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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

04
Mar23

Alminhas, nichos, cruzeiros e afins... Vilela do Tâmega

Cruzeiro, capela e igreja


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Cá estamos de novo para assinalar mais três motivos de interesse nesta temática da arquitetura de cariz religioso no concelho de Chaves, no caso na aldeia de Vilela do Tâmega, onde, no nosso arquivo fotográfico encontrámos uma igreja, uma capela e um cruzeiro coberto.

 

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Como temos vindo a explicar nos posts anteriores referentes a esta temática, as imagens são de arquivo e não são recentes, pois são imagens que recolhemos para feitura do primeiro post dedicado à aldeia, o que aconteceu em duas idas Vilela do Tâmega, uma em 2007 e outra em 2008.

 

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Embora tanto a igreja como a capela, localizadas no centro da aldeia, sejam interessantes, penso que o cruzeiro dá mais nas vistas, não só por também ser interessante, mas também pela sua localização, mesmo à beirinha da estrada Nacional 2, no troço entre Chaves e Vidago e que pela certa quem passa pela N2 lhe lança um olhar, nem que seja apena de relance.

 

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Já quanto à capela e igreja, não são visíveis desde a estrada e tem que se entrar mesmo na aldeia para poderem serem vistas.

 

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Para se entrar na aldeia existem vários acessos, eu contei pelo menos seis acessos, e vão-se entrando dentro da aldeia em forma de teia, convergindo quase todos no largo da igreja, no entanto, a principal entrada é a que tem o cruzeiro que dá origem também a uma das ruas principais da aldeia que nos leva diretos até a igreja.

 

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Para finalizar fica o nosso mapa de localização/inventário devidamente atualizado com mais três motivos da arquitetura religiosa no concelho de Chaves.

 

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Até amanhã, em princípio com mais uma aldeia do Barroso, que tal como nos domingos anteriores, vamos continuar na freguesia de Ruivães e Campos do concelho de Vieira do Minho, um Barroso que sai fora da caixa barrosã dos concelhos de Montalegre e Boticas.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

30
Mai20

Vilela do Tâmega - Chaves - Portugal

Aldeias de Chaves - Com Vídeo


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Vilela do Tâmega

 

Com a aldeia Vilela do Tâmega chegamos ao fim desta nossa ronda pelas aldeias de Chaves, ronda esta que apenas visava trazer aqui algumas imagens que escaparam à seleção de posts dedicados à aldeia, pois quanto à história e estórias da aldeia e demais coisas de interesse, já o tínhamos feito nas primeiras rondas pelas aldeias de Chaves.

 

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Inicialmente esta ronda visava aqui trazer imagens anteriormente não selecionadas, mas apenas três imagens, sendo uma a cores, uma a p&b e outra uma imagem mais artística, com alguns efeitos. Mas pronto nos demos conta que esse não era o caminho certo, e passámos a trazer aqui as imagens que achávamos que deveriam vir aqui.

 

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Já depois de termos ultrapassado mais de metade das aldeias do concelho, tivemos a ideia de introduzir um vídeo resumo com todas as fotografias da respetiva aldeia, publicadas até essa data no blog.

 

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A introdução do vídeo, fez com que surgisse uma nova ronda pelas aldeias que não o tiveram no seu post, e novamente com mais algumas fotografias. Essa ronda decorria em paralelo a esta, mas acontecia e continua a acontecer todas as quartas-feiras, enquanto que esta acontecia aos sábados.

 

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Pois com a aldeia de Vilela do Tâmega termina esta ronda e embora quiséssemos iniciar uma nova ronda temática, que nos obrigaria a ir de novo às nossas aldeias, com esta coisa do vírus, veio atrapalhar as nossas intenções, fazendo com que essa nova ronda, seja ela como for, seja adiada, mas não quero dizer com isto que não vamos ter aqui as nossas adeias de Chaves todos os sábados, pois continuarão a estar aqui nesse dia, tal como acontece quase desde o início deste blog.

 

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Assim sendo, vamos reservar os sábados para mais um post com as aldeias que não ainda não tiveram o seu vídeo resumo, ou seja, a partir de hoje teremos aqui as aldeias e o seu vídeo às quartas-feiras e sábado, até que todas as aldeias tenham o seu vídeo resumo.

 

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Quanto a Vilela do Tâmega já lhe dedicámos vários posts, no final fica o link para todas essas abordagens. Hoje é mesmo para trazer aqui mais algumas imagens e o tal vídeo resumo.

 

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De resto, a aldeia de Vilela do Tâmega, pelo menos de passagem, é mais ou menos conhecida pela maioria dos flavienses, não ficasse ela junto à EN2, aliás no afamado Km10,  e entre Chaves e Vidago.

 

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Mas, claro, e não me canso de o repetir que, uma coisa é passarmos pela aldeia e outra é entrarmos na sua intimidade para a conhecermos, ainda mais esta em que a estrada não passa pelo meio da aldeia, pois toda ele se desenvolve apenas num dos lados da estrada, do lado oposto ao Rio Tâmega.

