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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

18
Jun23

Alminhas, nichos, cruzeiros e afins... Vilarinho das Paranheiras


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O nosso destino de hoje é Vilarinho das Paranheiras para onde partimos à procura de elementos da arquitetura e símbolos religiosos por lá existentes, procura essa que, como temos vindo a referir nesta rubrica, a temos feito no nosso arquivo fotográfico resultante de anteriores visitas a esta aldeia localizada junto à EN2, entre Chaves e Vidago, mas bem mais próxima de Vila de Vidago. Temos deixado sempre esta nota de as imagens serem de arquivo porque aquando das nossas visitas à aldeias esta rubrica ainda não existia e assim fizemos os nossos registos fotográficos sem a preocupação de procurar elementos de arquitetura religiosa e daí haver a possibilidade de falhar algum, mas se existirem mais, na próxima visita à aldeia já iremos com a preocupação de fazer todos os registos e então, faremos a atualização deste post.

 

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Pois então no nosso arquivo encontrámos imagens da Igreja Matriz, de um cruzeiro, de uma porta carral encimada por uma cruz e dois pináculos e um nicho, este último de construção mais recente.

 

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Quanto à Igreja Matriz com devoção a S. Francisco, vamos deixar aqui aquilo que se diz na descrição quanto à tipologia da igreja que consta na Direção-Geral dos edifícios e monumentos nacionais:

 

“Arquitectura religiosa, maneirista, rococó e revivalista. Igreja seiscentista, de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor mais estreita, com sacristia adossada à fachada lateral esquerda. Fachada principal em empena truncada por dupla sineira, com vãos rasgados em eixo, composto pelo portal de verga recta, com frontão de volutas interrompido, e óculo quadrilobado Alçados com pilastras nos cunhais, firmados por pináculos, e remates em friso e cornija, sendo os laterais rasgados por portas travessas e janelas em capialço, confrontantes. Interior com coberturas em falsas abóbadas de berço, de estuque, a da capela-mor pintada com uma Adoração do Santíssimo. Coro-alto, púlpito no lado do Evangelho e pia baptismal no sub-coro. Retábulo-mor de estrutura e decoração rococó, sendo os laterais maneiristas e revivalistas, neorococós.”

 

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Na fachada posterior da igreja existe um nicho com a inscrição “O nicho da fachada posterior tem a seguinte inscrição: " ANNO / N S DA S / DE 1808". Esta data assinala uma reedificação da capela mor. Neste nicho está colocada uma imagem em granito de São Francisco que pela cor e envelhecimento do granito me parece ter sido colocada após a construção do nicho.

 

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Quanto ao cruzeiro não é tão antigo como a igreja, mas teria sido erguido possivelmente durante o Século XVIII, localizado num pequeno largo que resulta de um encontro de arruamentos.

 

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Quanto ao nicho localizado num pequeno largo é de construção recente, mas já existe pelo menos desde 2013, data em que fizemos o registo da imagem que deixamos aqui hoje, mas penso que nas anteriores visitas que tinha feito à aldeia, em 2006 e 2008, penso que ainda não existia, pois nessas datas não tenho qualquer registo em imagem do nicho, mas é bem visível no trabalho dos pilares, muretes, beiral e outros adornos em granito que o trabalho não foi manual, tal como acontecia nos nichos mais antigos.

 

E é tudo por hoje, apenas nos resta deixar aqui o nosso mapa de localização/inventário com estes novos elementos da arquitetura religiosa existente no nosso concelho de Chaves.

 

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Resto de um bom fim-de-semana.

 

 

02
Mai20

Vilarinho das Paranheiras - Chaves - Portugal

aldeias de chaves


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Vilarinho das Paranheiras

 

A ideia inicial desta ronda pelas nossas aldeias do concelho de chaves, era trazer aqui três imagens que tivessem escapado às seleções anteriores nos posts dedicados a Vilarinho das Paranheiras. Começou por ser assim, mas com o tempo fomos alargando o leque de imagens, afinal de contas se houve alguma coisa que nos despertou o clique para fazer o registo, pela certa que não foi para que essas imagens ficarem em arquivo, há que partilhá-las.

 

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E temos consciência que as imagens transmitem ou despertam sempre sentimentos que vão além daqueles que nós lhes possamos atribuir. O nosso registo recai sobretudo pela composição ou algo interessante que nos despertou o olhar, mas para que conhece os lugares e os vive ou viveu na primeira pessoa, essas imagens valem muito mais.

