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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

29
Mai21

O Barroso aqui tão perto - Santa Marinha

Aldeias do Barroso


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Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia de SANTA MARINHA, freguesia de Salto, concelho de Montalegre.

 

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Mais uma aldeia do Barroso, de um outro Barroso que está para além do Alto Barroso mas também distante do Baixo Barros, digamos que é de um Barroso de transição entre todos os Barrosos e com forte influência da proximidade da Serra do Gerês.

 

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Mas nem por isso deixa de ser interessante por ser diferente, aliás as vistas recomendam-se, quer as que se lançam sobre a aldeia, mas principalmente as que se apreciam desde Santa Marinha,  os ares também mantêm a pureza do respirar, a verdura é exuberante, e bem poderia continuar, mas hoje estamos aqui pelo vídeo que não teve aquando do seu post.

 

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Tempo ainda para deixar mais algumas imagens que escaparam à seleção inicial e que também vão fazer parte do vídeo ao qua passamos de imediato. Mas antes, ou melhor, depois do vídeo, tem ainda o link para o post completo que dedicámos a Santa Marinha.

 

Aqui fica:

 

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de SANTA MARINHA:

 

https://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-santa-1732297

 

 

E quanto a aldeias de Montalegre, despedimo-nos até à próxima sexta-feira em que teremos aqui a aldeia de Santo André.

 

 

 

 

 

23
Dez20

Santa Marinha - Chaves - Portugal

Aldeias de Chaves - Com Vídeo


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Santa Marinha - Chaves

 

Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia de Santa Marinha, do concelho de Chaves.

 

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Hoje toca-nos ir até Santa Marinha, uma pequena aldeia da freguesia de Nogueira da Montanha, localizada no planalto do Brunheiro e que se desenvolve à volta de uma pequena capela e de um troço de estrada que liga a EM314 à aldeia de Amoinha Velha. E quando digo pequena, refiro-me ao seu núcleo mais antigo, aquele que a nós mais nos interessa, que caracterizam e são o ser destas aldeias, mas também com as novas casas, sobretudo na entrada da aldeia, contudo apenas acrescem 9 ou 10 habitações, continuando a ser uma pequena aldeia, que é como é e a mais não é obrigada e até tem a sua graça, e que para sua consolação, ainda as há mais pequenas.

 

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Claro que a nós, o ser pequena, complica-nos um bocadinho no que diz respeito ao arranjar conteúdos (imagens mas também documentos) para a aldeia ter aqui os seus devidos posts, mas teve-os todos, com este já são meia-dúzia sem contar outros em que é referida ou ao qual forneceu imagens,  e continuará a ter o mesmo que as restantes aldeias têm, embora, às vezes, tenhamos de lançar mão ao mesmo motivo para termos imagens, como aconteceu no caso da capela ao aproveitarmos a fachada, a traseira e as paredes laterais, que, com o devido respeito, me fez lembrar o bailado mirandês do pingacho, naquela parte da letra que diz (em mirandês que, para quem não sabe, também é uma língua oficial de Portugal):

 

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(…)

 

              Beila-lo, beila-ló picorcito,

(…)

              Beila-lo de lhado,

              De l’ outro ancustado,

              I de delantreira,

              Tamien de traseira.

             (…)

 

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Mas hoje não estamos aqui pelas palavras e para falar da aldeia, hoje é mesmo pelo vídeo que ainda não tinha. Quanto à adeia, sempre podem rever aquilo que dissemos nos posts anteriores e para os quais fica link a seguir ao vídeo. Agora o vídeo com todas as imagens publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem.

 

Aqui fica:

Nota: Embora o YouTube tivesse classificado este vídeo para maiores de 18 anos, não existe qualquer razão para que tal aconteça. Já apresentámos uma reclamação ao Yutube, pelo que, após analisada, contamos que o vídeo também possa ser visto aqui no blog. Entretanto, pelos vistos, terá que o ver no YouTube.

