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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

02
Mar19

São Pedro de Agostém - Chaves - Portugal


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Como nesta nova ronda pelas nossas aldeias a metodologia adotada para as trazer aqui foi a ordem alfabética, depois de uma longa caminhada já vamos nos topónimos com início com a letra S, letra na qual aparecem os topónimos com nome de santos, que no concelho de Chaves são 10 os santos que dão nomes às aldeias e talvez 2 tenha nos santos a origem do seu topónimo. Depois da última aldeia que passou por aqui, São Lourenço, só já nos restam dois santos, o São Pedro de Agostém e o São Vicente, mas hoje ficamos apenas pelo São Pedro, São Vicente fica para o próximo sábado.

 

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Como se de um concerto se tratasse, hoje vamos fazer o post em três movimentos, com dois andamentos e um réquiem.

 

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Primeiro andamento - São Pedro de Agostém, a aldeia

 

Aldeia e sede de freguesia, uma das duas freguesias que mais aldeias tem, a par da freguesia vizinha de Nogueira da Montanha, ambas com 11 aldeias em que à de São Pedro de Agostem pertencem as aldeias de Agostém, Bóbeda, Escariz, Lagarelhos, Paradela de Veiga, Pereira de Veiga, São Pedro de Agostém, Sesmil, Ventozelos, Vila Nova de Veiga e Peto de Lagarelhos. Em termos de território ocupa 26,7 Km² que se estende desde a Veiga de Chaves até à Serra do Brunheiro, a Sul da Cidade de Chaves, que é ocupada por 1.419 habitantes.

 

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A aldeia de São Pedro de Agostém, a cerca de 6,5Km da cidade de Chaves (em linha reta) é constituída por um pequeno núcleo de aldeia concentrada mas ou menos à volta da igreja, o seu núcleo mais antigo, estendendo-se a partir deste por duas ruas, uma seguindo a direção do santuário da Nossa Senhora da Saúde e outra para sul, esta mais longa. Núcleo e rua rodeadas por terras de cultivo, pomares, olivais e vinhas, para depois dar lugar a algumas pequenas manchas de pinhais e/ou pastagens.

 

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A aldeia vai mantendo a sua integridade como aldeia típica transmontana, sem grandes atentados, mantendo assim o seu interesse no conjunto do casario. Destacam-se dentro da aldeia a sua Igreja e quase em frente a esta,  uma fonte do tempo da ditadura nacional com bebedouro e lavadouro, tendo nela inscrita as iniciais “CMC”, o ano de construção, “1932”, e “CONSTRUÍDO DURANTE A DITADURA NACIONAL”, e ainda, “BEBEDOURO” e “LAVADOURO” por cima dos respetivos tanques, estas últimas, suponho que para não haver enganos nos tanques. Um tipo de fonte com projeto tipo, pois repete-se noutras aldeias, sendo esta o modelo maior das que conheço, pois há alguns mais simples, apenas com a fonte e o bebedouro, ou mais simples ainda, sem lavadouro e bebedouro. Não deixa de ser curioso a inscrição de “DITADURA NACIONAL” nestas fontes públicas, ou seja, o Estado a assumir a ditadura que hoje a História classifica como a Segunda República, precisamente por ter tido um regime de ditatorial.

 

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E por se falar em projetos tipo da ditadura, a aldeia tem mais um, o da sua antiga escola primária, sendo também de projeto tipo, onde as mais simples tinham apenas uma sala de aulas que, conforme as necessidades da localidade, poderia ser de 2 ou mais salas, e ter um  ou dois pisos. Estas escolas foram construídas no Plano dos Centenários, a partir de 1940 até ao final da década de 1950, tendo sido projetadas por dois arquitetos, Raul Lino para as escolas da região Sul e Rogério Azevedo para as da região Norte. Dentro deste pano foram construídas mas de 7000 escolas. O Plano dos Centenários deve o seu nome às comemorações do 3º centenário da Restauração da Independência e o 8º da independência de Portugal, comemorados, respetivamente em 1940 e 1943.

 

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Segundo andamento - O Santuário de Nossa Senhora da Saúde

 

É um dos santuários marianos de Portugal, construído junto à aldeia de São Pedro de Agostém onde se realiza a maior festa mariana da região festas da região.

 

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Como a grande maioria das grandes festas do norte de Portugal, a festa de Nossa Senhora da Saúde de São Pedro de Agostém tem a parte religiosa muito concorrida, com missa e procissão, que apesar de geralmente ser em maio, junta muitas mais pessoas que os habitantes da freguesia.

 

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Para além das missas e procissão, é toda uma festa, com arraial e feira, comes e bebes, fogo de artifício, bandas filarmónicas e conjuntos musicais

 

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No recinto para além da capela e outras instalações de apoio há um coreto e uma construção envidraçada onde colocaram o altar para as celebrações festivas.
É uma das duas grandes festas do concelho de Chaves, distrito e diocese de Vila Real. A outra grande festa do concelho é a do santuário do São Caetano.

 

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A festa realiza-se sempre num domingo e segunda-feira e para acesso à festa, geralmente são garantidos autocarros a partir da cidade de Chaves, passando durante todo o dia a transportar pessoas nos dois sentidos, festa que é também conhecida pelas suas merendas.

 

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Terceiro andamento – Um réquiem

 

Em 3 de julho de 2010 associei-me à homenagem dos 50 anos de sacerdócio do Pároco Ladislau José de Sousa e Silva, então pároco do Santuário da Nossa Senhora da Saúde, mas também de muitas aldeias da freguesia. Hoje, ao trazer aqui São Pedro de Agostém, presto-lhe mais uma homenagem, trazendo aqui o post de 2010, ao qual apenas acrescento um parágrafo no final:  “ O pároco do Santuário da Nossa Senhora da Saúde, Ladislau José de Sousa e Silva, Nasceu em 03/07/1936; foi ordenado presbítero em 08/05/1960; faleceu em 04/02/2019."

 

 

Amanhã, dia 4 de Julho, a Junta de Freguesia de S.Pedro de Agostém, o Grupo Tradicional de Ventuzelos e a Comissão Fabriqueira vão homenagear no Santuário da Nossa Senhora da Saúde o Pároco Ladislau José de Sousa e Silva.

