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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

21
Abr18

Nogueira da Montanha - Chaves - Portugal


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Esta primeira imagem é feita de pura ilusão. Real, sim senhor, é real, mas ilude e leva-nos a crer numa realidade que não existe lá no alto planalto da Serra do Brunheiro, em terras da freguesia de Nogueira da Montanha, freguesia e aldeia para onde vamos hoje, mais uma vez com o mesmo discurso, o do despovoamento rural.

 

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Embora o planalto do Brunheiro até seja feito de terras maioritariamente cultiváveis,  onde até é conhecida a excelência da qualidade dos produtos que lá se produzem, como por exemplo a batata, sempre teve todas as condições para convidar as pessoas a partir para melhor vida. Terras altas de invernos rigorosos, a terra altamente repartida, falta de uma política agrícola, falta de infraestruturas básicas, sem perspetivas para o futuro, etc. Tudo convidava à partida e o seu povo partiu, e se aguentaram por lá alguns séculos, foi porque então, se partissem e fossem para onde fossem, a realidade era a mesma, exceto nas grandes cidades, que para nós se resumiam a duas e onde gente não qualificada era mais escrava que na terra mãe.

 

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Mas os tempos mudaram, felizmente, e desde que a educação passou a ser uma das nossas prioridades ou uma das nossas necessidades como a modernidade o exigia, os horizontes alargaram-se e passou a existir vida para além das leiras das aldeias, bem melhor,  e que ia além da subsistência. A emigração passou a ser um convite sério, num ano ou dois deixava-se de andar a conduzir carros de bois carregados com quase nada para passarem a conduzir um popó todo janota, bem melhor do que aquele que os bem remediados e alguns mais abastados tinham por cá. Em meia dúzia de anos construíram casas novas, com novos materiais, cozinhas todas xpto, etc. Certo que a vida de emigrante não era fácil, mas o suor que lhes corria nas faces era cambiado por dinheiro e não por batatas, centeio, nabos que em anos maus nem davam para as despesas e em anos bons, muitas das vezes apodreciam nos armazéns…

 

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Mas não foi só a emigração. De novo a educação teve um papel importante no abandono do mundo rural. Os mais remediados que não emigraram e não abandonaram as terra, mandaram os filhos descer ao vale para continuar os estudos além das primeiras letras e números aprendidos na escola da aldeia. Fizeram o secundário e mediante as possibilidades dos remediados, continuaram os estudos em cursos médios ou superiores, formaram-se, tudo com cursos virados para a cidade, para os grandes centros onde poderiam exercer as profissões para que estavam habilitados, e a aldeia passou a existir apenas no natal,  na páscoa, às vezes no carnaval, no dia da festa da aldeia, na morte de um familiar próximo, ou numa ou outra visita ocasional de fim de semana para visitar os seus, matar algumas saudades e meter uns sacos de batatas, umas chouriças e uns garrafões de vinho e azeite na mala do carro.

 

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Os mesmos iluminados de sempre, os de Lisboa, pensaram e bem numa educação para todos, se possível superior, mas esqueceram-se de vocacionar esses cursos e de pensar o mundo rural com políticas apropriadas para os novos formados poderem nele fazer o seu futuro se assim o desejassem, contribuindo assim para o nosso desenvolvimento e para um Portugal mais igual. Está tudo nos livros em que estudaram, senhores de Lisboa que muitos deles saíram destas aldeias,  mas que a sedução de outros interesses os levou à cegueira, para com facilmente esquecerem ou ignorarem uma realidade, que muito bem conhecem, onde deixarem nela os seus resistentes, que alguns até são avós, pais, irmãos, tios, primos…

 

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Quase todas as aldeias que em tempos foram das melhoras aldeias,  com gente maioritariamente remediada com o suficiente para estudarem os filhos, hoje estão à beira da falência e do total abandono. Nogueira da Montanha é uma delas. Há coisa de um ano, quando passei por lá para mais uma recolha de algumas imagens, vi de passagem apenas uma pessoa, que até poderia nem ser de lá. Na aldeia vizinha, também com apenas meia-dúzia de pessoas, disseram-me que em Nogueira apenas resistiam três pessoas... Vai sendo esta a triste realidade das nossas aldeias.

