As janelas das nossas vidas
Janelas de Chaves
Não tenho qualquer dúvida que o Homem foi feito, fosse por quem fosse, para ser, um ser gregário e da natureza. Deixemos o ser gregário de parte, que esse é muito complexo e passemos à natureza, que embora também complexa, é natural, e como todos sabemos, também tem as suas vicissitudes, ou seja, não é certa da moleirinha, e tanto nos dá dias de sol e noites de sinfonia, como dias ventosos, de chuva e noites subversivas. Dotado de inteligência, mas bastaria de instinto animal, o homem, ao longo do tempo, tem-se protegido dos perigos e outras adversidades da natureza. Primeiro encontrou as grutas e espaços naturais protegidos para lhe servirem de abrigo, refúgio e porto seguro, depois, com a sua evolução natural e a sua sedentarização, construiu casas para esse mesmo abrigo, refúgio e porto seguro, e não querendo nem podendo ser um bicho do buraco, deixou nas suas casas vãos de ligação à natureza, portas, janelas, varandas, sacadas e terraços para não perder o seu ar, a luz do dia ou a escuridão da noite, para, enfim, ter a natureza debaixo de olho e aceitar os seus convites para o seu acolhimento e desfrute da mãe natureza, ou então, deixá-la lá na sua noia, pra lá da janela, nos seus dias madrastos.