 

Uma homenagem à qual o autor deste blog não poderia ficar indiferente, não só por ser o Pároco de S.Pedro de Agostém e do Santuário da Nossa Senhora da Saúde, mas também pelos seus 50 anos de sacerdócio, pela sua dedicação às freguesias flavienses onde exerceu esse sacerdócio, como ainda pelo professor da Escola Secundária Fernão de Magalhães e da Escola Dr. Júlio Martins. Estas, seriam já razões de sobra para me associar a esta homenagem, mas pessoalmente, tenho muitas mais e bem valiosas razões. Como costumo dizer, o Padre Ladislau é o meu “Padre de Cerimónias”, pois em todas as cerimónias importantes em que estive envolvido, foi ele o Padre das celebrações, desde o meu casamento ao casamento de alguns familiares e casais amigos, desde o baptizado dos meus filhos aos baptizados dos meus afilhados e alguns sobrinhos, mas também em cerimónias de horas menos felizes de familiares meus. O Padre Ladislau já é como da família, mas acima de todas as razões atrás apontadas, ponho ao amizade e o amigo que o Padre Ladislau sempre foi desde que o conheço e, já lá vão longos anos.

 

Associo-me assim a esta homenagem dedicando-lhe o post de hoje, mas também deixando aqui um pouco da sua vida e algumas imagens que lhe são bem familiares por nas últimas dezenas de anos ter passado por esses locais em todo o tipo de celebrações religiosas.

 

 

Ladislau José de Sousa e Silva é filho de António Silva Júnior e de Elisa Teixeira de Sousa.

 

Do casal nasceram os seguintes irmãos: Maria Alice; Hélder, falecido recentemente; António e Angélica.

 

Ladislau nasceu a três de Julho de 1936, na freguesia de Oliveira, concelho de Mesão-Frio, distrito de Vila Real.

 

Aos 10 anos entra no Seminário Diocesano de Vila Real.

 

A 17 de Junho de 1959 termina o Curso de Humanidades, Filosofia e Teologia naquele Seminário.

 

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A 3 de Outubro de 1959 é chamado para a Diocese de Beja.

 

A 12 de Outubro de 1959 é nomeado, por sua Excelência Reverendíssima, D. José do Patrocínio Dias, Bispo de Beja, chanceler da Câmara Eclesiástica.

 

A 17 de Outubro de 1959 é nomeado professor de Português e História no Colégio Católico, Dr. Ramalho.

 

A 8 de Maio de 1960, é ordenado sacerdote no Seminário Diocesano de Vila Real.

 

Após uma preparação e adaptação à Escola do Movimento dos Cursos de Cristandade, em Espanha, regressa em 1960 a Beja e, nesse ano, é nomeado pároco da paróquia de São Matias e Director dos Cursos de Cristandade daquela Diocese.

 

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Em Outubro de 1960 é nomeado capelão das Carmelitas de Beja.

 

Acompanhou sempre, nas visitas pastorais e nas visitas de administração do Sacramento da Confirmação, o Bispo Auxiliar de Beja, D. António Cardoso Cunha.

 

Em 1962 regressa à sua Diocese de origem, Vila Real, onde foi nomeado Director dos Movimentos dos Cursos de Cristandade.

 

Em Julho de 1965 é nomeado pároco de São Pedro de Agostém, onde aqui permanece há 45 anos.

 

Em 1977 é também nomeado pároco de Vilela do Tâmega, onde permanece há 33 anos.

 

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Após a saída do Reverendo Dr. Curral da freguesia de Santa Maria Maior, ficou responsável pelos Cursos de Cristandade na área do arciprestado do Alto Tâmega.

 

Fez, com a ajuda do seu povo, uma residência paroquial em 11 meses; duas igrejas (de Vila Nova e Bóbeda) outras duas mais pequenas; três capelas novas e restaurou todas as capelas das povoações de São Pedro de Agostém, à excepção da de Paradela de Veiga.

 

Depois de ter tirado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra as disciplinas de História Universal, História de Portugal, Linguística I, II e III, Literatura Moderna e Literatura Contemporânea, é nomeado professor de Português no então Liceu Fernão de Magalhães, de Chaves.

 

Aí lecciona aquela disciplina durante 17 anos.

 

Após esse período, é nomeado professor da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica para a Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves, onde aí permanece mais de 20 anos e até que se reforma da actividade docente.

 

 

Nos primórdios da sua actividade pastoral era frequente ver o Padre Ladislau a deslocar-se a pé a todas as aldeias da sua paróquia, onde abordava temas actuais para aquele tempo e para aquelas gentes.

 

O Padre Ladislau tem a consciência que muito mais podia fazer pelos povos que paroquiou e não dispensa o seu muito obrigado a todo o povo que o ajudou no seu múnus pastoral.

 

No início da sua actividade sacerdotal aprendeu com dois bispos, um deão e um arcediago a máxima de nunca passar pelas suas mãos um tostão que fosse do património das suas paróquias; por isso, procurou estar sempre rodeado de homens sérios e honestos, em concordância com o povo, que o auxiliassem nessa tarefa.

 

 

O Padre Ladislau foi e é um homem crente.

 

Colocou sempre a sua força e fé ao serviço de Deus, da família e do seu povo.

 

Teve e tem nos seus colegas padres a amizade, a estima, a consideração, o respeito e o afecto, sentimentos e atitudes imprescindíveis para se manter sempre firme na fé, ao serviço de Deus e do Seu Povo.

 

Ordenação Sacerdotal a 08/05/1960

 

Bodas de Ouro a 08/05/2010

 

04/07/2010, uma justa homenagem ao Padre Ladislau José de Sousa e Silva.

 

O pároco do Santuário da Nossa Senhora da Saúde, Ladislau José de Sousa e Silva, Nasceu em 03/07/1936; foi ordenado presbítero em 08/05/1960; faleceu em 04/02/2019.

