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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

05
Fev23

O Barroso aqui tão perto... Espindo

Aldeias barrosãs do concelho de Vieira do Minho


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Espindo - Vieira do Minho

 

Continuamos no Barroso que vai além do concelho de Montalegre e Boticas, vamos até ao concelho de Vieira do Minho, para a freguesia de Ruivães e Campos, com mais uma aldeia desta freguesia, a aldeia de ESPINDO.

 

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Como devem calcular, há mais vida para além deste blog, aliás o blog é um entretém das nossas hora de ócio, mas mesmo assim, exige algum trabalho, que o fazemos com prazer e  pro bono, mas também sujeito a algumas limitações, uma delas é a disponibilidade, não só para feitura dos posts, mas também para a recolha fotográfica, para a qual vamos aproveitando alguns sábados, feriados ou dias de férias, esteja como estiver o dia, depois de marcado e programado não há volta atrás, avançamos, esteja chuva, sol, neve, nevoeiro ou tempestade, esteja como estiver, nós avançamos.    

 

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Ora para Espindo e as restantes aldeias da freguesia barrosã de Vieira do Minho, marcámos o dia 8 de agosto de 2019 para fazer o nosso levantamento fotográfico, em pleno verão, longe de imaginar que iriamos ter um dia de chuva intensa com nevoeiro à mistura pela frente, com alguma esperança que fosse uma trovoada de verão, mas longe disso, tinha vindo para ficar todo o dia. Não é pela fotografia não se dar bem com a chuva, aliás, antes pelo contrário, em muitos dos casos até a favorece, é mais pelos fotógrafos e pelas câmaras fotográficas, pois a chuva molha e, com duas mãos apenas,  não dá muito jeito carregar uma câmara fotográfica e um guarda chuva.

 

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Bem, esta pequena introdução dos parágrafos anteriores foram apenas para justificar as nossas imagens de hoje, todas em ambiente carregado de chuva e nevoeiro, e possivelmente,  a falta de algumas que pela certa num dia normal para a época, teríamos aqui. Ainda pusemos a hipótese de voltar por lá, mas entretanto alguns problemas de saúde seguido da pandemia retiraram-nos a oportunidade de lá voltar, embora recentemente tivéssemos andado pela freguesia, mas com a prioridade virada para a subida à Serra da Cabreira e as aldeias da freguesia em falta, não houve tempo para regressar a Espindo, mas mesmo assim, penso que fazemos justiça à aldeia com as imagens possíveis.  

 

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Vamos então para Espindo cuja situação geográfica e localização é muito semelhante às restantes aldeias da freguesia de Ruivães e Campos, ou seja todas elas localizadas na vertente da Serra da Cabreira que descarrega no rio Cávado, onde se começa a formar a barragem de Salamonde e todas próximas da  N103 no troço que liga Chaves a Braga e, mais metro, menos metro, entre as duas aldeias que dão nome à freguesia – Ruivães e Campos. Espindo fica a cerca de 1km da N103 e o acesso à aldeia faz-se a seguir a Ruivães, imediatamente a seguir à passagem pela ponte do Rio Saltadouro, Claro que há que ter em conta que as nossas partidas são feitas desde a cidade de Chaves, pois se vier pela N103 desde Braga, o acesso à aldeia é imediatamente antes da referida ponte e antes de Ruivães. Para melhor entendimento deixamos alguns mapas.

 

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Para lá chegarmos, e repetimos, como sempre a partir da cidade de Chaves, teremos que apanhar a N103 e seguir sempre por ela até atravessarmos Ruivães, e logo após a ponte sobre o rio Saltadouro (a 400m do centro de Ruivães), saímos da N103, à esquerda e logo a seguir (1km) encontramos Espindo. Embora a melhor referencia seja a N103, nós recomendamos um atalho, onde se poupam 10Km, ou seja, saímos obrigatoriamente pela N103 mas só até Sapiãos, aí viramos em direção a Boticas onde apanhamos a R311 em direção a Salto. Ainda antes de Salto, no cruzamento onde podemos virar para Salto ou Venda Nova, tomamos a direção de Salto, mas só por 100m, onde devemos sair à direita em direção às Minas da Borralha, depois de passarmos ao lado da Borralha, seguimos por Linharelhos, Lamalonga, Campo e Botica, aqui entramos de novo na N103 e logo a seguir é Ruivães. Ao todo, por este itinerário, são 71,6Km, 1H20 de viagem, sem paragens e a cumprir os regulamentos da circulação em estradas. No regresso a Chaves, se for o caso, pode optar, agora sim, vir sempre pela N103, são 81,5km e 1H22 de viagem.

 

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Quanto a Espindo, mesmo com muita chuva, o que lhe dá um certo brilho, mas rouba-lhe a luz, gostámos do que vimos, uma aldeia que se desenvolve ao longo de um arruamento principal, estreita, com cerca de 400m e com a inclinação que a Serra da Cabreira lhe dá. Rodeada de campos verdes de pastagens e cultivo. O casario maioritariamente antigo, mantém a sua integridade inicial, muitas delas reconstruídas. Uma aldeia que sem qualquer dúvida merece uma visita atenta, inclusive uma nossa, de preferência sem chuva, ou então daquela de vez em quando alivia para deixar passar uns raios de sol.

 

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E pouco mais temos a dizer, pois a maioria das imagens foram tomadas desde dentro do carro, só parámos mesmo onde havia algum abrigo coberto ou onde teve mesmo de ser, como junto à igreja na entrada da aldeia, que para nós até foi saída, pois entramos na aldeia a partir de Zebral, por sinal com um interessante cenário paisagístico que no dia em que passamos por lá não estava muito disponível por causa do chuva/nevoeiro que se abatia sobre as nossas cabeças, mas deu para ver que assim era e que mais tarde comprovámos desde o alto da Serra da Cabreira.

 

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Claro que estas dicas que por aqui deixamos, hoje, apenas se referem à aldeia de Espindo, mas a ideia é para todo um dia de passeio por esta aldeias e as suas vizinhas e ainda com subida obrigatória à Serra da Cabreira. Claro que para todo o dia há que fazer algumas paragens, uma delas para comer, almoçar, para a qual há várias alternativas, uma delas, a do piquenique de viagem, isto se gostar de piquenicar. Se gostar mais de sentar à mesa, esteja onde estiver, por estas bandas encontra sempre onde comer bem a menos de 15 minutos de viagem, às vezes o problema está só em escolher qual

 

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E por hoje é mesmo tudo, chegamos àquela altura em que nos despedimos e anunciamos o vídeo resumo com todas as imagens que hoje aqui foram publicadas, vídeo que também podem ver no MeoKanal e no nosso canal do YouTube.

 

Aqui fica o vídeo que espero que gostem:

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no…

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… e no YouTube, onde podem subscrever o nosso canal para serem avisados de todas as publicações que lá fizermos, e nós agradecemos. Pode passar por lá e subscrevê-lo aqui: 

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No próximo domingo continuaremos por na freguesia barrosã de Ruivães e Campos do concelho de Vieira do Minho.

22
Jan23

O Barroso aqui tão perto - Botica

Aldeias do Barroso


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Botica

 

Hoje entramos no Barroso que vai além do concelho de Montalegre e Boticas, vamos até ao concelho de Vieira do Minho,  para a freguesia de Ruivães e Campos, com a primeira aldeia desta freguesia, a aldeia de Botica.

 

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Já tivemos oportunidade de explicar aqui o porque desta aldeia, e a freguesia à qual pertence, serem parte integrante do Barroso, quer por razões históricas quer geográficas, e é por isso que aqui estamos hoje para dar continuidade ao Barroso de Montalegre e Boticas.

 

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Iniciemos já pela sua localização que fica na vertente da Serra da Cabreira que descarrega no rio Cávado, onde se começa a formar a barragem de Salamonde. Botica, é assim mesmo o nome da aldeia, embora o este topónimo possa ter a mesma origem que teve a vila de Boticas, fica localizada junto à N103 que liga no troço que liga Chaves a Braga e, mais metro, menos metro, entre as duas aldeias que dão nome à freguesia – Ruivães e Campos.

 

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Para lá chegarmos, como sempre a partir da cidade de Chaves teremos que apanhar a N103 e seguir basta seguir sempre por ela até chegarmos a Botica, que fica imediatamente antes de Ruivães (a 2Km). Este é o itinerário que recomendamos para ir até lá, são 76,9 km, mais ou menos 1H20 de caminho.

 

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Como repararam atrás deixámos dois itinerários, que por sinal está numerado como itinerário 2, mas a ordem é indiferente tal como é indiferente tomarmos um ou outro, pelo menos no tempo que se demora, embora em quilómetros o itinerário 1 seja mais curto, com 65,6Km, mas também é, a meu ver, o mais interessante para quem vai em passeio, e com menos movimento, este é via Boticas e depois pela R311 até à proximidade de Salto, ou seja, no cruzamento onde aparece indicado Salto e Venda Nova, deverá seguir em frente e deixar ambas as localidades de lado, depois é só seguir em direção a Borralha, Linharelhos, Lamalonga, Campos e logo a seguir fica Botica.

 

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Para rematar a localização e os itinerários, se estiver interessado em ir até Botica e ficar na dúvida entre os dois itinerário, vá por um e venha por outro e assim o passeio será bem mais interessante.

 

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Quanto à aldeia, embora pertença ao Barroso, temos que nos lembrar que também pertence ao Alto Minho, e Minho é sinónimo de terras verdes, e esta não é exceção, aliás por aqui há muito que o Barroso já é verde, mesmo no concelho de Montalegre nas freguesias de Cabril que se prolonga até à freguesia de Salto. Estamos no Barroso verde.

 

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Quanto ao predomínio arquitetónico da aldeia, também é muito deferente daquilo que encontramos no Alto Barroso onde predomina o granito à vista. É também uma aldeia, como todas na sua condição, que tem influência de se localizar junto a uma estrada principal e um cruzamento, mas o que impressiona mesmo em termos visuais e mesmo a quantidade de fios de alta tensão que atravessam a aldeia…

 

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De resto encontrámos por lá um conjunto de moinhos em série, pelo menos três seguido mesmo à beira da estrada que liga à aldeia de Campos, e num largo próximo, a capela e a torre sineira, bem separada da capela e bem mais interessante.

 

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Também de realçar um outro largo, mais no interior da aldeia e afastado das estradas, com um interessante cruzeiro rodeado com 3 degraus de acesso à sua volta e mais afastado, em círculo, um conjunto de 4 bancos de granito e duas oliveiras. Cruzeiro e largo bem interessantes.

 

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E agora chegamos àquela altura em que nos despedimos e anunciamos o vídeo resumo com todas as imagens que hoje aqui foram publicadas, vídeo que também podem ver no MeoKanal e no nosso canal do YouTube.

Aqui fica:

 

 

 

 

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Até amanhã!