 

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de Santa Marinha:

https://chaves.blogs.sapo.pt/santa-marinha-chaves-portugal-1846275

https://chaves.blogs.sapo.pt/783349.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/432481.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/5628.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/5674.html

 

 

E quanto a aldeias de Chaves, despedimo-nos até ao próximo sábado, e como andamos em terras de santas, a próxima é Santa Ovaia.

 

 

 

06
Abr19

Santa Marinha - Chaves - Portugal


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Depois de já termos passado pelas terras de todos os santos do concelho de Chaves, estamos agora a entrar na reta final das santas, hoje é a vez da Santa Marinha, sendo a santa que se segue,  a Santa Ovaia. Mas hoje ficamos por Santa Marinha, uma das aldeias da freguesia de Nogueira da Montanha, do planalto da Serra do Brunheiro, deste nosso concelho de Chaves.

 

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Iniciemos por conhecer Santa Marinha, mesmo a santa que dá o seu nome a nossa aldeia de hoje e que por sinal até é um topónimo mais ou menos frequente em Portugal, sendo a mesma santa, por exemplo, que dá nome à freguesia de Vila Nova de Gaia onde se localizam as caves do Vinho de Porto.

 

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Íamos e vamos então conhecer a Santa Marinha que tem uma história curiosa com muitos traços da nossa lenda flaviense da Maria Mantela, só que aqui a história faz-se com raparigas e não com rapazes, como acontece com a Maria Mantela (lenda) e também o fim delas, que acabaram todas martirizadas e santas foi diferente das dos nossos rapazes, que apenas se ficaram por padres, quando ao resto, vejam já a seguir.

 

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Pois reza assim a história:

Santa Marinha, virgem e mártir. Diz a tradição que tinha oito irmãs gémeas: Basília; Eufémia; Genebra; Liberata (também conhecida como Vilgeforte); Marciana; Quitéria e Vitória.

 

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A lenda atribui-lhes a naturalidade na cidade de Braga, no ano 120. Seriam filhas de um casal de pagãos, Calcia e de um oficial romano, Lúcio Caio Atílio Severo, régulo de Braga, o qual, quando elas nasceram, estaria ausente da cidade. Entretanto, na cidade, não se acreditava que as gémeas pudessem ser filhas do mesmo pai. O acontecimento causou enorme embaraço à mãe que, teria encarregado a parteira Cita, de as afogar. Em vez disso a mulher, que era cristã, levou-as ao Arcebispo Santo Ovídio, para que as batizasse e lhes desse destino. Foram então entregues a amas cristãs, crescendo e vivendo perto umas das outras, até aos 10 anos de idade.

 

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E continua assim a história:

Por esse tempo, o César romano ordenou aos delegados imperiais para ativarem a perseguição aos cristãos na Península Ibérica. Nessa perseguição, os soldados viriam a descobrir as gémeas, que foram detidas mercê das suas crenças, sendo levadas à presença do régulo. Este, acabou por constatar que elas, afinal, eram suas filhas. Quis convencê-las a renunciar à sua fé e a abraçar o paganismo. Porém, em face da sua resistência, mandou detê-las e enclausurá-las no Palácio. Sucedeu que as prisioneiras durante a noite, por intervenção sobrenatural ou com a ajuda da própria mãe, lograram alcançar a liberdade. Correndo em várias direções chegaram a províncias espanholas, donde se dispersaram. Todavia, Santa Marinha, teria sido apanhada nas proximidades de Orense, em Águas Santas, e condenada à morte, sendo aí degolada em 18 de Julho do ano 130, vindo as suas irmãs a ser também martirizadas.

 

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Seja como for, Santa Marinha acabou por ser o topónimo da nossa aldeia de hoje. Uma pequena aldeia do Planalto do Brunheiro, implantada junto a um cruzamento que com estradas/caminhos que a ligam às aldeias mais próximas de France, Sandomil, Amoinha Velha e Amoinha Nova, esta última já do concelho de Valpaços, terra da famosa Bruxa da Amoinha.