 

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Mas o que mais dói no meio de todo este abandono, não são as casas fechadas, degradadas ou em ruínas, nem as ruas sem gente, o tanque sem lavadeiras, os pátios sem animais. Tudo isso pode ser reposto num futuro próximo ou mais distante, o que mais dói é a cultura rural ainda com algum comunitarismo que se vivia nas aldeias, os saberes e sabores, folclore e tradições que ao longo de séculos existiram e que iam passando de geração em geração. Tudo isso se perdeu ou está em vias de se perder na maioria das nossas aldeias, e seja qual for o futuro das nossas aldeias, nunca mais voltarão a ser como eram.

 

 

 

 

07
Abr18

Moure - Chaves - Portugal


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Então cá estamos de novo com as nossas aldeias de Chaves, hoje com a aldeia de Moure, uma velha conhecida, pois desde puto que me fui habituando a ver a sua placa na EN2, mas inteiramente desconhecida até ser já bem adulto, pois embora a placa da estrada a anuncie, é preciso descer até ela para conhecer a sua intimidade.

 

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Moure que se implanta em plena encosta da montanha e “entalada” entre a EN2 e o Rio Tâmega, mas mais próxima do rio, existindo entre este e a aldeia uma pequena e fértil veiga.

 

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Era uma das aldeias que assistia diariamente à passagem e paragem de vários comboios, enquanto existiu, tendo uma belíssima estação, como quase todas, que hoje se encontra abandonada e vandalizada.

 

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Curiosamente na sua estação, nas paredes dos alçados laterais está inscrito “Vilela do Tâmega”. É, o comboio ou quem decidia, tinha as suas noias. Em Chaves ia-se acontecendo uma “guerra civil” entre os defensores da estação na margem esquerda do Tâmega e os defensores da margem direita. Claro que ganharam os da margem direita, não fosse lá que estava a então Vila de Chaves, um pouco como ainda hoje acontece.

 

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Pois em Moure, a estação do comboio ficou com nome do topónimo da aldeia vizinha, que embora próxima, sempre ficava, e fica, a mais de 3km. Mas de maior noia era a estação de Loivos, que ficava no meio do monte, a 5 km de Loivos, onde durante os quase 20 anos que eu utilizei o comboio, ele parava sempre na estação onde nunca vi entrar ou sair um único passageiro que fosse.

 

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Quanto à aldeia de Moure, é uma pequena aldeia, como quase todas também a sofrer da maleita do despovoamento.

 

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Uma aldeia onde já fomos algumas vezes mas que sei hoje termos deixado alguns registos fotográficos para trás, aparentemente algumas preciosidades, pelo menos a crer pelo que as fotografias aéreas deixam ver. Razão suficiente para uma futura visita mais atenta e demorada, sem esquecer uma descida até ao Rio Tâmega. Fica prometido para a próxima ronda pelas aldeias de Chaves aqui no blog, pois se pensavam que depois da atual ronda nós deixávamos as aldeias esquecidas, enganaram-se.

 

 

31
Mar18

Mosteiró de Baixo - Chaves - Portugal


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Depois de uma sexta-feira santa em que andámos a desfrutar da neve e ainda antes de entrámos em Domingo de Páscoa, temos tempo ainda para trazer aqui mais uma aldeia do nosso concelho. Hoje toca a vez a Mosteiró de Baixo, uma das aldeias da Serra do Brunheiro já a invadir terras de Montenegro (S.Julião), ou seja, com acesso pela estrada de Valpaços até pouco depois de S.Lourenço.

 

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É também uma das aldeias que já há muito não passava aqui pelo blog, não por nenhuma razão em especial, mas talvez por uma que tem alguma força, pois para recolha de imagens só lá fomos uma vez e já lá vão 10 anos, tantos que uma miudinha que aparece numa das fotos, então em idade de escola primária, hoje já deve ser uma mulher a concluir a sua formação universitária, isto partindo do principio que continuou a estudar como se espera que aconteça com todos os jovens, e se assim não é, deveria ser.

 

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Pois houve algumas aldeias que escaparam a uma segunda  e terceira recolha de imagens, infelizmente Mosteiró de Baixo foi uma delas e assim, hoje, tivemos que nos valer daquilo que tínhamos em arquivo desde 2008.

 

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Ora começa a ser tempo de passar por Mosteiró de Baixo outra vez para uma nova recolha de imagens, algumas que nos escaparam, mas também repetir alguns motivos, agora com um olhar mais educado, pois ao longo deste tempo também fomos aperfeiçoando os nosso olhar e incluir nas composições outros motivos que outrora não achávamos interessantes.

