Pedradas e Tesouros
Muitas vezes, inconformados com outras coisas, revoltamo-nos com as coisas da nossa cidade e com a própria, com o que nela não acontece (de bem) ou no que nela acontece (de mal), que deveria ser assim, ou assado, saudades daquilo que já não existe, etc. e que venha daí um que atire com a primeira pedra se nunca o fez… é muito fácil, e então agora com o Facebook, é só pedradas, contra isto, contra aquilo, etc, coisa e tal, e fazem-no com a mesma facilidade e leviandade como aquela em que esquecem a nossa história milenar e os nosso preciosos tesouros, que poucas cidades do país têm, quer em quantidade, quer em qualidade, e que nós vamos esquecendo e até desprezando.
Poder-vos-ia enunciar aqui todos os nossos tesouros, como a ponte romana, as nossas fortalezas militares (medievais, seiscentistas e até as atuais, os fortes, as muralhas e castelos), as termas romanas e as atuais, todo o nosso centro histórico, as nossas praças monumentais, entre outros, mas também a hospitalidade da nossa gente, a nossa gastronomia, o nosso mundo rural, e por fim, os nossos museus, como o Museu Militar, e um dos que já é considerado dos melhores de Portugal, como é o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, quer pela arquitetura do edifício do Mestre Álvaro Siza Vieira, quer pelo seu conteúdo, mas também um outro que não deixa de poder ser considerado um museu, que é o da arte sacra, quer nos edifícios religiosos que temos, quer na riqueza dos seus interiores e conteúdos, refiro-me às nossa igrejas medievais rurais (Outeiro Seco, Graginha, Santa Leocádia, São Julião, Moreiras, etc), aos nossos santuários (São Caetano, Nossa Senhora da Saúde, Nossa Senhora da Aparecida, Nossa Senhora do Engaranho, etc.) quer pela quantidade de capelas e igrejas um pouco espalhadas por todas as aldeias do concelho, mas também dentro da cidade, com destaque para a Igreja Matriz, da qual hoje deixo imagens, a Igreja de Misericórdia, a Igreja de São João de Deus na Madalena mas também a Igreja de Santa Cruz Trindade, que se destaca pela sua arquitetura contemporânea e por ser diferente daquilo que é habitual, mas também sem esquecer as nossas capelas da cidade, como a da Stª Cabeça e a de Stª Catarina (exterior e interior), e a capela da Lapa, entre outras. Mas hoje, ficaria só com o destaque para a Igreja Matriz, que para além da sua história ( desde a época medieval até hoje) e destaco-a principalmente pela riqueza do seu interior, um autêntico museu de arte sacra e de uma beleza impar, quer da própria estrutura em pedra (colunas e tetos das capelas), pela riqueza e arte dos vitrais, altares e do seu monumental órgão, etc.. E fico-me por aqui.