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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

16
Mai20

Vilas Boas - Chaves - Portugal

aldeias de chaves - C/vídeo


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Continuando a cumprir a nossa ronda pelas aldeias do concelho de Chaves, hoje vamos até Vila Boas, uma daquelas aldeias que não fica junta a estradas de itinerários principais, mas que, para quem conhece bem o concelho, pode calhar em itinerários de atalhos por estradas secundárias.  

 

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É uma das aldeias que fica dentro de um grande triângulo com vértices em Chaves, Vidago e Loivos (ou Peto de Lagarelhos), tendo como aldeias vizinhas e mais próximas as aldeias de Pereira de Selão, Valverde, Fornos, Selhariz, Seixo e Ventuzelos.

 

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Mas embora não calhe nos nossos itinerários principais de estradas principais, Vilas Boas pode calhar na perfeição num passeio de manhã ou tarde de domingo, ou mesmo numa alternativa de uma deslocação a Vidago, que embora não seja o melhor itinerário em termos de estradas ou tempo, é-o em termos de interesse e belezas paisagísticas, diferentes daquelas a que estamos mais habituados.

 

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Para esse possível passeio, um dos itinerários que recomendaria era via Ventuzelos, podendo logo aqui apreciar esta aldeia e o santuário de Santa Bárbara, um autêntico miradouro para Chaves e terras de Barroso e Vila Pouca de Aguiar.

 

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Estando em Santa Bárbara depois é só retomar a estrada pavimenta e a menos de 2,5 km temos Vilas Boas. Estrada de onde se avista a encosta oposta e parte do vale da ribeira de Oura até Loivos. A estrada, embora com bom pavimento, é estreita e com muita curva, para fazer a baixa velocidade, assim, como a paisagem convida a ser apreciada, em vez de ir com um olho na paisagem e outro na estrada, mas vale parar um pouco e apreciar como deve ser a paisagem. Não se arrependerá e pare onde parar, apenas ouvirá as nuances da natureza.

 

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Vilas Boas, embora também sofra dessa maleita chamada despovoamento, tendo perdido mais de metade da sua população desde 1950 até hoje, continua a ter gente e vida, para consumo próprio, mas também para oferecer a quem queira apreciar, estando esta oferta a cargo da Associação Desportiva. e Cultural Amigos de Vilas Boas, principalmente através do seu Rancho Folclórico, que não só representa a aldeia nas suas autuações como representa o concelho de Chaves nas suas atuações além das nossas fronteiras.

 

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Mas também em tempos promoveu na aldeia um encontro de pintores da região, que com os seus cavaletes e telas foram registando os principais e abundantes temas de interesse de Vilas Boas, começando pelas suas ruas e casario, as suas cenas da vida diária e a belíssima Igreja Matriz e até uma quinta de turismo rural.

 

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Mas hoje estamos aqui, também, para deixarmos um vídeo com um resumo em imagem desta aldeia, com todas as fotografias que fomos publicando neste blog al longo dos seus 15 anos de existência, nos posts que dedicámos à aldeia ou que serviu de motivo para outras abordagens. Ficam no final os links para esses posts, agora vamos ao vídeo. Espero que gostem.

 

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de Vila Boas:

https://chaves.blogs.sapo.pt/aldeias-de-chaves-com-imagens-de-vilas-1045661

https://chaves.blogs.sapo.pt/805672.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/597290.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/410492.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/410931.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/336864.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/299764.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/272966.html

 

 

 

20
Jul14

Aldeias, capitalismo e globalização


 

Ao longo dos tempos a humanidade tem passado por várias transformações. A História dá-nos conta disso, mas nenhuma irá ter comparação com a que vivemos, a que começou com a revolução industrial, e vá-se- lá saber quando terminará. Poeticamente falando, se é que é possível meter poesia onde não a há, poderemos dizer que a revolução industrial foi a aurora de uma longa noite para o despertar de um longo dia, pois a partir de aí nada continuaria a ser como dantes e,  se com esta nova era a humanidade se tornou mais humanizada em termos de direitos,  de qualidade de vida, de liberdade… por outro lado também passou a ser marioneta do sistema, e vai-se movendo como o sistema manda ou permite. Presos nesta liberdade, somos cada vez mais reféns de palavras poderosas como o capitalismo e a globalização, tão poderosas como perigosas, isto se tivermos o mínimo de preocupação com a nossa identidade, com a nossa cultura, com as nossas tradições. Em suma, se tivermos alguma preocupação connosco, nós próprios,  sem perder a nossa condição gregária, temos que forçosamente olhar para a globalização como nossa inimiga, pois ela conduz-nos para a nossa perda de identidade e tende para nos tornar todos iguais.

