Orjais - Chaves - Portugal
Aldeias do Concelho de Chaves
ORJAIS
Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia das Orjais.
Aldeia que durante algum tempo me andou a enganar, ou melhor a castigar, tudo por eu não fazer o trabalho de casa. Acontece que nas minhas primeiras deslocações às aldeias ainda não o fazia com a intenção de elas terem aqui no blog uma rubrica própria. Então ia indo pelas aldeias fotografando aquilo que mais me despertava. Em Orjais, avistava a igreja ao fundo da reta de entrada, que sempre me fez parecer uma paisagem alentejana, fazia a curva e depois de uma reta com quase 900m, entrava na aldeia. Apenas via casas novas, recentes, muito longe dos meus interesses fotográficos que se focavam em registar os núcleos mais antigos das aldeias. Assim, dava a volta e passava à aldeia seguinte e de Orjais, apenas trazia a entrada com a igreja, a tal que me faz lembrar o alentejo.
Passei por lá mais uma ou duas vezes para verificar melhor e aconteceu-me o mesmo. Quando as aldeias começaram a ter aqui o seu espaço, fui lá mais uma vez e de novo fiz mais um regresso frustrado a casa, sem imagens. Já em casa pus-me a pensar que não podia ser, não era possível não existir um núcleo antigo da aldeia, pois que me constasse Orjais não era uma aldeia nova, embora nas minhas visitas tudo indicasse que sim. Logo à entrada uma igreja nova e um pouco mais à frente, longo da estrada apenas casas novas e recentes. Na altura quando queria apurar, fazer um itinerário ou localizar qualquer coisa, recorria às cartas militares, que eram e ainda continuam a ser as mais completas, pois nelas não falta nada em termos de pormenores, até os poços e carreiros pedonais lá são assinalados. Procurei numa carta militar já antiga (dos anos 50 do séc. passado, se bem recordo) e lá estava a aldeia de Orjais que eu queria, afinal existia mesmo uma aldeia antiga, só que, como não é visível da parte alta da aldeia onde estão as casas novas, eu nunca tinha dado por ela.
No dia seguinte lá fui eu de novo até Orjais, mas dessa vez já sabia por onde ir até a aldeia antiga e lá estava ela para me surpreender, teria sido imperdoável não a ter descoberto. Claro que mais tarde ou mais cedo, acabaria por descobri-la, mas foi a partir dessa data que nunca mais saí para o terreno sem previamente fazer o trabalho de casa, ou seja, consultar as cartas e mapas dos meus destinos, consultas agora muito mais facilitadas com a internet e com a possibilidade de consultar a fotografia aérea dos locais, embora um pouco enganosas, pois vistos do céu todos os caminhos parecem transitáveis, no entanto às vezes não o são, pelo menos para viaturas motorizadas, mas para quem gosta e pode andar a pé, são sempre caminhos com destinos interessantes e diferentes.
Às vezes lá terá que ser, o ter de percorrer a pé alguns caminhos, principalmente quando o nosso destino tem mesmo interesse. Embora não muito agradável para quem não está habituado a andar, a pé, e ainda por cima ter de carregar o peso das máquinas fotográficas, o pior, é que a maioria desses sítios ficam em sítios mesmo difíceis de alcançar, com subidas ou descidas muito acentuadas…. Bem, mas não era ou é o caso de Orjais, pois o caminho até a aldeia antiga está pavimentado e entra lá qualquer viatura, o difícil, foi mesmo descobrir aquilo que até era evidente, não se via, mas claro que tinha de existir.
Orjais é uma das nossas aldeias de xisto e nela ainda resistem as paredes dos pombais típicos do distrito de Bragança, contruídos em xisto e de planta circular. Esta freguesia do concelho de Chaves, S. Vicente da Raia, à qual pertencem Orjais, Aveleda e Segirei, por ser uma freguesia no limite do concelho, que está também no limite do distrito e faz também fronteira com a Galiza, não é exceção às freguesias que estão nesta condição de fronteiras, em que nas características do casario mas também um pouco nos usos e costumes, são inspiradas pelas aldeias vizinhas. Acontece o mesmo com a maioria das aldeias da margem direita do rio Tâmega em relação ao Barroso, e deste último em relação ao Minho, sobretudo naquela corda entre a Serra do Gerês e a Serra da Cabreira, onde o rio Cabril desagua no Cávado.
Ao longo dos posts que dedicámos a Orjais abordámos também o facto de no casario mais antigo existirem várias inscrições nas padieiras das portas, sobretudo nas portas carrais, que nos levam até um povoamento de uma comunidade judaica. Estas inscrições repetem-se um pouco também na aldeia e sede de freguesia de S. Vicente da Raia.
Apenas curiosidades que só por si já justificam um passeio/visita até esta aldeia e freguesia, além de ser também por esta aldeia que se faz o acesso ao Castelo do Mau Vizinho e estar já integrada na área de proteção ao Parque Natural de Montesinho. Mas claro, isto são pormenores de um todo que é a aldeia de Orjais.
Para quem quiser saber mais sobre esta aldeia. Nem há como passar pelos posts que este blog lhe dedicou para os quais fica link no final, mas desde já há um que destacamos, o do “Repórter por um dia” em que 10 fotógrafos acompanharam a jornalista Sandra Pereira numa “parceria” entre o “Diário Atual”, o “Polo da UTAD de Chaves” e a “Associação de Fotografia LUMBUDUS” em que se mostra bem a realidade destas terras e aldeias da freguesia de S.Vicente da Raia, à qual pertence Orjais.
E agora sim, o vídeo com todas as imagens da aldeia das Orjais que foram publicadas até hoje neste blog. O vídeo que aliás é a principal razão deste posta, mas no qual aproveitamos para meter mais algumas imagens e alguns comentários. Espero que gostem. Aqui fica:
Post do blog Chaves dedicados ou com referências à aldeia de Orjais:
https://chaves.blogs.sapo.pt/orjais-chaves-portugal-1683109
https://chaves.blogs.sapo.pt/orjais-e-um-adeus-ao-mundo-rural-1241443
https://chaves.blogs.sapo.pt/1004470.html
https://chaves.blogs.sapo.pt/908340.html
https://chaves.blogs.sapo.pt/640615.html
https://chaves.blogs.sapo.pt/573346.html
https://chaves.blogs.sapo.pt/332199.html
https://chaves.blogs.sapo.pt/290487.html
E quanto a aldeias de Chaves, despedimo-nos até à próxima quarta-feira em que teremos aqui a aldeia de Oucidres.