 

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A aldeia de Santa Marinha implanta-se ao longo da estrada em dois pequenos núcleos, um mais antigo à volta da capela e um de construções recentes, mas ao todo são apenas cerca de 30 construções, contando habitações, armazéns, anexos e a capela, a caber tudo num círculo de 150m. Mesmo assim, não é a aldeia mais pequena do concelho, aliás todas estas aldeias da freguesia de Nogueira da Montanha, são muitas (11 no total) mas todas pequenas aldeias, talvez a exceção vá mesmo para Carvela já com dimensões médias.

 

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Imagem do Google Earth

Claro que não vou recomendar uma visita obrigatória e propositada a Santa Marinha, pois a aldeia vê-se em 5 minutos e pessoas também poucas há, pelo menos na rua, mas pode acontecer que haja e com quem até podemos conversar um bocadinho, mesmo assim, também não vamos ficar uma tarde ou uma manhã a conversar, mesmo porque as pessoas tem os seus afazeres e há que respeitar a vidinha deles. Sempre pode dar dois dedos de conversa com os gatos, pelo menos eu falo com eles e eles até parece que me ouvem, isto se acordarem...

 

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E poderão perguntar: - Então esta aldeia não é para visitar!? Claro que é, mas para aproveitar o tempo, que é sempre precioso (pelo menos para mim é) programe logo uma manhã ou uma tarde, ou até ambas, para visitar a toda a freguesia, e ai já terá 11 aldeias para visitar, e esta (visita) sim, recomendo, pois a freguesia tem por lá algumas coisas interessantes, como a igreja de Nogueira da Montanha e o seu castanheiro milenar (dizem!) capelas, cruzeiros, alminhas e sobretudo paisagens e muito casario tipicamente transmontano. Claro que algum desse casario está abandonado, outro em ruínas mas também as há de pé. Quanto ao povoamento, a palavra evoluiu para despovoamento, sendo Nogueira da Montanha uma das freguesias onde mais se faz sentir.

 

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Despovoamento, sim, não pelas terras que até são cultiváveis e dão produtos de qualidade, tal como a batata, mas são terras difíceis de viver, principalmente os Invernos rigorosos não são muito convidativos para se permanecer por lá, pelo menos ao ar livre e o seu rigor tanto se faz nas noites frias de geadas, como debaixo de nevoeiros que para nós, cá de baixo desde o vale o vemos como nuvens que se abatem sobre a serra.

 

Consultas:

http://www.memoriaportuguesa.pt/santa-marinha em 06/04/2019

 

28
Abr12

Santa Marinha - Nogueira da Montanha - Chaves - Portugal


Nos últimos fins-de-semana tenho dado preferência às aldeias que menos representadas estão aqui no blog em imagem, pelo menos em quantidade. Percorrendo o arquivo do blog dei-me conta que Santa Marinha era uma dessas aldeias pois até hoje apenas tinha tido direito a meia dúzia de imagens. Recorrendo ao meu arquivo fotográfico, dei também conta que de Santa Marinha tinha poucas imagens e motivos, muito menos. Havia que lá ir de novo à caça de imagens, e fui. No último fim-de-semana toca a ir pelo Brunheiro acima, pelo sítio do costume, ou seja Peto de Lagarelhos, Lagarelhos e depois a opção de ir por um lado e vir pelo outro. Optei por ir pelas bandas de Santiago.  

 

 

Lá em cima, já no planalto do brunheiro, gosto de andar às voltas e fazê-las ao contrário. Assim, em vez de ter ido direto a Santa Marinha, resolvi primeiro passar por Gondar e depois Nogueira da Montanha. Na montanha todas as aldeias são interessantes, mas é angustiante entrar nelas e não ver vivalma, não fosse aquilo a que parecia ser a hora do recreio na escola primária de Nogueira da Montanha, e pensaria ter entrado numa aldeia deserta, despovoada de vida, onde apenas o milenar (dizem que é) castanheiro do largo insiste em resistir e todos os anos dizer presente.