 

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Rio Tâmega que também contribui para o topónimo da aldeia, mas curiosamente para quem passa, não vê rio nenhum, embora exista a cerca de 600m da EN2, aliás até Vilarinho das Paranheiras a EN2 vai seguindo, mais ou menos, em paralelo ao rio.

 

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E para já é tudo sobre Vilela do Tâmega e sobre esta ronda pelas nossas aldeias que termina hoje. Uma nova ronda surgirá e Vilela do Tâmega cá estará de novo. Entretanto já sabem que às quartas e sábados continuamos com a outra ronda pelas aldeias, que tal como o Rio Tâmega e a EN2, decorriam em paralelo.

 

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E agora sim, vamos passar vídeo resumo com todas as imagens publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem.

 

 

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de Vilela do Tâmega:

 

https://chaves.blogs.sapo.pt/vilela-do-tamega-chaves-portugal-1255738

https://chaves.blogs.sapo.pt/vilela-do-tamega-chaves-portugal-1224186

https://chaves.blogs.sapo.pt/891789.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/358719.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/341761.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/192259.html

09
Mai15

Vilela do Tâmega - Chaves - Portugal


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Tenho de confessar que nesta coisa de trazer aqui ao blog as aldeias aos fins de semana, tenho sido injusto com algumas, não nas palavras ou nas imagens que aí vou fazendo o melhor que posso e sei, mas no número de vezes que as trago aqui, pois se é verdade que algumas já passaram por aqui dezenas de vezes, outras só vieram aqui uma ou duas vezes, como é o caso da aldeia que trago aqui hoje – Vilela do Tâmega.

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Esta ausência da aldeia no blog não é propositada. Chaves tem cerca de 150 aldeias e o nosso tempo para as percorrer não é muito, assim, às vezes, por questões de itinerários, umas aldeias ficam mais a jeito e passo por lá com mais frequência, e daí, conseguir recolher mais material para trazer aqui.

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Confesso que para recolher imagens, a Vilela do Tâmega apenas fui duas vezes, e já lá vai um tempito, uma das vezes, muito à pressa, em 2007, e outra num fim de tarde de 2008 e ainda por cima com problemas no meu equipamento fotográfico que me obrigou a inutilizar a maioria das fotografias então tomadas. Ou seja, além de ter poucas fotos da aldeia, os olhares que trago aqui hoje podem até nem estar atualizadas e assim aqui fica mais uma promessa para cumprir – a de ir novamente por Vilela do Tâmega para a poder trazer aqui mais vezes e com novos olhares, pois tem ainda muito para mostrar. Fica prometido.

 

 

17
Fev10

Requiem para o Rio Tâmega


Como cidadãos temos os nossos deveres e direitos. Quanto aos deveres, lá os vamos cumprindo, de livre e boa vontade ou até obrigados e de má vontade, como os impostos, mas até compreendemos que temos que os pagar contribuindo assim para um Estado que deveria ser também de direitos, um deles, deveria ser o direito a ser informado com isenção, outro, era o de exigir que o estado nos trate de boa fé. Mas nestas questões da cidadania vou ficar-me por aqui, pois o texto de hoje vai ser longo e tem a ver com o aproveitamento hidroelétrico do Alto Tâmega em que o nosso Rio Tâmega, a sua bacia e as populações ribeirinhas estão em causa e a informação de boa fé sobre os benefícios e malefícios desse aproveitamento hidroelétrico ou barragens que vão construir no Tâmega, não existem. Era e é mais que necessária informação sobre esta(s) barragens(m), que literalmente irá engolir um rio, e tudo, imagine-se, em nome do ambiente.

 

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Chegou até mim um documento das freguesias ribeirinhas do Tâmega que vão ser afetadas pela barragem que vai ser construída mais próxima de nós. Um documento que deverá ser público e que deixa expostas as preocupações destas populações, que deveriam ser preocupações de todos nós.

 

A acompanhar o texto, deixo para memória futura, pontes, pontões e terrenos que a ser levada a efeito a barragem conforme proposta, serão submersos.

 

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PARECER CONJUNTO DAS FREGUESIAS DE ANELHE, ARCOSSÓ, VILARINHO DAS PARANHEIRAS E VILELA DO TÂMEGA RELATIVO À CONCRETIZAÇÃO DO APROVEITAMENTO HIDROELÉCTRICO DE ALTO TÂMEGA

 

 

Considerando que os impactos da construção da albufeira referenciada em epígrafe são muito similares nas quatro freguesias, entenderam os seus representantes elaborar um parecer conjunto, não deixando, no entanto, de referenciar implicações particulares de cada uma.

