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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

12
Set24

O Factor Humano

Rios Impossíveis


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Os rios impossíveis

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Trazia sempre com ele um búzio, branco e esverdeado, que ocupava toda a palma da sua enorme mão. Embrulhava-o num pano de camurça e colocava-o num saco. Posto esse saco a tiracolo ficava completa a figura mítica do "homem do búzio", que percorria o interior do País no mês de Agosto e era recebido com alegria e respeito em cada aldeia aonde chegava.

 

Só ele decidia quem podia encostar o ouvido ao búzio e exigia completo segredo sobre tudo o que sentissem, sob compromisso de palavra de honra.

 

Muito para além da perda da honra, coisa que nesse tempo era sagrada, havia uma outra ameaça, ainda mais eficaz, quem contasse nunca mais podia encostar a cabeça ao búzio.

 

Eram espantosas as expressões de cada um dos escolhidos. Com a cabeça encostada ao búzio, abriam-se sorrisos, olhava-se para o infinito, algumas vezes escapava-se até uma lágrima feliz.

 

O surdo-mudo de uma aldeia quis encostar o ouvido e, depois, não foi fácil afastá-lo do búzio que nunca saía da mão do seu guardião.

 

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Fotografia de "Boubac"

 

Os anos foram passando e era tal o fascínio das pessoas, com todo o foco no búzio, que ninguém se apercebeu do envelhecimento do seu guardião.

 

As pernas pesavam-lhe cada vez mais, a última aldeia obrigava-o a uma íngreme subida, para então descer ao vale, na encosta a sul. A respiração tornava-se mais difícil, a vista ia-se turvando como nunca lhe acontecera.

 

De repente pressentiu que ia morrer e teve aguda consciência do seu segredo, de ele próprio nunca ter encostado a orelha ao búzio, deixado pela sua mãe, que ele nunca chegara a conhecer.

 

Sentou-se, ou melhor deixou se cair, num último esforço tirou o búzio do saco, pousou-o no chão, e deitou-se de lado, com a cabeça encosta a ele.

 

Morreu com um sorriso sereno.

 

Do búzio foi nascendo água, num caudal crescente que foi descendo da serra, semeando amieiros nas suas margens. E formaram-se represas, com levadas e moinhos, com mós que iam parindo farinha.

Manuel Cunha (pité)

 

 

19
Fev18

De regresso à cidade, com uma foto de inverno e um sonho


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Hoje fazemos o regresso à cidade pelos passeios à beira rio, com uma foto de inverno, a demonstrar que esta estação fria também tem os seus encantos. Nos meus sonhos, o encanto seria ainda maior se a partir do terraço existente sobre o Rio Tâmega, que foi construído a partir da estrutura do antigo motor de água, tivesse uma ligação à margem esquerda do rio, ou seja, uma ponte pedonal, apenas com a largura de duas pessoas,  com o romantismo das pontes de arame, se pudesse ser… no meu sonho pode!

 

 

 

17
Dez15

O Factor Humano - Mais uma vez os nossos rios


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Mais uma vez os nossos rios

 

Aproxima-se mais um inverno. O calendário diz que chega na próxima semana, mas não parece nada. Não há praticamente geadas, ainda não nevou no Norte, nem sequer houve grandes chuvadas, muito menos cheias.

 

Dizem que o clima está a mudar. Menos diferenças entre as estações do ano, menos precipitação, pelo menos na nossa região.

 

Aquecimento global. Parece nítida a relação com a actividade do “homem poluidor”. Conferências internacionais, consensos mínimos.

 

Compra-se e vende-se o “direito de poluir”, tudo é um negócio.

 

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As novas energias limpas, renováveis, também são muitas vezes um negócio. Veja-se o caso da “cascata de barragens do Tâmega”. Em nome das energias limpas e renováveis, querem construir sequencialmente várias barragens, sendo que a que fica mais a montante irá descarregar na seguinte e assim sucessivamente, durante o dia, produzindo energia no período de maior consumo. Durante a noite, um sistema de bombagem fará a água retornar das barragens a jusante para as barragens a montante, aproveitando a energia das eólicas que nesse período nocturno tem um valor comercial irrelevante, pois o consumo de energia é mínimo. No dia seguinte, recomeçaria este ciclo “eterno” da água perdida no seu caminho natural para o mar.