 

 

28
Ago22

O Barroso aqui tão perto - Freguesia de Sapiãos

Freguesias do Barroso - Concelho de Boticas


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Freguesia de Sapiãos - Boticas

 

Como vem sendo habitual, a seguir à abordagem das aldeias de uma freguesia do concelhio de Boticas, deixamos aqui um resumo da freguesia, com alguns dados respeitantes à freguesia que não foram abordados nas suas aldeias. Assim como as duas últimas publicações diziam respeito às aldeias de Sapiãos e Sapelos, cuja sede de freguesia é a aldeia de Sapiãos, aqui fica o resumo dessa freguesia.

 

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Neste resumo, as imagens já foram todas publicadas nos artigos dedicados a cada uma das aldeias. Hoje fica apenas uma seleção com imagens das duas aldeias, Já os mapas, embora também tivessem sido publicados, têm algumas alterações de modo a adaptá-los à freguesia, nomeadamente o itinerário para chegar até à freguesia de Sapiãos, sempre a partir da cidade de Chaves, que, uma vez que Sapelos fica a caminho de Sapiãos, será apenas um.

 

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Claro que quando abordamos uma aldeia, em geral, deixamos aqui imagens das paisagens das aldeias/freguesia, do seu casario, de alguns pormenores de ruas e alguns dos seus motivos de interesse, mas as aldeias são feitas à imagem das pessoas que a habitam, a sua população. Mas hoje em dia essa imagem está um bocadinho deturpada, pois quase sempre a imagem da aldeia no seu conjunto, não corresponde à da sua população, isto é, ao contrário do que acontecia há umas dezenas de anos atrás, em que havia menos habitações, mas muitos habitantes, hoje, relativamente, acontece o contrário, há mais habitações, mas menos habitantes.

 

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E esta freguesia de Sapiãos até tem sido um bocadinho atípica em relação ao comportamento da população das restantes freguesias, isto porque entre os anos de 1864 e 1950 manteve mais ou menos a mesma população residente, mesmo nos Censos de 1920 em que quase todas as freguesias viram a sua população residente a diminuir consideravelmente, isto devido a três fatores, I Grande Guerra, emigração e a pandemia da gripe espanhola ou pandemónica, na freguesia de Sapiãos apenas perdeu 100 habitantes. No único Censos em que o comportamento é idêntico ao das restantes freguesias, é no de 1960, em que a população cresce em mais de 300 habitantes em relação aos Censos de 1950, atingindo um total de 1.286 habitantes. Já o comportamento pós 1960, embora com uma descida de população considerável, visto que atualmente a população da freguesia é de apenas 488 habitantes, graficamente desceu a pique de 1960 para 1970, mas a partir de aí a descida tem sido suave, ao contrário da maioria das freguesias (do concelho, do Barroso e da região) em que a descida é constante e muito mais acentuada, exceção para as sedes de concelho, vilas e cidades e, um ou outro caso isolado. Os porquês desta descida constante nos últimos 50 anos são conhecidos de todos, primeiro pela emigração para o estrangeiro ou migração das populações rurais para as sedes do concelho e outros grandes centros. Segundo, ainda a ver com a emigração, porque grande parte dos nossos emigrantes atuais já não regressam à sua aldeia de origem, ou simplesmente não regressam, terceiro, o não regresso da maioria dos nossos jovens, e não jovens, com formação académica superior, por não encontrarem na sua aldeia ou mesmo na sede de concelho trabalho compatível com a sua formação. Por último a redução drástica da taxa de natalidade. E sobre o assunto, ficamo-nos por aqui, pois hoje o tema é a freguesia de Sapiãos.

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

Quanto às nossas considerações pessoais sobre Sapiãos e Sapelos, bem como outras características próprias de cada uma das aldeias, já as fomos deixando nas publicações que fizemos para cada uma das aldeias, daí, chegamos àquela parte em que passamos a transcrever o que se diz na “Preservação dos Hábitos Comunitários nas Aldeias do Concelho de Boticas” - separata da freguesia de Sapiãos. Desde já fica o aviso que se trata de uma edição da Câmara Municipal de Boticas do ano do mês de maio de 2006, pelo que há informação que poderá não estar atualizada, nomeadamente no que respeita a associações existentes e população atual. Só uma nota explicativa para a localização/itinerário que se vai fazer para as duas aldeias, pois enquanto que a nossa (que ficou atrás) é feita com o ponto de partida desde a cidade de Chaves, no texto que se vai seguir, o ponto de partida é a feito desde a vila de Boticas.

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

Freguesia de Sapiãos

 

A freguesia de Sapiãos, localizada a Este da vila de Boticas, confronta com várias freguesias: a Norte com Bobadela e Ardãos, a Este com Redondelo do concelho de Chaves, a Sul com Pinho e a Oeste com Granja e Cervos do concelho de Montalegre.

 

É constituída pelas aldeias de Sapiãos, sede de freguesia, e Sapelos, o acesso viário faz-se seguindo pela EN 312 até aparecer a indicação Sapiãos, por seu lado, para Sapelos segue-se pela EN 103 em direcção a Chaves.

 

A aldeia de Sapiãos encontra-se disposta na encosta Sul da Serra do Leiranco e a aldeia de Sapelos junto à encosta Norte da Serra do Facho. Protegidas a toda à volta por serras e montes, os seus pastos e campos de cultivo estendem-se ao longo da planície do Terva.

 

A freguesia ocupa uma área total de 21,1 Km2.

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

O desenvolvimento da população desta freguesia de Sapiãos acompanhou o movimento demográfico que caracteriza toda a região de montanha no Norte de Portugal tipificada por uma diminuição progressiva da população, com uma pirâmide etária invertida, onde os grupos etários mais baixos são diminutos e a população envelhecida aumenta.

 

Actualmente, tem aproximadamente 526 habitantes, sendo uma das freguesias com mais população o que em parte se explica dada a proximidade relativamente à sede do concelho. Todavia, seguindo a tendência que se verifica na generalidade das freguesias do concelho, esta freguesia tem vindo a assistir ao decréscimo da sua população, sendo que nos últimos 40 anos perdeu aproximadamente 59,1% da sua população residente. O gradual decréscimo da população que se registou, deve-se essencialmente à intensificação dos fluxos migratórios que se verificaram a partir os anos 60. Muitos foram os que partiram para o estrangeiro, para países como os Estados Unidos, Brasil, França e para outras regiões do país, em busca de melhores condições de vida. (E) migrar continua a ser uma opção para a população mais jovem dada a limitação local de ofertas de emprego.

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

Assim, quem permanece nas aldeias é essencialmente uma população marcadamente envelhecida, apenas um quarto dos 526 residentes tem menos de 25 anos.

 

Os níveis de alfabetização desta população residente são baixos, acompanhando o seu nível de envelhecimento, destacando-se o número elevado de pessoas sem nenhuma qualificação académica. Esta situação excepcional é suportada pelo elevado número de idosos, alguns deles regressados da (e)migração, em situação de aposentados.

 

No que se refere à área de actividade, a maior parte da população local, continua a dedicar-se à agricultura, essencialmente te de subsistência e à pecuária. Alguns trabalham na construção civil e no pequeno comércio local e outros na área dos serviços em instituições do concelho (Município de Boticas, Euronet, Santa Casa da Misericórdia etc.).

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

Na freguesia existem vários restaurantes, mini-mercados, cafés e pequenos salões de jogos onde os mais jovens se distraem.

 

Nas horas de ócio e sempre que o tempo permite as pessoas, especialmente os mais idosos, ainda têm o hábito de se juntarem nos principais largos das aldeias e junto aos cafés a conversar.

 

Em termos associativos existem na freguesia a Associação Cultural, Recreativa e Desportiva da Serra do Leiranco - Sapiãos, o Sporting Club de Sapiãos, a Associação Filarmónica, Cultural e Recreativa de Sapiãos e o Motoclube Unidos do Barroso.

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

MARCAS DO SEU PASSADO

 

Não é fácil conhecer o dia primeiro da origem da maioria das paróquias e freguesias. Excluindo uma ou outra que vem identificada nos documentos antigos, a maioria das aldeias têm origem desconhecida no tempo. Umas mais antigas outras de origem mais recente, sabe-se que a maioria destas aldeias são formadas a partir do agrupamento de famílias unidas por laços de parentesco ou afinidades económicas e profissionais que se organizaram em comunidade. Muitas das aldeias de Barroso têm a sua origem histórica no movimento de reconquista e povoamento do território iniciado com a formação do Reino de Portugal em 1143 e posterior fixação de uma ou mais famílias de povoadores. Teve particular desenvolvimento a partir dos finais do século XIII. Estes povoadores eram atraídos por contratos de aforamento cujos termos eram favoráveis à sua fixação, traduzidos em pagamentos de foros de valor acessível. Estes contratos são conhecidos como o processo de enfiteuse e eram promovidos indistinta mente pela Coroa e/ou pelas Casas Nobres e Senhorios Eclesiásticos.

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

São conhecidos alguns contratos de aforamento para as terras de Barroso o que nos permite pensar que a grande maioria das suas aldeias e povoados tiveram origem neste modo de povoamento[i]. Alguns contratos de aforamento são disso testemunho como é o caso do aforamento da "Póvoa" de Lavradas, feito nos finais do século XIII (1288 da era Cristā), no tempo do Rei D. Dinis, e que, tudo o indica, está na origem da actual aldeia de Lavradas[ii].

 

Sapiãos parece enquadrar-se neste modelo de ocupação e povoamento do território embora haja vestígios de ocupação civilizacional mais remota. Perto de Sapelos, entre esta aldeia e a de Nogueira, da freguesia de Bobadela existem vestígios de uma extensa escavacão mineira de ouro levada a cabo pelos povos árabes e romanos - O Poço das Freitas - que, certamente, deu lugar a determinadas formas de povoamento entretanto extintas. A doação do foral de Sapiãos em 1251 configura uma região. então despovoada, que era preciso ocupar e desenvolver como nele determina: que vós e toda a vossa posteridade tenhais a dita herdade e a povoeis[iii].

 

Em 1527 aparecem identificadas no “Numeramento” mandado fazer por D. João III, as povoações de Sapelos com 13 moradores, isto é fogos, e a de Sapiãos com 42 o que dá um número aproxima do de duzentas pessoas[iv].

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

OS CASTROS DE SAPIÃOS E OUTROS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

 

No termo da freguesia de Sapiãos existem monumentos proto-históricos, romanos e medievais.

 

Os Castros do Muro (Casas dos Mouros) junto à EN 103 (Chaves-Braga) e o Castro da Cerca (Sapelos) com as mu ralhas ainda bem visíveis, são um testemunho da ancestralidade daquela aldeia. Dos romanos chegam-nos as pequenas vias de acesso à grande Via Romana, que ligava Bracara Augusta a Aquae Flaviae, seguindo depois para Asturica Augusta, em Espanha.

 

A atestar a antiguidade da povoação estão ainda as várias sepulturas antropomórficas escavadas na rocha e a sua igreja românica datada do século XIII.