 

 

Como de Nogueira tenho fotos em arquivo de anteriores passagens e desde então nada mudou, rumei então a Santa Marinha. Lá chegado, compreendi a razão do meu arquivo estar tão despovoado de imagens na pasta de Santa Marinha, pois esta aldeia é uma das mais pequenas do concelho e por isso, por lá não abundam muitos motivos e, aqueles que despertavam para um clique, já as tinha registado em passagens anteriores.

 

 

Curiosamente há poucas casas mas há sempre vida na aldeia. Pouca porque gente também é pouca, mas há gente e à boa maneira antiga, também há sempre animais. Nos registos anteriores, eram mais gatos, desta vez a receção foi feita por um cão, daqueles que metem respeito e costumam guardar os rebanhos da montanha e que, têm cabedal suficiente para arrumar ou pelo menos afugentar um lobo. Olhou para nós, fez questão de se manifestar e dizer que estava presente, mas como entendeu que íamos por bem, resolveu deitar-se à beira da estrada a descansar o corpo, mas sempre de olho ou ouvido nos intrusos.

 

 

Voltando à aldeia, onde as casas novas ainda se erguem e onde também há novas recuperações de antigas construções. No entanto, como o casario novo não me atrai, pelo menos para trazer aqui em imagem, fui-me repetindo e ficado em olhares pelas construções mais antigas e nas recuperações da Rua do Rei que sempre vão mostrando o ar da graça do granito à vista nas paredes. Claro que a capela também é de registo obrigatório, nem que seja por estar lá aconchegadinha no meio das casas onde até a sua simplicidade lhe dá alguma graça.

 

E por terras de Santa Marinha é tudo, por hoje, pois dentro das imagens possíveis e olhares seletivos, pela certa que ainda passará por aqui mais vezes.

 

 

17
Out09

Santa Marinha - Chaves - Portugal


 

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Ainda ontem passava por aqui mais uma estória do planalto do Brunheiro, daquelas que só o Gil Santos nos sabe contar. Pois hoje vamos até uma dessas aldeias do planalto do Brunheiro, uma das muitas aldeias do planalto todas diferentes, mas todas iguais na sua condição de montanha, dos tais Invernos rigorosos e difíceis que só, mesmo, os habitantes do planalto sabem vencer.

 

Vamos até Santa Marinha, uma das muitas aldeias do planalto do Brunheiro, quase todas elas pertencentes à mesma freguesia de Nogueira da Montanha, onde podemos encontrar as verdadeiras aldeias de montanha, lá bem no alto onde, imaginadas desde a cidade (porque não são visíveis) parecem estar naquela parte para lá da serra, onde a terra toca o céu.

 

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Mas só na nossa imaginação isso será possível, pois chegados ao planalto, se de verão, damos com toda a luminosidade de um céu azul bem distante e, se de Inverno, geralmente esbarramos com os ventos frios, nuvens que lá são nevoeiro ou então gelo de cortar e neve de encantar, más só para os que a vivem por breves instantes, pois para os habitantes do planalto, é uma neve que tanto tolhe os ossos, como os dias, que, obrigatoriamente se têm de viver junto à lareira.

 

Pois hoje é por Santa Marinha que vamos andar, a última das 11 aldeias de Nogueira da Montanha a passar aqui pelo blog, com o seu post alargado, pois já por cá tinha passado antes, com breves passagens.

 

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Santa Marinha fica a 17 quilómetros de Chaves e pertence à freguesia de Nogueira da Montanha. O acesso é feito a partir da já nossa bem conhecida E.N. 314 uma das três estradas nacionais que a partir de Chaves nos levam até outras terras e concelhos, neste caso, a 314 é a que nos leva até terras de Montenegro, não as de Chaves, mas as de Valpaços.

