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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

20
Jan13

Semana do Arrabalde - 7


Costuma-se dizer que à dúzia é mais barato. Pois não é que a fotografias estejam em saldo ou à venda, mas hoje como é para rematar a Semana do Arrabalde fica uma dúzia delas, sem mais palavras, quase todas a P&B, dos últimos tempos e, pelas razões conhecidas de metade do largo hoje em dia não estar muito fotogénico, quase todas com os mesmos motivos.

 

A partir de amanhã inaugura-se aqui uma nova dedicatória, ainda não sei a que. Aceito sugestões.














18
Jan13

Semana do Arrabalde - 5


 

Nem todos os dias podemos vir aqui com a história ou estórias do Arrabalde. Hoje ficam imagens sem história, pelo menos para a grande maioria, mas com alguma história pessoal, pois são das minhas primeiras imagens da época do analógico, a partir dos anos 80 (meados) após fazer uma das minhas primeiras compras com o dinheirinho do meu primeiro trabalho - uma câmara Minolta XG9 usada, que foi a minha menina até aparecerem as câmaras digitais, e que ainda hoje guardo religiosamente.




São imagens de aprendiz (e ainda hoje sou) que ia registando de vez em quando, pois na altura, um rolo de 24 ou 36 fotografias tinha de durar pelo menos um mês ou dois, ou umas férias, ou uma viagem, senão não havia carteira que resistisse, mas deixam saudades (poucas mas algumas) esses tempos da fotografia, principalmente do ritual de levar a rolo ao fotógrafo para revelar e ampliar, da espera ou expectativa de ver o que dali ia sair.




Imagens sem história que quando muito podem contribuir para memória futura, para recordar as modas, os edifícios ou pormenores que vamos esquecendo e, é por isso que é interessante fotografar sempre, seja o que for, em que altura for, de noite ou de dia, com sol ou chuva. Podemos não lhe achar qualquer graça depois de as vermos, mas, com o passar dos anos, quanto mais antigas forem mais graça terão, até os automóveis que tanto incomodam os fotógrafos, um dia, terão a sua graça.




E por hoje vai sendo tudo. Não sei se ainda haverá “Discurso Sobre a Cidade” e se não houver a culpa é apenas minha, pois esqueci de o pedir, mas pode ser que ainda chegue a tempo de hoje ficar por aqui, caso contrário, encontramo-nos amanhã de novo no Arrabalde, já dos nossos dias.



17
Jan13

Semana do Arrabalde - 4


 

Talvez por ser o largo mais largo dos largos que a cidade de Chaves tem, sempre foi este o largo para onde Chaves reservou todas as suas comemorações de vitórias, grandes festas, grandes comícios (no tempo dos comícios grandes).




Recordo, ou melhor, recordamos com carinho algumas dessas festas e vitórias.





Queria que uma dessas festas, hoje em imagem, fosse a do primeiro 1º de maio em Liberdade, o 1º de maio de 1974, mas infelizmente não tenho registos dessa altura e, embora ontem tivesse apelado aqui a imagens desse dia o facto é que não apareceu nenhuma, mas apareceram outras de duas grandes comemorações que envolveram toda a cidade e região, graças a um Associado da Lumbudus (Associação de Fotografia e Gravura) que cedeu gentilmente algumas fotos da sua colecção. Obrigado meu caro pelas imagens preciosas e por me fazeres regressar a essas duas festas em que também marquei presença.





A primeira, data de 1978 quando Chaves comemorava os seus XIX séculos de município. Foram 9 dias de festa em que tudo aconteceu em Chaves (concertos, exposições, espectáculos, desfiles, torneios, paradas militares com todos os ramos das Forças Armadas, Presidente da República Ramalho Eanes, etc.) Pena que Chaves não tenha XIX séculos para comemorar todos os anos, e assim fazia-se a festa de Verão que nunca tivemos (excepto a desse ano, desse saudoso 1978 de muitos e bons momentos).