 

 

 

 

 

 

05
Set15

Hoje vamos para S.Pedro de Agostém


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 Hoje vamos até S.Pedro de Agostém, e não é por mero acaso que vamos até lá, pois para tudo que fazemos nas nossas vidas há um estímulo e um impulso prévio que nos leva a fazê-las, consciente ou inconscientemente. Por exemplo as imagens de hoje não aparecem aqui por mero acaso. Primeiro, no caso das fotografias, houve um estímulo qualquer que me levou a fazer o registo, e se na primeira foi a beleza ou estética da composição, na segunda já não se passa o mesmo...

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...pois na segunda, embora até possa ter a sua beleza e estética, não é comparável à primeira. Inconscientemente houve um estímulo que me levou a fazer o registo, mas não foi a beleza da imagem pela certa. Hoje, pensando no que me teria levado a fazer o registo, leva-me por outros caminhos, O banco de pedra, a abertura para as entradas e saídas dos gatos, o rasgo na porta para as cartas, os remendos, as cores, o desgaste das soleiras, o envelhecimento das madeiras, o cravelho da porta… enfim, um sem número de pormenores, que todos juntos são uma explosão de estímulos que nos ligam a recordações, ao passado e aos cliques. A psicologia explica isto tudo muito bem, mas para aqui até pouco interessa, pois hoje sei qual a razão da escolha de S.Pedro de Agostem.

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Um desenho, feito por encomenda para um acto religioso naquela que também é a minha igreja de cerimónias. É por ele que hoje vamos mais uma vez até S.Pedro de Agostém à N.Srª da Saúde, e aqui, o impulso leva-me a que jogue com as palavras e os seus significados e para isso a nossa língua é rica … a psicologia lá terá uma explicação.

 

 

26
Mai15

Nossa Senhora da Saúde - S.Pedro de Agostém


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Depois de três dias intensos dedicados às coisas da animação sociocultural, reservei a segunda-feira para um dia de descanso. Como a tarde estava agradável decidi dar uma voltinha à caça de imagens para alimentar este blog. Tinha duas aldeias na mira – Redial e Vilela do Tâmega – e como sempre privilegio as estradas mais interiores, mais calmas e onde o contacto com a natureza é mais próximo e, se no itinerário posso meter o alto de Stª Bárbara, então é certo que faço por lá uma passagem, mesmo que seja por breves instantes.

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Pois posta de parte que estava a Nacional 2, resolvi fazer o mesmo com a Nacional 314 e meti pela estrada municipal mais interior em direção a Ventuzelos, com passagem por S.Pedro de Agostém. Estranhei inicialmente o movimento da estrada que geralmente costuma ser mais calmo mas logo de seguida dei-me conta de que algo se passava e fez-se luz. Despiste meu, mas não só, tanto movimento numa segunda –feira de maio para aquelas bandas só poderia ser a Festa da Nª SRª da Saúde, e era.

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Despiste meu por não me ter lembrado antes, mas não só, pois a par do S.Caetano, a Nª Srª da Saúde é das festas religiosas mais importantes do concelho, a que atrai mais peregrinos, mas parece-me que esta coisa das festas e romarias já não são o que eram e se há uns anos atrás uma passagem pela Srª da Saúde era obrigatória para a maioria dos flavienses, e a visita até era facilitada com autocarros a transportar pessoal e dispensa de trabalho para quem lá ia em peregrinação, mas os tempos mudaram-se e estas tradições que fazem parte do nosso património cultural imaterial, por muito que se apregoe que é preciso salvaguardá-lo e valorizá-lo, tudo se tem feito para acabar com ele, não de forma intencional, mas por outras formas indiretas e por outros interesses.

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Mas pode ser que seja só impressão minha, despiste meu, embora não acredite em nada disto que afirmo, pois além daquilo que dizia no parágrafo anterior, o despovoamento rural contribui diretamente para a perda destas tradições, por mais que se fale e digam que se promovem os sabores e saberes do nosso mundo rural…mas claro que sem mundo rural não podem haver sabores e saberes rurais.

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Mas mesmo assim o ambiente da N.Srª da Saúde ainda é de festa, com bandas nos coretos ao despique, ontem a de Rebordondo e Loivos), as barracas dos comes e bebes, as farturas, pipocas, balões… isto no que respeita à festa que se faz a par da religião e da devoção à Nª Srª da Saúde.

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E assim lá acabei por fazer uma pequena reportagem à festa da Nª Srª da Saúde que era obrigatório vir aqui ao blog. Falta também a do S.Caetano que vamos tentar ir por lá este ano.

 

E como hoje é dia das Intermitências da Sandra Pereira, elas também cá estarão, mas mais tarde. Ficam prometidas para o meio-dia em ponto.

 

 

 

20
Dez14

S.Pedro de Agostém - Chaves - Portugal


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 E cá estamos de novo para abrir mais uma vez a janela para o nosso mundo rural, hoje, abrimo-la para S.Pedro de Agostém.

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Um mundo rural aqui ao lado da cidade, com a freguesia ainda a ocupar parte do vale de Chaves mas a abrir as suas portas para entrar em plena Serra do Brunheiro.

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 S.Pedro de Agostém que anualmente também abre as portas do Santuário da Srª da Saúde para receber a população, numa das mais concorridas celebrações religiosas do concelho de Chaves.

 

 

20
Set14

Junta de Freguesia de S.Pedro de Agostém e os Direitos de Autor Sobre a Fotografia


Desde o início deste blog que a fotografia marca aqui presença obrigatória, tanta, que neste preciso momento já são mais de 9.000 fotografias aqui publicadas.

 

Desde início que tive consciência de que a partir do momento em que as publicava e entravam na internet, qualquer pessoa tinha acesso a elas, para as ver mas também para as copiar, tanto mais que as ferramentas de cópia disponíveis facilitam o processo, basta dois cliques e a foto está no nosso computador, no entanto, este simples gesto pode não ser legal, pois sobre a obra fotográfica também existem direitos de autor.

 

Se pesquisarem na Internet quanto aos direitos de autor sobre as fotografias não falta informação e inclusive legislação, não só nacional como internacional, pois pode haver diferenças. Mas fiquemo-nos pela nacional, por exemplo o que consta na SPA- Sociedade Portuguesa de Autores a este respeito (o negrito e sublinhado são meus):

 

 

"Quais os direitos do autor da obra fotográfica?

