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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

26
Dez20

Santa Ovaia - Chaves - Portugal


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Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia de Santa Ovaia.

 

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Já não sei que mais há para dizer sobre estas aldeias. Mais uns dias e este blog faz 16 anos, já calcorreámos todas as nossas aldeias pelo menos duas ou três vezes e outras, até vamos lá com mais frequência, principalmente se ainda têm vida, gente nas casas e nas ruas, ainda mantêm as suas tradições, a sua festa anual, alguns usos e costumes, mas essas são poucas, a grande maioria parou no tempo, abandonos, são cada vez mais notórios, principalmente nas ruas vazias de vida mas sobretudo nas nas casas, pois elas não conseguem sobreviver sem gente dentro, parece-me que também têm sentimentos e se ficam sozinhas, acabam por ficar deprimidas, não tratam das suas doenças e morrem.

 

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Não sei porque insisto em ir por lá de vez em quando, o único consolo que às vezes por lá encontro é a de uma conversa mais ou menos demorada com um velho resistente, aprendo sempre qualquer coisa com eles, aqueles que outrora, quando as aldeias eram aldeias a sério, ocupavam na escala hierárquica da família o lugar mais elevado, o do respeito e do saber, em casas onde viviam pelo menos 3, às vezes 4 ou até 5 gerações, velhos que alguns nunca puseram um pé na escola mas que da vida sabem tudo e muito, mas muito mais que qualquer doutor que andou a passear o cú nos bancos das escolas. Velhos resistentes que resistem a tudo, até aos lares, porque eles bem sabem o que são asilos…  

 

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Já que começámos vamos até ao fim, e quando tudo terminar, iremos lá para ver o que fico e dizer, era uma vez… pois há sempre uma estória para contar. Mas com é habitual nestes posts-vídeo, estamos aqui pelo vídeo que Santa Ovaia não teve nos posts anteriores que lhe dedicámos, posts para os quais fica link a seguir ao vídeo.

 

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E agora sim, o vídeo com todas as imagens da aldeia de Santa Ovaia que foram publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem .

Aqui fica:

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de Santa Ovaia:

 

https://chaves.blogs.sapo.pt/santa-ovaia-chaves-portugal-1849393

https://chaves.blogs.sapo.pt/sta-ovaia-chaves-portugal-1305666

https://chaves.blogs.sapo.pt/as-nossas-aldeias-1221339

https://chaves.blogs.sapo.pt/436380.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/279725.html

 

 

E quanto a aldeias de Chaves, despedimo-nos até à próxima quarta-feira em que teremos aqui a aldeia de Santiago do Monte.

 

 

 

13
Abr19

Santa Ovaia - Chaves - Portugal


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Com a nossa aldeia de hoje, Santa Ovaia, terminamos todos os topónimos do concelho de Chaves com nome de santo ou santa, ao todo são 18 as localidades que utilizam nomes de santa(o)s. E por sinal, esta última, tem-nos dado que fazer, tudo porque tal como fizemos com as outras santas e santos, quisemos saber quem foi a Santa Ovaia, mas não o conseguimos totalmente.

 

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Ficamos a saber, isso sim, que é um topónimo utilizado por várias localidades de Portugal e até o encontrámos em apelidos de pessoas (como Sant’Ovaia), embora o nome e termo OVAIA não exista no português atual, nem nos dicionários em papel (pelo menos nos que consultei), no entanto já encontrei Santa Ovaia no dicionário infopédia online.  

 

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Na infopédia aparece o termo Ovaia com o seguinte significado:

“Variante popular de Eulália, de que também se conhece a forma Vaia, menos frequente. Hoje é raríssima como antropónimo, mas subsiste nos topónimos Santa Ovaia dos concelhos de Chaves, Felgueiras, Marco de Canaveses, Oliveira do Hospital, Santa Maria da Feira e Tondela.”

 

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Já no que respeita ao topónimo, a mesma ifopédia diz-nos:

O topónimo indica a existência de uma capela de Santa Eulália. O antropónimo Eulália aparecia no português arcaico como Olaia, Olalha e Ovaia, segundo as influências regionais. Tem a variante Santa Valha.

 

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Santa Olália, Santa Valha, Santa Ovaia e ainda existe a outra variante que está na placa da entrada da aldeia, como Santa Obaia, com B em vez de V, mas este será mesmo erro de quem pintou a placa. Mas embora o termo OVAIA não exista em português, já existe noutras línguas, como por exemplo em italiano em que Ovaia tem o significado de ovário.

 

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Também em todas as fontes que investiguei onde referem e têm uma listagem com os nomes de todos os santos, Santa Ovaia nunca aparece, pelo que, pessoalmente, e até melhor opinião, fico-me por aquilo que me parece mais provável, o de Ovaia ser uma variante popular de Eulália.