 

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Por outro lado, para quem não conhece, e embora as imagens não digam tudo, ajudam a ficar com uma ideia daquilo que são estes lugares, estas aldeias.

 

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Assim e resumindo os objetivos desta ronda não são muito diferentes dos objetivos das rondas anteriores, ou seja, serve para levar Vilarinho das Paranheiras até aos seus, principalmente os que estão fora, e para dar a conhecer a aldeia a quem não a conhece.

 

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Quanto ao que há a dizer sobre a aldeia, já o fomos dizendo nos posts anteriores e no resumo final de cada freguesia à qual estas aldeias pertencem e que podem ver ou rever nesses mesmos posts, para os quais vai ficar um link no final.

 

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Esta ronda pelas nossas aldeias tem servido também para trazer aqui um resumo em vídeo com todas a fotografias de cada aldeia, publicadas até hoje neste blog. E hoje não vai ser exceção e aqui fica ele, espero que gostem:

 

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de Vilarinho das Paranheiras:

 

https://chaves.blogs.sapo.pt/822896.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/497666.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/394476.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/230370.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/65572.html

 

 

 

17
Fev10

Requiem para o Rio Tâmega


Como cidadãos temos os nossos deveres e direitos. Quanto aos deveres, lá os vamos cumprindo, de livre e boa vontade ou até obrigados e de má vontade, como os impostos, mas até compreendemos que temos que os pagar contribuindo assim para um Estado que deveria ser também de direitos, um deles, deveria ser o direito a ser informado com isenção, outro, era o de exigir que o estado nos trate de boa fé. Mas nestas questões da cidadania vou ficar-me por aqui, pois o texto de hoje vai ser longo e tem a ver com o aproveitamento hidroelétrico do Alto Tâmega em que o nosso Rio Tâmega, a sua bacia e as populações ribeirinhas estão em causa e a informação de boa fé sobre os benefícios e malefícios desse aproveitamento hidroelétrico ou barragens que vão construir no Tâmega, não existem. Era e é mais que necessária informação sobre esta(s) barragens(m), que literalmente irá engolir um rio, e tudo, imagine-se, em nome do ambiente.

 

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Chegou até mim um documento das freguesias ribeirinhas do Tâmega que vão ser afetadas pela barragem que vai ser construída mais próxima de nós. Um documento que deverá ser público e que deixa expostas as preocupações destas populações, que deveriam ser preocupações de todos nós.

 

A acompanhar o texto, deixo para memória futura, pontes, pontões e terrenos que a ser levada a efeito a barragem conforme proposta, serão submersos.

 

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PARECER CONJUNTO DAS FREGUESIAS DE ANELHE, ARCOSSÓ, VILARINHO DAS PARANHEIRAS E VILELA DO TÂMEGA RELATIVO À CONCRETIZAÇÃO DO APROVEITAMENTO HIDROELÉCTRICO DE ALTO TÂMEGA

 

 

Considerando que os impactos da construção da albufeira referenciada em epígrafe são muito similares nas quatro freguesias, entenderam os seus representantes elaborar um parecer conjunto, não deixando, no entanto, de referenciar implicações particulares de cada uma.

 

Não podemos deixar, em primeiro lugar, em nome do povo que representamos de manifestar a nossa indignação pelo facto do primeiro contacto tido com as populações acerca do empreendimento referenciado apenas se tenha cingido a levantamentos cadastrais e expropriações levados a cabo pela empresa “Landfund – Levantamentos Cadastrais, Lda.” e tendo por base um Nível Pleno de Armazenamento à cota 322. Ora como muito bem refere a Comissão Mundial de Barragens no seu Relatório “Barragens e Desenvolvimento: Um Novo Modelo para a Tomada de Decisões” a construção das grandes barragens, como é o caso da que está em apreço, em virtude dos enormes investimentos envolvidos e dos impactos gerados é actualmente uma das questões mais controversas na área do desenvolvimento sustentável. Refere, ainda, aquela Comissão que o modelo para a tomada de decisões deve basear-se em cinco valores fundamentais, entre os quais refere o processo decisório participativo e destaca como pontos inquestionáveis no estado da arte acerca desta problemática os seguintes: “Um número excessivo de casos foi pago um preço inaceitável e muitas vezes desnecessário para assegurar os benefícios, especialmente em termos sociais e ambientais; A falta de equidade na distribuição dos benefícios quando confrontada com outras alternativas; A necessidade de incluir no debate todos aqueles cujos direitos estão envolvidos e que arcam com os riscos associados às diferentes opções; e Soluções negociadas aumentarão sensivelmente a eficiência do projecto .