 

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Sapelos

 

O FORAL DE SAPIÃOS

 

Algumas comunidades rurais tinham o reconhecimento régio ou senhorial de escolherem os seus próprios governantes através da carta de foral que lhes concedia o privilégio de constituírem os órgãos do seu governo. Daí sobrevieram várias formas de autonomia mais ou menos amplas. Eram expressas em cartas de foral ou outras formas de reconhecimento como os concelhos, que tomavam o nome de honras, coutos, concelhos, vilas e cidades, correspondendo a cada uma destas designações uma determinada dignidade municipal normalmente expressa na composição dos órgãos e corpos municipais. Mais simples nas primeiras e mais complexos nas últimas embora com estrutura e organização diversifica da de concelho para concelho[v].

 

Por concelho deve entender-se uma comunidade de moradores vizinhos dotados de autonomia administrativa, uma identidade colectiva de população e território. Uma ou mais aldeias e freguesias que juntas se governam por um conjunto de acórdãos, que comprometem e integram toda a actividade da população nos dominios económico, judicial, religioso e administrativo.

 

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Ainda que tenhamos feito uma pesquisa não exaustiva do foral de Sapiãos não parece ter resultado uma autonomia municipal como vulgarmente se julga em relação à outorga de uma carta de foral. A verdade é que o Foral de Sapiãos tem o título de "foral que el rei D. Afonso concedeu ao concelho de Sapiães" o que prefigura a existência de concelho. Os documentos posteriores é que não confirmam a existência de uma comunidade com governo próprio e órgãos municipais constituídos. O referido Numeramento de 1527 é disso testemunho pois na descrição do “titulo da vila de Mõte Alegre de Barroso não refere a existência do concelho de Sapiãos ainda que o faça para os então existentes concelhos de Vilar de Vacas ( que mais tarde toma o nome de Ruivães), e o couto de Dornelas[vi]. Situação que se verifica também nos meados do século XVIII quando Sapiãos é referida como estando sob a autoridade do juiz de fora de Montalegre..

 

Alexandre Herculano verificou efetivamente que muitas cartas de aforamento de herdades reais a um ou mais foreiros, passadas por D. Afonso III, se transformaram em povoações. Parece ser o caso de Sapiãos que, como o foral prescreve, consta de uma herdade que o rei doa a um casal com a obrigação de a conservar e a povoar tendo por recompensa a protecção real[vii].

 

 

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UM DOCUMENTO DE 1758

 

No ano de 1758 o Rei D. José através do seu ministro Marquês de Pombal desenvolveu um inquérito a todas as paróquias do Reino de Portugal continental que hoje se encontram no IAN/TT.  Este inquérito que foi respondido pelos párocos das freguesias era composto de três partes. A primeira respeitante à paróquia onde se tratava de saber da sua história, produções agrícolas, população, instituições locais, igreja e capelas com suas devoções e romagens, a segunda tratava da serra e das suas características, se tinha lagoas e nascentes, monumentos, capelas, caça e a terceira perguntava sobre os rios e ribeiros que nela existissem assim como das levadas, represas, moinhos, pisões e culturas nas suas margens. É graças a este inquérito que se pode obter uma visão mais ou menos completa de como era a freguesia de Sapiãos nos meados do século XVIII como abaixo se pode ver. Esta memória paroquial é particularmente rica de informação o que nos permite até imaginar como seria a vida desta comunidade paroquial.

É a resposta dada pelo pároco da freguesia de Sapiãos nesse ano o Padre Domingos Gonçalves que adiante apresentamos. Para melhor leitura foi actualizado o Português naquelas palavras que consideramos necessário, introduzindo-se-lhe pontuação e parágrafos.

 

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Padre Domingos Gonçalves, Reitor da Paroquial Igreja de São Pedro de Sapiãos, termo da vila de Montalegre.comarca de Chaves, Arcebispado de Braga Primaz. Em virtude de uma ordem correr que do Reverendo Senhor - Doutor Bento Carvalho de Faria, Vigário Geral desta comarca de Chaves, - me foi apresentada com o edital dos - interrogatórios juntos, para lhes responder.

 

Faço certo constar esta freguesia de - São Pedro de Sapiãos de dois lugares: Sapiãos um e Sapelos outro, situados ambos num vale. Conta toda esta freguesia, de cento e sessenta e cinco fogos e pessoas nela existentes quinhentas e oitenta e três pessoas mais ou menos.

 

É do termo de Montalegre e sujeita à justiça do juiz de fora dessa vila e da Sereníssima Casa de Bragança, Provincia de Trás-os-Montes.

 

A paróquia desta freguesia, cujo orago e e o Apóstolo São Pedro, está situada na  estrada da Veiga que fica entre os ditos dois lugares. Tem três altares: um na capela-mor do dito Santo Apóstolo e dois colaterais, um da Senhora do Rosário e  outro do Santissimo Nome de Deus. No altar da Senhora do Rosário está a irmandade da mesma Senhora. Não tem naves- algumas.

 

 O pároco desta igreja é Reitor e de colação ordinária provida por concurso.

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

Poderá render de um ano para o outro cento e quarenta mil réis de certos e incertos, pouco mais ou menos. Não há conventos, beneficiados, hospitais, nem casa de Misericórdia nesta freguesia.

 

Nesta freguesia há quatro capelas. Uma no lugar de Sapelos, da invocação de Santo Amaro, fabricada pelos moradores do mesmo lugar. Tem a mesma capela três altares: um de Santo Amaro, da Senhora do Amparo um e de S. João Batista outro. No lugar de Sapiãos há três capelas. Uma do Senhor, onde está o tabernáculo do Santíssimo Sacramento, é fabricada pelos fregueses excepto o azeite para a lâmpada que alumia o sacrário, que se dá pelos frutos da comenda, de que é comendador o ilustrissimo e excelentissimo senhor Marquês de Marialva. Tem a dita capela três altares: um do Senhor, outro do São Caetano e outro das Almas. Nesta há irmandade das mesmas almas, instituída autoridade ordinária. Há outra capela da invocação da Senho ra dos Anjos e de São Domingos, com um só altar, administrada pelo Reverendo António Alves Monteiro, Reitor da igreja de São Miguel de Bobadela. A outra capela, com um só altar, é da invocação da Nossa Senhora da Conceição, é administrada pelos herdeiros de Gonçalo Monteiro deste mesmo lugar e freguesia. Não há romagens nesta freguesia nem outras coisas dignas de especial memória.

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

Os frutos que nesta freguesia se colhem em mais abundância são o centeio, milho, castanha e algum vinho. Fica distante da cidade de Braga, capital do Arcebispado, doze léguas e meia, e da de Lisboa, capital do Reino, setenta e duas léguas. Utiliza o correio de Chaves distante desta freguesia duas léguas e meia.

 

 Até ao vigésimo sétimo interrogatório não há nesta mais que responder por já estar respondido.

 

No distrito desta freguesia de São Pedro de Sapiãos há a norte uma serra chamada Leiranco, que terá duas léguas de comprido e, em algumas partes, uma de largo. Confina a norte com a freguesia de Santa Cristina de Cervos. Não há nela coisa alguma digna de memória das que se perguntam nos treze interrogatórios. Como apenas tem muitos penedos e pedras com algum mato de carqueja, ervideiros e urzes; é muito agreste, nela se criam alguns coelhos e perdizes.

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

Pelo distrito desta freguesia de São Pedro de Sapiãos corre um rio do nascente para o poente, um rio que nasce na freguesia de Santa Maria de Calvão, desta comarca de Chaves e se chama rio Terva. Não corre caudaloso, por ser a terra plana, e pequeno, quase seca no Verão. Vai desaguar no rio Tâmega por baixo de Mosteirão, freguesia de Santa Maria de Curros. Há no dito rio uma ponte de pedra de cantaria que fica na estrada pública que vem da província do Minho para a praça de Chaves, desta província de Trás-os-Montes, essa ponte fica entre Sapiãos e Sapelos, lugares que compõem esta freguesia de Sapiãos.

 

No termo desta freguesia não há moinhos no dito rio. Os peixes que cria são algumas bogas pequenas. Ao que se pergunta nos vinte interrogatórios não tenho mais que responder por não haver no tal rio coisa notável de que se possa dar notícia.

 

Por ser verdade passei esta que assinei com os Reverendos António Dias Monteiro, vigário da paroquial igreja de Santa Marta de Pinho, e Manuel Dias, Vigário da paroquial igreja de São Salvador do Eiró. Ambas anexas desta matriz de São Pedro de Sapiãos e na forma dita a juro in verbo sacerdotis.

 

Sapiãos, 9 de Março de 1758.

Domingos Gonçalves

O Vigário de Santa Marta de Pinho António Dias Monteiro

O Vigário de São Salvador do Eiró Manuel Dias

 

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Sapiãos

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Sapelos

 

E por hoje é tudo, apenas nos falta deixar o vídeo que também será resumo, com as imagens de hoje e os links para os posts dedicados a Sapiãos e Sapelos.

Aqui fica, espero que gostem:

 

 

 

E já sabe que agora também pode ver este e outros vídeos no:

 

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Ficam então os links para:

- Sapiãos 

- Sapelos 

 

 

 

 

 

 

[i] BORRALHEIRO, Rogério, 2005, Montalegre. Memórias e História, Ed. Câmara Municipal de Montalegre, pp. 80-87.

[ii] Ver Separata da Freguesia de Beça.

[iii] COUTO, Artur Monteiro do, 1998, Património hisrico de uma aldeia transmontana, Boticas, p. 32.

[iv] Tendo por base o índice de 4 a 5 pessoas por fogo. Arquivo Histórico Português. Vol. nº7, Julho de 1909, p. 272

[v] A título de exemplo veia-se que até 1834 a Câmara de Montalegre era composta por 3 vereadores e um procurador já a câmara de Tourém era composta por um juiz ordinário e 2 vereadores a do Couto de Dornelas por um juiz ordinário por 1 vereador e 1 procurador.

[vi] Arquivo Histórico Português, Vol. VII, no 7, Julho de 1909, p. 272.

[vii] Este foral esta publicado por COUTO, Artur Monteiro do, 1998, Património histórico de uma aldeia transmontana. Sapiãos Ed. Câmara Municipal de Boticas, pp 31-33.  

 

21
Ago22

O Barroso aqui tão perto - Sapelos

Aldeias do Concelho de Boticas


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Sapelos - Boticas

 

No último domingo iniciámos a abordagem da freguesia de Sapiãos, precisamente com a aldeia do mesmo nome. Assim hoje passamos para a segunda e última aldeia da freguesia, a aldeia de Sapelos.

 

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Sapelos que por sinal é a aldeia barrosã mais próxima da cidade de Chaves, a apena 9km da cidade, isto em linha reta, mas por estrada (N103) pouco mais é, pois fica logo a seguir a casas Novas/S. Domingos, ou seja a 14,4Km, 15 minutos de viagem, esta vai mesmo de encontro a esta rubrica de “O Barroso aqui tão perto” e também de encontro àquilo que muitos dizem, e eu também defendo, quanto aos limites do Barroso, um em particular, o rio Tâmega. Mas isso são contas de outro rosário, pois hoje o que interessa é a aldeia de Sapelos, aqui tão perto. Ficam os nossos habituais mapas e hoje também uma foto tomada desde a Serra do Leiranco.