 

Não podemos deixar, em primeiro lugar, em nome do povo que representamos de manifestar a nossa indignação pelo facto do primeiro contacto tido com as populações acerca do empreendimento referenciado apenas se tenha cingido a levantamentos cadastrais e expropriações levados a cabo pela empresa “Landfund – Levantamentos Cadastrais, Lda.” e tendo por base um Nível Pleno de Armazenamento à cota 322. Ora como muito bem refere a Comissão Mundial de Barragens no seu Relatório “Barragens e Desenvolvimento: Um Novo Modelo para a Tomada de Decisões” a construção das grandes barragens, como é o caso da que está em apreço, em virtude dos enormes investimentos envolvidos e dos impactos gerados é actualmente uma das questões mais controversas na área do desenvolvimento sustentável. Refere, ainda, aquela Comissão que o modelo para a tomada de decisões deve basear-se em cinco valores fundamentais, entre os quais refere o processo decisório participativo e destaca como pontos inquestionáveis no estado da arte acerca desta problemática os seguintes: “Um número excessivo de casos foi pago um preço inaceitável e muitas vezes desnecessário para assegurar os benefícios, especialmente em termos sociais e ambientais; A falta de equidade na distribuição dos benefícios quando confrontada com outras alternativas; A necessidade de incluir no debate todos aqueles cujos direitos estão envolvidos e que arcam com os riscos associados às diferentes opções; e Soluções negociadas aumentarão sensivelmente a eficiência do projecto .

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Em segundo lugar, não podemos deixar de estabelecer, em termos gerais, uma relação da albufeira à cota 322 com o lugar. Marcada sobre um mapa cartográfico a área de implantação da nova proposta da barragem (cota 322), era notório que esta não tinha em conta as pessoas, o sítio, a sua qualidade ambiental e paisagística. Na nossa opinião, é de tal momo insensível ao lugar que o destrói. (O conceito de lugar possui um carácter concreto, empírico, existencial, articulado, definido até ao detalhe. Vem definido por substantivos, pelas qualidades das coisas e os elementos, por valores simbólicos e históricos; é ambiental e está fenomenologicamente relacionado com o corpo humano)

 

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O que dizer de quem traçou aquela linha de cota máxima e propôs uma nova ponte na Estrada Nacional 311 (Vidago/Boticas) para submergir a antiga?

- Que não conhece o sítio?

- Que se baseou em rácios de m3 descurando impactos e outros valores presentes no território?

É uma concepção que prima pela irracionalidade e por uma visão que privilegia o mau gosto especulativo e esteticamente aberrante, baseada em critérios abstractos, em desfavor de uma interpretação alargada de conceitos de qualidade estética e ambiental. Desrespeita valores culturais e patrimoniais, destrói a arquitectura do lugar, a sua dimensão temporal e algum tecido sócio-económico emergente.

Dir-nos-ão que foram apresentados apenas elementos esquemáticos e incompletos (meros instrumentos iniciais de trabalho) e que, posteriormente, virão mais estudos no sentido de aperfeiçoar e melhorar os existentes. É um argumento, mas será este isento e preocupado com “os sistemas de vida justos e equilibrados”? Um primeiro olhar sobre o que assinalaram no mapa logo nos fará duvidar de tal argumento, dada a falta de pudor de tais propostas. Não necessitamos de mais estudos para nos apercebermos da total destruição que a cota 322 causa ao sítio.

 

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Como disse FranK Lloyd Wright “não vale a pena usar os instrumentos da arte criadora, a menos que isto seja feito a bem da humanidade”.

As boas intervenções (de qualidade) são, de um modo geral, expressão de sociedades culturalmente sólidas e socialmente evoluídas que são, em regra, também aquelas que maior preocupação manifestam em salvaguardar as memórias e o seu património hostórico-arquitectetónico e o equilíbrio do seu meio ambiente natural e humanizado.

Deve procurar-se um meio inteligente de dar resposta à paisagem, ao clima, às necessidades das pessoas e das comunidades.

Infelizmente são muitos exemplos que, pela mutação, se delapidam e, em muitos casos, se destroem formas de cultura ligadas ao sítio.

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A proposta é de tal maneira insensível aos valores do sítio que não respeita a sua organização espacial e escala, assim como, o valor geral imposto pela qualidade do sítio.

São os valores ambientais, históricos e arquitectónicos desta zona que lhe dão qualidade. Se os destroem , destroem a qualidade da vida das pessoas em todos os sentidos. Esta solução ameaça perturbar os necessários equilíbrios e questiona-mos se não vai trazer uma incorrecta influência à zona.