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Em segundo lugar, não podemos deixar de estabelecer, em termos gerais, uma relação da albufeira à cota 322 com o lugar. Marcada sobre um mapa cartográfico a área de implantação da nova proposta da barragem (cota 322), era notório que esta não tinha em conta as pessoas, o sítio, a sua qualidade ambiental e paisagística. Na nossa opinião, é de tal momo insensível ao lugar que o destrói. (O conceito de lugar possui um carácter concreto, empírico, existencial, articulado, definido até ao detalhe. Vem definido por substantivos, pelas qualidades das coisas e os elementos, por valores simbólicos e históricos; é ambiental e está fenomenologicamente relacionado com o corpo humano)

 

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O que dizer de quem traçou aquela linha de cota máxima e propôs uma nova ponte na Estrada Nacional 311 (Vidago/Boticas) para submergir a antiga?

- Que não conhece o sítio?

- Que se baseou em rácios de m3 descurando impactos e outros valores presentes no território?

É uma concepção que prima pela irracionalidade e por uma visão que privilegia o mau gosto especulativo e esteticamente aberrante, baseada em critérios abstractos, em desfavor de uma interpretação alargada de conceitos de qualidade estética e ambiental. Desrespeita valores culturais e patrimoniais, destrói a arquitectura do lugar, a sua dimensão temporal e algum tecido sócio-económico emergente.

Dir-nos-ão que foram apresentados apenas elementos esquemáticos e incompletos (meros instrumentos iniciais de trabalho) e que, posteriormente, virão mais estudos no sentido de aperfeiçoar e melhorar os existentes. É um argumento, mas será este isento e preocupado com “os sistemas de vida justos e equilibrados”? Um primeiro olhar sobre o que assinalaram no mapa logo nos fará duvidar de tal argumento, dada a falta de pudor de tais propostas. Não necessitamos de mais estudos para nos apercebermos da total destruição que a cota 322 causa ao sítio.

 

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Como disse FranK Lloyd Wright “não vale a pena usar os instrumentos da arte criadora, a menos que isto seja feito a bem da humanidade”.

As boas intervenções (de qualidade) são, de um modo geral, expressão de sociedades culturalmente sólidas e socialmente evoluídas que são, em regra, também aquelas que maior preocupação manifestam em salvaguardar as memórias e o seu património hostórico-arquitectetónico e o equilíbrio do seu meio ambiente natural e humanizado.

Deve procurar-se um meio inteligente de dar resposta à paisagem, ao clima, às necessidades das pessoas e das comunidades.

Infelizmente são muitos exemplos que, pela mutação, se delapidam e, em muitos casos, se destroem formas de cultura ligadas ao sítio.

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A proposta é de tal maneira insensível aos valores do sítio que não respeita a sua organização espacial e escala, assim como, o valor geral imposto pela qualidade do sítio.

São os valores ambientais, históricos e arquitectónicos desta zona que lhe dão qualidade. Se os destroem , destroem a qualidade da vida das pessoas em todos os sentidos. Esta solução ameaça perturbar os necessários equilíbrios e questiona-mos se não vai trazer uma incorrecta influência à zona.

 

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Assim sendo, e porque além disso somos habitantes dos locais afectados, logo os conhecedores empíricos da natureza, do ambiente, do ecossistema, do clima, das actividades agrícolas e também estamos preocupados com o empobrecimento futuro das populações que representamos e acreditamos no bom senso do uso dos recursos, passamos a apresentar os impactes, de forma detalhada, que se nos afiguram justificativos da construção da albufeira à cota 300:

 

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  1. O Projecto de Programa do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) refere para a anterior designação de barragem de Vidago a pp 78 “A análise das áreas a inundadas pela albufeira permite constatar que com um NPA da albufeira à cota 325 m são afectadas um conjunto importante de habitações, nomeadamente nas localidades de Sobrilhal, Sobradelo e Caneiro, que poderiam condicionar significativamente a execução do aproveitamento. A cota 312 m evita em grande parte, embora não na totalidade, a afectação de áreas urbanas, que apenas seriam integralmente preservadas caso se adoptasse o NPA à cota de aproximadamente 300 m.  A pp 132 refere “Para o aproveitamento de Vidago, integrado na cascata do rio Tâmega, adoptou-se o NPA da albufeira de 312 m, inferior em 13 m relativamente ao NPA máximo previstos em estudos anteriores, atendendo que a partir dessa cota seriam inundadas significativas áreas com ocupação urbana”. Nestes termos fica claro que apenas à cota 300 as populações ribeirinhas não são privadas do uso do solo com a afectação a áreas urbanas. Ora, referindo o PNBEPH claramente estas implicações e tendo o concurso sido lançado para a cota 312 como é que a concessionária pretende ainda, assim, aumentar NPA para a cota 322. Será esta a cota consentânea com os princípios enunciados pela Comissão Mundial de Barragens? Ou estamos perante uma usurpação desenfreada de recursos privados, propriedade de milhares de pessoas, nacionalizados pelo Estado, mas posteriormente entregues no seu uso e na sua exploração a uma única entidade. Quais as vantagens das populações locais com tais alterações? Como ficará o sítio? Sejamos esclarecidos.

