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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

02
Fev19

Feira dos Sabores 2019 - Chaves - Portugal


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Já começou ontem, sexta-feira, continuou hoje, sábado, e terminará amanhã, domingo, a Feira dos Sabores de Chaves, e claro, não poderia deixar de passar por lá para dar uma vista de olhos, o que acabei por fazer hoje ao fim da tarde.

 

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Fiz o exercício de ir ver e ler aquilo que tenho dito neste blog ao longo do tempo em que esta feira existe.  Regressei até ao ano de 2008, ano em que penso que a feira adotou o título de Sabores e Saberes de Chaves, onde dizia o seguinte:

E para aqueles que dizem que em Chaves nada acontece, temos a partir de amanhã e até Domingo a feira ou festival “Sabores & Saberes” de Chaves, com produtos locais e festival gastronómico. Depois de alguns ensaios de feiras e festivais, à moda do que está na moda em todas as terrinhas, Chaves ensaia agora os seus “Sabores” e “Saberes” e verdade se diga, sabores e bons não faltam por cá, saberes, também ainda vai havendo, assim se saibam saborear e dar a saborear e esperar também que pela qualidade e diversidade dos nossos produtos comece a atrair pessoal de fora e um dia se torne num grande festival.

 

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Por natureza sou inocente e acredito em tudo que (me) dizem e nas coisas tal qual mas pintam. Mas já fui mais inocente, e embora hoje em dia continue a acreditar, também aprendi a desconfiar, ou seja, dou sempre o lugar à dúvida e não crio grandes expetativas para não acabar desiludido.

 

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Em 2009, sobre a mesma feira dos Sabores e Saberes de Chaves, disse isto:

 

Ainda a feira “Sabores e Saberes” não se tinha realizado e já estava a ser um sucesso. Panfletos, cartazes e pendões de rua, notícias nos jornais nacionais e regionais, rádio e televisão, tendo mesmo honras da TSF com um programa em directo desde a feira e também da RTP no programa a Praça da Alegria, que segundo me contaram,  contou com a presença “da feira” em estúdio e transmissões em directo desde as Termas de Chaves.

Pode-se dizer que em termos de publicidade a organização já sabe como é que os sucessos se vão fazendo.

Mas também isto:

Que bem pregou Frei Tomás, sempre foi assim, uma coisa é aquilo que diz, outra é aquilo que faz.

 

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Como a ideia era boa, acreditei que esta feira de Sabores e Saberes de Chaves iria fazer a diferença, mas depressa mostrou que os sabores eram poucos e os saberes ainda menos, pelo menos (d)os nossos, e digo isto porque mais de metade da feira era feita com saberes e sabores de outras terras de Portugal. Certo que a feira ao longo dos tempos se foi alterando, pelo caminho perdeu os Saberes e hoje já só é feita de Sabores. Com o tempo tornei-me crítico desta feira, principalmente quando embriagados pela cegueira, inventavam sucessos e se mentia descaradamente, como aconteceu em 2010 em relação ao número de visitantes da feira (60.000), o que me deu para fazer alguma contas. Saliente-se que a feira nunca teve contador de visitas. Fora estas as minhas contas:

 

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Quem sou eu para duvidar do contador de visitas e de pessoas do Sabor e Saberes, ou por em causa aquilo que é desenvolvido na noticia do certame, mas em jeito de quem se entretém a fazer do sudoku , resolvi fazer umas contas e umas comparações com tal número de visitas, então cheguei à conclusão:

 

- Como a feira durou 3 dias, em média recebeu 20 000 visitantes por dia;

 

- Partindo do princípio que abria às 9 e fechava à meia-noite, portanto aberta ao público durante 15 horas, recebeu 1333.3 visitas por hora, ou seja, 22,22 visitas por minuto, ininterruptamente entre as 9 da manhã e a meia noite.

 

- Se fossem utilizados autocarros para fazer deslocar a totalidade dos visitantes, teriam que ser utilizados 1200 autocarros.

 

- Pode-se também chegar a conclusão que o número de pessoas que visitou, corresponde a toda a população do concelho, acrescida de mais 15 000 forasteiros.

 

- Os visitantes encheriam 5 vezes, com lotação esgotada, o estádio municipal.

 

- Comparativamente com a Feira dos Santos (“100 000” visitantes), os Saberes e Sabores tiveram mais de metade dos visitantes.

 

-  Sabendo que este ano cresceram 30 000 visitantes aos Sabores e Saberes, a manter-se a tendência  na edição do próximo ano, as visitas dos Sabores e Saberes será igual ao número de visitantes da Feira dos Santos.

 

- Mas há mais números, pois se contabilizarmos o fumeiro vendido, cada visitante, em média, comprou 2 alheiras e uma linguiça além de ter comido um pastel. Como eu fui lá 3 vezes e não comprei nada,  houve alguém que levou para casa 8 alheiras, 4 linguiças e comeu 4 pasteis .