A segunda grande comemoração data de 1985 quando o Desportivo de Chaves subiu pela primeira vez à I Divisão Nacional de Futebol. Anos dourados onde tudo era possível, até a ilusão…




Anos em que todos os flavienses se reuniram nessa grande festa à volta do futebol e das cores azul-grená.





Festa que entrou noite dentro e durou até ao nascer do dia que para a maioria foi de ressaca. O calor e a vitória convidavam à cerveja que nas primeiras horas da noite esgotou. Chaves não estava preparada para festa tão grande. Verificou-se nessa noite com o esgotar dos stocks alcoólicos e anos depois com o esgotar do pilim para aguentar um Grupo Desportivo de Chaves na I Divisão. Anos dourados que trouxeram a festa a Chaves mas que também foram aproveitados ou serviram de desculpa para o negócio e o crescimento atabalhoado da cidade com mamarachada à mistura. Mas enfim, a festa daquela noite foi grande, todos os flavienses estavam unidos e nesse dia não se pensava em desgraças.




Que me recorde foi a última grande festa que Chaves viveu e até se lançavam apostas, talvez sonhos, quiçá esperanças de que o desenvolvimento de Chaves começava ali. Penso que todos nos iludimos, apostámos, sonhámos e tivemos esperança, engrandecemos, representávamos afinal a raça transmontana, mas poucos anos depois ficámos apeados a ver partir o combóio que nunca mais voltou… mas valeu a festa, foi grande! Só nos resta saber quando teremos outra igual, pois os últimos ajuntamentos que o Largo do Arrabalde viu passar, foram de protesto e não de festa, mesmo que os cartazes de 1985 dissessem o contrário...




Hoje ainda vem aí o homem sem memória… com hora marcada para as 9. Amanhã há mais Arrabalde.



16
Jan13

Semana do Arrabalde - 3


 

Vamos continuar pelo Arrabalde dos anos 60 e inícios dos anos 70, ainda antes do 25 de abril.

 

Um nevão ao qual eu assisti e que, se a memória não me falha, teria sido no ano de 1968, (mais ano menos ano).




Visita do Presidente da República Américo Tomás a Chaves, no ano de 1970, onde se verificou uma das habituais concentrações “espontâneas” com todo o povo a receber o Presidente. Eu também estou aí pelo meio desse povo, já não recordo onde, mas estava lá, pois “espontaneamente” toda a comunidade estudantil (andava eu no ciclo preparatório) foi obrigada a estar presente.




Mas confesso que na altura, o mais provável, é que obrigado ou não, estivesse presente, pois não era todos os dias que um Presidente da República vinha a Chaves. Presidente da República que veio desempenhar a Chaves uma das funções pelas quais era mais conhecido – cortar fitas – na altura as da Estátua do Duque de Bragança/Praça de Camões.




Para amanhã gostava de continuar aqui o Arrabalde com o pós 25 de abril, e calhava bem deixar aqui uma foto, que infelizmente não tenho, do 1º de maio em liberdade em que vi o largo pela primeira vez em festa franca. Sei que deve haver fotos desse dia por aí, assim, se houver um benemérito que me queira fazer chegar uma dessas imagens por mail, amanhã será aqui postada. Seja como for, com imagem ou sem imagem, esse dia ficou registado na memória de todos os flavienses que estiveram presentes, pois como eu costumo dizer, como na altura não havia auto-estradas e o comboio demorava dias a fazer a viagem de Lisboa a Chaves, foi o dia em que o 25 de abril chegou a Chaves. Uma foto desse dia, por favor….