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  1. As freguesias de Arcossó e Vilarinho das Paranheiras sofreram já significativamente com as expropriações, quer com a construção da A 24 em ambas, quer com a ETAR da região da Ribeira de Oura no primeiro caso e com a N2 no segundo caso. Com a construção da barragem à cota pretendida ficam estas freguesias privadas, mais uma vez, do uso de uma área significativa e esventradas dos seus melhores solos;

 

  1. Só pura ganância poderá conduzir, tendo em consideração o conhecimento actual, à construção da barragem do Alto Tâmega à cota 322, uma vez que inunda praticamente toda a Reserva Agrícola da freguesia de Arcossó e uma parte substancial da das freguesias de Anelhe e Vilarinho das Paranheiras. Esta foi e é o celeiro e a horta destas populações que tão sabiamente transformaram e preservaram, pelo menos desde o século XIII, estes solos e que o Estado, e bem, veio proteger por Lei, mas que agora o mesmo Estado através de uma sua concessionária pretende como mais útil para reservatório de uma albufeira. Não entendemos, os proprietários não alteraram e bem ao longo de gerações e gerações este espaço de veiga fértil e irrigada com apoios Comunitários e Nacionais, não podendo aí executar legalmente qualquer tipo de construção, mas o mesmo Estado ou através das instituições suas representantes pôde aí construir uma ETAR que pretende submergir e agora para cumulo arrasar de água aquilo que já foi drenado pela sua importância e necessidade. Já alguém se preocupou em saber da importância destas terras para a subsistência de grande parte das famílias destas freguesias. É que a agricultura destes locais, embora na maioria das situações não seja empresarial e grande parte não passe pelo mercado, é um perfeito complemento a todas as outras actividades ou situações e, só assim, é possível viver com as pequenas reformas e os magros salários que se auferem na região;

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  1. Estas freguesias dispõem como produtos agrícolas excedentários o vinho e o azeite. São conhecidas, em particular, pela qualidade dos seus vinhos, já enaltecidos por Estravão, o grande geógrafo do Império Romano e sobejamente referenciados em obras do século XVIII e XIX e cujo apogeu produtivo se alcançou nos anos 50 do século passado e que agora começa a evidenciar sinais de recuperação atestados pela Comissão Vitivinícola da Região de Trás-os-Montes e a qual demonstra claras preocupações com a grande massa de água que artificialmente se pretende aí criar. Aqui as preocupações são claras, quer pela inundação de áreas de vinha, quer pelas alterações edafo-climáticas. Aliás, a região da Ribeira de Oura é sobejamente conhecida pelas suas particularidades climatéricas, enaltecidas também em termos turísticos, uma vez que no passado era designada a estância termal e climática de Vidago. Não se nos afigura como admissível a construção de uma albufeira a níveis que vão desequilibrar essas condições. Basta verificar que à cota 300 temos a um NPA uma massa de água de 61 hm3 e 230 há de área submersa, contra 96 hm3 e 350 há à cota 312 e cerca de 144 hm3 e 520 há á cota 322, numa região de confluência entre um clima continental e atlântico caracterizada por fortes neblinas matinais do Outono a meados da Primavera nos dias soalheiros. Logo quanto maior for a albufeira maior será a evapo-transpiração. Torna-se, então necessário saber cientificamente essas implicações climatéricas para uma região com características de transição. A título ilustrativo e para termos noção das implicações na viticultura citamos o grande enólogo do século passado Emile Peynaud que na sua obra Conhecer e Trabalhar o Vinho na parte relativa à Qualidade das Grandes Colheitas refere a pp 87 “ Um pouco paradoxalmente, as regiões de bons vinhos não são forçosamente as mais favoráveis à vegetação e á produção da vinha. A vinha planta Mediterrânica, não produz os seus melhores frutos nos climas mais quentes. As regiões de qualidade são as mais marginais, as mais submetidas à irregularidades anuais do clima, mas igualmente mais sensíveis a microclimas. Nas zonas quentes cultivam-se as castas menos aromáticas, ou de tanino menos agradável. Todos os anos se assemelham, e a noção de grande colheita e de colheita vulgar perdem-se”. 