 

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Fica assim a promessa de um dia lá voltarmos, tanto mais que fica aqui à mão para além de o itinerário, embora curto, ser bem interessante.  Para já ficam as imagens possíveis que escaparam a anteriores seleções.

Uma Boa Páscoa, mas amanhã, Domingo, estaremos cá outra vez.

 

 

 

12
Mar17

O Barroso aqui tão perto... Vilarinho de Arcos


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Ainda antes de irmos aos Arcos, vamos até Vilarinho de Arcos, é a nossa aldeia barrosã de hoje, mais uma do Alto Barroso e daquelas que nos fica mais próxima (de Chaves), mas sem nos calhar a caminho de… mas quase.

 

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Tratemos já da sua localização, que já atrás adiantámos ser do Alto Barroso. Assim, com a nossa partida sempre da cidade de Chaves, para visitarmos Vilarinho de Arcos, o melhor itinerário é pela Estrada Nacional 103, ou estrada de Braga como popularmente é conhecida, pois Vilarinho de Arcos fica a apenas 900m desta Estrada Nacional, imediatamente antes de chegarmos ao Barracão (a 900m), no entanto até Chaves, é mais um pouco, pois fica a uma distância de 30 km, de 00H30m e de 3.63€, isto segundo a via Michelin e se formos em viatura própria. Curiosidades para quem gosta de números.

 

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Dizer que fica em terras altas, isso já não é novidade, pois quase todas as localidades do Barroso andam a rondar os mil metros de altitude, neste caso fica-se pelos 866 metros de altitude, e com as seguintes coordenadas: 41º 25’ 26,59” N e 7º 41’ 21,47” O. Mas como sempre fica o nosso mapa para poder visualizar as palavras que vamos deixando.

 

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Vamos então até Vilarinho de Arcos. Partindo do topónimo Vilarinho tão usual no Norte de Portugal e também na Galiza, não é mais que um diminutivo de Vilar, que no português arcaico era parte de uma villa cedida para usos agrícolas. Tanto vilar como vilarinho estão assim associados a uma outra localidade, ou propriedade ou senhor. Daí tanto Vilar como Vilarinho estarem sempre associados a outro topónimo, neste caso de Vilarinho de Arcos está associado a Arcos, topónimo que é atribuído à aldeia vizinha e mais próxima de Vilarinho de Arcos. Aliás no concelho de Montalegre e bem próximo destas duas localidades, há outras duas onde se passa o mesmo, refiro-me a Vilarinho de Negrões e Negrões. Mas casos destes abundam no norte de Portugal e Galiza. Então e resumindo, Vilarinho de Arcos teria sido uma parte da villa de Arcos que teria sido cedida para a alguém para usos agrícolas.

 

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Vilarinho de Arcos vista desde a aldeia de Arcos

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E bem queríamos saber mais sobre Vilarinho de Arcos e partilhá-lo aqui. Fizemos as nossas habituais pesquisas e pouco ou nada encontrámos, na aldeia também não deu para conversar com ninguém, aliás se bem recordo na nossa breve estadia no local, apenas encontrámos uma pessoa, que embora trocássemos com ela algumas palavras não quisemos incomodar no seu trabalho, assim, ficam as nossas impressões recolhidas no local.

 

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Trata-se de uma pequena aldeia com um núcleo consolidado que se vai desenvolvendo ao longo da estrada de acesso, mas apenas de um dos lados da estrada, precisamente do lado mais próximo da montanha, não muito distante, ficando o restante para cultivo, no entanto existe um pequeno núcleo de casas, este do lado oposto da estrada, também antigo e que poderemos considerar como um pequeno bairro da aldeia, se não me engano ate dá pelo nome ou topónimo de Bairro da Fonte.

 

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Mais ou menos ao centro da aldeia, que por sinal não é muito grande, está a capela e a fonte, ocupando o largo principal da aldeia por onde passa também a Rua Central que não é mais que a estrada (CM 1001) que nos liga à Nacional 103 por um lado, e pelo ouro à aldeia de Arcos, onde continua para o Antigo de Arcos (ou de Sarraquinhos) e Sarraquinhos. Esta do Antigo de Arcos ou Antigo de Sarraquinhos é uma questão que tentaremos esclarecer quando lá chegarmos, pois já vimos essa aldeia grafada de ambas as formas.

 

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Mar continuemos em Vilarinho de Arcos que é rodeada de terrenos agrícolas maioritariamente cultivados, com pequenas manchas de arvoredo entre os quais o castanheiro que também parece dar-se bem por esta paragens, tal como nas aldeias vizinhas.

