Chaves de ontem (concelho)
Ribeira de Sampaio em 1992
Neste chaves de ontem trazemos uma das três ribeiras, a Ribeira de Sampaio, em 1992, para nós, então, uma descoberta e agradável surpresa.
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Neste chaves de ontem trazemos uma das três ribeiras, a Ribeira de Sampaio, em 1992, para nós, então, uma descoberta e agradável surpresa.
Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia de Ribeira de Sampaio.
A última aldeia que aqui deixámos foi a Ribeira das Avelãs, a primeira das três ribeiras. Subindo a ribeira, a seguir encontramos a Ribeira do Pinheiro e só depois e mais distante é que encontramos a Ribeira de Sampaio. Tal como referimos na Ribeira das Avelãs, a ribeira é sempre a mesma, vai é mudando de nome conforme a aldeia ou bairro que tem junto a si, assim, é ribeira de São Lourenço junto a São Lourenço, ribeira de Sampaio, do Pinheiro ou das Avelãs junto às aldeias com o esse nome e vai desaguar ao rio Tâmega, junto às poldras, com o nome de Ribeira do Caneiro, depois, claro, de passar pelo Bairro do Caneiro.
Mas hoje temos aqui a Ribeira de Sampaio e vou repetir aqui os textos que também vão servir de separador no vídeo de hoje, onde se diz:
Ribeira de Sampaio, uma aldeia de moinhos e moleiros que ao longo dos tempos
se foi transformando. Os moinhos deixaram de moer, os moleiros morreram. ficaram as casas, ficou a ribeira, uma velha ponte e os moinhos parados, mas a fazerem a delícia a quem os descobria. Foi assim que a descobri em 1994 , uma pérola esquecida no encontro de duas encostas da serra, ao lado de uma ribeira e uma ponte. Ficou o registo, ainda na era da fotografia analógica, e este, foi mesmo para memória futura…
Em 2007, já na era da fotografia digital, regressámos à Ribeira de Sampaio. Mais maduros, com outro olhar. Se não fosse a memória diria que estava noutra ribeira…
Nova passagem em 2015, confirma-se o confirmado.
Era uma vez…
Uma aldeia de moinhos e moleiros…
Aqui no post deixo apenas as imagens de 2007 e 2015, pois as de 1994 já foram todas anteriormente publicadas nos posts que dediquei à Ribeira de Sampaio e para os quais fica link no final, mas também vão estar todas no vídeo.
Mas hoje até nem estamos aqui para falar da aldeia, pois tudo que tínhamos para dizer sobre ela, já o dissemos nos posts que lhe dedicámos, hoje estamos aqui pelo vídeo que não teve nos posts anteriores e ao qual vamos passar de imediato:
Aqui fica, espero que gostem.
Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607
Post do blog Chaves dedicados à aldeia de Ribeira de Sampaio:
https://chaves.blogs.sapo.pt/ribeira-de-sampaio-chaves-portugal-1785579
https://chaves.blogs.sapo.pt/581530.html
https://chaves.blogs.sapo.pt/230549.html
E quanto a aldeias de Chaves, despedimo-nos até ao próximo sábado em que teremos aqui a terceira e última ribeira, a Ribeira do Pinheiro, aqui a última, mas no terreno fica no meio das outras duas.
Seguindo a ronda pelas nossas aldeias do concelho de Chaves, depois de ter passado por aqui a Ribeira das Avelas, hoje toca a vez a outra ribeira, a Ribeira de Sampaio, passando por cima da Ribeira do Pinheiro, que estará aqui no próximo sábado.
Na realidade estas três aldeias que adotaram o topónimo de Ribeira, encontram-se a umas centenas de metros de distância e estão todas bem juntinhas à Ribeira do Caneiro que desagua no Rio Tâmega, junto às poldras. Tomando a orientação de montante da ribeira do Caneiro, a primeira das três ribeiras, logo a seguir a S. Lourenço, é a Ribeira de Sampaio. Descendo mais um pouco temos a Ribeira do Pinheiro e por último a Ribeira das Avelas, todas elas ligadas a antigos moinhos dos quais hoje só existem ruínas.
As duas primeiras Ribeiras (de Sampaio e do Pinheiro) encontram-se nas zonas mais acidentadas da Ribeira do Caneiro, com múltiplas pequenas cascatas e rápidos de acesso complicado, mas era nestas proximidades que existiam e ainda vão existindo, os antigos acessos às aldeias da Cela e penso que também a Tresmundes, acessos para descer à cidade de Chaves, com o regresso sempre a subir. A travessia entre margens da Ribeira do Caneiro era feita através de uma belíssima ponte que ainda hoje existe, precisamente na Ribeira de Sampaio, a condizer com o não menos belíssimo casario composto pelos moinhos e casas dos moleiros.
Este pequeno conjunto descobri-o por mero acaso nos anos oitenta do século passado, numas das minhas voltas de mota e já com a noia da descoberta e de querer saber onde os caminhos iam dar. Lembro-me desse dia como se fosse hoje, e o espantado que fiquei com tanta beleza, com o casario, então, ainda habitado. Recordo que depois de me recompor do espanto e surpresa da descoberta, desci à cidade para recolher a máquina fotográfica, subi de novo àquele conjunto que só mais tarde vim a saber ser a Ribeira de Sampaio e fiquei por lá a recolher alguns motivos.