Além da potencial alteração da qualidade e do tipo de vinho obtido quem irá custear nos próximos séculos o acréscimo de custos decorrente do aumento do número de tratamentos fitossanitários que terão de ser realizados para manter a produção de boas uvas para vinho como consequência do aumento da humidade relativa e das temperaturas na região, em particular durante o ciclo vegetativo da vinha. Mais orvalhos conduzem a mais oídeo, a mais míldio, a mais doenças do lenho. Pretendemos saber quem vai suportar os custos destas alterações. Usem-se os recursos, mas de forma equilibrada e sustentada e não de forma gananciosa e com análises económicas que se cingem apenas ao projecto e se esquecem de contabilizar as perdas que também originam. O lucro de um pode ser prejuízo de centenas ou de milhares e nem sempre aquilo que melhor se vê no horizonte é o mais vantajoso. Só com um balanceamento alargado entre custos e benefícios se pode decidir;

 

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  1. Ao nível paisagístico, quer para a cota 312, e, em especial, para a cota 322 o impacto será brutal. Esta situação é tanto mais grave quando estamos já num vale relativamente aberto e de reduzidos declives e nos encontramos no limite da cota e inseridos numa região cuja a aposta turística é forte e onde a paisagem representa um peso significativo nesse mesmo turismo, com destaque para o investimento que está a ser levado a cabo pela UNICER, aliás considerado de interesse nacional. De facto, tendo em consideração que a cota mínima de exploração constante no PNBEPH é a 297,5 m, tal significa que toda a área inundada nas três freguesias terá água durante o Inverno e uma mancha de lama seca no verão. Assim sendo, aquilo que hoje é uma mancha verde e cheia de vida durante o período de maior afluência turística, passará a uma mancha desértica e apenas com vida para insectos (mosquitos, melgas e outros). Os amieiros, freixos e salgueiros irão desaparecer ficando apenas um lago seco com duas linhas de água (rio Tâmega e Ribeira de Oura) a correr e uma imagem de destruição daquilo que foram as construções adaptadas ao meio de várias gerações de agricultores ao longo dos séculos. Não dispomos de cálculos exactos, mas estamos em condições de afirmar que esta albufeira em anos secos como este de 2009 terá uma área de lama seca à sua volta superior a 290 há (520ha para a cota 322-230ha para a cota 300). Agradecemos que este assunto seja devidamente analisado e ponderado por aqueles que tem responsabilidades, porque estamos conscientes que as gerações futuras desta região não perdoaram erros desta dimensão;

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  1. A Reserva Ecológica das freguesias de Anelhe e, designadamente, da de Arcossó, são substancialmente afectadas. No caso de Arcossó toda ela confina com a margem do rio Tâmega e apesar do forte declive deste local serão cerca de 8 há que ficarão submersos à cota 322, mas também à cota 312 será afectada. Será desconhecimento por parte de quem projecta ou apenas a lógica de m3 de água? Como ficará o sítio perante tal decisão? Talvez, o que são limitações para a totalidade das populações são permissões para a Iberdrola. Esperamos que não. 

 

  1. O PNBEPH refere a pp 174 que todas as albufeiras previstas para o rio Tâmega estão em zona de probabilidade de ocorrência de eutrofisação, aliás fenómeno já registado na albufeira do Torrão a única actualmente existente neste curso de água. Ora se tivermos em consideração aquilo que a Comissão Mundial de Barragens refere relativamente a ecossistemas e grandes barragens onde deixam claro que temos impactos cumulativos sobre a qualidade da água, quando várias barragens são implementadas num mesmo rio. Não é este o caso da cascata do rio Tâmega ? Então, considerando o exemplo já existente, o que vai acontecer nas restantes? Que implicações terá esta quase certa eutrofisação das águas em todo ecossistema do rio e em todas as captações de água existentes a montante da barragem, cujo o número de poços, minas e charcas ao longo da linha de água da barragem é elevadíssimo em todas as freguesias. Não estamos nós localizados num dos eixos mais importantes de águas termais. Que implicações teremos para aqueles cujas casas, e que são muitas, ficam mesmo na linha de água e daqueles que usam a água do rio. Será bom para o turismo da região a ocorrência deste fenómeno?.Quem decide, normalmente está longe e não sente verdadeiramente estes problemas e nem sequer os refere explicitamente, mas nós pretendemos esclarecimento. Seguramente que quanto maior for a albufeira maior será a probabilidade de ocorrência deste fenómeno porque maior é o reservatório de água de baixa qualidade;