 

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Não sei se repararam nas primeiras imagens que são de uma capela, um nicho e umas alminhas, que estão no recinto da capela. Todas elas estão na entrada de Sapelos, de ambos os lados da N103. Descendo à aldeia, temos uma igreja e um cruzeiro no centro da aldeia, um conjunto de cruzes do calvário e na saída para as minas romanas do Poça das Freitas/aldeia de Bobadela temos mais três alminhas à beira da estrada, distanciadas por umas centenas de metros.

 

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Não deixa de impressionar que na freguesia, apenas com duas aldeias, haja 6 igrejas/capelas, 4 cruzeiros, 8 alminhas, 2 calvários e um nicho, isto que eu tivesse visto, pois pode ser que ainda falte mais qualquer coisa, mas só por isto, vale a pena uma visita à freguesia, pois todas são interessantes e dignas de serem apreciadas.

 

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Mas voltemos a Sapelos, por onde passamos muitas vezes na estrada, mas que para se conhecer, tal como acontece em Sapiãos, é preciso descer até à intimidade da aldeia, e esta ainda tem muita vida e pessoas que gostam de conversar, pelo menos na nossa primeira passagem por lá para recolha de imagens, estivemos mais tempo a conversar do que a fotografar, e nunca é uma perda de tempo, antes pelo contrário, pois estamos sempre a aprender, principalmente com os mais idosos e com eles, vale mais uma conversa que uma imagem.

 

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Quanto à aldeia de Sapelos, mais uma do vale do rio Terva com bons terrenos agrícolas e já longe, ou melhor, já fora dos frios rigorosos das terras mais altas do Barroso, mesmo porque o vale do rio Terva está mais ou menos numa cota a rondar os 500m de altitude, tem dois núcleos de construções, o mais antigo na parte de baixo da N103, a cerca de 600 metros desta, onde as casas mais antigas se vão misturando com alguma mais recentes e recuperadas, num tipo de aldeamento concentrado, e um segundo núcleo, de construções mais recentes, compostas de moradias isoladas junto à N103 e ao nicho da entrada da aldeia.

 

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Quanto aos motivos mais interessantes da aldeia, alguns, os religiosos já os mencionámos atrás, mas a aldeia também é rica na sua história mais antiga, pelos menos assim os testemunham as marcas que ainda por lá existem, para isso e para não estarmos para aqui a inventar, vamos àquilo que nos dizem os documentos existentes, que, como já vem sendo hábito, lançamos mão ao que vem na publicação da “Preservação dos Hábitos Comunitários nas Aldeias do Concelho de Boticas” que passamos a citar:

 

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Marcas da História Antiga

 

Castro do Muro ou da Cerca

Designação: Castro do Muro ou da Cerca

Localização: Sapelos (Sapiãos)

Descrição: O castro da Cerca ou Muro localiza-se a Nordeste de Sapelos, freguesia de Sapiãos. É um castro de situação baixa assente na encosta pendente pelo lado poente sobre o rio Terva, que lhe corre na base, ao fundo da encosta, e a cerca de 100 m da muralha fundeira. O castro é elíptico de eixo SW/NE, com um comprimento de 122 m e largura máxima de 47 m. Tem duas muralhas. A muralha cimeira tem patente e relativamente conservado o seu paramento interno, mas do lado do fosso a maior parte do paramento foi derruído. O paramento interno é de pequenas pedras de granito e o externo de pedras de quartzo, também pequenas. A segunda muralha está praticamente toda derruída, no entanto no topo do lado Sudeste e num comprimento de cerca de 60 m, ainda se patenteiam algumas pedras de granito da base dos paramentos, sobretudo do interno. Do lado Nascente há dois fossos, com largo lombo de separação, que seguem na base do talude e depois afastam-se da base da muralha e vão direitos à ribeira que desce a encosta e vai desaguar no Terva. Os castrejos podiam abastecer-se de água quer da ribeira, quer do rio Terva.

 

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Castro de Sapelos

Designação: Castro de Sapelos (Sapiãos)

Localização: Sapelos

Descrição: o castro de Sapelos fica junto à EN 103, ao km 151, no alinhamento da ponte pedrinha, assenta na crista do monte que lhe fica fronteiro pelo Nascente. Subindo pelo lado Norte deparamo-nos com um fosso com 3m de boca a rodear a fraga, que marca o início de um longo patamar com 155 m de comprimento e 40 a 45 metros de largura.

O patamar, ligeiramente ascendente, estende-se até ao cabeço onde assenta propriamente o castro, rodeado da muralha e fossos. O topo Sul do terreiro tem um combro de terra com o comprimento de 10 m e em média com 1 m de altura, que será resto da muralha de terra. O castro deve ter sido muralhado a toda a volta, do lado Nascente vê-se pedaços de muralha com 1 m e com apenas 3 fiadas de pedra de granito; do lado Poente, há uma fiada de pedra de granito em montão caótico, numa extensão de 50 a 70 metros, fiada que deve corresponder à segunda muralha. Muitas das pedras da muralha foram retiradas pelas pessoas para a construção de casas na aldeia. Não foram descobertos restos de construções no local, apenas dois pedaços de cerâmica.

 

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Quanto a festas e romarias temos sinalizadas:

Santo Amaro, 15 de Janeiro, e o Senhor dos Milagres, no 1º domingo de Setembro.

Como Património arqueológico, para além dos castros atrás mencionados, há a referência à ara de Sapelos e às minas, que supomos serem as romanas do Poço das Freitas. Quanto ao património edificado as referências vão para o cruzeiro (já mencionado), para a Capela de Santo Amaro (na aldeia junto ao cemitério), Santuário de Santo Amaro (junto à N103) e para o Forno do Povo, no centro da aldeia.

 

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Ainda em relação aos castros, que têm sempre o seu interesse arqueológico, mas que, quando existem apenas vestígios, já não são tão interessantes para a fotografia, mas o Castro de Sapelos, por cima da N103, vale a pena visitar, não apenas pelo castro mas também pela “varanda” miradouro que lá foi construído desde onde se pode lançar um olhar para todo o vale do Terva e para as suas aldeias, bem como para a Serra do Leiranco, embora esta se possa avistar desde a estrada e ao longe, até da cidade de Chaves se pode avistar (e o contrário também é verdade), a mesma que nos anuncia sempre as primeiras e restantes nevadas da temporada barrosã.

 

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E agora chegamos àquela altura em que nos despedimos e anunciamos o vídeo resumo com todas as imagens que hoje aqui foram publicadas, vídeo que também podem ver no MeoKanal e no nosso canal do YouTube.

 

Aqui fica, espero que gostem:

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no:

 

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E quanto às aldeias da freguesia de Sapiãos é tudo, pois não há mais, assim, no próximo domingo,  teremos aqui o resumo da freguesia de Sapiãos.

 

 

14
Ago22

O Barroso aqui tão perto - Sapiãos

Aldeias do Concelho de Boticas


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Sapiãos - Boticas

 

Iniciamos hoje a abordagem de mais uma freguesia do concelho de Boticas, a freguesia de Sapiãos, constituída por duas aldeias, a de Sapiãos que é sede de freguesia e a de Sapelos, ambas localizadas no vale do Rio Terva, a primeira na sua margem direita e a segunda na sua margem esquerda do rio que no vale vai descendo a caminho do Rio Tâmega, entre as serras do Leiranco à qual Sapiãos se encosta, e a serra do Facho encostada a Sapelos.

 

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Iniciemos já pelo resto da localização de Sapiãos e o melhor itinerário para lá chegar. E tal como vai sendo habitual para irmos à descoberta de terras de Boticas, exceto paras as freguesias de Ardãos/Bobadela e Pinho, a estrada a seguir para sair de Chaves é a EN103 (Estrada de Braga), e no presente caso não há nada a saber, pois a freguesia de Sapiãos é atravessada a meio por esta estrada, tendo logo à saída do concelho de Chaves (entrada no de Boticas) a aldeia de Sapelos, sendo a aldeia seguinte a de Sapiãos, o nosso destino de hoje. Sapiãos que fica precisamente no entroncamento da N103 com a N312, ou seja onde se saí da N103 para ir em direção a Boticas. Em contas redondas, de Chaves até Sapiãos são 20 Km ou, se preferir, 20 minutos de viagem. Fica o nosso mapa e os da goolge para melhor se entenderem as palavras.

 

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E agora chegamos àquela parte em que os flavienses estão a dizer – "Ah! Sapiãos, conheço, já passei por lá…”. Pois, também eu passei por lá muitas vezes e também conhecia assim Sapiãos, ou seja, conhecia a aldeia, apenas pela sua aparência, por aquilo que se via da estrada, e também pensava conhecê-la, mas estava bem longe de a conhecer e só dei conta disso quando desci à sua intimidade, aí sim, posso dizer que a conheci e que fiquei agradavelmente agradado com o que, mas já lá vamos.

 

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Vamos então até Sapiãos que podemos dividir em três partes:

 

- Uma com um núcleo antigo composto de casario concentrado, ganhando uma forma arredondada, atravessado por uma rua principal para onde convergem as ruas secundárias, que foi crescendo naturalmente do centro para a periferia conforme as necessidades de crescimento.

 

- Outra parte com um povoamento disperso, mais recente, que nasceu ao longo das estradas N103 e N312 e também entre elas, é a aldeia que ficamos a conhecer quando passamos nessas duas estradas.

 

- Por último, uma parte nova, aparentemente loteada e infraestruturada, com vivendas unifamiliares construídas em lotes, esta parte toda acima da N103, já na encosta da serra.

 

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Pois sem desprezarmos a aldeia mais recente, vamos realçar em imagens a aldeia mais antiga, aquela com o casario mais antigo, onde temos a igreja paroquial e as capelas, os cruzeiros e a alma da aldeia, ficando de fora deste conjunto apenas três apontamentos dignos de realce, como o é a Igreja do Cemitério, o Calvário e as sepulturas Antropomórficas, estas três fora do perímetro da aldeia mais antiga.

 

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Os dois cruzeiros da aldeia, o do largo do cruzeiro mais imponente e o outro um pouco menos e muito mal-acompanhado. Aliás já é costume as companhias de eletricidade e telecomunicações não terem nenhum respeito por aquilo que as rodeia, às vezes era só um jeitinho em afastar os seus postes destes motivos de interesse, mas pelo que nós pagamos e pelos lucos que essas companhias têm, vem podiam nestes núcleos históricos das aldeias com interesse público e turístico, fazer estas infraestruturas enterradas. Fica uma imagem com o que temos e, com um pouco de Photoshop, como deveria ser e gostaria de ver.

 

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Claro que os nossos olhos ficaram deliciados com as duas capelas, a capela de Nossa Senhora dos Anjos e ainda mais com a da Nossa Senhora da Conceição, pena esta última estar tão degradada. A Igreja Paroquial de São Pedro também mereceu a nossa atenção, não só pela própria igreja e torre sineira, mas também pelo arranjo feliz do largo onde se encontra implantada. Também o casario em geral e algum em particular mereceu a nossa atenção, tal como aconteceu com Casa dos Queirogas.