Já na era da fotografia digital, nos seus inícios, voltei por lá para fazer novos registos e não acreditei naquilo que vi. Desilusão total, tanta, que não consegui fazer uma única foto. Voltei lá mais tarde, passados uns anos, em 2007, e aí sim, fiz algumas fotos. O lugar continua a ser agradável, a ponte continuava interessante, o casario mais degradado e algumas intervenções novas, mas o espírito romântico e bucólico, estava de todo perdido.
Foto dos anos 80 do Séc. XX
Voltei lá de novo em 2015, sem alterações e com o casario abandonado mais degradado. Embora sem a qualidade das fotos atuais, estas três últimas fotos digitalizadas a partir dos negativos da analógica, dão para ver como era a Ribeira de Sampaio nos anos oitenta do Século passado.
Foto dos anos 80 do Séc. XX
Sei que o casario foi vendido recentemente e tenho esperança de que, o novo proprietário, tenha o bom gosto e bom senso de recuperar o que ainda seja possível recuperar e de dignificar aquele lugar que pode ser um pequeno paraíso. Esperamos para ver e iremos estar atentos, depois logo veremos.
Foto dos anos 80 do Séc. XX
Claro que nestas recuperações/reconstruções, hoje em dia, não se pode exigir que se mantenha aquilo que existe sem alterações. O modo de vida atual exige algumas adaptações, no entanto poderão ser feitas com respeito do existente e fazer a memória do lugar.
No próximo Sábado teremos aqui a Ribeira do Pinheiro.
Até amanhã!
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Hoje queria falar-vos de um tesouro escondido na montanha deste reino maravilhoso, onde tudo era simples e belo – perfeito, onde os dias nasciam com o nascer do sol e morriam depois do sol posto, onde o sol era mesmo uma dádiva de Deus, um brinde da natureza onde a natureza sabia retribuir com o seu verde mais perfeito, com a transparência das águas de brilhos e sons cristalinos, com melodias sinfónicas do mais orquestrado chilrear quebrados por silêncios do correr de águas apressadas como se toda a água do mundo quisesse por lá e que convidada a ser bebida da concha de uma mão…penso que até inventava a sede para poder ser beijada e saboreda.
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Todo aquele lugar era poesia e o mais belo poema que alguma vez já foi escrito mas também era real e saía para fora da página e livro onde fora gravado. Tinha uma ribeira com águas transparentes e cristalinas sempre a correr que faziam pequenos desvios para consolar moinhos que faziam o pão que consolava as mesas das casas que tinham gente dentro, uma ponte que ligava as margens, bordada de heras, de um arco só mas com toda a grandeza de receber qualquer inverno de águas enfurecidas.
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Conheci o lugar por acaso nem sabia que era possível existir um lugar assim. Primeiro pensei que tudo aquilo era o testemunho físico dos velhos moinhos e os seus moleiros e que, tal como o artista perpetua as suas emoções numa tela, ali, a natureza quis perpetuar a beleza com as suas formas originais, mas por entre a beleza da moldura aberta aos meus olhos, eis que apareceu também a beleza humana. Uma senhora, já de idade, fazia-se guardiã daquele quadro. Ainda cheguei à fala com ela, ainda a consegui focar na objectiva do retrato, ainda tentei traze-la aqui hoje, mas o negativo do momento ainda está perdido no baú dos negativos. Mas um dia aparecerá e o seu rosto que ainda guardo na memória, simbolizará a beleza do lugar.
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Depois da descoberta, durante um ou dois anos ia até lá amiúde e por lá ficava largos momentos apenas a ver e ouvir, desfrutar da sombra e das melodias sempre renovadas. Quase sempre sozinho como se o lugar fosse um livro e eu o leitor onde entre nós não houvesse espaço para nada ou mais ninguém, mas mesmo assim, penso que apenas em duas vezes, cheguei a partilhar aquele lugar com mais alguém e, em boa hora o fiz, pois hoje, não sou apenas eu a testemunha de que aquele lugar existiu…
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Pois hoje queria falar-vos desse lugar, mas é doloroso demais falar de lugares que já não existem ou que a modernidade, a falta de gosto ou talvez a incúria dos homens aliada ao desleixo e desinteresse pelo património e mundo rural, de quem deveria estar atento a estes tesouros mas cujo umbigo e a modernidade do betão não deixa dedicar uns poucos minutos que sejam, e deixam irresponsavelmente ou mesmo criminosamente que pequenos pedaços do nosso reino maravilhoso se percam para todo o sempre e que deles nem sequer reste a memória das memórias do passado. Tristes dos que não sabem olhar para trás e valorizar a sua existência.
Hoje queria falar-vos desse lugar que apenas vai existindo esquecido no meu baú dos negativos das fotos antigas, das quais hoje recuperei algumas. Chama-se Ribeira de Sampaio, mas dele apenas restam as imagens de há 20 anos. Hoje é uma triste imagem de um lugar onde um tesouro foi desventrado e saqueado e ninguém disse ou deu por nada!
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