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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

09
Jan11

Por entre um mar de montanhas


 

 

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Na minha ronda pelas aldeias e lugares do concelho, houve sítios que me surpreenderam pela sua beleza, mas houve outros, que me deixaram extasiado de espanto com tanto encanto.

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A cada passo falavam-me de S.Gonçalo e depois de duas ou três tentativas falhadas de descer até lá, decididamente um dia saí de casa com rumo a local. Dos dois caminhos que me apontavam como possíveis, optei por descer a partir de Parada e logo após a aldeia, quando as encostas das montanhas, em conjunto, descem para S.Gonçalo, parei em contemplação durante um longo período… primeiro um mar de pedras, tudo parado e mudo, apenas o coração se movia e fazia ouvir, inquieto, a anunciar o começo de uma grande hora… Como se de um sonho se tratasse, ao acordar, dou-me conta que aquela minha hora e aquele sentir já antes tinham sido vivido e tudo aquilo que se espelhava no meu olhar, era afinal, estou certo disso, o coração do Reino Maravilhoso de Torga:

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“Vou falar-lhes dum Reino Maravilhoso. Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade e o coração, depois, não hesite. Ora, o que pretendo mostrar, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe como é dos mais belos que se possam imaginar. Começa logo porque fica no cimo de Portugal, como os ninhos ficam no cimo das árvores para que a distância os torne mais impossíveis e apetecidos. E quem namora ninhos cá de baixo, se realmente é rapaz e não tem medo das alturas, depois de trepar e atingir a crista do sonho, contempla a própria bem-aventurança.

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Vê-se primeiro um mar de pedras. Vagas e vagas sideradas hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus criador e dominador. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunciar o começo duma grande hora. De repente rasga a espessura do silêncio uma voz de franqueza desembainhada (…)

 

(para conhecer todo o texto do Reino Maravilhoso, passe por aqui: http://chaves.blogs.sapo.pt/564005.html)

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Claro que, para sermos assim invadidos, tal como diz Torga, para vermos este reino, é preciso que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade e do coração, pois tudo está lá, perfeito, onde mais nada parece ser possível para além do mar de montanhas mas, espante-se,  onde por detrás de cada onda destas montanhas, há um punhado de gente e uma aldeia, é por detrás e entre estas montanhas que hoje vos deixo que estão as terras e aldeias de S.Vicente da Raia - Orjais, Aveleda e Segirei.

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É por estas e por outras, que entro sempre com gosto neste mar de montanhas, banho-me de encanto no seio das suas ondas,  sempre com um brilhozinho nos olhos por saber que estou bem no meio, no coração do Reino Maravilhoso e, quem não acreditar, que vá até lá e que veja com os seus próprios olhos,  mas sem perder a tal virgindade do olhar…

 

 

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