 

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Quanto ao casario a integridade do núcleo mantém-se com o seu casario barrosão típico, algum ainda com a estrutura de pedra nos telhados de amparo à cama do antigo colmo e que hoje é um pequeno murete de pedra que sobre acima da telha. Pena que nas aldeias do Barroso não se tivesse preservado, nem que fosse só uma, dessas coberturas em  colmo, pois assim aumentavam o interesse turístico que todas estas antigas aldeias têm.

 

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E bem queríamos deixar por aqui mais um pouco da aldeia, mas como de costume não queremos inventar e assim somos obrigado a fica por aqui, passando já aos habituais links para anteriores abordagens ao Barroso.

 

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Links para anteriores abordagens ao Barroso:

 

A Água - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-a-agua-1371257

Amial - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-ameal-1484516

Amiar - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-amiar-1395724

Bagulhão - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-bagulhao-1469670

Bustelo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-bustelo-1505379

Cepeda - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cepeda-1406958

Cervos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cervos-1473196

Cortiço - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-1490249

Corva - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-corva-1499531

Donões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-donoes-1446125

Fervidelas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-fervidelas-1429294

Fiães do Rio - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-fiaes-do-1432619

Fírvidas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-firvidas-1466833

Frades do Rio - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-frades-do-1440288

Gralhas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-gralhas-1374100

Lapela   - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-lapela-1435209

Meixedo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-meixedo-1377262

Meixide - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-meixide-1496229

O colorido selvagem da primavera http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-o-colorido-1390557

Olhando para e desde o Larouco - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-olhando-1426886

Padornelos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padornelos-1381152

Padroso - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padroso-1384428

Paio Afonso - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-paio-afonso-1451464

Parafita: http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-parafita-1443308

Paredes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-paredes-1448799

Pedrário - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pedrario-1398344

Pomar da Rainha - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pomar-da-1415405

Ponteira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-ponteira-1481696

Roteiro para um dia de visita – 1ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1104214

Roteiro para um dia de visita – 2ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1104590

Roteiro para um dia de visita – 3ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105061

Roteiro para um dia de visita – 4ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105355

Roteiro para um dia de visita – 5ª paragem, ou não! - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105510

Sendim -  http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sendim-1387765

Solveira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-solveira-1364977

Stº André - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sto-andre-1368302

Tabuadela - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-tabuadela-1424376

Telhado - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-telhado-1403979

Travassos da Chã - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-travassos-1418417

Um olhar sobre o Larouco - http://chaves.blogs.sapo.pt/2016/06/19/

Vilar de Perdizes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1360900

Vilar de Perdizes /Padre Fontes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1358489

Vilarinho de Negrões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilarinho-1393643

São Ane - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sao-ane-1461677

São Pedro - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sao-pedro-1411974

Sendim -  http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sendim-1387765

Solveira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-solveira-1364977

Stº André - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sto-andre-1368302

Vilaça - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilaca-1493232

Vilar de Perdizes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1360900

Vilar de Perdizes /Padre Fontes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1358489

Vilarinho de Negrões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilarinho-1393643

Xertelo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-xertelo-1458784

Zebral - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-zebral-1503453

 

 

28
Ago16

O Barroso aqui tão perto... Fervidelas


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Hoje vamos até à aldeia de Fervidelas, localizada na encosta do Monte Oural, quase no topo, implantando-se a aldeia entre os 900 e os 1000 de altitude, e entre os Rios Cávado e Rabagão, ou se preferirem, entre a albufeira do Rabagão (Pisões) e a albufeira de Paradela, mas apenas com vistas lançadas para a primeira. Fervidelas dista da sede de concelho, Montalegre, 19 quilómetros.

 

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Trata-se de uma pequena aldeia, sede de freguesia até 2013 e que hoje faz parte da União de Freguesias de Viade de Baixo e Fervidelas. A antiga freguesia até 1981 manteve a sua população acima dos 200 habitantes, tendo atingido o seu pico máximo de população em 1911 com 312 habitantes. A partir de 1981 verifica-se uma acentuada perda de população, com 152 habitantes em 1991, 116 habitantes em 2001 e apenas 87 habitantes em 2011. Os dados são do INE – CENSOS e refletem um pouco daquilo que se passa em todas as aldeias do Barroso, acontecendo o mesmo no concelho de Chaves e um pouco por todo o mundo rural de Trás-os-Montes.