 

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Bom negócio económico, péssimo negócio ecológico. Mas os accionistas da EDP e da Iberdrola assim o tentam impor. Um desastre ecológico diz o bom senso.

 

Os autarcas da região, com pouca visão ecológica e uma visão económico-financeira de curto prazo, aplaudem.

 

Felizmente parece haver, no acordo estabelecido entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Ecologista os Verdes (PEV), um ponto que define o fim deste processo. Bom para o futuro da região e do país.

 

Fica por resolver a séria questão do encaixe económico já planificado pelas autarquias mas seguramente será encontrado uma solução.

 

Fica a contradição entre um Governo Socialista que no passado lançou o projecto e outro Governo Socialista que o interrompe. Mas é sempre positivo corrigir os erros.

 

Um aplauso para o PEV.

 

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Já escrevi nesta coluna que me oponho há construção de mais barragens na região. Causam uma destruição definitiva de extensas áreas do território. As vantagens, em termos de produção energéticas, são diminutas com prejuízos ecológicos enormes.

 

Não desisto de acreditar que uma das grandes riquezas da nossa região é o nosso meio ambiente. Mesmo que em muitos aspectos já esteja parcialmente degradado, é na sua recuperação que está o futuro. É na recuperação dos cursos de água, dos moinhos, dos caminhos, da pesca, que se podem encontrar vias para o desenvolvimento. Pena, os autarcas ainda não terem percebido.

Manuel Cunha (Pité)

 

 

01
Set15

Exposição Coletiva de Fotografia


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Exposição Coletiva de Fotografia

“Os Rios”

Adega do Faustino de 1 a 30 de Setembro

 

A Galiza e o Norte de Portugal, filhos de uma mesma cultura que ficou dividida, não tanto na época em que D.Afonso Henriques proclamou a independência do Condado Portucalense, mas sim quando foram implantados os tratados de limitação de fronteiras por estados liberais fortemente jacobinos e centralistas ao longo do século XIX.

 

Nas duas primeiras décadas do passado século XX, intelectuais e criadores galegos e portugueses falaram da necessidade do reencontro. Mas as violências do século XX, nomeadamente as ditaduras, a Guerra Civil Espanhola, a repressão, as dificuldades económicas que afetaram os povos ibéricos pareceram silenciar estes diálogo que, na forma de encontros entre arqueólogos, escritores, filósofos, artistas, etc., continuaram à margem do discurso oficial.

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Mas se é necessário o reencontro também é igualmente necessária a redescoberta de um património cultural que teve origem no território da Gallaecia romana e que teve na língua galaico-portuguesa a sua fonte de criação. O património comum galaico-português faz parte do acervo da humanidade em criações singulares como as cantigas medievais da nossa lírica que transparecem uma rica tradição oral onde beberam os trovadores. A cultura popular comum manteve a sua vitalidade até ao presente, apesar da fronteira política, deve obter o seu maior reconhecimento mediante a inscrição na Lista Representativa do Património Imaterial da Humanidade da UNESCO.

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A aprovação a 11 de Março de 2014 pelo Parlamento Galego da Lei Valentín Paz-Andrade, fruto de uma iniciativa Legislativa Popular, publicada no DOG de 8 de Abril de 2014, convida-nos, e até certo ponto obriga-nos, a aprofundar no esforço do reencontro.

Cultura que Une é uma Associação que pretende reunir intelectuais, escritores, artistas plásticos, fotógrafos, músicos, pensadores, etc. nesse mesmo reencontro destes atores da cultura galega e do Norte de Portugal à qual a Associação de Fotografia Lumbudus se associou desde os seus primeiros passos, tendo como ponto de partida o presente ano de 2015, tendo já lançado atividades nas mais variadas vertentes, com concertos musicais, encontros de escritores e poetas, exposições de artes plásticas e fotografia, colóquios, etc, nas cidades de Amarante (em Maio) e de La Coruña (em junho).

