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Eis uma fotografia documento, não pelo que mostra de casario que, hoje em dia, ainda se mantém quase igual, mas por um elemento que aparece em abundância nesta imagem – a motorizada, que na época da foto, 1972, inundava as estradas de Portugal.
Motorizada portuguesa e em Portugal cuja história se pode resumir ao século XX, embora ainda neste século haja algumas resistentes a circular nas nossas estradas, cada vez menos, é certo, mas ainda com a funcionalidade para que foi criada, sem contar com a moda das recuperações e restauros, mais para colecionistas e amantes das duas rodas do que para desempenharem as suas verdadeiras funções para que foram fabricadas, a de satisfazer a mobilidade das classes mais baixas de baixos salários, isto quando a motorizada atingiu o seu apogeu em número a circular nas estradas portugueses, nomeadamente nos anos 60 a 80, com a motorizada de 50 cc , na grande maioria com marcas de fabrico nacional onde se destacou a marca CASAL.
Assim a história da motorizada em Portugal pode-se resumir em três momentos. O inicial desde inícios do século XX até aos anos 60, imediatamente antes de o automóvel começar a surgir em força nas estradas portugueses, momento esse em que a motorizada ainda não era acessível à maioria das bolsas dos portugueses. O segundo momento é o da democratização da motorizada, entre os anos 60 e 80, de fabrico nacional, com 50 cc de cilindrada e custos compatíveis com baixos salários, a maioria dos salários dos portugueses, que fez com que as motorizadas passassem a marcar presença em quase todos os lares e que chegavam mesmo a transportar famílias inteiras. O terceiro momento verifica-se entre os anos 80 e o final do século em que a democratização do automóvel e o seu mercado de usados, acessível às bolsas mais baixas, fez com que a motorizada ficasse encostada a um canto lá de casa, não havendo procura de novas motorizadas, o que levou à falência das fábricas portuguesas de motorizadas. A CASAL que durante 40 anos produziu e comercializou perto de 80 modelos de motociclos, acabou por fechar definitivamente as suas portas no ano de 2004, terminando assim a maior unidade fabril do setor em Portugal.