 

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Assim sendo, e porque além disso somos habitantes dos locais afectados, logo os conhecedores empíricos da natureza, do ambiente, do ecossistema, do clima, das actividades agrícolas e também estamos preocupados com o empobrecimento futuro das populações que representamos e acreditamos no bom senso do uso dos recursos, passamos a apresentar os impactes, de forma detalhada, que se nos afiguram justificativos da construção da albufeira à cota 300:

 

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  1. O Projecto de Programa do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) refere para a anterior designação de barragem de Vidago a pp 78 “A análise das áreas a inundadas pela albufeira permite constatar que com um NPA da albufeira à cota 325 m são afectadas um conjunto importante de habitações, nomeadamente nas localidades de Sobrilhal, Sobradelo e Caneiro, que poderiam condicionar significativamente a execução do aproveitamento. A cota 312 m evita em grande parte, embora não na totalidade, a afectação de áreas urbanas, que apenas seriam integralmente preservadas caso se adoptasse o NPA à cota de aproximadamente 300 m.  A pp 132 refere “Para o aproveitamento de Vidago, integrado na cascata do rio Tâmega, adoptou-se o NPA da albufeira de 312 m, inferior em 13 m relativamente ao NPA máximo previstos em estudos anteriores, atendendo que a partir dessa cota seriam inundadas significativas áreas com ocupação urbana”. Nestes termos fica claro que apenas à cota 300 as populações ribeirinhas não são privadas do uso do solo com a afectação a áreas urbanas. Ora, referindo o PNBEPH claramente estas implicações e tendo o concurso sido lançado para a cota 312 como é que a concessionária pretende ainda, assim, aumentar NPA para a cota 322. Será esta a cota consentânea com os princípios enunciados pela Comissão Mundial de Barragens? Ou estamos perante uma usurpação desenfreada de recursos privados, propriedade de milhares de pessoas, nacionalizados pelo Estado, mas posteriormente entregues no seu uso e na sua exploração a uma única entidade. Quais as vantagens das populações locais com tais alterações? Como ficará o sítio? Sejamos esclarecidos.

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  1. As freguesias de Arcossó e Vilarinho das Paranheiras sofreram já significativamente com as expropriações, quer com a construção da A 24 em ambas, quer com a ETAR da região da Ribeira de Oura no primeiro caso e com a N2 no segundo caso. Com a construção da barragem à cota pretendida ficam estas freguesias privadas, mais uma vez, do uso de uma área significativa e esventradas dos seus melhores solos;

 

  1. Só pura ganância poderá conduzir, tendo em consideração o conhecimento actual, à construção da barragem do Alto Tâmega à cota 322, uma vez que inunda praticamente toda a Reserva Agrícola da freguesia de Arcossó e uma parte substancial da das freguesias de Anelhe e Vilarinho das Paranheiras. Esta foi e é o celeiro e a horta destas populações que tão sabiamente transformaram e preservaram, pelo menos desde o século XIII, estes solos e que o Estado, e bem, veio proteger por Lei, mas que agora o mesmo Estado através de uma sua concessionária pretende como mais útil para reservatório de uma albufeira. Não entendemos, os proprietários não alteraram e bem ao longo de gerações e gerações este espaço de veiga fértil e irrigada com apoios Comunitários e Nacionais, não podendo aí executar legalmente qualquer tipo de construção, mas o mesmo Estado ou através das instituições suas representantes pôde aí construir uma ETAR que pretende submergir e agora para cumulo arrasar de água aquilo que já foi drenado pela sua importância e necessidade. Já alguém se preocupou em saber da importância destas terras para a subsistência de grande parte das famílias destas freguesias. É que a agricultura destes locais, embora na maioria das situações não seja empresarial e grande parte não passe pelo mercado, é um perfeito complemento a todas as outras actividades ou situações e, só assim, é possível viver com as pequenas reformas e os magros salários que se auferem na região;

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  1. Estas freguesias dispõem como produtos agrícolas excedentários o vinho e o azeite. São conhecidas, em particular, pela qualidade dos seus vinhos, já enaltecidos por Estravão, o grande geógrafo do Império Romano e sobejamente referenciados em obras do século XVIII e XIX e cujo apogeu produtivo se alcançou nos anos 50 do século passado e que agora começa a evidenciar sinais de recuperação atestados pela Comissão Vitivinícola da Região de Trás-os-Montes e a qual demonstra claras preocupações com a grande massa de água que artificialmente se pretende aí criar. Aqui as preocupações são claras, quer pela inundação de áreas de vinha, quer pelas alterações edafo-climáticas. Aliás, a região da Ribeira de Oura é sobejamente conhecida pelas suas particularidades climatéricas, enaltecidas também em termos turísticos, uma vez que no passado era designada a estância termal e climática de Vidago. Não se nos afigura como admissível a construção de uma albufeira a níveis que vão desequilibrar essas condições. Basta verificar que à cota 300 temos a um NPA uma massa de água de 61 hm3 e 230 há de área submersa, contra 96 hm3 e 350 há à cota 312 e cerca de 144 hm3 e 520 há á cota 322, numa região de confluência entre um clima continental e atlântico caracterizada por fortes neblinas matinais do Outono a meados da Primavera nos dias soalheiros. Logo quanto maior for a albufeira maior será a evapo-transpiração. Torna-se, então necessário saber cientificamente essas implicações climatéricas para uma região com características de transição. A título ilustrativo e para termos noção das implicações na viticultura citamos o grande enólogo do século passado Emile Peynaud que na sua obra Conhecer e Trabalhar o Vinho na parte relativa à Qualidade das Grandes Colheitas refere a pp 87 “ Um pouco paradoxalmente, as regiões de bons vinhos não são forçosamente as mais favoráveis à vegetação e á produção da vinha. A vinha planta Mediterrânica, não produz os seus melhores frutos nos climas mais quentes. As regiões de qualidade são as mais marginais, as mais submetidas à irregularidades anuais do clima, mas igualmente mais sensíveis a microclimas. Nas zonas quentes cultivam-se as castas menos aromáticas, ou de tanino menos agradável. Todos os anos se assemelham, e a noção de grande colheita e de colheita vulgar perdem-se”. 