 

O autor da obra fotográfica tem o direito exclusivo de a reproduzir, difundir e pôr à venda com as restrições referentes à exposição, reprodução e venda de retratos e sem prejuízo dos direitos do autor da obra reproduzida, no que respeita às fotografias de obras de artes plásticas. (…)

Disposição legal relevante: 164º e 165º do CDADC"

 

Quanto à disposição legal revelante mencionada temos:

 

CÓDIGO DO DIREITO DE AUTOR E DOS DIREITOS CONEXOS

 

Secção VIII

 

DA OBRA FOTOGRÁFICA

 

ARTIGO 164º

Condições de protecção

 

1- Para que a fotografia seja protegida é necessário que pela escolha do seu objecto ou pelas condições da sua execução possa considerar-se como criação artística pessoal do seu autor.

 

2- Não se aplica o disposto nesta secção às fotografias de escritos, de documentos, de papéis de negócios, de desenhos técnicos e de coisas semelhantes.

 

3- Consideram-se fotografias os fotogramas das películas cinematográficas.

 

ARTIGO 165º

Direitos do autor de obra fotográfica

 

1- O autor da obra fotográfica tem o direito exclusivo de a reproduzir, difundir e pôr à venda com as restrições referentes à exposição, reprodução e venda de retratos e sem prejuízo dos direitos de autor sobre a obra reproduzida, no que respeita às fotografias de obras de artes plásticas.

 

2- Se a fotografia for efectuada em execução de um contrato de trabalho ou por encomenda, presume-se que o direito previsto neste artigo pertence à entidade patronal ou à pessoa que fez a encomenda.

 

3- Aquele que utilizar para fins comerciais a reprodução fotográfica deve pagar ao autor uma remuneração equitativa.

 

ARTIGO 166º

Alienação do negativo

 

A alienação do negativo de uma obra fotográfica importa, salvo convenção em contrário, a transmissão dos direitos referidos nos artigos precedentes.

 

ARTIGO 167º

Indicações obrigatórias

 

1- Os exemplares de obra fotográfica devem conter as seguintes indicações:

 

a) Nome do fotógrafo;

 

b) Em fotografias de obras de artes plásticas, o nome do autor da obra fotografada.

 

2- Só pode ser reprimida como abusiva a reprodução irregular das fotografias em que figurem as indicações referidas, não podendo o autor, na falta destas indicações, exigir as retribuições previstas no presente Código, salvo se o fotógrafo provar má fé de quem fez a reprodução.

 

ARTIGO 168º

Reprodução de fotografia encomendada

 

1- Salvo convenção em contrário, a fotografia de uma pessoa, quando essa fotografia seja executada por encomenda, pode ser publicada, reproduzida ou mandada reproduzir pela pessoa fotografada ou por seus herdeiros ou transmissários sem consentimento do fotógrafo seu autor.

 

2- Se o nome do fotógrafo figurar na fotografia original, deve também ser indicado nas reproduções.

 

 

Independentemente destas regras, existe a nível internacional o licenciamento do CREATIVE COMMONS (CC) em que o autor das fotografias atribui regras e permissões, ou não, às suas fotos.

 

 

Pessoalmente quando publico uma fotografia na internet (flickr, olhares, reflexos, no blog ou noutro qualquer sítio que aloje informação) sei que corre o risco de ser copiada, e se o for, até me sinto lisonjeado com isso, pois é sinal (em principio) que a pessoa que copia gosta da imagem ou a imagem lhe diz alguma coisa. Sabendo que não posso impedir cópias eu próprio facilitei e legitimei que as cópias das minhas fotos pudessem ser legais, registando as imagens mas também todo o conteúdo deste blog com uma Licença Crative Commons, pelo menos com os conteúdos deste blog e do Flickr essa licença é válida, no entanto há alojadores que não permitem cópias e reproduções, regras que eu aceitei e que não posso alterar.

 

Se repararem na barra lateral direita do blog está lá o símbolo e as condições de cópia Crative Commons:

 

 

Se clicarem em cima da licença, aparecem as permissões, no entanto eu reproduzo-as aqui:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No Flickr acontece o mesmo, por baixo de cada fotografia aparece o licenciamento CC da mesma, que no meu caso tem permissões idênticas às do blog.

 

 

Em suma, as regras são simples – Todos podem copiar as minhas fotografias, no entanto para utilização publica (publicações na net, em livros, cartazes, powerpoints,  etc)  têm de mencionar o autor e o blog, não podem ser utilizadas para fins comerciais e não podem ser alteradas. Penso que são condições justas.

 

E a verdade seja dita, a maioria das pessoas que querem utilizar as minhas fotografias, além de seguirem as regras do Creative Commons, comunicam-me pessoalmente ou por mail, mas há quem não o faça, principalmente quando se trata de entidades, que até deveriam dar o exemplo, e acabou de acontecer outra vez, com a agravante de não seguirem nenhuma das regras do Creative Commons, além de os responsáveis por essas entidade serem pessoas do meu conhecimento e que se cruzam comigo quase todos os dias. Ser junta de Freguesia ou Associação, que no caso desta última até se diz Promotora para o Ensino e Divulgação das Artes e Ofícios da Região Flaviense, não lhes dá direitos acima da lei.

 

 

 

 

Bastava seguir as regras ou darem-me uma palavrinha, mesmo assim, o mal já está feito e o abuso consumado. Contudo, como suponho não ter havido má fé, congratulo-me que tivessem escolhido uma foto minha, embora não goste dos bonecos em cima dela e era escusado terem raspado a minha assinatura da fotografia, tal como consta no original.

 

 

 

 

Enfim, só me resta lamentar, mas como sou bom rapaz, além de publicitar aqui o evento, desejo uma boa caminhada:

 

 

16
Out10

Mosaico da Freguesia de S.Pedro de Agostém


 

 


 

Localização:

 

As aldeias da freguesia distam da cidade entre 4 e 10 quilómetros, ficando a sede de freguesia, S. Pedro de Agostém, a 8 km da cidade de Chaves, a Sul desta, na margem esquerda do Rio Tâmega. O seu território estende-se desde a Serra do Brunheiro e Serra da Padrela (no encontro de ambas), até ao Rio Tâmega e, atravessa os inícios dos dois vales mais importantes do concelho de Chaves, ou seja o Vale de Chaves e o Vale da Ribeira de Oura.

