na próxima sexta-feira, talvez a par de um blog com o mesmo nome, só dedicado a alminhas, cruzeiros, nichos e afins.

 

 

12
Jul15

Visita da Imagem Peregrina de N.Srª de Fátima a Chaves


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A imagem de N.Srª de Fátima anda em peregrinação pelas dioceses portugueses durante este ano e o próximo. Ontem às 18H30 chegou à cidade de Chaves tendo sido aguardada pela população flaviense junto ao Forte de S.Neutel, onde se realizou uma cerimónia de receção, seguindo depois em procissão até à Casa de Stª Marta, tendo aí permanecido até ao início da procissão das velas que se realizou a partir das 21H30, desde o Forte de S.Neutel até à Igreja Matriz.

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Hoje, às 9H30, a imagem peregrina de N.Srª de Fátima parte em procissão desde a Igreja Matriz até ao Jardim Público onde será celebrada uma missa campal, após a qual a imagem seguirá para novo destino.

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Ficam algumas imagens de alguns momento de ontem.

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08
Jun15

Corpo de Deus em Vilar de Nantes


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Hoje não faço o habitual regresso à cidade. Vou ficar em casa e como tal, a também habitual imagem de entrada na cidade não vai ser da cidade, mas de uma aldeia, ou talvez não, pois dá-se o caso de hoje em dia ser mais um bairro da periferia da cidade que propriamente uma aldeia, pelo menos a julgar pela definição que ainda ontem deixei aqui para reflexão, mas continua a ser aldeia pelo menos quanto à sua comunidade e ao seu núcleo histórico, aquele que se desenvolve sempre à volta de uma igreja ou nas suas proximidades.

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Pois hoje vamos deixar aqui a celebração do Corpo de Deus em Vilar de Nantes, celebração que aconteceu ontem num nítido desrespeito pela tradição de séculos, isto, só para que se pudesse cumprir a tradição. Mas já de seguida explico melhor isto que parece ser uma contradição, mas onde não há qualquer contradição.

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Então é assim: O Corpo de Deus, o Corpus Chisti do latim, é uma festa que celebra o sacramento da Eucaristia, instituído na última ceia, na quinta-feira santa, e daí o Corpo de Deus assinalar-se sempre numa quinta-feira, 60 dias depois da Páscoa. A origem desta festa é secular, instituída pelo Papa Urbano VI, desde logo ganhou a adesão popular, principalmente com a realização de uma processão que em Portugal se foi fazendo com as ruas decoradas com flores e as varandas e janelas com colchas e toalhas, do mais fino que as casas têm, havendo ainda algumas localidades que colocam tapetes florais no chão das ruas por onde a processão passa, como é o caso de Vilar de Nantes.

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Em Portugal sempre se cumpriu a tradição com muitas localidades a realizarem procissões ou pelo menos uma missa e, como dia santo que é, até 2012 era também feriado nacional para que a população pudesse celebrar este dia, no entanto já sabemos que o atual governo de tão preocupado que anda com o Portugal europeu, ou a pretexto disso, vai sacrificando os portugueses e as sua tradições seculares, e lá se foi o feriado e a festa de uma quinta-feira santa.

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Daí o desrespeito pela tradição e a procissão que deveria ter acontecido na quinta-feira santa passada passou a acontecer domingo e tal como diria Torga “Que povo este! Fazem-lhe tudo, tiram-lhe tudo, negam-lhe tudo, e continua a ajoelhar-se quando passa a procissão” … mas isto são contas de outro rosário, pois o que quero mesmo trazer aqui hoje é mesmo a procissão e a tal comunidade que existe nas aldeias que neste caso, Vilar de Nantes, é uma das que bota toalhas e colchas nas varandas e janelas e colocam tapetes florais no chão.

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Procissão que, confesso, foi a primeira vez que assisti em Vilar de Nantes, e quase por mero acaso, não fosse um colega e amigo ter-se oferecido para me tratar das heras do jardim e das pétalas das rosas para atapetar um troço de rua e eu continuaria a descer à cidade para ver uma procissão que acontece aqui tão perto e bem mais enfeitada.

