Chaves de Ontem
Cá estamos com mais um regresso ao século passado, mais precisamente ao ano de 1962 no encontro da Rua da Muralha com a Rua da Tulha, após o desmantelamento das instalações militares adossadas à muralha do castelo.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Cá estamos com mais um regresso ao século passado, mais precisamente ao ano de 1962 no encontro da Rua da Muralha com a Rua da Tulha, após o desmantelamento das instalações militares adossadas à muralha do castelo.
Hoje ficamos com uma panorâmica da rua da Tulha, em toda a sua extensão, ou seja, desde o largo do Anjo até à Rua da Muralha.
Mas afinal, porque se chama a rua da Tulha?
Ora Firmino Aires, autor da Toponímia Flaviense, na mesma, perguntou o mesmo e respondeu à questão. Então, para quem não sabe, aqui fica a resposta:
“O Largo do Anjo (agora impropriamente Largo 8 de Julho) era ocupado na sua maior parte pelo Armazém da Vedoria, dependente do Município. À sua volta fazia-se o mercado que mudou definitivamente para o Arrabalde das Couraças, nos finais do primeiro quartel do século XIX, depois de muitas questões, cujos autos subiram até à Relação do Porto.
Na rua em apreço, existia uma tulha municipal, onde se recolhiam o comerciavam os cereais da cobrança das rendas. Por isso, era conhecida por Rua da Tulha.
Também algumas ruas à volta do Largo do Anjo tomaram o nome dos produtos que nela mais se vendiam, como o sal, a carne e os verdes, respetivamente nas Ruas do Sal, dos Açougues e Verde, que lhe ficam próximas.”
E por hoje até tudo, amanhã cá estaremos de novo. Até lá.
Afinal com o frio também veio um pouco de chuva. Mais frio, que chuva!
Fica uma imagem da Rua do Sal com chuva, que em princípio deveria ter ficado demolhada, mas não, apenas ficou molhada!
Já agora, para quem não sabe, esta rua adotou o topónimo de Rua do Sal por ter sido este (o sal) um dos principais produtos que outrora se vendia na rua. Acontece que nas proximidades, no Largo do Anjo, existia o Armazém da Vedoria, que era uma espécie de depósito de munições e de víveres que a julgar pelo significado de vedoria, os produtos aí armazenados estariam também sujeitos a uma inspeção e fiscalização antes de saírem para o mercado. Mercado esse que se desenvolvia nas ruas mais próximas que convergiam para esse largo, tal como a Rua da Tulha (onde se vendiam cereais), a Rua dos Açougues (onde se vendiam carnes) ou a Rua Verde (onde se vendiam verduras — couves, grelos, alfaces, etc.), adotando estas ruas também o topónimo relacionado com os produtos que lá eram vendido. Ou seja, o Largo do Anjo e as ruas mais próximas funcionavam com uma espécie de mercado municipal, pelo menos assim foi até aos inícios do século XIX, transferindo-se a partir de aí para o então Arrabalde das Couraças, atual Largo do Arrabalde, onde permaneceu até 1949, passando daí para o espaço ao longo da Muralha Seiscentista entre a atual Rua do Olival e a Rua das Longras, onde, diga-se, ainda hoje deveria existir em vez do grande mamarracho que lá nasceu. Uma boa demonstração da força que o b€tão tem.
Quanto às ruas terem adotado topónimos relacionados com produtos que lá eram vendidos, na nossa opinião, está bem, pois assim também se vai fazendo um pouco da história da nossa cidade.
91 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
*Jardim das Freiras*- De regresso à cidade-Faltam ...
Foto interessante e a preservar! Parabéns.
Muito obrigado pela gentileza.Forte abraço.João Ma...
O mundo que desejamos. O endereço sff.saúde!
Um excelente texto, amigo João Madureira. Os meus ...