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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

16
Jan22

O Barroso aqui tão perto - Vilarinho de Negrões C/Vídeo

Aldeias do Barroso - Concelho de Montalegre


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VILARINHO DE NEGRÕES - MONTALEGRE

 

Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia de VILARINHO DE NEGRÕES, concelho de Montalegre.

 

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É mais uma aldeia da margem esquerda do rio Rabagão, no troço em que dá lugar à barragem dos Pisões (ou do Alto Rabagão). Na margem esquerda do rio/barragem, quase a entrar pela água adentro, aliás com a barragem na sua cota máxima, há mesmo casas que chegam a tocar a água, e se essa cota tivesse mais um metro ou dois, transformava a aldeia numa ilha.

 

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Esta particularidade da sua proximidade da barragem, por parecer quase uma ilha, principalmente quando a água da barragem atinge a sua cota máxima, transforma-a numa das aldeias mais interessantes para ver e fotografar, com uma beleza ímpar.

 

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Daí em nada termos estranhado que fosse uma das aldeias candidatas às sete maravilhas de Portugal, tendo sido uma das aldeias pré-finalistas na categoria de “Aldeias Ribeirinhas” a par da Aldeia da Luz, de Mourão, no Alentejo, a aldeia de Dornes em Ferreira do Zêzere, Escaroupim de Salvaterra de Magos, Furnas da Povoação nos Açores, Santa Clara-a-Velha em Odmira e Sete Cidades em Ponta Delgada. Não chegou à final, mas ficou entre as sete mais belas na sua categoria.

 

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Mas não é caso único, pois mesmo ao lado, a aldeia de Negrões é muito idêntica a Vilarinho e mais à frente, Criande, também comunga esta proximidade das águas da barragem e, do lado oposto da barragem, quase em frente a Vilarinho de Negrões, a aldeia de Parafita também tem meia dúzia de casas muito próxima da barragem, no entanto, sem qualquer dúvida que a que tem mais visibilidade é a de Vilarinho de Negrões, isto por causa dos locais mais elevados desde onde a aldeia se deixa ver, locais esses que não existem nas proximidades das outras aldeias.

 

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Na sua intimidade, dentro da aldeia, já não goza das vistas privilegiadas, mas também ganha o seu interesse por se sentir a proximidade da água, principalmente quando a barragem está na sua cota máxima em que há mesmo caminhos da aldeia que são interrompidos por ficarem submersos. No restante, é uma aldeia barrosã, com todas as características barrosãs das aldeias do Alto Barroso, implantada a uma cota que ronda os 880m de altitude, tendo por um lado uma das vertentes  da Serra do Barroso e em frente a “grande planície” das águas da barragem.

 

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E como tudo que tínhamos a dizer sobre a aldeia já o dissemos no post completo que lhe dedicámos (com link no final para ele) resta-nos referir a sua localização e o itinerário para lá chegar a partir da cidade de Chaves. Pois quanto à localização, não há melhor que a referência da barragem dos Pisões, na sua margem esquerda, já quanto ao itinerário, embora se possa fazer maioritariamente pela N103, nós recomendamos um outro, com distância idêntica mas com passagem obrigatória por algumas aldeias, todas elas bem interessantes, quer as do concelho de Chaves, quer as do Barroso, que embora fiquem as indicações nos mapas que deixamos a seguir, se pode resumir como partida de Chaves em direção ao S.Caetano e depois passagem por Soutelinho da Raia, Meixide, Pedrário, Serraquinhos, Zebral, Vidoeiro, Cortiço (não obrigatório) Barracão, Criande, Morgade, Negrões e finalmente Vilarinho de Negrões, ao todo são 44,3km, só ida, no regresso pode optar por subir aos Cornos do Barroso e descer até Boticas e depois Chaves.

 

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E finalmente chegamos à parte em que deixamos aqui o vídeo, com todas as imagens publicadas de Vilarinho de Negrões publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem.

 

Aqui fica:

 

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

Post do blog Chaves dedicado à aldeia de VILARINHO DE NEGRÕES:

https://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilarinho-1393643

 

E quanto a aldeias de Montalegre, despedimo-nos até à próxima sexta-feira em que teremos aqui o vídeo da aldeia de Viveiro.