Além da potencial alteração da qualidade e do tipo de vinho obtido quem irá custear nos próximos séculos o acréscimo de custos decorrente do aumento do número de tratamentos fitossanitários que terão de ser realizados para manter a produção de boas uvas para vinho como consequência do aumento da humidade relativa e das temperaturas na região, em particular durante o ciclo vegetativo da vinha. Mais orvalhos conduzem a mais oídeo, a mais míldio, a mais doenças do lenho. Pretendemos saber quem vai suportar os custos destas alterações. Usem-se os recursos, mas de forma equilibrada e sustentada e não de forma gananciosa e com análises económicas que se cingem apenas ao projecto e se esquecem de contabilizar as perdas que também originam. O lucro de um pode ser prejuízo de centenas ou de milhares e nem sempre aquilo que melhor se vê no horizonte é o mais vantajoso. Só com um balanceamento alargado entre custos e benefícios se pode decidir;

 

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  1. Ao nível paisagístico, quer para a cota 312, e, em especial, para a cota 322 o impacto será brutal. Esta situação é tanto mais grave quando estamos já num vale relativamente aberto e de reduzidos declives e nos encontramos no limite da cota e inseridos numa região cuja a aposta turística é forte e onde a paisagem representa um peso significativo nesse mesmo turismo, com destaque para o investimento que está a ser levado a cabo pela UNICER, aliás considerado de interesse nacional. De facto, tendo em consideração que a cota mínima de exploração constante no PNBEPH é a 297,5 m, tal significa que toda a área inundada nas três freguesias terá água durante o Inverno e uma mancha de lama seca no verão. Assim sendo, aquilo que hoje é uma mancha verde e cheia de vida durante o período de maior afluência turística, passará a uma mancha desértica e apenas com vida para insectos (mosquitos, melgas e outros). Os amieiros, freixos e salgueiros irão desaparecer ficando apenas um lago seco com duas linhas de água (rio Tâmega e Ribeira de Oura) a correr e uma imagem de destruição daquilo que foram as construções adaptadas ao meio de várias gerações de agricultores ao longo dos séculos. Não dispomos de cálculos exactos, mas estamos em condições de afirmar que esta albufeira em anos secos como este de 2009 terá uma área de lama seca à sua volta superior a 290 há (520ha para a cota 322-230ha para a cota 300). Agradecemos que este assunto seja devidamente analisado e ponderado por aqueles que tem responsabilidades, porque estamos conscientes que as gerações futuras desta região não perdoaram erros desta dimensão;

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  1. A Reserva Ecológica das freguesias de Anelhe e, designadamente, da de Arcossó, são substancialmente afectadas. No caso de Arcossó toda ela confina com a margem do rio Tâmega e apesar do forte declive deste local serão cerca de 8 há que ficarão submersos à cota 322, mas também à cota 312 será afectada. Será desconhecimento por parte de quem projecta ou apenas a lógica de m3 de água? Como ficará o sítio perante tal decisão? Talvez, o que são limitações para a totalidade das populações são permissões para a Iberdrola. Esperamos que não. 

 

  1. O PNBEPH refere a pp 174 que todas as albufeiras previstas para o rio Tâmega estão em zona de probabilidade de ocorrência de eutrofisação, aliás fenómeno já registado na albufeira do Torrão a única actualmente existente neste curso de água. Ora se tivermos em consideração aquilo que a Comissão Mundial de Barragens refere relativamente a ecossistemas e grandes barragens onde deixam claro que temos impactos cumulativos sobre a qualidade da água, quando várias barragens são implementadas num mesmo rio. Não é este o caso da cascata do rio Tâmega ? Então, considerando o exemplo já existente, o que vai acontecer nas restantes? Que implicações terá esta quase certa eutrofisação das águas em todo ecossistema do rio e em todas as captações de água existentes a montante da barragem, cujo o número de poços, minas e charcas ao longo da linha de água da barragem é elevadíssimo em todas as freguesias. Não estamos nós localizados num dos eixos mais importantes de águas termais. Que implicações teremos para aqueles cujas casas, e que são muitas, ficam mesmo na linha de água e daqueles que usam a água do rio. Será bom para o turismo da região a ocorrência deste fenómeno?.Quem decide, normalmente está longe e não sente verdadeiramente estes problemas e nem sequer os refere explicitamente, mas nós pretendemos esclarecimento. Seguramente que quanto maior for a albufeira maior será a probabilidade de ocorrência deste fenómeno porque maior é o reservatório de água de baixa qualidade;