 

 

Todo o discurso do primeiro parágrafo é para entendermos melhor o porque nas nossas aldeias estarem a ficar despovoadas, pois a globalização tende e tem a intenção de concentrar pessoas onde haja consumo daquilo que o grande capital produz e, as aldeias autossuficientes que ainda por cima escoam os produtos sobrantes com qualidade, não entram nas contas do capitalismo e da globalização e não foi por mero acaso que apareceu a ASAE e uma fiscalização apertada e proibitiva sobre os produtos caseiros, aqueles de que verdadeiramente gostamos e são tão nossos, como o fumeiro, por exemplo, ou como o leite tomado quase diretamente da teta da vaca, aquele que as leiteiras de Outeiro Seco transportavam todas as manhãs em cântaros, em cima de burros, para alimentar a cidade de Chaves, por exemplo, que conhecíamos a origem e até os porcos e as vacas que nos davam esses produtos. Hoje penso que se alguém se atrevesse a ter  a intenção de ter umas vacas em casa, mugi-las pela manhã, para transportar o leite em cântaros e cima de burros para vender na cidade, era logo multado ou preso quando tivesse a ideia, no entanto ninguém pergunta, ou sabe de onde vêm ou como são feitos os hambúrgueres do McDonald’s, ou as salsichas, ou toda essa quantidade de embalados à venda nas grandes superfícies, incluindo o leite…mas garantem-nos que são produtos garantidos e de qualidade, mesmo que venham da China ou de cascos de rolha, tanto faz.

 

 

Mas o mal da globalização, é que todos alinham nela, ou são forçados a alinhar por quem tem o poder, sobretudo o económico, aquele que domina a política e vai dai, globalizam-se escolas, como que diz concentram-se numa única, com o pretexto de uma melhor educação das criancinhas e não importam as outras aprendizagens não formais e informais que aprendiam nas aldeias com os avôs, com o agricultor, com o pedreiro, com o sapateiro, como se fazia o pão, aquecia o forno, como se fazia o vinho, quando era tempo da fruta madura, que aprendiam com a mãe que fazia alheira e chouriças, que apanhava os frutos maduros das árvores para comer em casa, que fazia compotas com a fruta que sobrava, marmelada e geleia dos marmelos, que lhe estrelava o ovo que tinha trazido da capoeira, que matava o galo, o perú ou o cabrito para comer no dia de festa, aqueles que criou com tanto amor e carinho, mas sobretudo, nas aldeias, as criança aprendiam valores  que iam passando de geração em geração e só possíveis em famílias estruturadas à volta de uma verdadeira família com pais, tios, primos, avôs todos a viver na proximidade, mas sobretudo aprendiam com os mais velhos e respeitavam-nos porque sabiam tudo e de tudo, mesmo que fossem analfabetos.

 

Custa ver perder as nossas aldeias mas sobretudo a nossa cultura e os nossos valores.

 

As fotografias de hoje são de Vilas Boas ou que vai restando desta aldeia, mas para ilustrar o texto de hoje, poderiam ser de uma qualquer das nossas aldeias, exceção para as da periferia da cidade, que já há muito perderam a sua ruralidade e não passam de freguesias urbanas, iguais em todas as cidades, com o mesmo tipo de pessoas, hábitos e costumes, com muitos vizinhos, mas que raramente se conhecem… e com esta me vou.