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A presente exposição de fotografia que se quis itinerante, foi uma das que passou por Amarante e La Coruña, reunindo cinco fotógrafos galegos e cinco portugueses, todos à volta de um mesmo tema — os rios — que estará patente ao público em Chaves durante todo o mês de setembro, partindo depois, de novo, para terras galegas.

 

 

11
Nov09

Além das castanhas, hoje há feijoada, poesia, musica e até bagaço


Hoje em Chaves é dia de feijoada, mas para quem não gosta, arranja-se sempre uma vitela assada, cabrito ou até leitão e, já se sabe, bacalhau há sempre, mesmo que demore mais um bocadinho… comeres à parte, vamos lá ao post de hoje, também para dois gostos, mas aqui a música já é outra e, até pode ser servida em andamentos.

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Primeiro andamento, Allegro, presto e/mas poético

 

Sempre que posso, dou uma espreitadela aos jornais antigos cá da terrinha, por simples curiosidade ou ao encontro de alguma história de Chaves e, de vez em quando, tropeço com autênticas preciosidades vertidas em prosa, em publicidade e em poesia.

Hoje deixo-vos com um poema que encontrei na edição do “O Comércio de Chaves”, de Sábado, 5 de Setembro de 1942, de autoria de Maria Clara:

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Da minha janela

 

Da minha janela,

Vejo rios, vejo fontes,

Vejo campos, vejo montes,

Numa doce confusão;

E de manhãzinha,

Vejo, no céu, muitas aves,

A cantar hinos a Chaves,

Quási numa confissão

 

Vejo o sol e vejo a lua,

Deslizando quási nua,

Lá no seu mar prateado;

Vejo um cantinho singelo

E lá longe há um castelo,

Que nos fala do passado.

Durante as tardes serenas,

Passam loiras e morenas

De semblante risonho;

Chaves, terra encantadora,

És rainha, és senhora

Dum incomparável sonho.

 

Da minha janela,

Vejo um parque e uma taça,

Para dizer a quem passa

Que Chaves é o ideal;

E sem hesitar,

Eu afirmo ao Mundo inteiro

Que és o mais lindo canteiro

Dos jardins de Portugal

Maria Clara

  

Como sempre, estes andamentos são breves.

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Segundo  andamento, Grave, gravíssimo

 

Portugal sempre teve jeito para as anedotas e, seja qual for a situação ou o acontecimento, há sempre uma anedota para a/o descrever que em jeito de notícia, e actual,  corre à velocidade da luz. Mas a anedota é também o meio disfarçado de o povo a brincar, ir dizendo algumas verdades da actualidade.

 

Hoje, na minha caixa de correio electrónico, como todos os dias, tinha uma que demonstra bem o Portugal da anedota, do Chico-esperto e do nacional porreirismo…

 

Empreitada – proposta honesta

 

Um autarca queria construir uma ponte e chamou três engenheiros:
                       
                        Um alemão, um americano e um português.
                       
                        - Faço por  3 milhões - disse o alemão :
                        - Um pela mão-de-obra,
                        - Um pelo material e
                        - Um para meu lucro.
                       
                        - Faço por  6 milhões - propôs o americano :
                        - Dois pela mão-de-obra,
                        - Dois pelo material e
                        - Dois para mim.
                        - Mas o serviço é de primeira.
                       
                        - Faço por  9 milhões - disse o português.
                        - Nove?!? - Espantou-se o autarca:
                        - É demais!!! Por quê?!?
                        - Três para mim,
                        - Três para si,
                        - E três para o alemão fazer a obra...
                       
                        - Adjudicada !!!