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  1. O PNBEPH refere a pp 175 que a barragem em análise possui risco elevado de poluição acidental, em resultado da expressiva ocupação da respectiva bacia hidrográfica com área agrícola. Ora se tais situações ocorrerem os problemas são tanto maiores quanto mais próximas residirem as populações e quanto maior for a albufeira;

 

 

  1. O reservatório da albufeira à cota 322 alcança a zona de protecção alargada das águas Campilho, o que não deixa de ser caricato atendendo ao referido nos pontos 5, 6, 7 e 8 e aos condicionamentos existentes no uso destes espaços. Será por desconhecimento. Esperamos que não;

 

  1. Inunda toda a área de regadio da freguesia de Arcossó e parcialmente de Vilarinho das Paranheiras e de Anelhe;

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  1. A freguesia de Arcossó ficará dividida, ao lhe ser retirada toda a articulação que têm com aqueles que vivem na margem esquerda da Ribeira de Oura e que dispõem de parcelas agrícolas na margem direita e com os que vivem na aldeia e possuem parcelas agrícolas na outra margem. Aliás, estão disponíveis actualmente três passagens para a outra margem que irão desaparecer (Foz do Oura, Batouco/Olgas, Cotovio e ainda a pedonal da Salpica). Aqueles que hoje fazem esses percursos a pé e não dispõem de meio de transporte o que lhes vai acontecer? e os que poderão continuar a fazer como hoje de forma motorizada quem lhe vai pagar o acréscimo de custos. Para onde será projectada a estrada municipal que faz a ligação Vidago-Arcossó-Capeludos de Aguiar?;

 

  1.  A passagem pedonal que faz a ligação entre a freguesia de Anelhe e Vilarinho das Paranheiras, com valor histórico e patrimonial e conhecida por poldrado também ficará submersa, privando todos desta articulação, em particular para aqueles que apanham em Vilarinho o autocarro de transportes públicos para fazerem as suas deslocações para Chaves ou outros locais, como o caso dos que frequentam o ensino secundário e de muitos outros que não dispõem de veículo ou de carta de condução;

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  1. Obriga à construção de nova ponte sobre o rio Tâmega na Estrada 311, submerge a ponte da estrada municipal que faz a ligação entre Arcossó e Capeludos de Aguiar no concelho de Vila Pouca de Aguiar, bem como a ponte medieval que está a seu lado e que o povo designa de Romana;

 

  1. Ficará submersa a ilha existente no rio Tâmega que faz parte da propriedade da Quinta do Calvário na freguesia de Vilarinho das Paranheiras;

 

  1. Ficarão submersas 10 habitações, em que três das quais são casas comerciais. Por sua vez, várias habitações ficarão na linha de água;

 

  1. Vários moinhos (Foz do Oura, Póia, Ranha, Gralhos no rio Tâmega) e lagares de azeite (Salpica e Cotovio, na Ribeira de Oura) ficaram submersos, bem como elementos arqueológicos existentes em couces;

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  1. A Etar da Zona da Ribeira de Oura, obra pública construída à menos de três anos, também ficará submersa e para nosso espanto a água na freguesia de Vilarinho baterá na plataforma da A24, a qual foi inaugurada exactamente também há três anos. Quem são os responsáveis pela delapidação dos recursos públicos que num espaço tão curto de tempo deixam de poder funcionar. A estação de tratamento de resíduos sólidos de Souto Velho também ficará submersa, bem como a captação de água para rega tradicional desta povoação. Todo o regadio da veiga de Arcossó ficará submerso, bem como os campos irrigados;

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  1. Diversas famílias destas três freguesias ficarão privadas de todos os seus meios de produção e sem qualquer património. Esta situação juntamente com a referida no ponto 15 irá originar problemas sociais graves e aprofundar o ciclo de pobreza desta região, uma vez que estas populações ficarão privadas de muitos dos seus meios de produção cujos impactos serão ainda superiores nas gerações futuras; e

 

  1. Quem assumirá os custos originados pelo aumento da humidade na região ao nível da deterioração dos materiais das habitações, obrigando a intervenções em períodos de tempo mais curtos, bem como com a diminuição da qualidade de vida daqueles que já sofrem de problemas do foro respiratório.