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Pois já que a tinha descoberto resolvi ir até lá atempadamente, assistir a azáfama do decorar das ruas, onde os vizinhos de cada rua quer fazer melhor e mais bonito que as ruas vizinhas, tudo a bem do conjunto e até há, quem não tendo rua com passagem de procissão se voluntaria para decorar uma rua mais abandonada de vizinhos, e depois também quis ir ver as minhas heras e pétalas das rosas a fazer bonito, e foi bonito, sim senhor.

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Certo que algumas ruas foram mais prendadas que outras, com colorido e desenhos de atrair o olhar e a apreciação, e os vizinhos sentem-se orgulhosos na apreciação, mas no final o que vale mesmo é o conjunto e que não haja troço de rua onde a procissão passar que fique sem tapete florido.

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E tudo é feito com amor à tradição e à procissão, pois só assim se entende que se faça uma obra de arte para ser completamente destruída com a passagem da procissão que faz com que todo o trabalho, porque sou testemunha dá trabalho, não seja trabalho inglório, e para o ano, ainda há de ser mais bonito, assim haja flores e verdes à mão.

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Pois por aqui em imagem tento deixar o trabalhar de cada rua, as obras de arte e a procissão. Transpirei a bom transpirar para o conseguir, tanto mais que o calor convidada a transpirar mas também a refrescar, e lá vamos nós outra vez para a tal comunidade de aldeia onde se mata sempre a sede a quem a tem, pois há sempre uma porte que se abre e que nos convida ao refrescar e já há muito que aprendi que é de má educação recusar. Eu nunca recuso.

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E prontos. Sei que não é lá muito correto este remate do “prontos”. Os puristas da língua olham para ele de lado, mas dá jeito para rematar e depois estamos a falar de tradições e aldeias, onde não há caganças dessas, e as pessoas se vão entendendo com o português popular, com ou sem acordo ortográfico…

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Ficam então as imagens, algumas das muitas que por lá tomámos, imagens que queremos repetir e que podem servir de convite para quem não tem nada que fazer neste domingo que agora também do Corpo de Deus, pelo menos até 2017, foi a promessa, mas como já estamos habituados a que as promessas não sejam cumpridas pelos políticos, vamos lá ver se será ou não que 2017 terá de regresso o Corpo de Deus de regresso ao seu dia, na primeira quinta-feira passados que são 60 dias após a Páscoa.

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Fica então a imagem da passagem da procissão na última rua do percurso

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E a entrada na igreja de Vilar de Nantes, onde termina a procissão e se passa à missa do Corpo de Deus.

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Por nós, até para o ano.

 

 

30
Jan11

Com o devido respeito e na dose certa


 

 

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A vida também é feita de símbolos, crenças, religião e fé, sobretudo esta última, vai-nos guiando no caminho da vida. Fé no sentido de acreditar em Deus, em alguém, nas coisas, ou até naquilo que nem sabermos muito bem o que é, se existe ou não, como as coisas da sorte,  azar ou destino.

 

 

 

 

Mesmo os que não acreditam, nos seus momentos difíceis e complicados da vida, não é raro vê-los a trilhar novos caminhos rendidos à fé do sagrado, do profano e, às vezes, ambas as coisas ou coisa nenhuma.

 

 

 

 

 

Seja como for, os que acreditam e têm fé, são abençoados, desde que, claro, tomem a dose certa de fé.

 


09
Ago08

São Caetano - Chaves - Portugal


 

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Por aqui, popularmente e religiosamente falando, costuma-se dizer que quem não vai a Santiago de Compostela em vida, vai em morte. Talvez por essa razão haja tantos caminhos que nos levam até Santiago e, caminhante que se preze, vai a pé. Pois por cá, neste fim-de-semana todos os caminhos também são caminhados a pé como é tradição, mas vão dar ao São Caetano.

 

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Este blog também faz questão de lá ir todos os anos, não a pé, mas numa caminhada virtual de levar o (nosso) São Caetano a todos os flavienses ausentes e também lembrar aos presentes este fim-de-semana que é de festa, mas muito mais que isso, é de fé, e por muito alheados que estejamos dos rituais e da “festa” religiosa, a fé há que respeitá-la, tal como a tradição.