 

Confrontações:

 

Confronta com as freguesias de Samaiões, Nogueira da Montanha, Moreiras, Loivos, Vilas Boas, Vilela do Tâmega, Curalha e Valdanta, estas duas últimas já na margem direita do Rio Tâmega.

 

Coordenadas: (Nossa Senhora da Saúde)

 

41º 41’ 22.72”N

7º 29’ 55.67”W

 

Altitude:

 

Variável – acima dos 360m e Abaixo dos 700m

 

Orago da freguesia:

 

São Pedro

 

Área:

 

25,64 km2. Em área é a terceira maior freguesia do concelho

 

Acessos (a partir de Chaves):

 

– Estrada Nacional 2 e Estrada Nacional 314. Na prática o grosso da freguesia fica entalado entre estas duas Estradas Nacionais, embora as ultrapasse.

 

 


 

 

Aldeias da freguesia:

 

 

- São Pedro de Agostém

- Agostém

- Bóbeda

- Escariz

- Lagarelhos

- Paradela

- Pereira de Veiga

- Peto

- Sesmil

- Ventuzelos

- Vila Nova de Veiga

 

 

População Residente:

 

 

Em 1900 – 1496 hab.

Em 1920 – 1487 hab.

Em 1940 – 1951 hab.

Em 1960 – 2145 hab.

Em 1981 – 1645 hab.

Em 2001 – 1513 hab.

 

Os números não enganam e ao longo do último século a população esteve quase sempre acima da fasquia dos 1500 habitantes, ultrapassando mesmo a fasquia dos dois mil habitantes (2145) em 1960. Embora em termos de gráfico tipo do comportamento da população não seja uma excepção, a sua amplitude de perda e ganhos de população nos anos de referência é suave, sem descidas e subidas vertiginosas de população.

 


É também uma das maiores freguesias em termos de população, pois além da freguesia de Stª Maria Maior, apenas a freguesia de Vilar de Nantes, Madalena e Outeiro Seco a ultrapassam em número de população residente, contando que Outeiro Seco, nos dados oficiais disponíveis (Censos de 2001) ainda tinha anexada a si a actual freguesia de Stª Cruz /Trindade.

 

Claro que estes números da freguesia contam em termos de freguesia, pois se olharmos a eles em termos individuais de aldeia, aí a realidade já é diferente, pois tomando como referência os últimos Censos dividindo a população da freguesia pelas 11 aldeias, caberia a cada uma 137,5 habitantes, o que nos leva também para os números do despovoamento que se verificam em todo o concelho além do grande vale de Chaves.

 

 

Principal actividade:

 

 

- A agricultura mas também a indústria, com duas de alguma importância, uma de transformação de cimento (blocos, vigotas, etc) e outra de fabrico de vidro. Também na restauração e no lazer marca alguns pontos, com alguns restaurantes,  um parque de campismo, aliás o único que existe no concelho, as piscinas municipais (de verão), equipamentos que se encontram juntos numa quinta, onde também existe um pequeno lago artificial e quinta biológica propriedade do município e conhecida por Quinta do Rebentão, antigamente propriedade privada.

 

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

 

Já atrás disse que a freguesia em território é a terceira maior freguesia, mas em número de aldeias, a par com a freguesia de Nogueira da Montanha, são as freguesias com mais aldeias, 11 no total, para cada uma das freguesias.

 

Pela conjugação dos números (área e nº de aldeias) poder-se-á considerar em termos gerais, a maior freguesia do concelho de Chaves. Como tal também é natural que as suas particularidades e pontos de interesse aumentem em relação às restantes freguesias, pelo menos em variedade, e de facto assim é. Mas vamos por partes, pois a sua diversidade a isso recomenda.

 

Como freguesia do vale e da montanha, opto pela montanha como mais interessante, possuindo mesmo um dos miradouros naturais mais interessantes do concelho, senão o mais interessante, embora pouco conhecido, pois não é conhecido como tal. Refiro-me ao espaço da Capela de Stª Bárbara de onde se pode ver quase a totalidade do concelho. Talvez só as terras e freguesias localizadas a nascente de Chaves e na extremidade do concelho não sejam alcançadas pelas vistas que se deitam desde Stª Bárbara.

 

 

No campo religioso, além das igrejas e capelas que abundam na freguesia, realça-se o santuário de Nossa Senhora da Saúde que a par do S.Caetano, são os santuários de referência do concelho de Chaves, cada um com os seus fieis e devotos.

 

A Quinta do Rebentão, como já atrás foi referido, é um dos pontos de referência da freguesia e do concelho. É um complexo onde o lazer se concilia com a natureza. Parque de campismo (com bungalows) , piscinas, restaurante, quinta biológica, pista de manutenção, montanha, tudo em perfeita harmonia com a natureza. É sem dúvida alguma um espaço que se recomenda, um espaço agradável para se estar e desfrutar.

 

Já temos diversidade, religião, lazer, natureza, vistas, estar, mais que ingredientes suficientes que se recomendam a quem gosta de um espaço agradável de montanha, mas há mais pontos de interesse, começando por cada uma das suas aldeias, mas vamos antes à sua história.



Atrás referia que uma das principais actividades da freguesia era a agricultura, à qual também esta ligada a cultura do vinho. Cultura do vinho que se faz sempre onde ela é possível e o clima o permite, mas nem em todos os locais do vinho se encontra uma ara votiva romana e evocar Baco, nem mais nem menos que o Deus do vinho, tal como aconteceu em Vila Nova de Veiga.

 

Mas há mais vestígios de povoamento romano pela freguesia, como em Bóbeda e no castro de Santa Bárbara. Castro que embora hoje não seja visível se diz ter sido possível na idade do ferro e posteriormente romanizado. Aliás pensa-se que não seja o único da freguesia.

 

Já quantos às origens paroquiais, estas pensa-se que recuem à época pré-nacional da reconquista cristã.