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Considerando que as barragens representam sempre uma violenta perturbação, interferindo nos equilíbrios naturais, diminuindo a biodiversidade, destruindo o património cultural e suscitando problemas sociais. Considerando que colocam sempre uma variedade de problemas que requerem uma consideração muito atenta em resultado dos impactos biológicos, climáticos, agrícolas, sociais e económicos, nos territórios e nas populações adjacentes. Se a tudo isto adicionarmos todos elementos e preocupações aqui expostos, e as implicações nos sítios, estamos plenamente convictos que o uso adequado dos recursos exige a construção da barragem à cota 300 e que só uma visão e interesse individualista permitirá um aumento da mesma, mas cujos custos a suportar serão muito superiores aos benefícios.

 

Chaves, aos 26 de Julho de 2009

 

06
Jun09

Mosaico da Freguesia de Vilarinho das Paranheiras


 

Excepcionalmente, hoje, o mosaico da freguesia terá um formato diferente,  motivado por uma dívida fotográfica que tinha com esta aldeia/freguesia.

 

Assim, além do mosaico propriamente dito e, dos habituais mapas do concelho e gráfico da população da freguesia, teremos mais algumas imagens.

 

Em texto, seguiremos o habitual, iniciando pela localização da freguesia.

 

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Localização:

A 15 km da cidade de Chaves, a Sul desta, e a 3 Km de Vidago, localização na margem esquerda do Rio Tâmega, com o qual confronta.

 

Confrontações:

Confronta com o Rio Tâmega que o separa da freguesia de Anelhe e ainda com as freguesias de Arcossó, Vidago, Selhariz, Vilas Boas e Vilela do Tâmega.

 

Coordenadas: (Adro da Igreja)

41º 39’ 37.72”N

7º 34’ 00.85”W

 

Altitude:

Variável – entre os 325 e os 400m

 

Orago da freguesia:

São Francisco

 

Área:

3,80 km2, a para da freguesia de Cela, com igual área, são as freguesias mais pequenas do concelho.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Nacional 2  ou A24 até ao nó de Vidago.

 

Acessos (a partir de Vidago):

– Estrada Nacional 2

 

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Aldeias da freguesia:

            - Vilarinho das Paranheiras é a única aldeia da freguesia.

 

População Residente:

            Em 1900 – 404 hab.

            Em 1920 – 419 hab.

Em 1940 – 575 hab.

            Em 1960 – 426 hab.

            Em 1981 – 313 hab.

            Em 2001 – 220 hab.

 

Ao contrário da maioria das aldeias do concelho (não confrontantes com o vale de Chaves), Vilarinho das Paranheiras começa a perder população a partir de 1940, ano em que atingiu o pico de população com 575 habitantes residentes (dados CENSOS), mas tal como as outras aldeias, até à presente data, tem vindo sempre a perder população, atingindo o seu ponto mais baixo nos últimos CENSOS de 2001.

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Principal actividade:

- A agricultura, com algumas terras férteis junto ao Tâmega.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

 

Sempre que oiço falar de Vilarinho das Paranheiras, associo-a ao bom vinho que se produz nas suas vinhas, aliás, conjuntamente com as freguesias de Anelhe, Arcossó, Vidago e Oura, faz parte de uma pequena região onde se produzem vinhos de muita qualidade e a par dos melhores vinhos nacionais. Pena que estas freguesias não aproveitem esta dádiva para sustentadamente terem na vinha e no vinho uma das suas principais riquezas e meio de actividade. Claro que também faltam os incentivos, os apoios, informação e formação, pois os responsáveis por tal, pela certa, andam entretidos com outras coisas. Entretanto, a população vai envelhecendo e abandonando as aldeias. Mas vai havendo raras excepções que nos honram com a qualidade do vinho que produzem.

 

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Vilarinho das Paranheiras também sempre foi uma aldeia de passagem quase conhecida por todos os flavienses mas também de muita gente de fora que utilizava a Nacional 2 como principal via de ligação a Vila Real, mas também a Guimarães, Porto e Lisboa.

 

Com a construção da Auto-Estrada, que também passa pela freguesia, mas ao lado da aldeia, a Nacional 2 perdeu a importância nas ligações às cidades atrás citadas, mas já nos anos 80, a Nacional 2 também deixo de contornar a aldeia, com uma variante executada e que deixava a aldeia com outras vistas, bem menos interessantes do que as que tinham com o velho troço da EN2.