 

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Assim, e ainda antes de passarmos ao que se diz na documentação disponível dobre a aldeia, fica a nossa apreciação geral sobre a mesma. Uma aldeia que manteve o seu núcleo antigo sem grandes disparates pelo meio, e com muitos pormenores e motivos de interesse, com as partes novas que cresceram para onde tinham de crescer, sem interferir com o núcleo antigo. Uma aldeia ainda com muita vida e movimento e que, sem qualquer dúvida, é de visita obrigatória porque é uma das mais interessantes do concelho de Boticas.

  

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E agora vamos ao que nos dizem os documentos sobre a aldeia de Sapiãos, nomeadamente os que vêm na “Preservação doa Hábitos Comunitários das Aldeias do Concelho de Boticas”, uma edição da Câmara Municipal de Boticas de 2006, e aqui a data é importante porque passados 16 anos da sua edição, embora seja pouco tempo, pode significar muito em termos de perdas de hábitos comunitários e outras tradições, principalmente devido ao sucessivo despovoamento das nossas aldeias por parte da população mais jovem, que afinal são os que cumprem hábitos e tradições e lhes dão continuidade. Daí, que alguns dos hábitos comunitários de Sapiãos que a seguir serão transcritos, poderão não existir atualmente.

 

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Assim, segundo o que consta no documento atrás referenciado temos quanto a:

 

Património Arqueológico

- Castro do Muro ou Casas dos Mouros (Sapiãos)

- Povoado do Cemitério de Sapiãos

- Sepulturas Antropomórficas

- Sepulturas de Pássaros (Necrópole)

 

Património Edificado

- Alminhas

- Cruzeiros (Sapiãos)

- Forno do Povo de Sapiãos

- Igreja Paroquial de São Pedro

- Igreja Românica de Sapiãos - Património Classificado

- Capela particular do séc. XVIII

 

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Marcas da História Antiga

Castro do Muro ou Casas dos Mouros

 

Designação: Castro do Muro / Casas dos Mouros/ Muro

Localização: Sapiãos

Descrição: o Castro do Muro fica ao lado e acima da EN 103, sentido Braga a Chaves, cerca de 400 m adiante de Sapiãos.

O “Muro” de Sapiãos é um castro de encosta, quase assente na base da ladeira do monte fundeiro do Leiranco. O perímetro da muralha é de 270 m. Nalguns sítios vêem-se os paramentos externo e interno da muralha que tem 3,50 m de largura. Na sua maior parte está derruida e é assinalada por fiada de pedras em amontoado caótico. A maior parte do recinto intra muralha é, por assim dizer, penedia. Distinguem-se dois pequenos terreiros sem penedia, um na base e outro a meio. A eira dos mouros é um espaço quadrilátero com quase 40 m de comprimento na linha E/W, e de contorno subtrapeziodal, que vai alargando de cima para baixo. No alto tem 16 m de largura, a meio 21 m e quase no fundo 26 m de largura. No local do castro foram encontrados restos de cerâmica.

 

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Em geral, a população rural ainda é muito religiosa e crente, e a julgar pelo número de capelas, igrejas, cruzeiros e calvário que existe em Sapiãos, esta aldeia não será uma exceção e é na fé e as crenças que muitas vezes se apoiam na sua proteção mas também para a proteção das suas colheitas agrícolas e animais, assim acontece com o  Porquinho de Santo António, que em Sapiãos é (ou era), alimentado por toda a aldeia, inicialmente andava de casa em casa, mais tarde passou a ter uma corte própria e era alimentado por todos os agregados familiares, num sistema de rotatividade pelas casas da aldeia. Por altura das matanças, era vendido e o dinheiro revertia para a Igreja, a favor do Santo António, para que protegesse os gados da aldeia.

 

 

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Em Sapiãos, as pessoas ainda têm o hábito de colocar um lareiro junto à fornalha do forno, sinal que indica que alguém vai aquecer o forno e cozer. Normalmente, quando alguém coze, as outras pessoas aproveitam a quentura do forno e cozem a seguir, pois desta forma já não gastam tanta lenha

 

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O Cantar dos Reis, dia 5 de janeiro à noite

 

Em Sapiãos, costumam cantar:

Aqui estão os Reis à porta

Dispostos p’ra se cantar

Se o Senhor nos der licença

Os Reis vamos começar

 

Aqui vimos, aqui estamos

Hoje é dia de alegria

Viva o senhor desta casa

E a sua companhia

 

Se nos querem dar os Reis

Venham-nos os dar com tempo

Estamos com os pés à geada

Corre um arzinho de vento

 

Se nos querem dar os Reis

Não nos mande a sua criada

Qu’ela tem a mão pequena

Parte pequena talhada

 

Se o presunto está duro

E a faca não quer cortar

Faça-lhe um frrum, frrum, frrum

Nas beiças do alguidar

 

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As Festas do Corpo de Deus

 

O Corpo de Deus em Sapiãos

Nesse dia, as mulheres enfeitam as principais ruas da aldeia, onde mais tarde irá passar a procissão, com um tapete formado por rosmaninho, giestas e pétalas de flores.

Assinala-se este dia com uma missa, sermão e procissão com o “Corpo de Deus”, acompanhada por uma banda de música.

Para além desta componente religiosa, a festa tem também uma componente profana com conjuntos que animam a noite num arraial popular, a que não falta também o tradicional festival de fogo de artifício.

 

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Casamento

Em Sapiãos, onde, no dia antes do casamento, o noivo ia com os seus amigos fazer uma serenata à noiva:

(…)

S’estás a dormir, acorda

Vem ouvir a serenata

Guitarras com cordas d’ouro

Trilhadas por mãos de prata

Dáva-te o meu coração

Se o pudesse arrancar

Arrancando sei que morro

Morto não te posso amar

 (…)

 

No dia do casamento as famílias iam ter a casa de cada um dos noivos. Depois, o noivo e a sua família iam a casa da noiva buscá-la para irem para a igreja. As raparigas que fossem ainda virgens para o casamento, consideradas pela comunidade como puras, levavam nesse dia um arco branco a acompanhá-las, os rapazes eram acompanhados por arcos de folhas verdes. Colocavam-se também arcos pela rua, desde a casa da noiva até à entrada da igreja. Depois, seguiam em cortejo pela rua até à igreja, como nos descreveu um informante: “À frente ia a noiva com o padrinho debaixo do arco de flores brancas. A seguir, ia o noivo com a madrinha debaixo de um arco verde feito de arbustos e flores e atrás iam os restantes convidados. Entravam na igreja também por essa ordem, a noiva primeiro.”

 

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E como não há casamentos sem namoro

 

O Namoro

 

Quando um rapaz de fora namorava com uma rapariga da aldeia tinha que pagar o vinho aos da terra, como indemnização simbólica por “roubar” a rapariga, considerada “propriedade” da aldeia. Se em algumas aldeias apenas pagavam remeias de vinho, noutras além do vinho tinham que pagar também o equivalente à sua altura em pão e bacalhau; ou então, em vez de pagar o vinho, levavam-no até junto de um tanque e obrigavam-no a beber sete chapéus de água. Quem se recusasse a pagar o vinho, metiam-no na corte com o Boi do Povo como castigo, ou atiravam-no a um tanque da aldeia.

 

 

 

E com estas de casamentos e namoros, vamos dando por terminado este post, apenas nos falta deixar aqui o vídeo com todas as imagens publicadas neste post.

Aqui fica, espero que gostem:

 

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E quanto a aldeias de Boticas, despedimo-nos até ao próximo domingo em que teremos aqui a aldeia de Sapelos.

17
Jul22

O Barroso aqui tão perto - Sobradelo

Aldeias do Concelho de Boticas


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Prometemos vir aqui todos os domingos com uma aldeia do Barroso, mas tal não tem sido possível, pois outros afazeres e outros interesses têm-nos roubado o tempo necessário para estes posts mais completos e exigentes. Assim estas crónicas sobre as aldeias do Barroso que costumávamos dizer que trazíamos aqui todos os domingos, talvez se deveriam chamar crónicas intermitentes do Barroso. Talvez, mas não vamos por aí, antes, vamos tentar cumprir e trazer aqui todos os domingos as aldeias que faltam do Barroso.

 

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Temos abordado as aldeias do concelho de Boticas pela ordem alfabética das freguesias, e dentro delas a ordem alfabética de cada aldeia. Assim, na última publicação tínhamos iniciado a freguesia de Pinho, e com esta aldeia, pois também ela é a primeira que nos aparece por ordem alfabética, sendo as restantes as aldeias de Sobradelo, que abordamos hoje e a seguinte e última da freguesia, a aldeia de Valdegas.

 

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Sobradelo que antes da visita que lhe fizemos para a devida recolha fotográfica, que aconteceu em julho de 2018, ainda antes da pandemia, já tínhamos por lá passado, mas foi mesmo apenas uma passagem para tomar o barco que nos levaria até Ribeira de Pena, isto há trinta e tal anos, numa verdadeira e inesquecível aventura de descer o Rio Tâmega nesse troço entre Sobradelo e Ribeira de Pena, descida da qual ficámos, apenas, com registos de memória, pois era de todo recomendável que não se levasse câmara fotográfica para descer um troço de rio que era feito à base de rápidos e quedas de água, e temos pena de não ter esses registos fotográficos, pois os registos que ainda hoje conservo na memória são do mais bonito, incrível e espetacular que tinha visto até esse dia, indiscritíveis em palavras, com lugares, quilómetros de rio,  inacessíveis a não ser pelo próprio rio, num rio que deu luta até ao último momento onde chegámos ao nosso primeiro ponto de encontro com 6 horas de atraso. Mas isto são contas de outro rosário, que estão pela certa na memória de quem desceu connosco o rio e que com a barragem que está em construção, serão também irrepetíveis, pois tudo que vimos será submerso em breve, com pena nossa e pena do aprisionar de um rio.

 

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Também os parque de lazer de Sobradelo junto ao Rio Tâmega e em frente, na margem esquerda, o parque de lazer da Lama da Bouça de Capeludos, concelho de Vila Pouca de Aguiar e o pontão que entre eles atravessa o rio, ficarão submersos com a Barragem, esperemos, pelo menos, que seja construída uma ponte para substituir este pontão a fim de ser garantida a ligação das povoações das duas margens, que no caso também liga o concelho de Boticas ao concelho de Vila Pouca de Aguiar, pois para perdas, já basta perder-se o rio, algumas construções/habitações de Sobradelo e todos os seus terrenos de cultivo mais férteis.

 

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Por aquilo que fomos dizendo e para quem é aqui da região já entenderam onde fica Sobradelo, que pertence à freguesia de Pinho, freguesia essa que a Sul confronta com o Rio Tâmega que por sua vez serve de limite de freguesia, mas também de concelho, entre o concelho de Boticas e os concelhos de Chaves e Vila Pouca de Aguiar, mas também por terras (sem rio como limite) com o concelho de Chaves, freguesia de Anelhe, freguesia que outrora, até 1836, fazia parte do concelho de Montalegre, ainda antes de existir o concelho de Boticas.