 

Pois partindo de Chaves no quilómetro zero da 314, mesmo naquela rotunda que não é rotunda, a tal polémica rotunda que não foi contemplada nas vergonhosas e dispendiosas obras que ligam Chaves a Valpaços para tudo ficar na mesma, avançamos para terras do planalto do Brunheiro (entre outras paragens). Chegados ao Peto de Lagarelhos, há que nos decidirmos por continuar na 314 ou descer para Loivos e Vidago. Continuamos a subida, passamos Lagarelhos e logo a seguir podemos virar à esquerda, em direcção a Santiago do Monte e aí optarmos pela estrada que nos levará até Santa Marinha, mas este não é o melhor caminho, não pelos medos ao “Pita” que o Gil Santos às vezes nos traz nas suas estórias, mas porque o caminho é mais longo.

 

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Há que seguir em direcção a France, e aí sim, antes ou depois desta aldeia (tanto faz) viramos à esquerda e penetramos em pleno planalto do Brunheiro. Para quem não tem GPS (físico ou mental), o melhor mesmo é virar à esquerda depois de France, que aí sim, logo a seguir temos Santa Marinha.

 

Chegado lá, não irão dar com uma grande aldeia, antes pelo contrário, pois é uma das aldeias mais pequenas da freguesia e do planalto, mas pela certa encontrarão uma grande aldeia em tudo que diz respeito ao verdadeiro espírito de uma aldeia de montanha.

 

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Meia dúzia de casas tipicamente de montanha, com o seu granito à vista, poucas aberturas que a pedra nem o frio consentem, uma pequena capela quase que escondida pelo pequeno núcleo e para além da estrada que atravessa a aldeia, existe praticamente uma só rua, mas não é uma rua qualquer, pois trata-se da Rua do Rei. Rei que pela certa não será monárquico em pessoa, mas talvez e, fica-lhe bem, o Rei Brunheiro, o Rei planalto, O Rei das Serras e Montanhas, o Rei das alturas, eu sei lá… sei que seria uma terra difícil para um Rei qualquer, terra onde só os resistentes sabem viver.

 

E chegado a Santa Marinha, as primeiras casas, novas, algumas ainda em conclusão, são mesmo de resistentes que, pela certa amam muito a terra mãe e não embarcaram no êxodo e no abandono duma terra que se tornou madrasta para quem dela tem de viver. Enfim, pelas políticas de Lisboa e por outras que por cá se praticam, vais continuar a ser uma aldeia que, infelizmente, convida mais à partida que ao regresso. Já vamos estando habituados a ser a paisagem de Portugal, onde quem por cá passa gosta do que vê, do que come, das gentes e dos ares, mas passada a breve passagem, não deixamos de ser um povo, como sempre, esquecido pelos ilustres senhores de Lisboa.

 

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Pena que as gentes desta, como quase todas as aldeias da montanha e do planalto, fossem e sejam obrigadas a partir para outras paragens, quando estas aldeias têm tudo que há de bom naquilo que a terra dá. Batata, centeio, castanho, floresta, pastorícia, tradição, e mesmo o frio, embora difícil, é sempre bem vindo para curar as carnes do porco que tão boas e únicas iguarias irão proporcionar ao longo do ano, onde até ainda existe o Presunto de Chaves, do famoso e genuíno, que cada vez é mais raro e tudo indica que é mais uma “espécie” em vias de extinção, um dos produtos que as gentes do planalto tão bem sabem fazer, que até já nem precisa de apresentação ou recomendação, pois já é famoso, mas que nada se faz para o salvar e lhe dar a sua verdadeira dimensão. Mas não tardará aí uma feira de sabores e saberes cá da terra, onde pela certa o genuíno presunto de Chaves marcará a sua ausência, mas continuarão a vir especialidades de outras paragens.

 

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Mais uma vez peço desculpa à aldeia convidada, mas sempre que vou por aldeias da montanha e se conhecem as suas potencialidades e realidades, só podemos ficar revoltados pela forma como são tratadas. Ainda um dia se irá lamentar verdadeiramente aquilo que estamos a deixar morrer, mas esse dia, já será de não retorno.

 

E por Santa Marinha é tudo e com esta aldeia o blog marca também o regresso às aldeias que ainda não passaram por aqui.

 

Até amanhã, com mais uma aldeia de Chaves.

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