 

Fernando DC Ribeiro

 

 

16
Mar14

Aldeias de Chaves com imagens de Vilas Boas


Há uns anos atrás quase todas as quartas-feiras, dia de feira semanal em Chaves, recebia uma visita a meio da manhã. Era um velhote já nos seus oitenta e muitos anos que religiosamente vinha desde as terras da montanha às feiras da cidade. Antigo Presidente de Junta ainda carregava consigo o dever comunitário do ser cidadão e, mesmo que já não fossem da sua competência as coisas da aldeia, continuava a carregar consigo os seus problemas. A sua simpatia, educação e o jeito que tinha para conversar e contar histórias, faziam dele uma visita simpática que gostávamos de receber.

 

 

 

Um dia em conversa chegámos à conclusão que tínhamos um familiar em comum. A partir de aí, com ou sem problemas da aldeia para tratar, a sua visita era certa e o encantamento das suas histórias foi aumentando com o ganhar de confiança entre ambos. Contou-me quase toda a sua vida. Contou-me como do estar bem na vida passou a remediar os seus dias, tudo pelas ajudas que ia dando com empréstimos, sem garantias, de dinheiros para comprar as passagens de gente da sua aldeia com destino à emigração, principalmente para o Brasil.

 

 

 

Foi-se conformando, pois “os coitados”, dizia-me,  não tinham com que pagar e nunca mais regressaram, “mas agora estou bem, tenho tudo”, confessava-me, “temos luz na casa, televisão e frigorífico, não nos faz falta mais nada”.  Esqueci muitas das histórias que me contou, mas nunca esqueci estas palavras porque com elas também se faz um pouco da História das nossas aldeias onde, os velhotes, os resistentes, sempre viveram conformados com pouco e, dão graças a Deus por terem pão na mesa e serem-lhe permitidos alguns luxos como luz na casa, a televisão e o frigorífico.

 

 

 

Se por um lado este conformismo dos resistentes das nossas aldeias pode impressionar quem não o vive, por outro conforta ao saber que os resistentes não vivem com a mesma intensidade os males da dependência dos que vivem nas cidades  que estão sujeitos aos disparatados ditares vindos de Lisboa. Crise, qual crise!? Para os resistentes, crise, é uma palavra vã, pois só verdadeiramente se lhe dá significado quando se ultrapassa a sua fronteira, e “a vida nas aldeias”, tal como dizia Torga, “tem um ritmo que a cidade nunca poderá entender”. Assim, só verdadeiramente poderá compreender a crise quem já um dia saiu dela.

 

 

E por hoje ficamos por aqui. As imagens para ilustrar o texto de hoje poderiam ser de uma qualquer aldeia de montanha de Trás-os-Montes, mas recorri às de Vilas Boas, não por qualquer razão em especial, mas por serem as de uma aldeia que ainda vai mantendo a sua integridade de aldeia e freguesia, pois foi poupada do ajuntamento, e uma aldeia à na qual gosto de passar de vez em quando.

 

24
Jun12

Vila Boas - Chaves - Portugal


 

Ontem, num passeio breve pela cidade, acabei por atravessar a nossa Top Model Ponte Romana precisamente quando as últimas pintoras da Tamagani estavam a desmontar os cavaletes. Aos sábados têm montado por lá a “tenda” em pintura ao vivo, prática que a Tâmagani já há alguns anos tem vindo a desenvolver. Hoje como por aqui é dia das aldeias, lembrei-me do tempo em que os pintores Tamagani invadiam as ruas de Vilas Boas e em que uma das vezes eu fui lá espreitar.

 


 

Dias em que a aldeia aproveitava a invasão para também fazer festa, não a festa da aldeia, mas uma festa para a aldeia em que paralelamente à pintura ia acontecendo algum folclore, música e até as barracas se iam montando por lá.

 

 

Pena que este tipo de atividades, geralmente, não durem no tempo e não possam acontecer em mais lugares, pois todos ficavam a ganhar, no entanto sabemos como é difícil, ou mesmo impossível, fazer este tipo de atividades sem apoios, pois só a boa vontade e iniciativa das associações  não bastam.

 

As imagens de hoje são de Vila Boas, de 2009, penso que o último ano em que a Tamagani pintou ao vivo na aldeia.

 

 

 

25
Jul09

Em Vilas Boas acontecem coisas


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E hoje vamos de novo até Vilas Boas, não para o seu post, pois já foi feito, nem sequer para o mosaico da freguesia, pois esse também já passou por aqui.