 

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Vamos então completar a localização de Sobradelo e como chegar até lá a partir de Chaves ou de Vidago, pois para que vier de Sul, que não tenha o seu ponto de partida de Chaves, escusa de vir até à cidade, mesmo que venha pela A24, neste caso deverá sair no nó de Vidago e a uns escassos metros de distância, entrar no percurso que nós recomendamos entre Chaves e Sobradelo, que ao todo, entre as duas localidades são apenas 25,5 km, ou 30 minutos de viagem, que a partir de Chaves será pela EN2 até à PONTE SECA DE Vidago, ou seja, ates de se entrar em Vidago e antes do acesso à autoestrada, no entroncamento onde se apanha a  R311 em direção a Boticas, com passagem pela Praia de Vidago. Ficam o mapa com o percurso e as fotografias aéreas para ajudar a localizar.

 

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Agora que já localizamos a aldeia é só ir até lá e nestes dias quentes, recomendamos descerem até um dos parques de lazer junto ao Rio Tâmega (o de Boticas e o de Vila Pouca), onde frescura não falta, mas parece-me que o da margem direita do rio, o de Sobradelo/Boticas, pela sua localização, deve ser mais fresco, mas nem há como ir até lá e verificar. Se puder ir vá, pois se pudesse, quem ia (também) era eu…

 

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Quanto à aldeia, tal como as restantes de Boticas que confrontam com o Rio Tâmega, estão implantadas na encosta da serra que desce até ao rio, guardando entre o casario e o rio os terrenos mais férteis para cultivo, que tal como já dissemos atrás serão para cultivar por pouco tempo, pois não tardará muito e a barragem começará a encher e a submergir esses terrenos e casas das cotas mais baixas e mais próximas do rio.

 

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Quanto à aldeia, segundo apurámos junto da população, serão entre 50 a 60 residentes, mas são residentes que se veem na rua, nas suas vidas e afazeres, ou seja um aldeia ainda com vida, onde pela certa, o estar perto de Chaves, Vidago e Boticas terá contribuído para manter alguma população, mas isto sou eu apenas a supor, pois poderá haver outras realidades.

 

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Não é uma aldeia grande, mas também não é das mais pequenas do concelho de Boticas, com um misto de casario antigo, maioritariamente abandonado ou em ruínas e casario recente ou reconstruído com a introdução de novos materiais e ampliações. É sem dúvida uma aldeia que administrativa e geograficamente falando pertence ao Barroso, culturalmente também, mas já com muitas alterações, principalmente ao nível do casario que na sua maioria é de construção recente, já longe da típica construção de granito à vista com pedra seca.

 

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Quase na entrada da aldeia, um tanque comunitário foi para nós de boas-vindas, pois ao contrário da grande maioria dos tanques comunitários das aldeias do Barroso que hoje em dia estão secos ou apenas servem de adorno, este de Sobradelo tem água corrente com pessoas a utilizá-lo, foi por isso uma das nossas primeiras paragens na aldeia, para conversarmos um pouco com as senhoras que lá estavam, para nos refrescar-mos e bebermos água da fonte, recordem que já atrás dissemos que a nossa visita foi em julho, e os nossos julhos são sempre quentes, poderão não o ser tão quentes como estes últimos dias, mas andam sempre lá próximos, e só não são notícia nacional, porque só somos uns tantinhos a levar com ele em cima, por isso até passam despercebidos à proteção civil e outras entidades, mas tal como dizem, já estamos habituados, ao frio, ao calor e ao desprezo, oh se estamos!

 

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Foi no tanque que ficámos a saber que o orago da aldeia era o Stº André, que no ano da nossa visita tinha festa em 4 e 5 de agosto e que a capela era logo a seguir, que à hora da nossa passagem estava com alguma gente, segundo apurámos, porque ia haver missa. Capela à qual também fizemos um registos, quanto à missa, trocámo-la por um pouco de estar junto ao rio Tâmega, para onde fomos de seguida e por lá repousámos um pouco, já não me lembro, mas possivelmente na companhia de umas minis, não por muito tempo, mas algum, não fosse a aldeia de Valdegas que ainda tínhamos para visitar nesse dia e talvez tivéssemos terminado lá o nosso dia de trabalho, embora o Berto, companheiro de viagem desta andanças de fotografar o Barroso se ria com esta do “trabalho”, o que é certo, e um facto, é que nestes dias de andanças pelo Barroso chego a casa satisfeito, mas também rotinho de todo!  E com esta, ainda não é para ir, mas passamos ao vídeo resumo em imagem deste post.

 

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Sobradelo vista desde a Capela de N.Srª da Conceição - Capeludos - Vila Pouca de Aguiar

 

Então, aqui fica o vídeo com todas as imagens da aldeia de SOBRADELO que foram publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem.

Aqui fica:

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

E quanto a aldeias de Boticas, despedimo-nos até a próxima publicação, que faremos o possível por ser no próximo domingo, se não for nesse, fica para o outro a seguir,  em que teremos aqui a aldeia de Valdegas, a última da freguesia de Pinho .

 

19
Jun22

O Barroso aqui tão perto - Pinho

Aldeias do Concelho de Boticas


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Iniciamos hoje a abordagem de mais uma freguesia do concelho de Boticas, a freguesia de Pinho. Seguindo a metodologia que temos seguido para o concelho de Boticas, vamos abordar as aldeias da freguesia por ordem alfabética, calhando assim a abertura da freguesia à aldeia que é sede de freguesia e dá nome à mesma – Pinho.

 

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Freguesia de Pinho que além desta aldeia possui mais duas aldeias, a aldeia de Sobradelo e Valdegas, todas nas encostas de montanhas com vertentes para o Rio Tâmega, sendo este o limite de freguesia a Nascente, mas também limite do concelho de Boticas e limite do Barroso, fazendo fronteira com os concelhos de Chaves e Vila Pouca de Aguiar. Bem podemos dizer que a freguesia, é uma freguesia de limites…

 

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Hoje para além da aldeia de Pinho faremos também a abordagem a um dos santuários mais importantes do concelho de Boticas, o Santuário do Senhor do Monte, isto por ser um Santuário da freguesia, pois em proximidade, é a aldeia de Valdegas a que fica mais próxima, a uns escassos 500m de distância.

 

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Já que iniciámos com a localização da freguesia e suas aldeias, deixemos a sua localização completa, bem como o nosso itinerário recomendado para chegar até lá, que desta vez não precisamos de ir por aquela estrada que habitualmente nos leva até terras de Boticas, pois temos como mais próximo e melhor caminho, a Nacional 2 até à entrada de Vidago, mais propriamente até à ponte seca onde devemos deixar a EN2 e apanhar a R311, esta sim bem nossa conhecida nas andanças por Boticas, uma vez que é a estrada que mais aldeias serve no concelho, atravessando-o de uma ponta à outra no sentido nascente-poente, sendo o contrário também verdade. Em suma, para os flavienses, deixamos a EN2 e rumamos em direção à Paria de Vidago, Souto Velho e Anelhe, sem entrar nestas duas aldeias, mas seguindo sempre pela estrada principal após a ponte sobre o Tâmega (Praia de Vidago), onde a umas centenas de metros à frente entramos no Concelho de Boticas e Freguesia de Pinho, ficando a aldeia a menos de 6Km. No total, entre Chaves e Pinho, são 25,7Km. Ficam os mapas para melhor orientação e entendimento.

 

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Quanto à freguesia e aldeia de Pinho, ficando já nas montanhas com vertentes para o Rio Tâmega e a uma cota que varia entre os 500 e os 600 m, já assume características de transição entre o Barroso da terra fria e a terra quente que tem em frente para lá das serras do Brunheiro e da Padrela, daí o cultivo da terra já com espécies muito variadas e árvores de fruta, mas também a proximidade da sede do concelho, de Vidago e Chaves, fazem com que Pinho seja uma aldeia grande, que rebentou com as costuras do núcleo antigo da aldeia e se tivesse expandido para novos bairros e ao longo da estrada e caminhos.

 

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Vamos agora passar àquilo que se diz sobre Pinho na monografia botiquense “Preservação dos Hábitos Comunitários nas Aldeias do Concelho de Boticas”, começando pela descrição geral da freguesia.

 

Localização geográfica: A freguesia de Pinho situa-se na parte Sudeste do concelho de Boticas.

Distância relativamente à sede do concelho: aproximadamente 5,5 km .

Acesso viário: Pela ER 311, sentido Vidago, virando na indicação Pinho.

Área total da freguesia: 22,4 km2.

Localidades: Pinho, sede de freguesia, Sobradelo e Valdegas.

População: 478 habitantes.

Orago: Santa Marta

Festas e Romarias: Senhor do Monte, último domingo de Julho.

Património Arqueológico: Castro do Mouril Povoado da Lage / Prados

Património Cultural e Edificado: Calvário (Pinho), Santuário do Senhor do Monte

 

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FESTA DO SENHOR DO MONTE

Esta festa realiza-se anualmente no último domingo de Julho, no Santuário do Senhor do Monte em Pinho. Localizado na Serra do Facho, é um dos maiores santuários do Concelho, tem uma igreja com duas torres, a casa dos andores, e à volta uma vasta zona de pinheiros e um espaço para merendas.

 

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Conta a lenda, perpetuada pela tradição oral, que no tempo de antigamente não havia lá nada, apenas um caminho por onde passavam os almocreves que tudo comerciavam. O espaço onde hoje está localizado o Santuário era local de descanso onde costumavam parar e onde se encontrava um nicho onde os almocreves colocavam uma esmola apelando à protecção divina que os protegesse dos ladrões. Até que um dia, segundo a lenda, apareceu nesse sítio, em cima de um monte de pedras onde ainda hoje se podem ver as pegadas, o Senhor do Monte. As gentes da terra pegaram no Santo e levaram-no para a Igreja de Pinho, mas o Santo teimava em aparecer no mesmo lugar. Até que as pessoas se renderam à sua vontade e construíram uma capelinha junto ao lugar onde ele apareceu e no monte de pedras colocaram uma cruz. Com o passar do tempo o dinheiro das esmolas foi sendo cada vez mais. Tal fama de protector conquistou, que construíram uma igreja em pedra, carrada em carros de bois pelos lavradores das aldeias da freguesia.

 

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É considerado o protector dos animais e em sua honra realiza-se anualmente esta festa. Manda a tradição que no sábado, dia reservado à bênção dos animais, os lavradores levem o gado até ao Santuário e com ele dêem três voltas à igreja. Muitos são os percorrem longas distâncias, não só do concelho, mas também de concelhos vizinhos, outrora a pé, agora em carrinhas, para levarem os seus animais até ao santuário em busca da protecção do Santo. Nesse dia, dizem os fiéis, apesar da grande concentração de animais nesse espaço, não se vê uma mosca no pinhal. As esmolas das promessas ou agradecimentos pela protecção ou benesse recebida costumavam ser dadas em centeio, mas agora costumam dar dinheiro. No domingo o santuário enche-se de fiéis para assistirem à celebração religiosa e à majestosa procissão com diversos andores, que se realiza em volta do Santuário, acompanhada por várias bandas musicais. Depois, a festa prossegue, animada por um conjunto. Muitos são os que trazem merendas de casa e aproveitam para almoçar no recinto.