 

Em 1147 D. Afonso Henriques coutou esta “Villa Goestei” à Sé bracarense. “Villa Goestei” de onde deriva o actual topónimo de Agostém, pois tudo indica que terá origem germânica em - “ Gudesteu” – na sua forma genitiva “Gudestei”. Mas nem sempre foi este o topónimo da freguesia, pois em meados do século XIII, por altura das inquisições, a freguesia era denominada como S.Pedro do Vale de Stº  Estêvão de Chaves, o que até nem é de estranhar dada a importância que se supõe que teria então a Vila e Castelo de Stº Estêvão em toda a margem esquerda do Tâmega.

 

 

No património religioso há a destacar na freguesia um templo paroquial de traça setecentista, a capela de N. Srª da Saúde com data de 1858 mas que possivelmente será de 1801, pois é esta a data do cruzeiro que se ergue à frente da capela, correspondendo o ano de 1858 a uma possível reconstrução. Ainda assinalar os templos erguidos em honra a Stª Bárbara, Santa Ana e S. Sebastião, este último em Bóbeda onde também existe outra referência da arquitectura solarenga da região – o solar de Bóbeda – ou Casa do Cruzeiro, solar encapelado e armoriado, datado do Século XVIII, pertença da família Pizarro, ainda hoje existente no concelho e à qual pertenceram o distinto Ignácio Pizarro que ficou conhecido como político e homem das letras,  filho do também distinto Marechal de Campo Francisco Pizarro – “ O Maranhão”, um dos heróis de Chaves, distinto militar aos quais este blog já dedicou um post (a cada) além das referências que lhe são feitas (a Francisco Pizarro) nas II Invasões Francesas na defesa da cidade de Chaves. O verdadeiro herói de Chaves embora seja o General Silveira que lhe ficou com as honras. Curiosamente o Gen. Silveira na sua fuga (que eu continuo a acreditar que foi cobarde e não estratega)  quando virou costas a Chaves e deixou à sua população com os franceses à porta, foi por terras da nossa freguesia de hoje que fugiu, montando ainda por alguns dias acampamento em Santa Bárbara (Ventuzelos), já aqui referida. Faltava-me este apontamento histórico da ocupação por uns dias, da Serra de Stª Bárbara, por parte do Gen.Silveira na sua fuga ao franceses. Ocupação que a nós flavienses pouco nos honra.

 

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Já sei que haverá por aí que diga: -“lá vem este outra vez com a história do Silveira”. Pois para que conste, continuarei sempre a vir por aqui com a história das II Invasões Francesas enquanto não for feita justiça aos flavienses que estiveram envolvidos na defesa da cidade de Chaves, os verdadeiros heróis que encabeçados pelo Ten.Coronel Francisco Pizarro ficaram em Chaves a defender a cidade ao contrário do Gen. Silveira que fugiu. Ou seja, enquanto um cumpriu o seu dever de militar de defender o território e a população, o outro fugiu, mas no tempo, como agora, o mexilhão é que as sofre e as chefia, mesmo incompetentes, ficam sempre por cima. Faz parte da história. Mas como flaviense, e nem que fosse só por isso, estou com o nosso flaviense, nascido em Bóbeda, Francisco Pizarro. Por isso vão ter que me aturar com o caso Silveira/Pizarro, pois ainda só abri o primeiro capítulo.

 

E sobre a freguesia de S.Pedro de Agostém é tudo, ou quase, pois só falta deixar aqui a referência e o link para os posts que foram dedicados à freguesia.

 

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Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

 

 

- São Pedro de Agostém - http://chaves.blogs.sapo.pt/392144.html

 

- Agostém - http://chaves.blogs.sapo.pt/399891.html

 

- Bóbeda - http://chaves.blogs.sapo.pt/444426.html

 

- Escariz - http://chaves.blogs.sapo.pt/249170.html

 

- Lagarelhos - http://chaves.blogs.sapo.pt/219519.html

 

- Paradela - http://chaves.blogs.sapo.pt/389885.html

 

- Pereira de Veiga - http://chaves.blogs.sapo.pt/290767.html

 

- Peto - http://chaves.blogs.sapo.pt/254543.html

 

- Sesmil - http://chaves.blogs.sapo.pt/241548.html

 

- Ventuzelos -  http://chaves.blogs.sapo.pt/273251.html

 

- Vila Nova de Veiga - http://chaves.blogs.sapo.pt/434679.html

 

- Nossa Senhora da Saúde - http://chaves.blogs.sapo.pt/178968.html

 

- Quinta do Rebentão - http://chaves.blogs.sapo.pt/173161.html

 

- Santa Bárbara - http://chaves.blogs.sapo.pt/432787.html

 

 

 

 

 

 

 

03
Jul10

Ladislau José de Sousa e Silva - 50 anos de Sacerdócio


 

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Amanhã, dia 4 de Julho, a Junta de Freguesia de S.Pedro de Agostém, o Grupo Tradicional de Ventuzelos e a Comissão Fabriqueira vão homenagear no Santuário da Nossa Senhora da Saúde o Pároco Ladislau José de Sousa e Silva.


Uma homenagem à qual o autor deste blog não poderia ficar indiferente, não só por ser o Pároco de S.Pedro de Agostém e do Santuário da Nossa Senhora da Saúde, mas também pelos seus 50 anos de sacerdócio, pela sua dedicação às freguesias flavienses onde exerceu esse sacerdócio, como ainda pelo professor da Escola Secundária Fernão de Magalhães e da Escola Dr. Júlio Martins. Estas, seriam já razões de sobra para me associar a esta homenagem, mas pessoalmente, tenho muitas mais e bem valiosas razões. Como costumo dizer, o Padre Ladislau é o meu “Padre de Cerimónias”, pois em todas as cerimónias importantes em que estive envolvido, foi ele o Padre das celebrações, desde o meu casamento ao casamento de alguns familiares e casais amigos, desde o baptizado dos meus filhos aos baptizados dos meus afilhados e alguns sobrinhos,  mas também em cerimónias de horas menos felizes de familiares meus. O Padre Ladislau já é como da família, mas acima de todas as razões atrás apontadas, ponho ao amizade e o amigo que o Padre Ladislau sempre foi desde que o conheço e, já lá vão longos anos.


