Mosaico da Freguesia de Sanfins da Castanheira
Localização:
A 24 km da cidade de Chaves, a Nascente desta, no limite do concelho, situa-se numa faixa de território que é conhecido por terras da Castanheira, logo após as terras de Monforte.
Confrontações:
Confronta com os concelhos de Vinhais e Valpaços (Lebução e Bouçoais) e com as freguesias de Cimo de Vila da Castanheira e São Vicente da Raia, estas do concelho de Chaves.
Coordenadas: (Junto ao Cruzeiro de Sanfins)
41º 47’ 35.99”N
7º 15’ 02.95”W
.
.
Altitude:
Variável – acima dos 400m e abaixo dos 750m
Orago da freguesia:
São Pedro
Área:
16,23 km2.
Acessos (a partir de Chaves):
– Estrada Nacional 103 (até à Bolideira), Caminho Florestal até ao Cruzamento de Dadim e Cam.Municipal 1064 até Sanfins. Em alternativa, E.N. 103-5 até Vila Verde da Raia, Curral de Vacas, Mairos, S.Cornélio e de novo Dadim… Embora, em ambos o itinerários se circule por Estradas Nacionais, Estradas Municipais, Caminhos Municipais e Caminhos Florestais, todos eles são pavimentados, a única coisa que varia, é a largura da faixa de rodagem que vai estreitando à medida que nos vamos afastando da cidade de Chaves.
.
.
Aldeias da freguesia:
- Sanfins da Castanheira
- Mosteiro
- Parada
- Polide
- Santa Cruz da Castanheira
População Residente:
Em 1900 – 472 hab.
Em 1920 – 511 hab.
Em 1940 – 628 hab.
Em 1960 – 862 hab.
Em 1981 – 762 hab.
Em 1991 – 452 hab.
Em 2001 – 308 hab.
.
.
Será interessante e importante reflectir sobre estes números, verificando-se (por exemplo) que entre1960 e 2001 a freguesia perdeu 64% da sua população, que Polide em 2001 tinha 16 habitantes, Parara 41, Mosteiro 55, Stª Cruz 86 e Sanfins 102 habitantes. Que em toda a freguesia, em 2001, havia 19 crianças com menos de 10 anos, onde Polide tinha apenas 2 crianças, Parada 5, Mosteiro 3, Santa Cruz 2 e Sanfins 7. Isto são dados de 2001, já lá vão quase 10 anos e estou em crer que a linha de tendência do despovoamento dos últimos 40 anos se manteve. Os Censos do próximo ano o dirão. São números, que cada vez mais me convenço, estão também associados à actual crise mas sobretudo ao elevado número de desemprego, tudo isto (a meu ver) por políticas agrícolas inexistentes ou sucessivamente erradas para todo o interior Norte, onde também, a ganância do fácil e do subsídio também não é alheia. Mas não só as políticas agrícolas são responsáveis por todo este despovoamento, mas também a falta de atractivos, de condições e infra-estruturas que durante anos a fio foram também um sucessivo convite para abandonar as aldeias. Desde 1960 que é notório (em todo o interior norte sem excepção) o despovoamento progressivo do meio rural e ninguém fez nada ou se importou com isso, principalmente os senhores de Lisboa, mas também os nossos imitadores de província das sedes de concelho que durante anos ficavam regaladinhos (ou se iam enganando) a ver as cidades e vilas a crescer à custa do emagrecer do meio rural. Se nada for feito e se ainda se for a tempo, quero ver, quando se esvaziarem por completo as nossas aldeias, onde vamos comer as boas batatas, as boas couves, as boas vitelas, o bom presunto, o bom cabrito… já nem quero falar de cultura, tradições, usos e costumes que se vão perdendo ou já se perderam para todo o sempre.
.
.
Posso estar errado, mas penso que o futuro passa pelo repovoamento rural, que penso também ser urgente, com condições e atractivos, assim haja interesse e visão dos senhores políticos de Lisboa e imitadores de província, que em vez de se preocuparem com os seus tachos e interesses, empresas e megalomanias por TGV’s e outros, se comecem a preocupar com o Portugal real, pequenino, mas que pode ser produtivo, para aí sim, podermos ser alguém… já há muito que lá vai o tempo dos grandes impérios. Imitadores que sempre fomos, imitem-se os países europeus bem mais pequenos que o nosso, mas bem mais ricos e com menos potencialidades que o nosso Portugal, onde temos até melhores condições, só basta sabe-las aproveitar e pô-las a render, para todos e não para meia dúzia e para toda uma cambada de políticos que anda a reboque e na mama desses poucos. As coisas são claras (embora não transparentes) como a água, mas o Zé povinho votante também tem culpa ao continuar a acreditar e não contestar toda a classe política rasca e irresponsável que temos, apenas preocupados no seu, no presente
.
.
e em pavonearem-se por aí fora como Reis e Senhores deste Portugal. Estou farto que o verdadeiro Abril não se cumpra ou como dizia pessoa: Falta cumprir Portugal… e agora apetecia-me terminar com uma asneira daquelas que por cá vulgarmente utilizamos e mandá-los a qualquer sítio…mas a minha educação e formação, mesmo sendo um pobretanas da província, está acima da cambada desses pavões e merdas todos, que se governam à nossa custa e se riem de nós… fico-me por aqui. Quem me quiser compreender, entre por essas aldeias adentro, do Portugal esquecido, o tal profundo, converse com os velhos resistentes e compreender-me-ão.
.
.
Voltemos a Sanfins da Castanheira ou o que ainda resta.
Principal actividade:
- A agricultura de subsistência e algum gado, tudo coisa pouca.
Particularidades e Pontos de Interesse:
Potencialidades e pontos de interesse não lhe faltam, tal como não faltam a qualquer freguesia rural. Aldeias interessantes mas que se vão perdendo com a perda da sua população, do seu casario típico abandonado, dos seus usos e costumes da sua rica história e até do interesse de montanha e paisagístico de pequenos rios e montanhas, como o Rio Mouce, cuja beleza da sua envolvência são coisas raras e onde se registam numerosos habitats castrejos. Alusões antigas a esta freguesia, nomeadamente nas «Memórias Paroquias», ligam-na a um povoamento antigo e à cristianização às quais não serão estranhos os topónimos de Santa Cruz e Mosteiro ou o Ribeiro de S.Gonçalo. De património edificado e
.
.
religioso, há a salientar a Igreja Paroquial dedicada a S.Pedro,as Capelas de Nossa Senhora de Orada e de Mosteiro, evocada a S.Salvador que possui uma curiosa e tosca inscrição seiscentista no lintel do pórtico “ Salvator Mundi Miserere Nobis. Anos 1682”. Ao lado desta capela diz-se (e parece) ter existido um antigo mosteiro que dará nome à própria aldeia e do qual ainda é possível ver a sua construção, hoje praticamente em ruínas.
Uma visita às aldeias da freguesia recomenda-se, mas também uma visita a S.Gonçalo, cujo local é repartido em culto e “território” com as gentes da freguesia de S.Vicente da Raia, local onde existe um interessante local de estar em perfeita harmonia com a natureza, a sua beleza e a frescura dos rios.
.
.
Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:
- Sanfins - http://chaves.blogs.sapo.pt/236011.html
- Mosteiro - http://chaves.blogs.sapo.pt/247356.html
- Parada - http://chaves.blogs.sapo.pt/235596.html
- Polide - http://chaves.blogs.sapo.pt/326682.html
- Santa Cruz - http://chaves.blogs.sapo.pt/321093.html