Feira dos Santos - Um pequeno regresso no tempo - XI
Pois é, depois de se andar todo o dia de um lado para o outro, chega-se a alturas tantas em que uma simples pedra de granito é bem melhor que o sofá lá de casa, óh se é, digo-o por experiência própria, e só não poisei nestes da foto que ficou atrás, porque já não havia lugar. Segundo o exif da foto já eram perto das 19 horas do dia 31 de outubro de 2015, ou seja, para aqueles que, como eu, vão de manhã cedo ver o gado, onde o único poiso regalado que se toma é mesmo enquanto o pulpo vai marchando, e depois disso a única coisa que marchou foram mesmo as nossas pernas, uma simples pedra faz a diferença.
Mas como diz o povo – quem corre por gosto não se cansa – nós ( e este nós sou eu) é por gosto que vamos sempre a esta feira. É a feira e a festa da nossa ruralidade, daí, ser a festa mais genuína que temos e é por isso que todos os anos é um êxito, e depois, para aqueles mais urbanos sempre há o colorido da feira, as luzes das barracas e a oportunidade de comprar uma roupinha de marca nas barracas dos ciganos.
Ei sei que esta de enaltecer a nossa ruralidade, incomoda alguma gentinha de cá, mas é a nossa realidade, e Chaves embora seja uma cidade, não deixa de ser uma cidade de província e rural, mesmo que a ruralidade já tivesse conhecido melhores dias, continuamos a ter por cá os homens da boina, mesmo que a boina seja de outras terras, e os homens e mulheres da vara, e ainda bem que assim é.
Ser da província e um concelho rural em nada nos inferioriza, antes pelo contrário, é uma mais valia para nós, só quem é cego é que não consegue ver essa realidade, há, isso sim, que assumir essa realidade e o resto acontecerá naturalmente, e depois basta-nos a urbanidade da cidade para o dia-a-dia e se for necessário mais, temos sempre a uma ou duas horas de viagem muita oferta para sentir a adrenalina a correr-nos nas veias. Posso estar errado, mas penso que não. Seja como for, a Feira dos Santos é um bom exemplo da nossa ruralidade.