Associo-me assim a esta homenagem dedicando-lhe o post de hoje, mas também deixando aqui um pouco da sua vida e algumas imagens que lhe são bem familiares por nas últimas dezenas de anos ter passado por esses locais em todo o tipo de celebrações religiosas.


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Ladislau José de Sousa e Silva é filho de António Silva Júnior e de Elisa Teixeira de Sousa.


Do casal nasceram os seguintes irmãos: Maria Alice; Hélder, falecido recentemente; António e Angélica.


Ladislau nasceu a três de Julho de 1936, na freguesia de Oliveira, concelho de Mesão-Frio, distrito de Vila Real.


Aos 10 anos entra no Seminário Diocesano de Vila Real.


A 17 de Junho de 1959 termina o Curso de Humanidades, Filosofia e Teologia naquele Seminário.


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A 3 de Outubro de 1959 é chamado para a Diocese de Beja.


A 12 de Outubro de 1959 é nomeado, por sua Excelência Reverendíssima, D. José do Patrocínio Dias, Bispo de Beja, chanceler da Câmara Eclesiástica.


A 17 de Outubro de 1959 é nomeado professor de Português e História no Colégio Católico, Dr. Ramalho.


A  8 de Maio de 1960, é ordenado sacerdote no Seminário Diocesano de Vila Real.


Após uma preparação e adaptação à Escola do Movimento dos Cursos de Cristandade, em Espanha, regressa em 1960 a Beja e, nesse ano, é nomeado pároco da paróquia de São Matias e Director dos Cursos de Cristandade daquela Diocese.


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Em Outubro de 1960 é nomeado capelão das Carmelitas de Beja.


Acompanhou sempre, nas visitas pastorais e nas visitas de administração do Sacramento da Confirmação, o Bispo Auxiliar de Beja, D. António Cardoso Cunha.


Em 1962 regressa à sua Diocese de origem, Vila Real, onde foi nomeado Director dos Movimentos dos Cursos de Cristandade.


Em Julho de 1965 é nomeado pároco de São Pedro de Agostém, onde aqui permanece há 45 anos.


Em 1977 é também nomeado pároco de Vilela do Tâmega, onde permanece há 33 anos.


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Após a saída do Reverendo Dr. Curral da freguesia de Santa Maria Maior, ficou responsável pelos Cursos de Cristandade na área do arciprestado do Alto Tâmega.


Fez, com a ajuda do seu povo, uma residência paroquial em 11 meses; duas igrejas (de Vila Nova e Bóbeda) outras duas mais pequenas; três capelas novas e restaurou todas as capelas das povoações de São Pedro de Agostém, à excepção da de Paradela de Veiga.


Depois de ter tirado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra as disciplinas de História Universal, História de Portugal, Linguística I, II e III, Literatura Moderna e Literatura Contemporânea, é nomeado professor de Português no então Liceu Fernão de Magalhães, de Chaves.


Aí lecciona aquela disciplina durante 17 anos.


Após esse período, é nomeado professor da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica para a Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves, onde aí permanece mais de 20 anos e até que se reforma da actividade docente.


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Nos primórdios da sua actividade pastoral era frequente ver o Padre Ladislau a deslocar-se a pé a todas as aldeias da sua paróquia, onde abordava temas actuais para aquele tempo e para aquelas gentes.


O Padre Ladislau tem a consciência que muito mais podia fazer pelos povos que paroquiou e não dispensa o seu muito obrigado a todo o povo que o ajudou no seu múnus pastoral.


No início da sua actividade sacerdotal aprendeu com dois bispos, um deão e um arcediago a máxima de nunca passar pelas suas mãos um tostão que fosse do património das suas paróquias; por isso, procurou estar sempre rodeado de homens sérios e honestos, em concordância com o povo, que o auxiliassem nessa tarefa.


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O Padre Ladislau foi e é um homem crente.


Colocou sempre a sua força e fé ao serviço de Deus, da família e do seu povo.


Teve e tem nos seus colegas padres a amizade, a estima, a consideração, o respeito e o afecto, sentimentos e atitudes imprescindíveis para se manter sempre firme na fé, ao serviço de Deus e do Seu Povo.


Ordenação Sacerdotal a 08/05/1960


Bodas de Ouro a 08/05/2010


04/07/2010, uma justa homenagem ao Padre Ladislau José de Sousa e Silva.

 

 


31
Mai09

São Pedro de Agostém - Chaves - Portugal


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Não há aldeia deste concelho que não se preze do festejo ao seu Santo ou Santa e, da festa anual que chama a si todos os seus filhos e, mesmo que não venham à festa, lá bem longe, onde quer que estejam, recordam os momentos felizes que nela passaram em anos anteriores, alguns já bem longe no tempo, mas para sempre registados na memória.

 

Mas há festas e festas, pois se umas reúnem todos os seus, os vizinhos e amigos, outras há que chamam a si todo o concelho e até gentes de outras paragens bem distantes, não só pela tradição da festa feita de muitos anos, mas também para pagar promessas e por devoção quase obrigatória.

 

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O São Caetano e a Nossa Senhora da Saúde, são sem dúvida alguma aqueles que mais tradição têm neste concelho de Chaves e, também os que mais gente chamam aos seus santuários, aqueles em quem o povo deposita mais fé e aqueles a quem o povo, por cá, mais agradece.

 

Se o São Caetano tem um Santuário isolado no meio da montanha, já o mesmo não se passa com o Santuário da Nossa Senhora da Saúde, que fica mesmo juntinho e ligado à aldeia de São Pedro de Agostém.

 

Pois hoje começam as festividades em honra da Nossa Senhora da Saúde, embora o seu dia grande seja só amanhã e como  hoje, neste blog, também  é dia de aldeias, vamos até São Pedro de Agostém  e até à Nossa Senhora da Saúde e assim tornar possível em imagem, à distância e virtualmente, ter também por aí um pouco da aldeia e da festa.