15
Jan13

Semana do Arrabalde - 2


Hoje mais imagens que palavras. Fica um dos atores principais do Largo do Arrabalde desde 1952, ano em que começou a ser construído, e que desde 1958 (conclusão das obras) tem sido o nosso “Palácio da Justiça”. Pouco mais de meio século ao serviço de Chaves e que sem qualquer dúvida tem sido uma imagem de marca do Largo do Arrabalde. Ao que parece, esta imagem de marca, tem os dias contados, primeiro porque no seu antigo largo vai nascer um museu e depois, a marca da justiça também já tem morte anunciada. Com tanta despromoção e saques ditados por Lisboa, não tarda e regressamos à Vila de Chaves. Mas hoje quero privilegiar a imagem, que embora sempre do mesmo, vão-se notando algumas diferenças. Segundo as minhas contas, as imagens podem ser datadas entre 1958 (as duas primeiras) e anos 60, as restantes. A única que chegou até mim datada foi a imagem a cores (com carochas estacionados) em cuja legenda constava “Verão de 1962”.

 

Amanhã há mais Arrabalde. Para hoje ainda vamos ter a habitual crónica quinzenal de Sandra Pereira – Intermitências.








 


14
Jan13

Semana do Arrabalde - 1


 

Esta rúbrica das semanas temáticas pretende privilegiar a imagem, no entanto vai haver vezes em que algumas palavras vão ser necessárias, principalmente no primeiro dia da semana, como no caso de hoje em que iniciamos a Semana do Arrabalde.




Embora a maioria das imagens que aqui irão passar sejam do século actual e do século passado, conseguimos ainda imagens de vestígios com quase dois mil anos, mas lá chegaremos no final da semana, o que desde já demonstra a importância desde largo que, em nada me repugna dizer, ser sem dúvida alguma o principal largo da cidade e que durante quase (pelo menos) 2000 anos foi o grande “hall” ou sala de entrada na urbe flaviense.




Firmino Aires, na Toponímia Flaviense, inicia por dizer ao respeito do Arrabalde:


“ Já se chamou Largo Dr. António Granjo; Monsenhor Alves da Cunha (…), Praça Rui e Garcia Lopes e Arrabalde das Couraças.

Arrabalde, chama-se desde há séculos. Na Idade Média ficava fora das portas da muralha da vila. Era um arrabalde ou arredores da vila, entre esta e a velha Ponte de Trajano. É preferido este lugar pelos políticos para ali homenagearem os seus ídolos ou regime. Para que pretender apagar a História ou quebrar tradições?

Esta designação tem tido tal impacto popular que muitos nomes de pessoas iminentes ali colocados foram rejeitados e lançados ao esquecimento.”




Firmino Aires tinha toda a razão. A História e a tradição não se apagam com nomes sonantes ainda por cima quando nem sempre são consonantes e estão quase sempre ligados à politica de ocasião. O Arrabalde será sempre o Arrabalde, tal como as Freiras (embora já não seja jardim)  ou o Jardim do Bacalhau. O povo faz justiça ao continuar a chamar-lhe pelos nomes que sempre os conheceram. Contudo, e ainda quanto ao Arrabalde que penso todos concordam com o topónimo, tem uma alcunha pela qual também é muitas vezes conhecido, sobretudo por muito pessoal do mundo rural que o apelida também por “Largo dos Pasmados”. Quem por lá pasmar um bocado a apreciar a vida do largo, verá que a alcunha não é descabida de todo.




Ainda sem conhecer a realidade de tempos bem mais antigos que remontam à ocupação romana que as recentes escavações arqueológicas puseram a nu, Ribeiro de Carvalho no seu livro Chaves Antiga referia:

 

“ O largo do terreiro do Arrabalde das Couraças era primitivamente o descampado entre as muralhas da praça e o rio, juntando-se-lhe, depois das invasões francesas, o terreno resultante da demolição do baluarte da praça que estava ligado à muralha do Olival e ocupava todo o espaço  do antigo mercado (em frente ao Palácio da Justiça), até à rua das Longras. Este baluarte , que se chamava o Cavaleiro da Vedoria, era semelhante ao que ainda hoje existe no quintal da casa do Correio (Início da Rua Gen.Sousa Machado), e que então se chamava o Cavaleiro da Amoreira. Os dois “cavaleiros”, unidos pela “cortina”, que que ainda existe um troço, tendo uma porta na altura da Rua Direita e um “postigo” na altura da Rua Nova (Postigo das Manas) formava uma “frente abaluartada”, para defesa da praça do lado do rio…”



