Reino Maravilhoso - Vila Flor
Douro e Entre os Montes
Vila Flor – Vale da Vilariça - Bragança
Hoje nesta rubrica do “Douro e entre os montes” vamos para uma vila localizada num dos vales mais famosos de Trás-os-Montes e de Portugal, numa proposta, como habitualmente acontece, para um passeio de um dia com partida e regresso à cidade de Chaves, vamos até Vila Flor no Vale da Vilariça.
Como agora Portugal inteiro sabe e está na moda percorrer, a N2 tem o seu Km 0 em Chaves e termina em Faro, no algrave, agora o que já nem todos sabem é que Chaves tem outros Km 0 (zero) de estradas nacionais, como o Km0 da R314 e o Km0 da N213 que curiosamente começam em Chaves e terminam em Vila Flor. Assim e dando um toque romântico a esta nossa deslocação até Vila Flor, vamos propor precisamente o percurso completo destas duas estradas, com ida por uma das estradas e regresso pela outra. Não é com certeza o percurso que qualquer GPS indicará, mas até é o mais curto e pela certa bem mais interessante, com ida e volta num total de 163Km para fazer em 3 horas, isto cumprindo as regras de trânsito. Ora tanto faz ir ou vir por qualquer das estradas indicadas, mas vamos partir do principio que para lá vamos pela N213, com o seu Km0 da rotunda do Raio X, depois não há nada que enganar, basta seguir em direção a Valpaços, passar por Mirandela e aqui sair em direção a Vila Flor com passagem por Frechas. No regresso a Chaves, tem de se tomar a saída de Vila Flor em Direção a Murça, com passagem por Abreiro e Candedo. Depois em Murça sai-se em direção a Jou, Carrazedo de Montenegro e quase logo a seguir começa a descer para Chaves, com chegada ao Km0 da R314 naquela rotunda que não é rotunda (mas devia ser) que fica quase logo a seguir ao aeródromo e a cerca de 100m da rotunda do Raio X, ou seja que termina na N213 que nos levou até Vila Flor.
Vamos então até Vila Flor no Vale de Vilariça e para não estarmos para aqui a inventar, fomos aos sítios oficiais da internet de Vila Flor e de Moncorvo para vos deixar um pouco da história de Vila Flor e sabermos mais um pouco sobre o Vale da Vilariça.
Capital do Azeite, no coração da Terra Quente Transmontana, a Sul do Distrito de Bragança, Vila Flor conta com cerca de 7 mil habitantes, distribuídos por 14 freguesias, numa área total de 272 Km2.
D. Dinis, Rei Poeta, aquando da sua passagem por este burgo, até então denominado por "Póvoa d´Álem Sabor", ficara encantado e rendido à beleza da paisagem e, em 1286, carinhosamente a re-baptizou de "Vila Flor". Cerca de 1295, D. Dinis manda erguer, em seu redor, em jeito de proteção, uma cinta de muralhas com 5 portas ou arcos. Resta o Arco de D. Dinis, monumento de interesse público.
A Idade Média deste “ramalhete de cravelinas e bem-me-queres”, como lhe chamou Cabral Adão, é florescente, recebendo especial impulso com o acolhimento de famílias judaicas fugidas às perseguições europeias e que aqui foram desenvolvendo a agricultura, o comércio e as indústrias de curtumes e ourivesaria. D. Manuel I viria, mais tarde, a atribuir novo Foral a Vila Flor, reformulando o anterior, em Maio de 1512, o qual pode ser apreciado no Museu Municipal D.ra Berta Cabral. De carácter anti-judaica, a politica de D. Manuel I significa a expulsão dos judeus do Concelho mas ainda podem ser apreciadas ruínas de habitações e pedras da calçada das Ruas Nova, do Saco e da Portela, herança deste período remoto.
Rico em história, tradições, monumentos e gentes, o Concelho é também referência pela excelente qualidade dos seus produtos agrícolas que brotam do fértil Vale da Vilariça. Empresas como as Frize e a Sousacamp, conhecidas dentro e fora das fronteiras lusas, também fazem parte do património desta terra. Famosos na arte de bem receber, os alojamentos em Vila Flor incluem, Hóteis, Agro Turismo e Turismo Rural. No verão, este "burgo alpestre" é procurado por centenas de turistas oriundos de vários cantos do país e estrangeiros, pela riqueza verdejante do seu Parque de Campismo.
Vale de Vilariça
O vale da Vilariça corresponde a uma falha tectónica preenchida pelos aluviões originados pelas cheias – localmente denominadas de “rebofas” – provocadas pelo refluxo das águas do Sabor e da ribeira da Vilariça em alturas de cheias no Douro. Os terrenos fertilizados por estas cheias tornam-se ubérrimos.
Ficaram famosas por todo o país e além-fronteiras as enormes produções de linho cânhamo (desde a Idade Média), cereais e produtos hortícolas, particularmente o melão, o feijão e o grão. São, igualmente conhecidas as experiências com a produção de tabaco. A partir do séc. XX, o cultivo da vinha tornou-se dominante, restando, na atualidade poucos espaços para a produção de outras culturas. Recentemente, tem-se assistido ao ressurgir da produção hortícola no vale, com destaque para a abóbora, o melão, as couves, o feijão, o tomate, os morangos.
É importante referir que este vale é uma importantíssima linha migratória para as aves, devido aos cursos de água aí existentes – Ribeira da Vilariça e o Ribeiro Grande – e as suas albufeiras de rega.
Desfrute deste belíssimo território, que se estende pelos concelhos limítrofes de Vila Flor, Alfândega da Fé e Mogadouro.
Consultas
https://www.cm-vilaflor.pt/ - Consulta em 17-12-2020
http://www.cm-moncorvo.pt/ - Consulta em 17-12-2020