 

 

29
Mai16

O Barroso aqui tão perto... Vilarinho de Negrões


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Vilarinho de Negrões

 

Hoje vamos até Vilarinho de Negrões, aquela que é considerada por muitos uma das aldeias mais bonitas de Portugal e eu confirmo, que sim, vista no seu conjunto e a uma certa distância, poucas lhe chegarão aos calcanhares, principalmente quando a barragem está a topo e a água parece entrar por algumas casas adentro, e na realidade pouco falta para tal.

 

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De onde quer que se aviste mantém a sua beleza, embora pessoalmente goste mais de a ver com a Serra do Larouco de fundo que embora ainda distante, a sua altura impõe-se e parece ser uma das que contém as águas da Barragem dos Pisões (como comummente é conhecida por nós) ou do Alto Rabagão, pois é este o seu nome oficial.

 

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Também se tivermos olhares seletivos, mas ainda à distância, podemos igualmente fazer com Vilarinho de Negrões  belas composições, tão ou mais belas ainda que com o seu conjunto, ou seja, fotograficamente falando,  podemos fazer desta aldeia mil e uma composições, então se aproveitarmos as diferentes horas do dia ou as diferentes condições meteorológicas, podemos acrescentar ainda outras tantas composições.

 

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Resumindo, Vilarinho de Negrões é um destino obrigatório de qualquer fotógrafo, nem que seja uma única vez na vida, mas pela certa que depois de se descobrir, não se resiste a passar por lá repetidamente e aproveitar o momento que é sempre diferente, é assim como uma mulher bonita que esteja como esteja é sempre bela e nunca nos cansamos de a fotografar.

 

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Se entrarmos na aldeia, embora seja também é interessante, o discurso já é diferente. As verdades têm de ser ditas,  pois no Barroso há uma mão cheia de aldeias que na sua intimidade são bem mais interessantes que Vilarinho de Negrões, e algumas delas já passaram por esta rubrica, mas mesmo sendo como é, vale sempre a pena sentir o seu pulsar e depois tem sempre a magia da proximidade da água, isto se a barragem estiver cheia. 

 

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E no seu interior podemos encontrar pelo menos duas casas mais nobres ou mais ricas, alguns canastros sempre interessantes, uma pequena capela, alminhas, tanques, fontes e o típico casario tradicional de granito, mais humilde mas com soluções construtivas sempre interessantes, algumas mantendo ainda os beirais elevados que antigamente serviam para acondicionar e proteger as coberturas de colmo. Pena que nestas aldeias barrosas não haja ainda uma ou duas construções cobertas de colmo, seria ouro sobre azul e um testemunho histórico para os mais novos saberem como eram as coberturas de colmo, que também tinham a sua arte.

 

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A aldeia não é grande e sofre dos mesmos males da maioria das aldeias transmontanas, ou seja, o despovoamento e o envelhecimento da população. Visto de outra perspetiva, geralmente as aldeias despovoada e envelhecida são as que mantêm a sua integridade de aldeia, onde não há grandes atentados arquitetónicos, mantendo na grande maioria as construções típicas e tradicionais do Barroso e de Trás-os-Montes onde o granito à vista e a madeira são os principais materiais das construções.

 

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Quanto ao resto e visualmente falando,  a envolvência da aldeia caracteriza-se pelo azul do céu que refletido nas águas da albufeira lhe dá a mesma cor a esta, contrastando com o verde das pastagens e o vermelho alaranjado da cobertura do casario. Vista ao longe, Vilarinho de Negrões pode-nos dar ares de uma pequena ilha junto à costa.  

 

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Resumindo, Vilarinho de Negrões mesmo com os senãos da aldeia em si agravado ainda pelo despovoamento, envelhecimento da população e o abandono do casario, merece ser considerada uma das aldeias mais bonitas de Portugal e não só. Aliás todo o Barroso é assim, um pequeno paraíso dentro do reino maravilhoso que Torga cantava. Um bom destino para quem gosta de férias e passeios em contacto com a natureza e o verde vivo dos campos a contratar com o verde escuro de  uma floresta maioritariamente autóctone, onde o carvalho é rei e senhor, onde o povo em geral é hospitaleiro e recebe bem, mantendo a sua dose de desconfiança como convém.  

