CHAVES

Hoje vamos mais uma vez até Stª Ovaia, uma pequena aldeia de montanha que por ser pequena fica mais exposta ao mal geral de todas as aldeias de montanha do concelho – o despovoamento e envelhecimento da população.

Mas embora pequena há sempre alguém na rua com quem podemos conversar um bocadinho as conversas de sempre ou abordar um bocadinho os lamentos de sempre. Nem que fosse só por isso, gosto de passar por lá de vez em quando, não pelos lamentos mas pela conversa e também pela aldeia que tem sempre pormenores interessantes para registar, que nos falham sempre ou fazemos falhar nas visitas que fazemos para lá poder voltar.

Hoje ficam três imagens, duas da aldeia e outra a caminho da aldeia, esta última num daqueles momentos mágicos do anoitecer em que o sol que resta se apresenta com todo o doirado como se debitasse poesia onde poisa.

Não sei qual será o futuro das nossas aldeias, sei que uma grande parte delas e não demorará muito, estarão completamente desabitadas , com as suas construções totalmente em ruinas, e os seus campos cheios de mato. Não sei qual será o seu futuro mas sei, tenho a certeza disso, que mesmo que um dia regresse a ela a vida, nunca voltarão a ser como dantes.

Dá pena, chega mesmo a doer ver as nossas aldeias a morrer lentamente, tal como vão morrendo os seus resistentes, os mais idosos que não abandonam o seu torrão, até ao último para se poder fechar definitivamente as suas portas de entrada para receberem o letreiro de FECHADA.

E tudo continuaria bem se com este abandono do mundo rural não se estivesse a perder toda uma cultura a ele ligada, a perder os seus saberes, a perder os seus sabores, a perder as suas tradições, a perder-se em suma um povo. E bem podem as cidades propagandear a existência destes valores em feiras e feirinhas, cada vez mais iguais onde quer que se vá, cada vez mais desenxabidas por mais que lhe queiram dar o sabor da genuinidade aos sabores e saberes que morrem com as suas aldeias.

Um dia, e não tardará muito, os de Lisboa e os seus imitadores nas cidades de província vão-se dar conta do crime que estão a cometer, mas infelizmente já vai ser tarde, mas o pior, é que o que se está a passar com as aldeias, também não tardará muito, e acontecerá com as vilas cidades pequenas como a nossa. E isto não é pessimismo, é ser realista, senão subam às nossas aldeias de montanha e vejam com os próprios olhos.

As imagens de hoje são de Stª Ovaia.

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E enquanto, por cá, a festa continua com Feira dos Santos continua, hoje tradicionalmente com muitos galegos e gente de fora, por aqui continuamos também com o habitual dos Domingos  - as nossas aldeias.

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Hoje com pormenores da resistência de mais uma das nossas aldeias de montanha, perdida e esquecida bem lá no alto da Padrela – Santa Ovaia.

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Pormenores, apenas pormenores das nossas ruralidades.

Para amanhã, um resumo em imagem da Feira dos Santos, edição de 2009.

Moure

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Nantes

Santa Ovaia