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  1. O PNBEPH refere a pp 175 que a barragem em análise possui risco elevado de poluição acidental, em resultado da expressiva ocupação da respectiva bacia hidrográfica com área agrícola. Ora se tais situações ocorrerem os problemas são tanto maiores quanto mais próximas residirem as populações e quanto maior for a albufeira;

 

 

  1. O reservatório da albufeira à cota 322 alcança a zona de protecção alargada das águas Campilho, o que não deixa de ser caricato atendendo ao referido nos pontos 5, 6, 7 e 8 e aos condicionamentos existentes no uso destes espaços. Será por desconhecimento. Esperamos que não;

 

  1. Inunda toda a área de regadio da freguesia de Arcossó e parcialmente de Vilarinho das Paranheiras e de Anelhe;

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  1. A freguesia de Arcossó ficará dividida, ao lhe ser retirada toda a articulação que têm com aqueles que vivem na margem esquerda da Ribeira de Oura e que dispõem de parcelas agrícolas na margem direita e com os que vivem na aldeia e possuem parcelas agrícolas na outra margem. Aliás, estão disponíveis actualmente três passagens para a outra margem que irão desaparecer (Foz do Oura, Batouco/Olgas, Cotovio e ainda a pedonal da Salpica). Aqueles que hoje fazem esses percursos a pé e não dispõem de meio de transporte o que lhes vai acontecer? e os que poderão continuar a fazer como hoje de forma motorizada quem lhe vai pagar o acréscimo de custos. Para onde será projectada a estrada municipal que faz a ligação Vidago-Arcossó-Capeludos de Aguiar?;

 

  1.  A passagem pedonal que faz a ligação entre a freguesia de Anelhe e Vilarinho das Paranheiras, com valor histórico e patrimonial e conhecida por poldrado também ficará submersa, privando todos desta articulação, em particular para aqueles que apanham em Vilarinho o autocarro de transportes públicos para fazerem as suas deslocações para Chaves ou outros locais, como o caso dos que frequentam o ensino secundário e de muitos outros que não dispõem de veículo ou de carta de condução;

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  1. Obriga à construção de nova ponte sobre o rio Tâmega na Estrada 311, submerge a ponte da estrada municipal que faz a ligação entre Arcossó e Capeludos de Aguiar no concelho de Vila Pouca de Aguiar, bem como a ponte medieval que está a seu lado e que o povo designa de Romana;

 

  1. Ficará submersa a ilha existente no rio Tâmega que faz parte da propriedade da Quinta do Calvário na freguesia de Vilarinho das Paranheiras;

 

  1. Ficarão submersas 10 habitações, em que três das quais são casas comerciais. Por sua vez, várias habitações ficarão na linha de água;

 

  1. Vários moinhos (Foz do Oura, Póia, Ranha, Gralhos no rio Tâmega) e lagares de azeite (Salpica e Cotovio, na Ribeira de Oura) ficaram submersos, bem como elementos arqueológicos existentes em couces;

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  1. A Etar da Zona da Ribeira de Oura, obra pública construída à menos de três anos, também ficará submersa e para nosso espanto a água na freguesia de Vilarinho baterá na plataforma da A24, a qual foi inaugurada exactamente também há três anos. Quem são os responsáveis pela delapidação dos recursos públicos que num espaço tão curto de tempo deixam de poder funcionar. A estação de tratamento de resíduos sólidos de Souto Velho também ficará submersa, bem como a captação de água para rega tradicional desta povoação. Todo o regadio da veiga de Arcossó ficará submerso, bem como os campos irrigados;

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  1. Diversas famílias destas três freguesias ficarão privadas de todos os seus meios de produção e sem qualquer património. Esta situação juntamente com a referida no ponto 15 irá originar problemas sociais graves e aprofundar o ciclo de pobreza desta região, uma vez que estas populações ficarão privadas de muitos dos seus meios de produção cujos impactos serão ainda superiores nas gerações futuras; e

 

  1. Quem assumirá os custos originados pelo aumento da humidade na região ao nível da deterioração dos materiais das habitações, obrigando a intervenções em períodos de tempo mais curtos, bem como com a diminuição da qualidade de vida daqueles que já sofrem de problemas do foro respiratório.

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Considerando que as barragens representam sempre uma violenta perturbação, interferindo nos equilíbrios naturais, diminuindo a biodiversidade, destruindo o património cultural e suscitando problemas sociais. Considerando que colocam sempre uma variedade de problemas que requerem uma consideração muito atenta em resultado dos impactos biológicos, climáticos, agrícolas, sociais e económicos, nos territórios e nas populações adjacentes. Se a tudo isto adicionarmos todos elementos e preocupações aqui expostos, e as implicações nos sítios, estamos plenamente convictos que o uso adequado dos recursos exige a construção da barragem à cota 300 e que só uma visão e interesse individualista permitirá um aumento da mesma, mas cujos custos a suportar serão muito superiores aos benefícios.