Continuando o andamento, deixemos a anedota-anedota de parte e passemos para algumas anedotas a sério, em jeito de Repórter de Serviço:

 

A Estrada Nacional 212, Chaves – Valpaços

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Li em tempos que a nova ligação entre Valpaços e Mirandela foi mais barata que as obras da estrada entre Chaves e Valpaços e com a agravante de entre Valpaços e Mirandela se ter feito uma ligação digna e moderna enquanto que na ligação entre Chaves e Valpaços tudo continuou na mesma ou pior, sem qualquer melhoramento significativo.

 

Vergonhosamente levantaram-se passeios e lancis ainda em muito bom estado para  colocar outros novos, mas iguais. Com a sinalização o mesmo. Retirou-se toda a sinalização existente, em muito bom estado e com bons materiais, para colocar uma nova, mais frágil e deficientemente suportada, de tal forma, que a maioria vai virando conforme sopram os ventos.

 

Também esta obra merecia uma fiscalização de fundo, não à obra em si, mas ao porquê dela ter sido feita nas condições em que foi, aos valores reais nela envolvida, quem foram os actores da obra e no final, colocar nos pratos da balança, num o valor investido e no outro, os benefícios que resultaram desse investimento… Uma vergonha e descarada. Mas isso já é coisa do passado, não é!?

Outra das anedotas nacionais,  é tudo aquilo que se prende com as preocupações com ambiente. Ainda há dias uma reportagem da SIC denunciava vários aterros de resíduos perigosos que o jornalista, mesmo com todas as portas fechadas à sua descoberta, descobriu. A pergunta impunha-se: Então se o jornalista com todas as barreiras descobriu esses aterros, as autoridades, mesmo com denúncias, não as descobrem. Mas mais grave ainda é o que se prende com o licenciamento e a fiscalização da origem desses resíduos, que aí, pela certa, não se trata de empresas clandestinas.

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Ainda ontem, também nas notícias de uma das televisões, vinha à baila as barragens que vão ser construídas no Douro e no Tâmega, para serem construídas em nome do ambiente, quando os próprios ambientalistas põem em causa o ambiente com a sua construção. O ambiente e a qualidade da água, do Tâmega.

 

Do ponto de vista económico, essas barragens vão com certeza dar muito jeito, quer a quem as constrói, quer a quem vai ficar a gerir (leia-se criação de bons empregos que em linguagem comum se conhece por “tachos”  para meia dúzia de políticos reformados ou especialistas em gestão do dinheiro público.

Para já, também ainda só saiu à rua os benefícios dessas barragens, pois ainda não vi por aí os malefícios que essas barragens vão causar…mas é tudo em nome do progresso e da modernidade e depois, para quê nos preocuparmos com a saúde e qualidade das águas do Tâmega se elas já hoje estão doentes e são poluídas diariamente à vista de todos. Não tarda aí, com a barragem de Vidago, deixamos de ter um rio para ter um charco de águas apodrecidas, onde Trás-os-Montes, finalmente, vai começar a cheirar naquilo em que o estão a transformar, desde Lisboa e desde os altos gabinetes…

 

Onde está afinal o Tâmega da minha geração, da galinheira, do tronco, do açude, da praia de Vidago, da águas limpas, transparentes e cristalinas… e qual a razão porque hoje está como está!? Doente!

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Todos o sabem, mas pouco se faz pelo Tâmega, começando logo do lado de lá, em Espanha, e por aí abaixo, está à vista.

 

Ao longo do tempo de existência deste blog, fui recebendo alguns mail’s anónimos a denunciar aterros junto ao rio e descargas poluentes e mal cheirosas, todas a montante de Chaves. Quis ver com os meus olhos e vi. Certo que não serão resíduos industrias muito perigosos, mas certo também que são resíduos industriais perigosos que poluem e que contribuem para a falta de qualidade da água do Tâmega e que fazem dele um colector residual