 

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Quanto à festa, pouco ou nada tenho a dizer, pois os momentos que por lá se vivem têm mesmo de ser vividos in loco e não há palavras para os descrever, pois são momentos únicos que cada um vive com a sua fé ou espírito de festa, mas quanto à aldeia de São Pedro de Agostém, já há umas palavrinhas para dizer.

 

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Curiosamente está aldeia dá pelo nome de São Pedro de Agostém, seu Orago também, mas tem como festejo principal a Nossa Senhora da Saúde, e não é caso único ao nível das aldeias, aliás por tanto acontecer até se torna vulgar festejar para além do seu Orago um outro santo ou santa. Mas como o próprio nome da aldeia indica, trata-se de São Pedro de Agostém, e Agostém é o nome da aldeia mais próxima, que segundo me disseram por lá, hoje seria o dia da sua festa grande, a festa do Espírito Santo e só amanhã haveria lugar ao festejo em em S.Pedro de Agostém em honra da Nossa Senhora da Saúde.  Seja como for e também curiosamente, Agostém não tem nos seus festejos nem a Nossa Senhora da Saúde nem o São Pedro, e a aldeia de São Pedro de Agostém, também não tem o seu Orago nos festejos do seu dia grande de festa. Coisas complicadas de entender mas ainda mais de explicar, mas o que interessa mesmo, é a tradição, pois é ela que manda e contra ela não há argumentos, pelo menos, válidos.

 

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Muita gente que se desloca à festa da Nossa Senhora da Saúde e ao seu Santuário, apenas conhecem o seu recinto e deixam passar ao lado a aldeia de São Pedro de Agostém e, é pena, pois a aldeia merece uma visita atenta.

 

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Para além da Igreja do Santuário que a si chama a maioria dos fieis, a aldeia tem outra igreja, tanto ou mais interessante que a Igreja do Santuário e muito mais antiga. Mas não é só a Igreja e o seu largo que são interessantes, mas toda uma longa rua que nasce precisamente no largo da Igreja e ao longo da qual existem belos exemplares da nossa arquitectura tradicional rural, mas também algum casario mais nobre. Aldeia que pelas suas características e casario bem merecia ter alguma atenção virada para o seu núcleo histórico que seria de toda a conveniência preservar. Preservar sim, mas não só preservar, pois também incentivar a sua preservação e recuperação era necessário, mas que, à luz do que é costume, também é sinónimo de complicar, pois mesmo que as Leis existam, os incentivos ficam sempre na gaveta. A coisa de interesse público é de todos e como tal deveria ser entendida, em todos os aspectos.

 

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São Pedro de Agostém é aldeia e sede de freguesia, que a par de Nogueira da Montanha, é a freguesia com mais aldeias, num total de 11 aldeias, a saber: São Pedro de Agostém, Agostém,  Bóbeda, Escariz, Lagarelhos, Paradela, Pereira de Veiga, Peto, Sesmil, Ventuzelos e Vila Nova de Veiga. Sem dúvida que é uma freguesia grande em número de aldeias e também em território, pois os seus 25,64 km2 de área situam-na em 3º lugar nas freguesias com mais território, só ultrapassada por São Vicente da Raia (36.00 Km2) e Águas Frias (27.95 Km2).

 

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Grandeza que já não se reflecte em termos de população, embora seja uma das freguesias com mais população, mas que tem apenas 1513 habitantes residentes (dados do Censos de 2001). Pois neste campo seria de esperar muita mais população, principalmente pelo número de aldeias e pela sua proximidade com a cidade de Chaves, pois a aldeia mais próxima de Chaves dista apenas 3 quilómetros da cidade e a mais distante, 10 Km.

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Coisas que à primeira vista não se entendem muito bem, mas que já se entendem perfeitamente se tivermos em conta as causas do despovoamento das aldeias, onde o ser uma freguesia essencialmente ligada à agricultura, poderá ser a resposta para todos os seus males da falta de povoamento.

 

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Agricultura que chega a entrar em terras da veiga de Chaves, portanto em terras férteis, mas não só. Poder-se-ia dizer que por lá se davam todas as culturas, mas as mais relevantes são mesmo o vinho, a fruta, os cereais, a batata e também a castanha. Mas também a floresta tem uma palavra a dizer, tal como a pastorícia e a pecuária, mas neste campo, cada vez menos, pelo menos no aspecto tradicional.

 

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Quanto à história da freguesia, possivelmente já é povoada desde o Século VIII, altura em que pelas famílias do afamado Bispo Oduário, teria nascido a Igreja de S.Pedro. Diz a história também que as terras da freguesia teriam sido Couto dos Bispos de Braga e doado em 1133 por D. Afonso Henriques  ao Arcebispo D.Paio Mendes. Reza ainda a história, que D.João I e Nuno Álvares Pereira e os seus cavaleiros, teriam passado em São Pedro de Agostém o Natal de 1385, não de visita aos familiares como é tradição no Natal, mas antes para libertar a cidade de Chaves a Castela.

 

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A localização geográfica da freguesia, as suas montanhas e domínios de vistas sobre Chaves, tornam a freguesia também importantes em termos militares, pelo menos no passado, e se uns a utilizaram heroicamente para libertar Chaves dos Castelhanos, já de outros não se poderá dizer o mesmo, pois foram também estas terras que o General Silveira utilizou quando fugiu cobardemente dos franceses (atenção que o termo de cobarde não é meu, mas da população de Chaves da altura).

 

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E para finalizar uma palavra de apreço para o padre da freguesia, o Padre Ladislau José de Sousa e Silva, que além de amigo é (como costumo dizer) o meu padre de cerimónias, pois foi ele que me casou, que baptizou os meus filhos, mas também os meus afilhados, entre outras cerimónias, todas elas realizadas também, nas duas igrejas da aldeia de São Pedro de Agostém. Também pelo Padre e pelas cerimónias, tenho um carinho especial pela aldeia de São Pedro de Agostém.

 

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Claro que para finalizar tinha de deixar por aqui o programa e cartaz da festa de este ano e, honra da Nossa Senhora da Saúde, que como sempre, vai estar banhada de muito calor, não só o do clima, mas também o calor humano que todos os anos enche o recinto do Santuário.

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