 

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O Orago da aldeia é o S.Tiago  onde existe uma pequena e interessante aldeia levando-nos a crer que a aldeia fazia parte de um dos Caminhos de Santiago. Aliás a concha de Santiago era reproduzida no antigo brasão da freguesia  onde também constavam duas armações de moinhos de vento e um conjunto de rochas que é visível no monte junto à aldeia, cuja imagem fica na foto seguinte:

 

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Dio livro “Montalegre” sobre a aldeia retirámos os seguintes dados:

“Ao redor do altar onde veneram o Santinho que foi peregrino de bordão, chapéu e cabacinha, Fervidelas abriga-se por trás do Oural, do frígido vento castelhano. A par de Cambeses é a freguesia mais alta de toda a montanha inter-fluvial. Apesar de se ter tornado independente há vários séculos, andou sempre anexada à sua vizinha Santa Maria de Viade por ser demasiado pequena em território e populações. Vale a pena percorrer os seus caminhos de montanha para admirar a cascata e o “castelo” de penedos empoleirados bem como o Monte Oural que traz com ele o nome quanto à riqueza de paisagens que dali se vislumbram.”

 

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Não vimos a cascata mas acreditamos que exista na proximidade da aldeia. Também não vimos o “castelo” de penedos empoleirados mas também aqui acreditamos que sejam os mesmos que constam do brasão e da foto que atrás deixamos. Já no mapa turístico que se pode consultar na WEB na página oficial do Município de Montalegre aponta como único ponto de interesse a Igreja de S.Tiago.

 

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Da nossa parte encontrámos mais alguns pontos de interesse, tal como a paisagem que desde a aldeia se pode apreciar, o forno do povo e as fontes, os canastros, o casario em geral, os troços de rua cobertos por latadas de videiras e o conjunto das três cruzes localizadas na croa de uma pequena elevação. Cruzes que pensava eu serem do alto do Calvário mas que segundo informações recolhidas na aldeia, eram cruzes que existiam dispersas na aldeia e que a população decidiu colocá-las junta na atual localização.

 

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Hoje a aldeia está rodeada do verde das pastagens, e dissemos hoje porque supomos que em tempos, aquando a população era acima dos 200 habitantes, as mesmas pastagens eram terras de cultivo e pela certa fértil, pois tudo indica que as terras sejam férteis não só pela abundância de água mas também pelo testemunho da existência dos canastros para recolha e secagem do milho.   

 

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E por hoje é tudo, ficam as referências às consultas para a feitura deste post:

 

Bibliografia consultada: “Montalegre” de José Dias Baptista, edição do Município de Montalegre, 2006

Dados da população: INE/Censos

WEB consultada: www.cm-montalegre.pt/

 

E ficam também os links para as anterior abordagens deste blog ao Barroso e suas aldeias:

 

A Água - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-a-agua-1371257

Amiar - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-amiar-1395724

Cepeda - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cepeda-1406958

Gralhas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-gralhas-1374100

Meixedo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-meixedo-1377262

O colorido selvagem da primavera http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-o-colorido-1390557

Olhando para e desde o Larouco - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-olhando-1426886

Padornelos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padornelos-1381152

Padroso - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padroso-1384428

Pedrário - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pedrario-1398344

Pomar da Rainha - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pomar-da-1415405

Sendim -  http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sendim-1387765

Solveira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-solveira-1364977

Stº André - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sto-andre-1368302

Tabuadela - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-tabuadela-1424376

Telhado - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-telhado-1403979

Travassos da Chã - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-travassos-1418417

Um olhar sobre o Larouco - http://chaves.blogs.sapo.pt/2016/06/19/

Vilar de Perdizes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1360900

Vilar de Perdizes /Padre Fontes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1358489

Vilarinho de Negrões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilarinho-1393643

São Pedro - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sao-pedro-1411974

Sendim -  http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sendim-1387765

Solveira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-solveira-1364977

Stº André - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sto-andre-1368302

Vilar de Perdizes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1360900

Vilar de Perdizes /Padre Fontes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1358489

Vilarinho de Negrões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilarinho-1393643