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a céu aberto e, a procissão ainda não saiu do adro, pois algumas dessas descargas estão a ser feitas precisamente no novo parque industrial, onde só agora se começaram a instalar as primeiras indústrias. Curiosamente, uma delas é feita e produz em nome da reciclagem e do ambiente, com o chamado bio-diesel, a outra, trata-se de uma destilaria que já era conhecida do rio e

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que agora está instalada no novo parque industrial, apenas com uma diferença que resulta da sua deslocação para montante, agora tem um “tanque de decantação público”, mesmo junto à entrada do parque industrial e junto ao novo nó da auto-estrada, ou melhor, entre os dois. Sem dúvida alguma um bom cartão-de-visita e boas-vindas para a vista e para os cheiros de quem por aí entrar em Chaves. Não é invenção minha, está lá, à vista e ao cheiro de todos.

Até amanhã!

 

 

12
Jul09

Com o Verão, sabe bem a frescura da nossa água...


Como o calor começa a apertar, um pouco de água fresca, calha sempre bem. Hoje, em vez de irmos até uma aldeia, vamos até os nossos lugares da água, um pouco espalhado por este nosso concelho. Lugares que convidam a um banho, que como se verá mais à frente, nem sempre é possível ou recomendável, mas pelo menos, a companhia da água já nos dá a frescura para uma boa merenda à beira d’água.

 

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Vamos começar pelo açude de Vila Verde da Raia, em sua memória, pois foi até aos anos 80 a nossa praia por excelência.

 

Ao açude, aconteceu-lhe um pouco como à maioria das nossas aldeias, ou seja, no tempo em que era povoado e utilizado por centenas de pessoas, não tinha o mínimo de condições para as receber. Arranjou-se o local com um parque de merendas, grelhadores, mesas, instalações sanitárias e um parque infantil e transformou-se o açude em praia fluvial oficial e, como que por magia, as pessoas deixaram de aparecer, sendo actualmente um local totalmente despovoado de vida humana a desfrutar do local e, mesmo que quisesse fazer do açude a sua praia fluvial, o Ministério do Ambiente, com um simples cartaz, deu a machada final no Açude, ao considerar o local impróprio para banhos. É mais fácil proibir do que cuidar quando do ambiente se trata, mas poucos foram os que se preocuparam (ou preocupam) com o nosso Rio Tâmega, quando foi a base para as indústrias do betão durante muitos anos.

 

Fica a foto possível do Açude de hoje, em sua memória.

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E do Rio Tâmega para a Barragem de Curalha, é este o nome embora o acesso se faça por Valdanta. Uma barragem que foi construída para regadio mas que acabou por se transformar também num local bonito e agradável, ao qual recomendo uma visita, mas só isso, ou quase. Se por um lado o seu estado “selvagem” a torna mais natural, por outro lado o local sugere qualquer coisa de apoio ao bem-estar e ao lazer.

 

Não funciona como praia fluvial pois não tem qualquer tipo de apoio ou vigia, nem sequer se conhece a qualidade da água para esses fins. A banhos, só mesmo os selvagens, pois por lá também não há nada que os proíba, selvagens e com os riscos do ser selvagem.

 

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Idem aspas barragem de Curalha, igualmente bela e selvagem, com a mesma finalidade de regadio e com muitas “lameiras” à sua volta. Falta-lhe o arvoredo, pois à sua volta privilegiam-se  os campos de cultivo no aproveitamento de terra fértil.

 

De menores dimensões que as restantes barragens do concelho, também sugere algo de apoio ao bem-estar e lazer e até uma praia fluvial, mas nada disto existe por lá. Assim, também recomendo a visita, quanto a banhos, só selvagens, pois também por lá embora não haja apoio, também não há nada que os proíba.

 

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Pois se as restantes barragens sugerem qualquer coisa de apoio ao bem-estar e a uma praia fluvial, esta, pelas suas dimensões sugere muito mais, mesmo no campo desportivo.

 

Tal como as outras foi uma barragem construída para regadio mas também para abastecimento de água às populações.

 

Construída num belíssimo local e com vistas também de encantar, desde o espreitar para o vale de Chaves e para a cidade, mas também, bem altivos são os montes que rematam lá ao fundo na silhueta do Castelo de Monforte.