 

Chaves, aos 26 de Julho de 2009

 

07
Fev09

Mosaico da Freguesia de Vilela do Tâmega


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Localização:

A 10 km de Chaves, situa-se numa faixa de território a Sul da cidade de Chaves, ao longo do Rio Tâmega (margem esquerda) e da Estrada Nacional 2, entre Chaves e Vidago.

 

Confrontações:

Confronta com as freguesias de Vilarinho das Paranheiras, Vilas Boas, S.Pedro de Agostém, Curalha, Redondelo e Anelhe. Entre estas três últimas freguesias e a freguesia de Vilela do Tâmega, a linha divisória é o Rio Tâmega.

 

Coordenadas: (Largo da Igreja de Vilela do Tâmega)

41º 40’ 58.42”N

7º 32’ 39.29”W

 

Altitude:

Variável – Entre os 600m em Redial e os 375m em Moure

 

Orago da freguesia:

Nossa Senhora da Assunção

 

Área:

8.57 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves ou Vidago):

– Estrada Nacional 2.

 

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Aldeias da freguesia:

            - Vilela do Tâmega;

            - Moure;

- Redial.

 

População Residente:

            Em 1900 – 658 hab.

            Em 1920 – 639 hab.

Em 1940 – 742 hab.

            Em 1950 – 802 hab.

Em 1960 – 753 hab.

            Em 1981 – 557 hab.

            Em 2001 – 441 hab.

 

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Principal actividade:

- Actualmente a agricultura e a extracção de resinas, no entanto há umas dezenas de anos atrás também tinha a moagem de cereais como actividade, graças a alguns moinhos do Tâmega, actualmente abandonados.

 

Particularidades e Pontos de Interesse:

Embora haja muitas referencias à freguesia ter sido povoada pelo romanos, à existência de uma ponte e de uma via romana, referência essas que vêm já desde 1886 com o Abade de Miragaia, principalmente junto ao Rio Tâmega,  a verdade é que hoje em dia não há vestígios visíveis, embora haja também referências a achados, entre os quais de moedas romanas que confirmarão esse tal povoado antigo por parte dos romanos. Também nas imediações de Moure há referências à existência de algumas sepulturas antropomórficas.

 

Bem visível é ainda a Igreja Paroquial em Vilela do Tâmega de traça setecentista, tendo sofrido obras em 1880. A sua frontaria apresenta um pórtico rectangular encimado por frontão triangular sobre o qual se destaca um pequeno óculo quadrilobado. Os cunhais são rematados no topo por pináculos. No remate da empena da fachada principal apresenta-se um campanário de dupla sineira.

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Fotografia aérea de Vilela do Tâmega disponibilizada por Google Earth

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Ainda no património religioso há a destacar na freguesia diversos templetes invocando a Nossa Senhora das Dores, Santo António e S.Tiago, que têm as respectivas festas. Há ainda a considerar alguns cruzeiros (Redial, Moure e Cruz da Serra).

 

Quanto ao casario, Moure tem um pequeno núcleo que se desenvolve à volta de um largo, mas é também em Moure que Aida existe a antiga estação da CP, interessantíssima como todas as estações dos inícios do Séc. XX, mas em perfeito estado de abandono e degradação, caminhando para a ruína se medidas urgentes não forem tomadas. Em Redial, o casario desenvolve-se à volta de um cruzamento onde está também implantado um importante solar, o Solar dos Mouras, oitocentista, com pedra de armas e relógio de sol, mas, sofre dos mesmos males da Estação da CP. Abandonado, degradado e também a pedir obras urgentes de restauro e conservação. Ainda perto de Moure (na Relva) há alusões ao antigo solar dos Barretos, que eu pessoalmente desconheço.

 

Como último ponto de interesse, a antiga Linha do Corgo que curiosamente aqui se desenvolveu ao longo de outro rio (o Tâmega), cujos carris já há muito que desapareceram, mas ficou espaço para um caminho transitável, de preferência com um todo-o-terreno, onde no percurso entre Moure e Curalha se poderá ainda apreciar a Barragem da Peneda, toda ela executada em granito.

 

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Fotografia aérea da freguesia de Vilela do Tâmega disponibilizada por Google Earth

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Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

            - Vilela do Tâmega

 

            - Moure

 

- Redial

21
Dez08

Vilela do Tâmega - Chaves - Portugal


 

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Hoje vamos até Vilela do Tâmega, uma das nossas aldeias de passagem, ou seja, que fica no itinerário das nossas viagens e deslocações não estivesse ela implantada à beira da Estrada Nacional 2. É uma daquelas aldeias que todos os flavienses conhecem ou melhor, pensam conhecer, pois não basta passar na estrada, ver a placa e uma vista de fugida para se conhecer. Para conhece-la é preciso entrar na aldeia, no seu coração nas suas ruas, conhecer o seu casario e sobretudo as suas gentes.