30
Jan16

Imagens de Alanhosa, palavras de confissão


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Fez no início deste mês 11 anos que venho aqui ao blog com imagens da cidade de Chaves, mas, logo desde início, que tive necessidade de trazer também aqui imagens das nossas aldeias. Muitas vezes me pergunto o porquê dessa necessidade de mergulhar de vez em quando na nossa ruralidade mais profunda e a verdade é que não sei ao certo qual é a resposta, embora conheça a sua origem, ou melhor, penso conhecer. Mas tudo isto não é fácil de explicar, precisamente porque não tenho certezas de qual a razão desta minha paixão pelas aldeias, pelo mundo rural, pelas pessoas das aldeias. Sei que tudo começa na idade de ser criança, o que por um lado é estranho, pois nasci e sempre vivi na cidade ou nos seus arredores, mas sei que a minha ligação ao mundo rural começou precisamente em criança, na aldeia do meu pai, nos poucos dias que lá passava mas onde tudo era uma descoberta, como de noite viver à luz da candeia, não haver água canalizada em casa, as estrelas de noite serem mais brilhantes, as lareiras e os escanos, os potes ao lume e, durante o dia, o chiar dos carros de bois ou os bois, ovelhas e cabras, galinhas, burros, cães e pessoas a circular nas mesmas ruas, respeitado cada um os espaços dos outros, mas sobretudo o que melhor recordo, era a liberdade que tinha para andar pelas ruas da aldeia ou nas aventuras de explorar os montes num constante tropeçar com a vida selvagem, sobretudo dos animais e destes as aves nas mais variadas e espécies. Enfim, mais que imagens que vos deixo aqui aos fins-de-semana, são uma série de memórias que se revivem ao recolhê-las ou ao trazê-las aqui.

 

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Mas a vida é muito complexa e cheia destas e de outras paixões que nos levantam muitas questões e às vezes nos fazem viver aquilo que parecem ser contradições. Eu explico melhor ou troco em miúdos aquilo que quero dizer — Gosto no nosso mundo rural mas também gosto da cidade, e parto com a mesma paixão à descoberta do mais profundo da ruralidade como à descoberta de uma grande cidade. Em suma, e valendo-me das palavras dos outros sem recorrer aos filósofos, pensadores ou intelectuais das palavras, cito as palavras de Fernando Mendes cantadas por Marco Paulo: “ Eu tenho dois amores/que nada são iguais/mas não tenho a certeza/de qual eu gosto mais”. Pode ser pimba mas é a melhor descrição para o meu sentir, E com esta me vou!

 

Até amanhã, e se perderam tempo com a minha confissão, espero que o não tivessem perdido com as imagens de hoje.

 

 

 

 

28
Nov15

Santiago do Monte, ou, de encontro à realidade


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Hoje vamos até Santiago do Monte que é a mesma coisa que ir ao encontro da nossa realidade do interior rural de montanha. Esta aldeia bem lá na croa da Serra do Brunheiro, onde o planalto do mesmo nome tem o seu início e onde estão implantadas as onze aldeias do da freguesia de Nogueira da Montanha, talvez uma das freguesias mais despovoada do nosso concelho.

 

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Costumo por aqui culpar os senhores de Lisboa desta nossa realidade, mas claro que eles não são os únicos culpados. Embora os senhores de Lisboa agora sejam outros, nos quais eu até acredito que irão fazer umas coisinhas por nós, no geral, pois no que toca a esta nossa realidade do despovoamento rural, não me parece estar nas suas prioridades ou sequer nos seus planos.

 

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E atenção que isto do despovoamento rural não diz apenas respeito às nossas aldeias, mas a todo o concelho, incluindo a cidade, pois se não for contrariada a atual tendência de Chaves perder o que tinha de mais valioso para que os nossos jovens se mantenham cá e os formados possam regressar à terra, para não falar dos emigrantes que cada vez regressam menos, a cidade seguirá o caminho das nossas aldeias, pelo menos no envelhecimento da sua população.

 

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Claro que aqui terá de ser o poder local a arranjar soluções sustentáveis a lançar já, pois sejam quais forem essas soluções não terão um efeito imediato e terão de ter a coragem de ser projetadas a médio e longo prazo, sustentáveis. O importante agora, mais urgente, é Chaves deixar de perder o que quer que seja e recuperar algumas das mais valias que tinha para de novo Chaves se poder afirmar como o centro de uma região e não o centro de um concelho.

 

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Claro que para que qualquer coisa possa acontecer por cá, serão necessários alguns ingredientes que juntos costumam dar bons resultados, como competência, responsabilidade, altruísmo e amor q.b. pelo que é nosso.