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Curioso é também o seu topónimo de Paranheiras que a torna conhecida, para o qual não encontrei ainda explicação convincente. Há no entanto quem diga que terá qualquer ligação etimológica num qualquer privilégio antigo, mas do qual não existe qualquer documentação. Dizem também outros, que o topónimo terá a ver com “chaminés”, pois dizem também que por essas terras chamavam (ou chamam) “paranheiras” às chaminés. Confesso que, popularmente,  nunca ouvi o termo para além da sua aplicação no nome da aldeia e freguesia.

 

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Mas é natural que o topónimo Paranheiras tenha mesmo origem muito antiga, como antiga se julga ser o seu povoamento, pelo menos a partir das referências que o Abade de Miragaia faz à existência de restos de muros antiquíssimos no chamado Castro da Ribeira, que estudos mais recentes, fazem referência a um presumível povoado fortificado proto-histórico com o achado de restos cerâmicos de vasos finos e lisos, tégulas e ímbrices, que segundo também as referências. Referências de um historiador local, J.B.Martins, diz ter detectado nas proximidades um povoado da idade do ferro e da Romanização, conhecido pelo curioso nome de “cidade” de Limões, cujo topónimo poderá sugerir  uma hipotética presença colonizadora de povos “limianos”.

 

Há ainda referência a que na freguesia se recolheram machados de pedra polida, de tradição neolítica, sugerindo-se assim ocupações mais remotas. No entanto tudo isto são coisas que vêm nos livros e vários escritos dispersos, pois no terreno não há nada que ateste estas hipóteses, por isso não vale a pena irem por lá há procura da história, mas não deixem de lá ir, mas pela aldeia e pelas suas características, ainda com casario interessante das construções rurais típicas, um cruzeiro bem interessante e também por alguma história, mas mais recente, como a que está associada ao final da época medieval e à religião ligada à Paróquia de Santa Maria de Moreiras, cujos testemunhos só terminam mesmo na freguesia de Arcossó.

 

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A sua Igreja Paroquia, é no entanto mais recente, em honra de São Francisco, é uma igreja de dimensões razoáveis e cuja data de conclusão se aponta para 1805. A frontaria ostenta um pórtico rectangular rematando em frontão triangular, este interronpido no vértice por duas interessante volutas logo encimadas por um óculo quadrilobado e, rematando o vértice  cortado da empena. Termina com um altivo campanáro de dupla sineira. No interior, tem vários altares de belíssima talha dourada entre os quais se abriga interessante imaginária entre as quais a invulgar imagem de Santa Senhorinha que dizem associada à Ponte da Misarela de Montalegre. Diz-se também que a igreja estaria associada à irmandade do Salvador do Mundo, o que a faria recuar pelo menos um Século é relação à sua conclusão. Em suma, um templo que merece uma visita atenta para quem gosta deste tipo de arte.

 

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Historiadores locais referem também momentos difíceis que a população teria passado nas II Invasões Francesas, quando a guarda avançada,  depois de  “enxotar” (o termo é meu) o Gen. Silveira para terras de Vila Pouca, atravessou o Tâmega nesta aldeia para se juntar ao grosso das tropas napoleónicas que já se encontravam em terras de Alturas de Barroso. Este relato é mais uma achega para a heroicidade do General Silveira, que ao que parece, tão adorado é em Chaves pelos nossos historiadores e ultimamente, também os políticos. Leiam, o que quiserem ler, tal como eu leio e interpreto os documentos que há sobre o assunto… Agora já não me custa nada acreditar que a população de Vilarinho das Paranheiras tivesse passado momentos difíceis com a passagem da guarda avançada das tropas francesas, que mesmo sendo pouca, a população não tinha ninguém para os defender… pois as estratégias ditavam que se deixasse a população entregue a si própria…

 

E por falar em abandonos, que sempre são tristes, temos a acrescentar o abandona a que está dotada a antiga Estação dos Caminhos de Ferro, também entregue ao desprezo e a si própria, como desprezada foi há muitos anos a belíssima e saudosa Linha do Corgo, no tempo em que Chaves e as freguesias tinham comboio, hoje até difícil de imaginar pelas crianças…

 

E sobre Vilarinho das Paranheiras vai estando quase tudo dito, o possível, mas se um dia em passeio for até Vidago pela Nacional 2, deixe-a por instantes e entre na aldeia, ou pelo menos, faça o velho troço da E.N.2, pois o bonito da aldeia, está mesmo dentro dela.

 

 

Linck para os posts neste blog dedicados à  freguesia:

 

            - http://chaves.blogs.sapo.pt/230370.html

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