 

Mas vamos de novo até Vilas Boas porque por lá, acontecem coisas. Coisas que fazem com que este blog se desloque outra vez até esta aldeia.

 

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Claro que é sempre com agrado que voltamos a Vilas Boas, não só porque até lá temos oportunidade de atravessar  um dos itinerários mais frescos, bonitos, verdes e “selvagens”, mas também porque a própria aldeia convida sempre a uma visita e mais umas fotos.

 

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Hoje, no entanto, vamos até Vilas Boas por outras razões, pois não é em qualquer aldeia que a arte acontece, ainda para mais, quando essa arte acontece ao vivo, com artistas de carne e osso a pintar Vilas Boas.

 

Uma iniciativa que se repete já pelo terceiro ano consecutivo e que pela adesão que teve de artistas, da população e de visitantes, promete vir a ser um evento que veio para ficar.

 

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É Vilas Boas a marcar pontos na cultura mas também no desporto e, uma boa prova de que com um bocadinho de imaginação e boas ideias se pode fazer diferença, com a aceitação de todos e simultaneamente aliar a cultura e o desporto, à festa.

 

Claro que me estou a referir às III Jornadas Culturais de Vilas Boas que decorrem hoje (dia 25) e amanhã (dia 26) na aldeia e cujo programa, em jeito de convite,  deixo por aqui, e não é só para tomar conhecimento, mas para ir até Vilas Boas

 

III Jornadas Culturais

Vilas Boas

25 e 26 de Junho de 2009

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PROGRAMA

 

Dia 25 – Sábado

17h00 – Abertura do Secretariado BTT

17h45 – Encerramento do Secretariado BTT

18h00 – Início do Passeio BTT

21h00 – Jantar Convívio

22h00 – Baile TRIO AQUAE FLAVIAE

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Dia 26 – Domingo

09h00 – Abertura do Secretariado de Pintura ao Ar Livre

10h30 – Almoço

15h30 – 1º Festival de Ranchos Folclóricos, com a participação do Rancho da A.D.C.D. de Vilas Boas, o Rancho de S.Miguel de Vila Boa (Viseu) e Rancho Folclórico de Santa Valha (Valpaços).

19h00 – Jantar Convívio

21h00 – Noite de Talentos

 

Durante todo o dia há venda de produtos da região.

 

Da minha parte só resta dar os parabéns à organização e à festa de Vilas Boas.

 

Eu vou a Vilas Boas.

 

Até amanhã.

06
Dez08

Mosaico da Freguesia de Vilas Boas


 

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Mosaico da Freguesia de Vilas Boas

 

Localização:

A 15 km de Chaves, situa-se na metade Sul do concelho de Chaves, na margem esquerda do Tâmega, inserida no triângulo de Chaves – Vidago – Peto de Lagarelhos.

 

Confrontações:

Freguesias de Vilela do Tâmega, São Pedro de Agostém, Loivos, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras.

 

Orago da freguesia:

São Gonçalo

 

Área:

6,97 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Nacional 2, a seguir a Bóbeda desviar para Redial e seguir as indicações.

 

Acessos (a partir de Vidago):

– Estrada Municipal via Valverde.

 

 

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Aldeias da freguesia:

            - Vilas Boas;

            - Pereira de Selão.

 

População Residente:

            Em 1900 – 556 hab.

            Em 1920 – 491 hab.

            Em 1950 – 616 hab.

            Em 1981 – 337 hab.

            Em 2001 – 218 hab.

 

Principal actividade:

- Agricultura com excelentes condições para a vitivinicultura e olivicultura. Em tempos teve importantes minas de granito e urânio.

 

Particularidades:

Ambas as aldeias da freguesia apresentam um interessante casario da construção tradicional em granito com núcleos interessantes e bem definidos à volta das respectivas capelas.

 

Sem dúvida alguma é uma das freguesias (ambas as aldeias) à qual recomendo uma visita.

 

Vila Boas possui uma casa de turismo rural.

 


Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

            - Vilas Boas

            - Pereira de Selão

           

 

 

 

 

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