 

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Vista desde a estrada Vilela do Tâmega não mostra o seu encanto de um interessante casario típico rural que se desenvolve ao longo das suas várias ruas, quase todas estreitas e que mais volta menos volta vão dar todas ao largo da Igreja, por sinal  uma belíssima igreja, a Igreja Paroquial de devoção à Senhora da Assunção (1), em estilo barroco, com dupla torre sineira galaico transmontana. Do adro da igreja as vistas alargam-se até aos picos do Larouco, que nesta altura do ano é habitual vê-los vestidos de branco. Umas ricas vistas tendo a aldeia em primeiro plano, logo seguido por um mar de montanhas.

 

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Ainda na aldeia, num outro largo onde também se encontra a escola que ainda funciona encontramos outra interessante capelinha, esta de devoção a Nossa Senhora das Dores.

 

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Quase todo o casario das suas ruas estreitas do núcleo é casario típico de construções em granito ou um misto de granito e madeira, com paredes em tabiques, estas nos primeiros andares ou andares superiores. No entanto e como quase todas as aldeias com núcleos importantes neste tipo de construções, a maioria encontra-se degradada e/ou abandonada, existindo algumas recuperações enquanto que as habitadas, ainda se vão mantendo mais ou menos conservadas. O problema neste tipo de construções tradicionais costuma ser o abandono que é meio caminho para a ruína.

 

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Esta aldeia é também um bom exemplo da aldeia que foi crescendo ao longo da estrada e na periferia do núcleo, sobretudo  a partir dos anos 70 até à presente data e em parte graças aos bons acessos para Chaves ou Vidago, pois encontra-se sensivelmente a meio caminho destes dois pontos mais importantes do concelho.

 

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Vilela do Tâmega é sede de freguesia à qual pertencem as aldeias de Redial e Moure. Fica a 10 quilómetros de Chaves.

 

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Em termos de população e segundo o Censos de 2001, a freguesia possuía nessa data 451 habitantes residentes, quase metade da população que possuía há 50 anos atrás (em 1950) quando tinha 802 habitantes. Mas isto são dados da freguesia, pois quanto à aldeia em si, possuía no ano de 2001,  328 habitante residentes, dos quais 26 tinham menos de 10 anos, ou seja, uma aldeia que sai fora do despovoamento acentuado que se verifica na maioria das aldeias do concelho.

 

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A principal actividade da aldeia é a agricultura, com terras ricas e onde se produz com abundância o vinho, a batata, o centeio, milho e frutas. Claro que neste campo também já conheceu melhores dias.

 

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Tal como o topónimo indica tem o Rio Tâmega por próximo que serve mesmo como um dos limites da freguesia. Tâmega que em tempos também fazia fortemente  parte da vida da aldeia como os seus moinhos onde se moíam os cerais da aldeia mas também de grande parte das aldeias vizinhas. Hoje em dia penso que já não existe nenhum moinho a funcionar, mesmo porque muitos deles estão em ruínas ou foram “engolidos” pelas águas do Tâmega com a construção da barragem da Peneda.

 

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Vilela do Tâmega tem 8.57 km2 e desenvolve-se na encosta de uma das colinas da Serra de Stª Bárbara e  confronta com as freguesias de Anelhe, Redondelo e Curalha, as três do outro lado do rio e com as freguesias de S.Pedro de Agostém, Vilas Boas e Vilarinho das Paranheiras.

 

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A sua localização em plena Serra de Santa Bárbara fez com que em 1809 fosse uma das aldeias martirizadas pelas Invasões Francesas e uns anos mais tarde, em 1823 com as lutas civis, e tudo porque conforme relatam os dados históricos foi precisamente na Serra de Santa Bárbara que se deram os maiores confrontos das tropas e populações envolvidas.

 

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E sobre Vilela do Tâmega também vai sendo tudo. Falta-nos uma abordagem mais aprofundada a Moure e Redial, embora já por aqui tivessem passado.

 

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Amanhã cá estaremos de novo com mais um ilustre flaviense.

 

Até amanhã.

 

(1) em tempo

 

É sempre bom saber que temos visitantes e leitores atentos deste blog e também é sempre tempo de corrigir aquilo que de errado por aqui deixamos. Pois inicialmente referia no post  que a Igreja Paroquial era de devoção à Nossa Senhora da Conceição, quando na realidade é de devoção à  Senhora da Assunção, mas acrescentamos que na Igreja existem duas imagens da Senhora da Assunção, uma mais antiga à qual chamam a Senhora Velha e que aparece na foto de baixo, no andor com rosas e flores brancas sem anjos.

 

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Fotos gentilmente cedidadas por Célia Gomes

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Para compensar a nossa falha, acrescento ainda mais uma foto do dia da última festa (15-08-08)  com a procissão a sair da igreja.

 

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Foto gentilmente cedida por Célia Gomes

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Só me resta mesmo agradecer à Célia Gomes que gentilmente me disponibilizou as fotos da Senhora da Assunção e da procissão, bem como agradecer-lhe o alerta para a troca de nomes da Santa e a informação extra a respeito da mesma. Claro que também agradeço as suas visitas ao blog e os sempre oportunos comentários que por aqui nos deixa.

 

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