 

 

 

15
Nov15

Um passeio pelo sol e pelas serras e montes


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Hoje ainda antes de iniciar o post, abro com a imagem a cores do “tio” Fernando de Pereiro de Agrações, pastor de cabras, já repetente aqui no blog. E disse “imagem a cores” porque todas as anteriores que por aqui deixei eram a p&b. Mas vamos ao post…

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 S.Lourenço

Hoje um pouco diferente do habitual. Em vez de termos por aqui uma das nossas aldeias, vamos fazer um passeio por várias aldeias. Passeio que foi real, que aconteceu durante a semana passada num daqueles dias em que os vales de Chaves (concelho) estavam submersos em nevoeiro. Passeio que em registos fotográficos começou na Cela, mas com um registo de S.Lourenço.

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 Tresmundes

Itinerário de um passeio que não surgiu por acaso. O destino era um pouco de sol mas também à procura de algumas cores de outono com uma passagem por Tresmundes. Tudo por causa de um comentário que ficou num post a esta aldeia em que a Maria pedia para passar por lá outra vez pois, segundo a Maria, a aldeia depois das obras do saneamento básico ficou muito mais bonita. Assim, passei por lá para confirmar e sim, notei algumas diferenças.

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 Ao fundo - Curral de Vacas

Depois de visitar Tresmundes só havia duas soluções para dar continuidade ao nosso passeio – voltar para trás e continuar a estrada de Valpaços até Limãos ou subir o estradão do Brunheiro. Optámos por este último porque no outono tenho dois registos obrigatórios, um de Vidago que já foi feito e outro na montanha de terras de Agrações. Mas também as vistas que lá do cimo do Brunheiro se lançam sobre o vale de Chaves são sempre imperdíveis, principalmente em dias de nevoeiro no vale dá gozo andar lá por cima a lançar olhares por terras mais distantes com um mar de nevoeiro a nossos pés. Achei interessante ver Curral de Vacas na fronteira do nevoeiro. Imagem que parece-se repetir-se com o motivo de S.Lourenço, mas um pouco mais distante.

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 Carvela

No final do estradão surge-nos Carvela onde houve tempo para continuar a apreciar o sol e fazer alguns registos da aldeia, mas optei por deixar um registo mais rural, sem casario, com uma cena que embora comum no mundo rural já vai escasseando – o pastor e o seu rebanho.

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 Lagarelhos

Bem lá no alto do Brunheiro o tempo dos relógios não para e como tinha compromissos para o almoço e o destino final era Agrações, havia que acelerar um pouco e assim, Maços e Santiago do Monte desta vez ficaram sem registos, mas já o mesmo não aconteceu com Lagarelhos, também a raiar a fronteira do nevoeiro mas agora de outro vale – o vale da Ribeira de Oura. Nevoeiro que sem interrupção, por entre o fundo das montanhas e servindo-se dos riachos e do Rio Tâmega, acaba por se unir ao nevoeiro do vale de Chaves. Nevoeiro no qual mergulhámos de novo, para passar pelo Seixo e Loivos, também sem registos.

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 Fernando e a suas cabras

E em Loivos abandonámos a Estrada Nacional para pela Municipal começarmos a subida até Agrações. Aqui sim, numa subida com muitas paragens. Primeiro para assistir a uma luta entre o sol e o nevoeiro, com os raios do primeiro a atravessar mortalmente o segundo. Tempo para muitos registos dos raios de sol (que já ficaram aqui durante a semana) mas também das teias de aranha cheias de orvalho. Mais à frente outra paragem, uma surpresa, ou melhor, um reencontro com o Fernando, pastor de Pereiro de Agrações com quem é sempre agradável falar e forografar. Ele gosta e o seu “retrato” até já é figura presente nas paredes do café da aldeias. Pois ficam mais duas para a coleção, e desta vez com as companheiras de todos os dias.

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Chegados a Pereiro de Agrações outro reencontro com uma velha conhecida nossa, também de outra incursão na aldeia há uns anos atrás. Na altura fizemos alguns registos no tanque da aldeia quando ia recolher água, desta vez a apanhar peras, deliciosas por sinal, como delícia foi conversar um pouco com a senhora, desta vez também na companhia da filha e do genro. Conversa que ficou curta, pois ainda tínhamos o nosso destino final para cumprir – Agrações.

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Agrações onde o Outono nos espera sempre nas cores dos seus castanheiros que anualmente vou registando. Castanheiros centenários que impressionam pelo volume dos seus troncos mas também pela resistência às intempéries que lá em cima não são a brincar, mas que nos dias de nevoeiros nos vales de Chaves podem gozar o sol que lá em baixo se inveja. Alguma gosto hão de estas aldeias de montanha, nem que seja este do sol.