 

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Falei atrás do verde dos campos e hoje assim é na maioria do Barroso e à volta da maioria das aldeias do Barroso. Geralmente quem não o conhece tem a ideia de um Barroso agreste e árido, que também existe, principalmente nas pontos mais altos das serras e montanhas onde apenas a vegetação mais rasteira como a  urze e carqueja se dão, mas descendo às terras mais baixas,  o verde e a água, são um traço comum à maioria do Barroso, onde não faltam as vacas e os toiros a pastarem livremente também um pouco por todo o Barroso.

 

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E falta falar de um ponto alto também do Barroso e que visitantes e turistas também apreciam – a gastronomia do Barroso. Geralmente quando saio aqui da terrinha parto sempre com a preocupação de onde se pode comer, de preferência bem e se possível os pratos característicos da região. Pois quando parto para o Barroso nunca levo essa preocupação, pois já sei que esteja onde estiver há sempre um restaurante perto onde se come bem e, curiosamente também se bebe bem (bom vinho). A curiosidade está em que no Barroso não se produz vinho, pelo menos de qualidade, mas nas suas adegas há-o sempre e do bô.

 

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Pois hoje tivemos que deixar por aqui, maioritariamente, as nossas impressões pessoais sobre aquilo que vimos e conhecemos, pois nas nossas pesquisas poucas informações encontrámos sobre a aldeia com exceção do livro “Montalegre” de autoria de José Dias Baptista, publicado pelo Município de Montalegre em 2006. Uma pequena referência a um filho da terra cuja história se cruza também com a história da cidade de Chaves e que daremos conta a seguir:

 

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“ (…) Em 1862, nasceu em Vilarinho de Negrões, Domingos Pereira. Ordenado padre e já abade de Refojos (Cabeceiras) contra vontade de seu tio, o também padre João Albino Carreira, filiado no Partido Regenerador, filiou-se no Partido Progressista. Fiel ao seu credo partidário, tornou-se amigo íntimo de Paiva Couceiro e recusou aderir à República em 1910.

Perseguido, como os outros chefes monárquicos, após a estrondosa derrota, no espaldão da carreira de tiro, em Chaves, foi condenado a 20 anos de penitenciária. Conseguiu colocar no Brasil os seus “soldados, na ordem de alguns milhares” e regressou a Espanha e à sua actividade conspiratória. Conspirou a vida inteira. Depois da amnistia de Sidónio Pais, teve acções preponderantes na proclamação da “Monarquia do Norte”, em 1919, participando nos combates de Cabeceiras, Mirandela e Vila Real.

Restaurada a República exilou-se em Espanha e foi condenado à revelia a 20 anos de prisão maior. Excluído, como Paiva Couceiro, da amnistia concedida aos monárquicos, regressou em segredo, em 1926, a Cabeceiras, onde viveu até 1942.

Por falar em condenações, é de lembrar a condenação de José Pereira, de Lamachã, em 1947, a 29 anos e meio de cadeia “acusado de ser o autor moral” dum crime que de certeza não cometeu. Eram assim os tribunais e juízes fascistas.

Esta freguesia (e a maior parte de Barroso) ganhou direito à imortalidade através da documentação fotográfica “La Mémoire Blanche” de autores estrangeiros.”

 

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Para terminar, só um pequeno apontamento àquilo que transcrevemos do livro de “Montalegre”, nomeadamente no último parágrafo onde refere à « documentação fotográfica “la mémoire blanche” de dois autores estrangeiros.». Pois acho que tinha ficado bem dizer quem são esses autores, porque de facto o trabalho deles é marcante e impressionante merecedores de que conjuntamente com o seu trabalho “la mémoire blanche – Negrões” contem os seus nomes: Gérard Fourrel e Gilles Cervera, dois jovens Bretões que ficaram rendidos à beleza fria e dura do Barroso, com o contrates do branco que cobria as serras e montanhas e o negro da terras preta esgaravatada pelos barrosões.   

 

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Foto do livro Negrões - la mémoire blanche de Gérard Fourel/Gilles Cervera

 

 

Anteriores abordagens deste blog a aldeias ou temas do Barroso:

 

A Água - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-a-agua-1371257

Gralhas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-gralhas-1374100

Meixedo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-meixedo-1377262

O colorido selvagem da primavera -  http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-o-colorido-1390557

Padornelos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padornelos-1381152

Padroso - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padroso-1384428

Sendim -  http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sendim-1387765

Solveira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-solveira-1364977

Stº André - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sto-andre-1368302

Vilar de Perdizes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1360900

Vilar de Perdizes /Padre Fontes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-vilar-de-1358489

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