 

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Num dos posts passados sobre este Santuária eu dizia que o santuário do S.Caetano está para o concelho de Chaves e concelhos vizinhos, como o Santuário de Fátima está para Portugal. Mantenho todas as palavras desta afirmação e basta percorrer hoje as estradas que nos levam ao São Caetano para verificar que em todo o seu trajecto há centenas de pessoas a percorrer todos esses caminhos a pé.

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A aproximadamente 13 quilómetros de Chaves, pertence da freguesia de Ervededo, o S.Caetano tem o seu ponto alto todos os anos no 2º Domingo de Agosto, quando é tradição mas também promessa, fazer a deslocação até ao santuário a pé. E neste caso a tradição continua a valer e penso mesmo que de ano para ano cada vez há mais adeptos a cumprir a caminhada. Penso que serão já alguns milhares de pessoas que, sobretudo na noite do 2º Sábado de Agosto, cumprem o ritual e tradição de se deslocarem ao S.Caetano a pé.

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Mas o S.Caetano é também convidativo pelo espaço em si. Há uns anos atrás foi lá criado um parque de lazer, com merendeiros e churrasqueiras, aliadas às apetecidas sombras dos dias quentes de verão e primavera. Desde que o sol começa a abrir e a aquecer, que não há fim-de-semana que não haja merendas no S.Caetano, à nossa boa maneira, de manta no chão, muitos “comes” e bebes que se reflectem no garrafão de tinto à sombra, com a merecida e obrigatória sesta, claro!

 

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Mas também a água deste Santuário é tão famosa como fresca e não há peregrino ou visitante que não a beba ou se refresque um pouco com ela. Quanto às suas qualidades milagrosas e, se ali bem próximo todos os anos centenas de pessoas se deslocam a Vilar de Perdizes por acreditarem nas bruxas (ou por mera curiosidade ou passeio), porque não acreditar nos milagres da água deste Santuário. Tal como diz o cartaz colocado ao lado da fonte: «É de S.Caetano esta fonte pura quem nela beber de seus males cura». Não sei se o cartaz ainda está por lá, pois todas as imagens de hoje são de arquivo, mas quer esteja lá ou não, há que acredite nos milagres da água e a fé, é tudo.

 

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E por hoje é tudo. Para os que não podem deslocarem-se lá neste fim-de-semana, ficam as imagens do Santuário que mais gente chama deste concelho e das redondezas, por tradição, por religião e por fé, só comparado em termos religiosos e de tradição, à Nossa Senhora da Saúde, em S.Pedro de Agostém.

 

Até amanhã, de volta às aldeias. 

17
Set07

Chaves em festa


 

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Ainda há dias dizia aqui no blog que não valia a pena inventarem festas quando elas não têm tradição. Ontem mesmo dizia também aqui que as festas se mediam pela música e neste caso de procissões, pelo número de bandas a acompanhar.
 
Pois vamos lá à festa da Nossa Senhora das Graças, que a julgar pelas bandas de música (quatro) e gente,  é uma boa festa. O mesmo não acontece com a tradição, pois esta nova versão apenas tem 3 ou 4 anos (se não me engano). Parece contradição, mas no caso, não o é, mas há truque.
 
Claro que uma festa com apenas 3 ou 4 anos, não seria de ter tanta gente como tem e, o truque, está em chamar a participar na festa, com os seus padroeiros, todas as freguesias do concelho de Chaves.
 
O que o nosso povo quer é procissão na rua (fé), foguete no ar e arraial abrilhantado por umas boas bandas de música e, se é isso que o nosso povo quer, porque não dar-lho. A festa tem que ser popular e é com o povo que a festa se faz e que se cala qualquer crítica dos intelectuais de cidade (da esquerda ou direita, tanto faz).
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A par da Feira dos Santos (festa de Inverno), bem se poderia verdadeiramente pensar e fazer desta festa, as verdadeiras festas (de verão) da cidade e das freguesias que a cidade não tem e, abandonar de vez o 8 de Julho, que lá terá o seu valor histórico, mas não tem qualquer valor festivo.
 
Em tudo posso estar enganado, mas é a minha opinião e, até prova em contrário, continuarei a defende-la.
 
Entretanto vamos ficando com as imagens que faz descer o povo flaviense das montanhas até à cidade e, sempre bem acompanhados pelos seus padroeiros.

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