 

 

30
Out15

Chaves - Feira dos Santos - Dia 1


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Eis-nos em plena Feira dos Santos, no seu dia um de três dias. Hoje ainda dia de montagem de muitas barracas mas também dia das primeiras compras, principalmente dos flavienses residentes.

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Para não perder pitada do que se vai passar, fica o programa para uma vistas de olhos, onde, até coisas estranhas à feira aparecem, mas também já vai sendo tradição.

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Novidade mesmo, este ano, é o Pavilhão do Vinho, com programa próprio e com “tenda” montada no Pavilhão Expoflávia (junto à PSP). Uma iniciativa que louvo, principalmente se for para promover os nossos vinhos, porque no concelho de Chaves também há vinho do bô. Vai valer a pena passar por lá, pois não é só para mostrar, também há provas para saborear, incluindo provas comentadas.

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Quanto ao restante programa, é o costume de todos os anos. Aliás a feira pela sua tradição nem precisava de programa, pois quem costuma vir por cá já sabe com o que contar. Justificava-se plenamente, isso sim, se houvesse outros eventos em paralelo de promoção de Chaves e da Região, mas esses continuam adiados (exceção para o vinho – este ano).

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Mas mais coisas sobre a feira pela certa que deixarei aqui amanhã e nos próximos dias, isto se tiver tempo para vir aqui deixar qualquer coisa, pois eu também gosto de feirar e passear pela feira, nem que seja e só para encontrar alguns amigos e colegas do tempo de Liceu que têm promessa de vir cá todos os anos. Aliás, como não temos festa de verão, é o único evento que vai trazendo flavienses ausentes a Chaves, a par do Natal e da Páscoa. Para já ficam mais algumas fotos, todas da edição da Feira de 2013.

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O Pulpo à galega, preparado por galegos, também ja consta da tradição da Feira, mas só no dia 31, depois do concurso do gado e localizado mesmo ao lado.

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Uma vez que a Feira do Gado mudou de poiso, temos à mão o concurso do gado. Vale a pena passar por lá e apreciar, aliás pode ser tomado até como um momento pedagógico para ficar a conhecer três raças autóctones de Trás-os-Montes e também para as criancinhas da cidade poderem ver de perto o que é um bovino.

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Também podem aproveitar para comprar uns pares de meias à moda antiga, daquelas que eram feitas de lã pura, à mão e que picavam nos pés. Claro que agora já não são bem assim e até deixaram de picar, mas são parecidas…

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E depois temos a festa. Santos também é significado de festa. Já longe dos grupos que desciam à cidade para a fazer naturalmente e abrilhantar a sua terra ou aldeia, mas vai acontecendo, sem a espontaneidade de antes a acontecer na esquina menos esperada, mas acontece organizada e contratada. Às vezes, raramente, ainda acontece da antiga, tudo depende do calor…

 

Até amanhã, se possível, mas pelo menos umas imagens pela certa que terão aqui lugar.

 

 

16
Ago15

Coisas nossas...


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Hoje mais que um regresso ao nosso mundo rural, fazemos também um regresso ao passado recente, invadindo o interior de uma casa como quem invade os anos 60 ou 70, recordando objetos, bibelôs, utensílios, móveis, cores, decorações.

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O interior a uma casa construída nos inícios do século passado, hoje abandonada, que foi lar durante quase 100 anos, talvez de uma, duas, três famílias, não o sei, nem isso importa, pois poderia ser a casa, o refúgio, o lar de uma qualquer família, com os seus filhos, as suas estórias, as suas virtudes e defeitos, amor e carinho, pela certa com as dificuldades próprias da época, mas pelo que resta e pelo que na casa ficou para nosso deleite, só podia ser uma casa portuguesa, onde nem a gondola de Veneza a atraiçoa.

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A garrafa de cerveja sagres, a lata de sardinhas, o quadro na parede da última ceia que invariavelmente se repetia em quase todos os lares, o colorido da cal nas paredes, as rendas, os santos, são traços suficientes para identificar uma casa portuguesa, com certeza.

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Mais que encontrar aqui estórias do passado, regressamos e revemos o nosso próprio passado em imagens que nos são familiares.

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Espero que tivessem gostado tanto quanto eu gostei de fazer esta viagem e rever pormenores que a memória ainda identifica. Nunca resisto a estes registos, pena é que já comecem a rarear.

 

 

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