Também as recentes escavações arqueológicas puseram a nu parte do Baluarte do Cavaleiro da Vedoria que Ribeiro de Carvalho refere, mas que as mesmas escavações arqueológicas acabaram por retirar quase na integra, pois o que se apresentava sob elas eram de maior antiguidade e importância. Refiro-me, claro, aos balneários das termas Romanas que pensa-se (pois parte deles ainda continuam soterrados) que ocupariam a grande parte do actual largo do Arrabalde.



Ribeiro de Carvalho continua:


“ Demolido o Cavaleiro da Vedoria, ficou existindo no lugar que ele ocupava um terreno irregular, em declive para o rio, que o Senado da Câmara mandara terraplanar  e nivelar, construindo-se para esse fim um muro de suporte do lado Nascente, sobre o qual  mais tarde se edificou a ARCADA  DO ARRABALDE! Em 1820 essa terraplanagem estava apenas iniciada, mas com o Terreiro da Vèdoria, junto ao Arrabalde das Couraças, apesar de irregular e de não pavimentado, era mais vasto do que o Anjo, nele se realizava o mercado do cereais, que já em finais do século XVIII se mudara para o Arrabalde das Couraças, ao que parece, de motu próprio dos feirantes.”




Firmino Aires, na Toponímia Flaviense,  remata a história (então conhecida) do largo:


“ Em 14 de Outubro de 1820, deixou o mercado de se efectuar no Largo ou Terreiro do Anjo, passando a efectuar-se na Vèdoria junto ao Arrabalde das Couraças.

Para que isso acontecesse, muitas dissidência houve entre a parte alta – o Anjo e a baixa do Arrabalde  e a Madalena, que se prolongaram até 1823.

De 1952/58 foi construído o Palácio da Justiça.”  

 

Ao que parece a gente da antiga Vila de Chaves, sem o poder democrático de hoje, participava mais nas decisões da vida de Chaves do que hoje em dia, pois só assim se explica algumas das aberrações que têm nascido na cidade nos anos da democracia. Uma dessas, propunha-se desfazer o largo do Arrabalde para nele construir um parque de estacionamento subterrâneo,  e que me lembre, ninguém fez grande alarido, no entanto há males que vêm por bem, e com a pretensão do estacionamento descobriu-se soterrado o antigo balneário das terma romanas, hoje já classificadas como monumento nacional, que vai dar lugar a um museu. Em suma, o Largo do Arrabalde amplo como era, o tal local preferido por políticos para homenagearem os seus ídolos,  vai à vida, resta saber o impacto que o novo edifício vai ter no largo, mas do mal o menos, ganha-se um museu e um valioso testemunho da história romana em Chaves.




Em suma, o Largo do Arrabalde ao longo dos tempos já foi balneário termal, simplesmente arrabalde, baluarte, mercado municipal, largo da justiça (palácio) e agora vai ter museu, dizem, vamos ver se há dinheiro, entretanto, o tal parque de estacionamento que era para ser nas Freiras, depois no Arrabalde, depois noutro sítio qualquer, tarda em aparecer, mas para ser onde está previsto, mais vale que não exista. Tenhamos fé e esperança que os flavienses comecem a ter uma palavra a dizer no futuro da sua cidade, pois os políticos, democraticamente, são eleitos para representar o povo e a sua vontade, e não para fazerem aquilo que querem. O mandato, não dá para tanto, mas se o povo deixa,  eles aproveitam-se.



Quanto às imagens, hoje ficamos com as da primeira metade do século passado. Vou tentar deixá-las por ordem cronológica, no entanto não posso garantir essa ordem porque não vivi esses tempos .

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