 

Se não conhece, é de visita obrigatória, em qualquer estação do ano, pois a sua beleza e a da sua envolvente, são como o camaleão, só que em vez de se adaptarem as cores ao ambiente, é ela própria a dar cor ao ambientes das estações.

 

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Foto gentilmente cedida por uma filha da terra – Ana.

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Em tudo selvagem e se não fosse pelo paredão que contém as águas, eu diria que estava à beira de um lago natural.

 

É uma linda barragem, mas também a que tem piores acessos para se ir até lá de visita. Um todo terreno recomenda-se, ou então, uma boa caminhada que pode ser feita desde Vilela Seca ou desde o Cambedo. Para que for de visita (em todo o terreno ou de caminhada) recomendo entrar por uma povoação e sair pela outra.

 

Também as vistas têm a sua elegância.

 

Quanto a praia fluvial, igualmente nada, mas não é um nada de nadar, mas um nada de não existir e se da barragem fizer praia, também nada por lá o proíbe, é por conta e risco de quem o faz.

 

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Deixando as barragens passamos às praias fluviais do concelho, começando por Segirei.

 

Esta sim, tem condições para dela se fazer praia e umas boas merendas, almoços ou jantares, com instalações de apoio, grelhadores, mesas, e até um bar em funcionamento, mas mais que isso, tem um rio limpo (Rio Mente) e o interesse de toda a zona envolvente para explorar  e encantar, mas com tempo, pois temos por lá uma das mais belas, senão a mais bela  rota do contrabando, principalmente do lado Galego, não só pelas belezas naturais, mas também pelo tratamento de toda a rota, que o lado português  não soube acompanhar e é pena, pois bem poderia ser um roteiro turístico de qualidade que iria muito além de turista ver, pois atingiria o encanto de qualquer turista e, mesmo assim, encanta (o lado galego).

 

O explorar é extensivo a toda a freguesia, mas também convém não esquecer que do outro lado do rio, em frente à praia, começa o Parque Natural de Montesinho.

 

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E para terminar vamos até à praia fluvial  de S.Gonçalo, ou melhor, até ao parque de merendas de S.Gonçalo e, se for até lá, leve mesmo uma merenda, pois vai precisar dela, porque pela certa que se vai demorar por lá.

 

Fica a escassa centena de metros da praia de Segirei, mas quanto ao acesso, aí as centenas de metros multiplicam-se, não só na distância como também na dificuldade, pois é um dos locais mais isolados do concelho que para atingi-lo, também se recomenda um todo o terreno. Poderá ir por Parada ou por Orjais, ou entrar por uma das povoações e sair pela outra, aliás eu recomendo mesmo que assim se faça, pois assim, além de S.Gonçalo, também poderá deitar uma vista de olhos às duas aldeias, que por sinal também são das mais distantes e isoladas do concelho.

 

S. Gonçalo poderia ser o paraíso perfeito, longe de tudo e de todos se não fosse o mau gosto de algumas construções clandestinas que apareceram por lá. E digo algumas, pois além de inestéticas ou abarracadas, não se enquadram no local, principalmente as que estão em frente à capela. Já outras, embora gozem da mesma clandestinidade, tiveram pelo menos o bom gosto de cuidar um pouco da construção e de as “camuflar” por entre o arvoredo, sem o destruir… e é assim, quando queremos estar em cima do paraíso, acabamos por o destruir, mas ao que consta, por lá, oficialmente nada existe e as construções, pela certa, que caíram lá, “e prontos”.

 

Se forem por lá, abstraiam-se dos mamarrachos e gozem o que ainda resta do paraíso, e pena foi um maldito incêndio ter comido o verde da antiga floresta,  ah!, e esqueçam os telemóveis, pois por lá não há uma pontinha de rede, nem telefones, nem electricidade.

 

Até amanhã, com muita cultura, livros e poesia da nossa gente.

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