Crónicas Estrambólicas * Super-Mourinho no GDC
Super-Mourinho no GDC
O nosso GDC continua em último lugar do campeonato com apenas 7 pontos, já depois de ter mudado de treinador.
Julgo que o Chaves precisa dum super-treinador para poder ultrapassar esta fase má.
Eu seria a escolha acertada porque sou um dos maiores pensadores mundiais do jogo, com várias tácticas inovadoras em carteira que são estratégias infalíveis e surpreendentes. Passo a explicar: seria muito fácil pôr o Chaves a jogar futebol quântico, em que uma revolucionária sobreposição de vectores derrotaria facilmente os adversários. Um exemplo básico: pondo o GDC a jogar em 5 – 7 – 5, nem os 3 grandes “cheirariam” a bola. Imagino os leitores a pensar: “essa táctica implica que joguem 18 jogadores mas legalmente só podem entrar 11 em campo… Este tipo não percebe nada de bola!”. Nada disso, vós é que ainda não conheceis o futebol quântico, a sobreposição de vectores e a duplicação posicional. Clarificando: toda a gente sabe que o futebol se joga apenas no flanco onde está a bola, o esquerdo ou o direito. Se se joga no esquerdo, os jogadores da direita andam a passo e não participam, o que é um desperdício. No futebol quântico, ignora-se um dos flancos, concentram-se todos os jogadores no outro flanco e fica-se com uma superioridade numérica imbatível (equivalente a jogar em 5 – 7 – 5) porque as outras equipas não têm resposta para uma imprevisibilidade destas. Esta táctica é tão monstruosa e fatal que a podemos deixar apenas para a próxima época, quando quisermos ser campeões nacionais.
Para já podemos utilizar outros processos mais suaves. Sabe-se que para uma equipa se manter no primeiro escalão, basta chegar ao final do campeonato com 35 pontos. Há quem diga que a defesa é o melhor ataque, mas eu acho que o empate é o melhor ataque, ou seja, se o Chaves empatar os restantes 20 jogos, fica com pontos suficientes para não descer. Uma táctica infalível, para empatar todos os jogos até ao final, é utilizar a táctica quântica 20 – 0 – 1. Como? Para isso, o clube precisa de comprar um super-defesa central em Janeiro. Não é comprar o Militão ao Porto ou coisa assim, o que o Chaves precisa é dum central com 1,30 m e com uma cabeça grande, o que não deve ser difícil de encontrar. Depois, o guarda-redes só precisa de fazer ressaltar continuamente a bola na cabeça desse central durante 90 minutos até o jogo acabar. Simples, empate garantido. Os outros jogadores apenas precisam de fazer uma muralha defensiva na zona da meia-lua a proteger o guarda-redes e o super-central. Mais: quando uma equipa adversária ficar muito irritada com esta táctica, que até guarda-redes deixa a baliza para ir ajudar a equipa a tirar-nos a bola, a ponta de lança da inovadora 20 – 0 – 1, acaba com eles, porque nesse momento o nosso guarda-redes faz que vai ressaltar a bola na cabeça do anão mas em vez disso atira a bola ao nosso traiçoeiro avançado que sozinho nos dá com facilidade a vitória.
Poderia apresentar dezenas de outras soluções inovadoras e fatais para os adversários, como tácticas de futebol pós-moderno, com variações e nuances new wave, o futebol homeopático, etc. Não vou apresentar para não ser cansativo e não estar a mostrar os trunfos aos adversários. Só vos garanto é que se me derem o lugar de treinador, para o ano somos campeões e daqui a 2 anos limpamos a champions. Passem a mensagem e digam-me algo.
Luís de Boticas