 

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E como o pior cego é aquele que não quer ver, para quê andar a gastar o meu tempo com estas coisas?  a desgastar-me e mesmo a ter de pagar pelas minhas ousadias. Pois a  partir de certa altura deixei de criticar este tipo de eventos, simplesmente passei a ignorá-los aqui no blog, embora a esperança de que as coisas mudassem me continuassem a levar por elas numa visita…

 

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Entalada entre duas grandes feiras de fumeiro, mais antigas e com tradição (Vinhais e Montalegre) a cidade de Chaves não consegue competir com elas na componente do fumeiro. A ideia dos Sabores e Saberes, alargaria o leque de produtos para uma feira deste género, mas teríamos de ter algo mais para além do fumeiro para fazer a diferença. Agora a questão, as questões, grandes questões que eu levanto, são:

     Qual o objetivo da nossa feira?

     Os objetivos são atingidos?

     Será esta a melhor forma de atingir esse objetivo?

 

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Se nos libertarmos de preconceitos, estas questões são de fácil resposta, ninharias, insignificâncias  para a grande questão que nos devemos colocar – Que futuros e qual queremos para a cidades de Chaves? Esta sim, é a verdadeira questão que todos os flavienses nos devemos colocar. Claro que os sabores são de extrema importância para a felicidade das nossas barriguinhas, mas penso que para responder a esta grande questão, precisamos mais de saberes do que de sabores. Esta fica para reflexão.

 

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Quanto aos sabores de Chaves já sabemos que são bons, há é que saboreá-los. Em imagem deixo-vos alguns dos ingredientes para uma boa tainada, um bom almoço ou jantar mais ligeiro,  talvez apenas faltem as verduras, umas couves, grelos ou nabiças e umas batatas.

 

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Aparentemente há duas imagens (estas últimas) que parecem estar fora do baralho, pois vê-se logo que os retratados não são gente da nossa, não são de cá. De facto assim é, estão na Feira dos Sabores, mas são letões (da Letónia) que chegaram à feira por mãos da ADRAT – Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega.  

 

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Trata-se de um projeto de cooperação LEADER “Local Craft Up” com a presença do GAL da Letónia “Zied Zeme” e vários dos seus promotores locais. O projeto participa na feira “Sabores de Chaves” através de uma mostra de produtos gastronómicos da localidade de Lielvarde, Letónia. Gente simpática que também têm bons sabores para degustar.

 

 

02
Fev14

O Mundo Rural e os Sabores de Chaves na TV


 

Estamos na era da informação. As novas tecnologias aplicadas à comunicação fazem com que tenhamos, por exemplo, o acesso à informação na hora,  mas também a muita informação que anteriormente nos estava vedada ou pouco acessível por não sair dos livros guardados nas bibliotecas, nas sebentas, nas teses de mestrados ou doutoramentos,  mas sobretudo, as novas tecnologias aplicadas à comunicação fazem com que todos tenham acesso à informação, mas também que todos possam disponibilizar informação e daí, a comunicação/informação hoje em dia ser um autêntico poder ou o quarto poder como alguns defendem, aquele que vem logo a seguir ao Legislativo, Executivo e Judiciário, e mesmo ante do poder económico. Mas todos sabemos que isto são teorias, pois a realidade é bem diferente e, o tal quarto poder hoje em dia é o primeiro poder, aquele que mais força tem na opinião pública e na sua manipulação e que sobretudo está feito para servir e favorecer interesses particulares,  económicos e políticos, às vezes, para favorecer tudo isto junto. Assim, a comunicação/informação de hoje em dia, além de ser um poder é uma arma, e todos sabemos como as armas são perigosas…

 

Uns meses depois de ter criado este blog, um dos meus visitantes fieis chegou à fala comigo e o primeiro que me disse foi: “Você é um aldrabão, tenho ido por essas aldeias que deixa no blog e não são nada daquilo que nos mostra”.  Calei-me, pois na realidade não tinha argumentos para me defender da acusação, pois embora eu soubesse que não havia qualquer  manipulação das imagens que publicava,  sabia que havia manipulação ou seleção nos olhares que captavam essas imagens, ou seja, com imagens reais eu ia deturpando a realidade das nossas aldeias, a agonia pelas quais elas passam com os abandonos, o despovoamento, o envelhecimento da população que nos levam à morte lenta de uma cultura e tradições, mas sobretudo os atentados que se foram consentindo e praticando nos núcleos tradicionais com as demolições da construções típicas transmontanas para darem lugar às maisons das revistas que algum dinheiro dos nossos emigrantes faziam reluzir da pior forma.

 

Pois com o tempo este blog também foi cedendo à verdade da realidade. Os olhares seletivos continuam, é verdade, mas agora mais abrangentes e, se não resisto a deixar por aqui verdadeiras pérolas da nossa paisagem ou da nossa arquitectura tradicional, selecionando o olhar para deixar de fora algumas aberrações que às vezes lhe servem de vizinhança, também é verdade que não deixo de fora a outra face da moeda, principalmente a dos abandonos e envelhecimentos, as ruinas e o envelhecimento da população, afinal de contas, aquilo que de mais vulgar há agora nas nossas aldeias.

 

Tudo isto graças ao programa televisivo da SIC que está a ser neste momento  transmitido em direto desde Chaves para todo o mundo (e durante toda a tarde) com a flaviense Srª D. Agata a servir de cicerone ,  a respeito da feira dos sabores de Chaves, em que a realidade da informação  televisiva que passa é bem diferente da realidade que se vive por cá no dia a dia. É o tal quarto poder feito para manipular informação para favorecer interesses.

 

Que me desculpe o Couto de Ervededo ao ter-me servido das suas imagens para ilustrar este texto.

 

 

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