 

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Mas vamos então até Santa Ovaia que pertence à freguesia de uma outra Santa, a Leocádia.  Já ficamos assim a saber pra que lados fica a nossa aldeia de hoje, mas para ser mais em pormenor, eu diria que fica num dos locais mais verdes que conheço neste concelho de Chaves, localizada numa pequena baixa com um pequeno vale, entre montanhas igualmente vestidas de verde, que a abrigam e acolhem. As primeiras fotografia corroboram aquilo que digo, mas in loco e na primavera, ainda com o verde virgem dos primeiros dia, a coisa é mesmo bonita de ser ver, sentir e até ouvir as melodias que os habitantes (passarada) desde esses verdes emitem ou fazem soar no ar. Claro que as palavras e mesmo as imagens que vos deixo ficam muito aquém da realidade.

 

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Com tanto elogio ao verde, às melodias e aconchego até pode parecer o paraíso, mas pelos vistos é pouco convidativo a que se fique por lá, a viver, respirar, ver e ouvir. É uma aldeia de montanha interior, relativamente longe da sede de concelho que cada vez se torna menos acessível para quem lá vive, a não ser que tenha viatura própria para descer ao vale de Chaves quando necessita, dai não se estranhar que metade do casario da aldeia esteja abandonado e/ou em ruínas e que os seus poucos resistentes sejam maioritariamente idosos. Nisto, Santa Ovaia não é exceção ao que acontece à grande maioria das aldeias de do interior norte.

 

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Mas, mesmo sendo uma aldeia com pouca gente, de todas as vezes que lá fomos encontrámos sempre alguém na rua para conversar um bocadinho, ao contrário de outras (muitas) em que entramos, andamos por lá e saímos sem ver vivalma.

 

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Que mais dizer sobre a aldeia, pois para além do aconchego da sua localização e do verde que a rodeia e invade, agrada-me também  o seu conjunto de casario e até a simplicidade e enquadramento da pequena capela.

 

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Se quiser ir até lá, não há nada que enganar, basta tomar a Estrada 314 (a que passa por Carrazedo de Montenegro) subi-la sempre até chegar ao Carregal onde terá que a abandonar, virando à direita, logo a seguir passa ao lado de Adães, e começa a descer a encosta da montanha, quando terminar de descer estará num cruzamento cujas placas deverão indicar pra um lado a aldeia de Matosinhos e Fernandinho e pró outro, Vale do Galo e Dorna. Pois ao estar nesse cruzamento já está em Santa Ovaia. Ao estar por lá, desfrute também dessa pequena região de aldeias de montanha cuja paisagem é muito singular e onde o castanheiro se outras espécies autóctones se vão impondo com o seu verde, mesmo havendo alguns pinheiros pelo meio, mas em quantidades q.b. que não incomodam.  

 

 

As nossas consultas:

Santa Ovaia in Dicionário infopédia de Toponímia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2019. [consult. 2019-04-13 04:23:16]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/dicionarios/toponimia/Santa Ovaia

 

01
Nov09

Pormenores de Santa Ovaia - Chaves - Portugal


 

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E enquanto, por cá, a festa continua com Feira dos Santos continua, hoje tradicionalmente com muitos galegos e gente de fora, por aqui continuamos também com o habitual dos Domingos  - as nossas aldeias.


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Hoje com pormenores da resistência de mais uma das nossas aldeias de montanha, perdida e esquecida bem lá no alto da Padrela – Santa Ovaia.


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Pormenores, apenas pormenores das nossas ruralidades.

 

Para amanhã, um resumo em imagem da Feira dos Santos, edição de 2009.

31
Mai08

Santa Ovaia - Chaves - Portugal


 

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Hoje vamos até mais uma aldeia de montanha – Santa Ovaia.

 

Vamos começar precisamente pelo nome desta aldeia, pois uma questão se levanta. Será Santa Ovaia ou Obaia!?. Bom, toda a documentação consultada me leva a crer que seja Ovaia, inclusive é esse o nome da padroeira da aldeia e da capela, no entanto na placa que se encontra à entrada da aldeia, entre o ferrugem do costume, lê-se Obaia.

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Definitivamente é até Santa Ovaia que vamos e deixamos de parte o erro da placa, que embora não seja importante é lamentável e pela ferrugem, já há uns bons anos que engana que o lê.

 

Santa Ovaia pertence à freguesia de Santa Leocádia e fica a 17 quilómetros de Chaves, distância oficial, pois depende do caminho que se tome até chegarmos à aldeia. Quero com isto dizer que há mais que um caminho para se chegar à aldeia a partir de Chaves. Curiosamente e como é costume, todos eles passam pelo tão já conhecido Peto de Lagarelhos. Pois é a partir deste que se tem de tomar a grande decisão da escolha do caminho que poderá ser via Seixo/Matosinhos, via Loivos, via terras de Agrações, ou seguindo a (também famosa EN 314) via Adães ou então mesmo-mesmo no limite do concelho, já depois de Fornelos, via Vale do Galo.

