Cidade de Chaves - Terreiro da Madalena
Em geral, quando estamos na cidade e atravessamos a ponte romana para o outro lado, dizemos que vamos à Madalena, e de facto assim é, vamos até à freguesia da Madalena, mas também lá as ruas e largos, cantos e becos, têm nome. Nem todos são vulgarmente conhecidos, mas há alguns que até o são, como por exemplo o Largo de S. Roque ou o Terreiro da Madalena, que hoje vos deixo em imagem. A História da Madalena anda a par da História da cidade de Chaves, pelo menos desde que há cerca de 2000 anos a ponte romana uniu as duas margens do Rio Tâmega. História da cidade que graças à sua localização geográfica sempre teve uma forte componente militar, à qual a Madalena também não foi alheia, inclusive chegou a ter muralhas, as seiscentistas, das quais ainda lá existem alguns pequenos troços. Este topónimo de Terreiro da Madalena assume ou é, em parte, uma herança militar, pois reza a história que os terreiros eram locais onde antigamente os besteiros se exercitava e praticavam, mas não só, pois é, ou melhor – foi e é, um autêntico terreiro, olhando literalmente ao significado da palavra: espaço amplo, plano e despejado; praça ou largo dentro da povoação; eirado. Em suma, o topónimo fica-lhe bem.
Na Toponímia Flaviense existem por lá mais uns apartes que têm a ver com a História da Madalena, mas no final há um que me chamou a atenção e que diz respeito a um pedido do Conde de Barcelos, D.Afonso, ou seja, o nosso Duque que tem estátua em frente à Câmara Municipal. Passo a citar:
É interessante referir que a pedido do Conde de Barcelos D. Afonso, filho de D. João I, foi criada a feira franca em Chaves, por carta régia de 10 de Setembro de 1410, a realizar-se anualmente em 22 de Julho, dia de Santa Maria Madalena.
Pois sempre gostei deste duque e ainda por cima tinha ideias, e felizes, que contrasta um pouco com a falta delas nos tempos atuais… Pois cá para mim, era bem interessante que esta feira franca se retomasse, na mesma data que é também bem interessante e se prolongasse por uns dias até meados de agosto, a realizar na Madalena (no terreiro da foto, Largo da Madalena, de S. Roque, Jardim Público e Alameda junto ao Rio, etc. recriando a época (que o povo gosta de folclore) mas com sentido, fazendo a História da cidade, com as personagens da época (onde até o Beto se poderia vestir de Duque, pois já deve andar cansado de esticar o braço de saudar à Cezar) mas fazendo uma autêntica feira atual (incluindo barracas e divertimentos, comes e bebes, etc.), onde pelo meio poderiam acontecer outros eventos e momentos, culturais, musicais e recreativos, onde até as bandas poderia ocupar o seu espaço no coreto e fazer umas verbenas. AH! E como o pessoal gosta de teatro e encenações, para os satisfazer, poder-se-ia encenar o Cerco a Chaves do Mestre de Avis, Rei que tantas ligações teve a Chaves e onde se casou e viveu o seu filho e nasceram os seus netos, que eram também netos de D.Nuno Alvares Pereira (tanta História que tem Chaves para contar): Claro que haveria quem tivesse de vender o seu fato de romano, ou então trocá-lo por um de bobo da corte, por exemplo, coisas da época…
E com esta me bou!