 

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A esta festa acorrem também muitos vendedores ambulantes com os mais diversos produtos.

 

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TRADIÇÕES

Casamento

Em Pinho, no dia antes do casamento, é costume juntar-se um grupo de rapazes e percorrem as ruas da aldeia a tocar buzinas aos noivos.

 

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Os Caminhos

São espaços comunais utilizados pela população para se deslocarem no espaço territorial da aldeia. Dado que todos utilizam estes espaços, o seu arranjo e manutenção era feito pela comunidade aldeã. Assim, no final do Inverno e início da primavera, o Regedor e o Cabo de Ordens, mais tarde substituídos nessas funções pelo Presidente da Junta ou um seu representante, ou o Presidente do Conselho Directivo, à saída da missa, no largo junto à igreja, convocavam o ajunto ou ajuntamento do povo (um homem de cada casa) para ir aos caminhos. No dia combinado, geralmente aos sábados, ao toque do sino, o povo juntava-se num largo da aldeia, junto a uma igreja ou capela, e iam dar um jeito aos estragos provocados pelos rigores do Inverno e limpar os caminhos. Se, na generalidade das aldeias, participava nestes trabalhos o povo todo junto, nos dias marcados para arranjar os caminhos, na aldeia de Pinho, em cada um dos dias, iam aos caminhos quatro ou cinco casas (um representante de cada uma delas) conforme os trabalhos a realizar, num sistema de rotatividade pelas casas da aldeia até dar a volta ao povo.

 

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A Água

A água, elemento dominante da paisagem uma boa parte do ano, desempenha um importante papel na sobrevivência das economias agro-pastoris da região. São inúmeras as suas aplicações: garante da produtividade das parcelas agrícolas e dos lameiros, sustento dos gados, força motriz dos inúmeros moinhos de água existentes ao longo dos corgos e dos rios; estende a sua utilidade ao quotidiano das aldeias, aos tanques, bebedouros dos animais e aos lavadouros públicos existentes.

Dadas as características dos solos e os rigores do clima da região, a água, seiva da terra, desempenha um papel fulcral na produtividade agrícola.

No território do concelho pratica-se a rega por gravidade. A água de rega, proveniente de várias fontes de água superficiais, localizadas nas encostas dos montes e serras junto às aldeias, é utilizada para regar as parcelas localizadas a juzante.

 

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Para optimizar a utilização deste recurso, foram criadas infra-estruturas para a rega. Os regos conduzem a água desde as nascentes, corgos ou ribeiras, até às poças/tanques de rega, reservatórios de retenção da água. Da poça/tanque, a água é encaminhada, também através de regos, até às parcelas agrícolas. Acontece, por vezes, as nascentes brotarem no local onde se encontra a poça/tanque. Em quase todas as aldeias, estas infra-estruturas, outrora em terra batida e pedra, foram alvo de obras de beneficiação, remodeladas, e construídas em cimento e betão armado, de forma a rentabilizar este recurso, reduzindo ao mínimo o seu desperdício ao longo do percurso que faz até às parcelas agrícolas.

 

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Geralmente, cada uma das aldeias dispõe, no seu termo territorial, de nascentes, regatos ou ribeiros, donde provém a água para rega. Todavia, existem situações em que diferentes aldeias têm que partilhar a utilização da água. A partilha de água entre aldeias, geralmente conflituosa, levou à criação de regras de utilização bem definidas, nem sempre respeitadas pelos seus habitantes, ou à posse dessa água por apenas uma das aldeias.

 

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(…)

No que se refere às quantidades de água, estas têm uma dimensão variável. Nalgumas aldeias, a divisão da água processa-se à poçada, mas a quantidade de água disponível para rega depende, em larga medida, do que cada uma das poças/tanques conseguir recolher, enquanto está fechada. Cada regante, geralmente de acordo com a dimensão da área a regar, pode ter direito a uma ou mais poçadas, ou apenas a uma parte de poçada (1/2 ou ¼). Nestes casos, quando numa poçada rega mais que uma pessoa, dividem a água no rego, de acordo com os direitos de cada um. Existe ainda outro método de divisão da água na poça/tanque, os décimos. Em Pinho e Sobradelo, cada poçada encontra-se dividida em 10 partes. Cada regante, geralmente de acordo com a dimensão da área a regar, tem direito a um determinado número de décimos ou a poçadas completas (10 décimos). Se em Pinho a divisão dos direitos de água se processa no rego, dividindo o caudal da água consoante tenha mais ou menos direitos, em Sobradelo a medição da água é feita com uma vara. Antes de abrirem a poça/tanque para regar procedem à medição da água com uma vara e fazem a divisão consoante o número de herdeiros e a quantidade de água a que cada um tem direito, colocando laços. À medida que o nível da água atinge cada um dos laços, assim cada um dos regantes rega. Normalmente, os regantes entendem-se bem, mas como se sabe “no tempo de rega não há santos”, como se costuma dizer “quem sacha mal, rega bem”, algumas pessoas tornam a água quando os outros andam a regar. Isto gera alguns conflitos dentro da comunidade mas acabam por ser resolvidos entre os intervenientes.

(…)

 

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Nalgumas aldeias, como em Pinho e Valdegas, existem os gestores da água, pessoas com um profundo conhecimento da distribuição da água, encarregues de organizar o rol semanal da água das diferentes poças de rega

 

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MARCAS DA HISTÓRIA ANTIGA

Castro do Mouril

Designação: Castro do Mouril

Localização: Pinho

Descrição: Este castro encontra-se no extremo do lado Nascente da freguesia de Pinho, a confrontar com a povoação de Arcossó, da freguesia de Vidago, do concelho de Chaves. O monte do Mouril é rodeado a Nascente e a Sul pelo rio Tâmega e fica na confluência da ribeira de Sampaio com o Tâmega, ribeira que limita o castro pelo Poente.

 

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O castro tem duas linhas de muralhas. Quase no cimo do topo Sul há um pedaço da primeira muralha com 40 m, feita de pedras de xisto e algumas pedras de granito, em forma de cunha e face do topo apicotado. A segunda muralha tem 2,6 m de largura e 50 a 60 cm acima da terra; tem um troço levemente arqueado a rodar para o topo do lado Poente do castro, com 30m de comprimento. Entre as duas muralhas há um patamar de 12 m de largura. Existem vestígios de três casas circulares e foi encontrada no local uma mó de um moinho manual. Existe também um penedo com gravuras e covinhas.

 

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E sobre Pinho vai sendo tudo, para já, pois ainda teremos oportunidade de trazer aqui a aldeia mais uma vez com o resumo da freguesia. Assim, hoje,só nos resta deixar aqui  o vídeo com todas as imagens da aldeia de PINHO que foram publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem.

 

Aqui fica:

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL895 607

 

E quanto a aldeias de Boticas, despedimo-nos até ao próximo domingo em que continuaremos na freguesia de Pinho, mas com a aldeia de teremos aqui a aldeia de Sobradelo.

 

 

12
Fev22

O Barroso aqui tão perto - Zebral C/Vídeo

Aldeias do Barroso - Concelho de Montalegre


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ZEBRAL - MONTALEGRE

 

No último post vídeo dedicado às aldeias do Barroso de Montalegre dizia que, dado que todas as aldeias de Montalegre já tinham o seu vídeo, estava na altura de passar a outra fase, mas fui adiantando que pelo meio poderia haver uma falha, um lapso, e aconteceu mesmo, pois pela ordem alfabética a seguir ao X de Xertelo (a última aldeia que aqui trouxemos)  ainda existe o Z de Zebral, que eu pensava já ter vídeo, mas não tinha, por isso aqui fica hoje.

 

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Zebral que recordo ter sido uma agradável descoberta, com gente na rua e simpática, onde deu para fotografar algumas relíquias, conversar um pouco e até recordar algumas estórias vividas na primeira pessoa por um dos nossos companheiros destas andanças pelo Barroso, que por sinal tinha sido professor em Zebral.

 

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E se demorou o termos ido por lá a primeira vez, a partir de aí as nossas passagens por Zebral começaram a ser frequentes, pois a aldeia tornou-se num ponto de passagem, ou atalho,  para outros itinerários, e em boa hora o descobrimos, pois esse troço/atalho, é um dos mais interessantes do Barroso e simultaneamente pode poupar-nos uns bons quilómetros de trajeto.

 

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Como chegar a Zebral a partir, como sempre, da cidade de Chaves? Ora é muito fácil, mesmo porque Zebral fica a cerca de 27km, meia hora de viagem, isto se formos pelo itinerário que recomendamos, ou seja via estrada de São Caetano, Soutelinho da Raia e logo a seguir, em Meixide, após a aldeia, na bifurcação da estrada, tomarmos a opção da esquerda, para Pedrário e Sarraquinhos. Em Sarraquinhos, devemos entrar e atravessar a aldeia´, sempre pela rua principal até terminarem as casas e termos de novo estrada aberta, a partir de aí é seguir sempre por essa estrada até encontrarmos a primeira aldeia que já será Zebral. Mas para melhor entender a localização de Zebral, fica em mapa o itinerário por nós recomendado e fotografias aéreas do google Earth com algumas anotações.

 

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Em Zebral demore-se o tempo que for necessário, sem pressas, mesmo porque a aldeia não é assim tão grande para nela se poder demorar uma eternidade, mas com o tempo necessário para apreciar os pormenores, o casario, a vida no campo, conversar com as pessoas, beber a água das fontes, tendo sempre em conta aquilo que nos dizia Torga a respeito destes reinos maravilhoso “ O que é preciso para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade e o coração”.

 

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Mas como hoje estamos aqui pelo vídeo que ZEBRAL não teve aquando do seu post completo, para o qual fica link no final deste, vamos passar de imediato para esse vídeo, com todas as fotos da aldeia publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem.

Aqui fica:

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de ZEBRAL:

 

https://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-zebral-1503453

 

Como todas as aldeias de Montalegre já têm o seu vídeo é tempo de passarmos a uma segunda fase de abordagem ao Barroso de Montalegre. Para já, nas próximas semanas iremos andar pela vila, sede de concelho, com imagens e algumas estórias e sempre que possível também com a sua História, depois, com o tempo, logo se verá. Certeza, sem ser necessário prometer, é que o Barroso vai continuar a ter lugar neste blog, sempre.

 

 

06
Fev22

O Barroso aqui tão perto - Golas

Aldeias de Montalegre


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GOLAS - MONTALEGRE

 

Pensávamos que todas as aldeias do concelho de Montalegre já tinham passado aqui pelo Blog, com o seu post completo, e mais tarde, numa nova ronda, com o seu vídeo resumo, mas afinal faltava uma, que, diga-se a verdade, de início até constava na nossa lista de aldeias a visitar e descobrir, mas que a determinada altura, erradamente, jugámos não ser uma aldeia, mas talvez um bairro de Salto, e daí, não passámos por lá na nossa primeira ronda pelas aldeias do concelho de Montalegre. Refiro-me a Golas, que hoje vai ter aqui o seu post e o seu vídeo com é devido, para agora sim, darmos como concluída a ronda por todas as aldeias de Montalegre..