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Com tanto acesso (só a partir de Chaves) podemos ser levados a pensar que se trata de uma populosa e importantes aldeia de montanha, mas é puro engano, pois a aldeia é pequena e tal como a grande maioria sofre do mal do despovoamento, sendo mesmo uma das sérias candidatas (se tudo continuar até aqui) a ser das primeiras onde se verifique o despovoamento total.

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Na minha visita à aldeia encontrei 4 resistentes, gente simpática de uma aldeia também simpática, aberta e luminosa, com uma pequena veiga fértil e protegida pelas encostas. Fora isso, muitas casas abandonadas a caminhar a passos largos para a ruína ou já em ruínas e onde não há as tradicionais casas novas de emigrantes. Não que não haja emigrantes, pois há-os como em todas as aldeias, mas adivinham-se as razões porque não investem na aldeia e que são as mesmas do costume e comuns a todas as aldeias de montanha, ou sejam, além do rigor dos Invernos, as aldeias, para além do valor sentimental, não têm nada que os possa prender a elas e onde possam ganhar (pelo menos) o pão de cada dia.

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Perguntei na aldeia quantos eram ao todo: - P’raí uns trinta, só já restam os velhos!, foi a resposta, que só vem confirmar os números dos Censos 2001, pois nessa altura existiam 43 habitantes, dos quais só 4 tinham menos de 20 e mais de 13 anos. Actualmente, segundo apurei também na aldeia, existe apenas uma criança que ainda não está em idade escolar e graças a um casal jovem e resistente, vamos ver também por quanto tempo.

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Sinceramente e é sentido, que me revolta ver morrer assim as aldeias e não critico, de maneira nenhuma, quem as abandona, pois a isso são ou foram obrigados. Critico sim e cada vez com mais revolta, as mentes iluminadas que nos governam, que há muito têm conhecimento destes acontecimentos e que nada fazem por estas populações e por contrariar o despovoamento das aldeias, antes pelo contrário, pois com as políticas de centralismo que tomam, ainda me admira como há resistentes nas nossas aldeias. Ou seja, os tais de Lisboa (os da politica e do dinheiro) estão-se, democraticamente, a borrifar para nós. Os grandes negócios de TGV’s e Aeroportos, para não falar também do grande negócio da água e associados à água entre outros, são bem mais interessantes que uns pacóvios provincianos que não existem para os grandes interesses económicos, que mandam e sempre mandaram, seja qual for o regímen instalado ou político e partido no poder. Apetecia-me dizer uma dúzia de asneiras seguidas e apelidar com uns tantos nomes feios toda essa gentalha de Lisboa…

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Um pequeno parênteses a respeito desta revolta e sobre essa gentalha de Lisboa, pois quando assim me refiro, não estou a meter os de Lisboa todos no mesmo saco, mas apenas os políticos e os que mandam neles, os homens do dinheiro, os banqueiros e também (associados a estes últimos) aqueles que dominam a opinião pública, ou seja, um outro poder (que o são) como as televisões e imprensa e também alguns falsos defensores do povo. O engraçado nisto tudo, é que a nível local (embora a outra escala) também se brinca a fazer de “senhores de Lisboa”. Ou seja, a meu ver que nada percebo destes assuntos, está instalada a social democracia dos interesses em que tudo que seja intere$$ante, tem intere$$e para políticos e para o dinheiro, e os papalvos como nós provincianos e todos que estão de fora deste esquema, vamos tendo a impressão que decidimos os desígnios do país com o nosso voto democrático. Pura ilusão, pois eles fazem o que querem e ainda lhes sobra tempo para gozarem connosco!

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Mil desculpas para Santa Ovaia que despertou em mim toda esta revolta ou raiva, mas dá pena  entrar por uma aldeia tão bonita e ver as ruas sem gente, sem a brincadeira das crianças e as casas abandonas ou em ruínas.

 

Mas vamos até mais um bocadinho desta aldeia, que já pertence à região agrícola da boa castanha, que ainda vai dando algum para a sobrevivência.

 

Em termos históricos não encontrei referência sobre a aldeia. Em termos religiosos, de tradição e festivos, há a realçar as festas que se faziam em honra de S.José, no dia 19 de Março, e disse bem – faziam – pois nos últimos anos, para além da missa, nada mais há.

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De realçar também e, é comum a todas as aldeias, que podem ter as ruas desertas, as casas a cair e sem gente, mas a capela ou a igreja da aldeia, continuam a manter a dignidade e beleza que sempre tiveram, por mais humilde que seja.

 

Mais uma vez desculpas a Santa Ovaia pelos meus desabafos, revoltas e até alguns devaneios.

 

Até amanhã, com mais uma aldeia de Chaves.

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