Chaves, recordando os Santos de 2012 e um pouco do seu ser
Vamos lá a mais uma voltinha pelos Santos da casa, a Feira dos Santos, a Festa de Chaves. Hoje com meia-dúzia de imagens dos Santos de 2012 que, graças à tradição, se vai mantendo mais ou menos igual todos os anos, mas sempre com pormenores, apontamentos diferentes.
Na ausência das “mulheres das castanhas” que até aos anos 70 montavam banca na rua de Stº António, onde nunca faltava a castanhinha assada para delícia dos flavienses mais ougados, temos de nos contentar com as “mulheres das castanhas” que montam banca na Feira dos Santos. Deus queira que se vá mantendo a tradição durante muitos anos pois uma castanhinha assada, uma que seja, cai sempre bem e depois, convém não esquecer e até realçar, a castanha é um produto da região.
Que se mantenha também a tradição da Feira do Gado e do Concurso, mesmo que feita por pessoal de fora do concelho, a grande maioria (penso eu). Uma prova de que Chaves pode ser o grande centro comercial de uma região e não apenas de um concelho, que cada vez mais está metido na cidade. Trocado por miúdos, que cada vez mais concentra a sua população na cidade e sua periferia em detrimento do concelho rural, leia-se, das nossas aldeias.
Mas, aqui e ali, ainda vai havendo gente das nossas aldeias que também gosta de participar e de mostrar as suas crias, o seu gado. Uma das aldeias que tem marcado presença no concurso do gado é Seara Velha, nem que fosse só por isso, merece aqui um destaque e uma imagem. Esperamos continuar a contar com eles. Eu prometo o registo para a posteridade.
E mais ou menos ao longo da cidade a Feira repete-se, não muito arrumada, mas vai ocupando os espaços conforme os artigos que são vendidos. À exceção da Feira do Gado que é lá para cascos-de-rolha, nos últimos anos temos tido o concurso do gado no fosso do Forte de S.Neutel, o pulpo à galega (já adotado como gastronomia local do dia 31) fica ao lado, depois as tendas vão-se repetindo em direção à cidade, primeiro os artigos mais rurais, algumas alfaias, depois a zona dos ciganos com os seus produtos de marca, depois o calçado, bugigangas e outros artigos de vendedores de origem africana, depois as farturas do Monumento, depois uma mistura de tudo incluindo alguns produtos alimentares (queijos, bolos secos, etc.) e já estamos no Jardim do Bacalhau.
Subindo à lapa temos os cacos, plásticos, latoaria, etc. Se continuarmos lá por cima chegamos à capela da Lapa, a partir da qual entre os vendedores oriundos da América Latina que descem até à rua de StºAntónio onde estão montadas as barraquinhas, presumivelmente para artesanato, mas não só. Ainda lá por cima, pela Lapa, há mais rouparias, às vezes algum calçado e as máquinas agrícolas. Nas freiras costumam aparecer os antiquários. Ainda no Anjo e 1º de Dezembro, longe da tradição da feira da lã e das mantas de Soutelo, vão aparecendo algumas mantas, meias à dúzia, cintos e afins. Em suma, como é uma feira que se desenvolve quase em linha, temos um longo trajeto de barracas desde o Forte de S.Neutel até às Freiras. Amanhã já há Feira, geralmente mais para o pessoal local, pois o grosso que vem de fora, reparte-se pelos dias 31 e 1 de Novembro.