 

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A sabedoria do nosso povo, costuma dizer que “Mais vale tarde do que nunca” e se concordamos com este saber, nem por isso deixamos de lamentar por só agora trazer aqui a aldeia de Golas, mas, e sem intensão de servir de desculpa, a culpa não é só nossa, ou melhor, é só nossa, mas existiram factos que nos induziram em erro, e lá está o povo a dizer mais uma vez “Contra factos não há argumentos”, o que me poderia consolar ao haver factos que me dão razão, mas não consola, porque também os á que não ma dão.

 

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Vamos então tentar esclarecer e compreender as razões das nossas omissões. Ora já o disse aqui vezes sem conta que andei enganado, quase toda uma vida, ao pensar conhecer o Barroso, isto porque conhecia desde a minha infância a Vila de Montalegre e algumas aldeias que calhavam nos itinerários entre Chaves e Montalegre, e digo itinerários porque durante esse período de visitas a Montalegre, houve dois itinerários, o primeiro que se fazia sempre pela N103 até ao Barracão, e mais tarde até S. Vicente, na carreira de Chaves-Braga, e depois destas localidades até Montalegre.

 

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O segundo itinerário frequente para Montalegre, só a partir de finais dos anos 70 do século passado é que passou a ser conhecido e preferido ao anterior (da E103), aqui já sem recorrer à carreira de Chaves-Braga, que com o tempo até deixo de existir. Pois conhecendo eu muito bem estes dois itinerários, julgava-me conhecedor de todo o Barroso, tanto mais, e ainda, que por algumas vezes calhou ir até Tourém Pitões da Júnias, isto ainda e muito antes de existirem computadores e internet, ou seja, antes de termos toda a informação disponível para fazer descobertas, não só em documentos escritos mas também em cartas geográficas, mapas, fotografia aérea, etc, e foi por aí que recentemente, embora há já mais de um ano ou até dois, pois a pandemia serve de referência, que cheguei à conclusão que Golas era uma aldeia, mas que quis confirmar, in loco, recentemente, em outubro passado (Out.2021), onde inclusive tive acesso a dois dados preciosos que, se dúvidas houvesse, faziam toda a luz sobre a verdade de Golas, ao conhecer a data de fundação da aldeia (1908) e os seus fundadores, o casal Acácio Fernandes e Teresa Fernandes.

 

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Para não perder o fio à meada, regressemos atrás na escrita, aquando referia os factos que me levaram ao engano, ou seja, para documentar estes meus posts sobre as aldeias do Barroso, vou recorrendo áquilo que existe escrito em documentos e publicações, de preferência as oficiais, pois parte-se do princípio que essas são fidedignas. Assim, para Montalegre tinha como consultas preferidas e obrigatórias a monografia “Montalegre” e a “Toponímia de Barroso”, isto porque abordavam todas as freguesias e aldeias. Pois, mas foram estas publicações fidedignas que contribuíram para o meu engano, pois em nenhuma delas se refere a aldeia de Golas, é como se não existisse. Mas existe.

 

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Por outro lado, na página oficial da Câmara de Montalegre, no espaço dedicado à Freguesia de Salto,  houve o cuidado de introduzir Golas nos lugares da freguesia, embora fora da ordem alfabética, mas consta lá. O curioso é que o texto que consta nos dados da freguesia de Salto é o mesmo da monografia “Montalegre”, tipo copy-paste, onde em ambos consta “Lugares da Freguesia (20)”, vinte lugares, mas na monografia só são descritos 19 lugares. Estes dois pormenores, um, o de Golas estar fora de ordem na página da CMM e o outro, o de na monografia em vez de 20 lugares só constarem 19 na descrição, faz-me pensar que em ambos houve uma decisão de última hora de ser incluído e excluído na descrição.

 

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Para rematar este assunto do ser ou não ser aldeia, fiquemos com a definição mais comum de aldeia:

 


Pequena localidade, geralmente com poucos habitantes e de organização mais simples que a de uma vila ou cidade, sem autonomia administrativa; povoação.

 

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Claro que talvez fuja um bocadinho ao conceito que esteve na origem da maioria das aldeias e que, Afonso Ribeiro, no seu romance “Aldeia” de 1943,  tão bem descreve ao colocar a aldeia num espaço físico e social onde a um lado estavam os trabalhadores rurais e rendeiros, e dou outro, os senhores da terra.

 

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E agora sim, vamos até a aldeia de Golas, fundada em 1908 por Acácio Fernandes e Teresa Fernandes, claro que não seria logo como aldeia, mas aí teria o seu início, há pouco mais de 100 anos, sendo assim uma aldeia relativamente recente, o que está espelhado na arquitetura do casario, com um tipo de construção que sai fora daquilo que é o tradicionalmente barrosão. Ao todo são vinte e tal construções, entre as quais alguns armazéns. A julgar pela origem da aldeia e pelas expressões de agradecimento aos fundadores de Golas, a maioria dos seus habitantes serão descendentes dos fundadores, mas isto sou eu a supor.

 

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Quanto à localização da aldeia, está bem próxima da vila de Salto, da zona mais recente de Salto, e num raio de cerca de 2 km tem as aldeias da Venda Nova, Amiar, Pomar da Rainha e Borralha.

 

Quanto ao nosso trajeto para partir à descoberta de Golas, como sempre a partir da cidade de Chaves, optamos por iniciar pela N103 até Sapiãos, depois Boticas onde apanhamos a R311 em direção a Salto até chegarmos mesmo à entrada de Salto, no cruzamento, onde em vez de irmos em direção ao centro de Salto devemos tomar a direção contrária no sentido de da Venda Nova, onde a umas centenas de metros aparecerá a placa a indicar Golas. Mas ficam os nossos mapas e os da google para melhor localização.

 

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E vai sendo tudo, pois sobre Golas pouco mais há a acrescentar e as imagens que vos deixam documentam bem a sua realidade. Como habitualmente fica o vídeo com todas as imagens do post, que espero que gostem.

Aqui fica:

 

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

Hoje não anunciamos qual a próxima aldeia, porque na realidade já não temos mais aldeias do concelho de Montalegre para trazer aqui, mas mesmo assim, com tempo, ainda vamos ver se nos falhou alguma coisa. Entretanto Montalegre continuará por aqui às sextas-feiras, mas com imagens e posts dedicados à Vila de Montalegre, ou então de temática geral, sem se referir propriamente a uma aldeia.

 

 

29
Jan22

O Barroso aqui tão perto - Xertelo C/Vìdeo

Aldeias do Barroso - Concelho de Montalegre


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XERTELO - MONTALEGRE

 

Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia de XERTELO, concelho de Montalegre.

 

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É mais uma aldeia que vive no chão da Serra do Gerês, ali mesmo onde o verde das terras baixas dá lugar ao mais agreste que a serra tem, implantada a uma altitude que varia entre os 700 metros de altitude, no pequeno vale que serve a aldeia e onde o verde termina, e os 750 metros, onde se localiza a última construção e onde o agreste começa.

 

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Xertelo é uma pequena aldeia com cerca de 50 construções destinadas a habitação, anexos e a alguns, poucos, armazéns agrícolas. Localizada mais ou menos a meio do itinerário que liga Paradela do Rio a Cabril e entre os rios Cávado (margem direita) e o rio Cabril (margem esquerda), rios que neste local distam um do outro cerca de 2km, mas que dado o declive do terreno em nada servem a aldeia e mesmo que fossem de fácil acesso, de pouco adiantaria, pois por aqui os rios, com os desvios das suas águas para abastecer as barragens mais próximas, correm com um caudal muito reduzido, quase nada. Contudo entre Xertelo e a Peneda de Baixo existe uma ligação com ponte sobre o rio Cávado, mas não me consta que seja para popós, quando muito, para tratores e todo o terreno.

 

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Como pontos de interesse, a aldeia tem um cruzeiro e o fojo do lobo, um dos mais interessantes do Barroso, muito parecido ao de Fafião, e digo interessantes por terem uma localização privilegiada deixando ver na sua quase totalidade a forma tão singular que estas construções (muros) têm, dando bons motivos a qualquer fotografia. Deixa-se ver e a partir dele também se têm vistas bem interessantes.

 

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Vistas desde Xertelo

 

Também é a partir de Xertelo que se faz um dos dois acessos existentes para as sete lagoas, onde, entre elas deveriam cair cascatas, mas que não caem devido ao tal desvio das águas dos rios para as barragens, existindo um desses desvios imediatamente antes da primeira das sete lagoas. 7 lagoas que são uma das pérolas que o Gerês e o Barroso têm na sua intimidade, e que,  tivemos a oportunidade de um dia ter lá ido, coisa que hoje não poderemos fazer, pois os acessos estão vedados, pelo menos para viaturas. Penso que a pé ainda se poderá ir, no entanto, de Xertelo às 7 lagoas são mais de 5km, que apenas se recomendam a quem estiver habituado e preparado para caminhadas em montanha. Gostaria de lá ir mais uma vez, mas como caminhadas a pedantes não são a minha especialidade, além da idade já pesar um bocado, tou que numa próxima visita, de Xertelo, me ficarei pelo fojo do lobo. No final fica link para um post de um texto de Torga com imagens das sete lagoas.

 

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Como no post completo dedicado a Xertelo (com link no final) apenas deixámos o nosso mapa com a localização da aldeia, na altura ainda sem traçarmos o itinerário por nós recomendado. Itinerário que, para Xertelo, até vamos recomendar o que é de menor distância a percorrer, mas que, mesmo assim, vai para os 73,3km, a percorrer em aproximadamente 1H30, isto sem paragens. Este itinerário é também um dos nossos preferidos e habituais para chegar a terras do Barroso de Montalegre, via estrada de São Caetano (Soutelinho da Raia) até Montalegre e, a partir de aí, vamos acompanhando o percurso do descer do rio Cávado até Paradela do Rio, onde se deverá atravessar o paredão da barragem e seguir sempre pela estrada municipal M308 até chegar a Xertelo. Fica então o itinerário (google maps)  e duas imagens de fotografia aérea do google earth com algumas anotações nossas para melhor se compreender a localização e situação da aldeia em relação ao terreno envolvente.  

 

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Como hoje estamos aqui pelo vídeo que XERTELO não teve aquando do seu post completo, vamos dando por terminado este post, o qual aproveitámos para deixar mais algumas imagens da aldeia que escaparam à anterior seleção. E agora sim, vamos então passar ao vídeo que nos trouxe cá e que espero que gostem.

Aqui fica:

 

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de XERTELO:

Xertelo

 

Post com texto de torga e imagens das sete lagoas e envolvente:

Sete Lagoas

 

E quanto a aldeias de Montalegre, despedimo-nos até à próxima sexta-feira em que teremos aqui o POST da aldeia de GOLAS, que não será um post vídeo como o atual, mas sim o  seu post completo, que incluirá um vídeo, pois até hoje ainda não tínhamos dedicado um post a esta aldeia.

 

 

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