Vivências
Vilarandelo, 1996/97
Setembro de 2021. Há precisamente 25 anos era colocado, através dos chamados “mini-concursos”, na Escola E.B. 2,3 Prof. José Ribeirinha Machado, em Vilarandelo. Em bom rigor não foi a minha primeira experiência no ensino, pois no ano letivo anterior, quando ainda estava no Porto a concluir o meu CESE (Curso de Estudos Superiores Especializados), obtive uma colocação em Beiriz, nos arredores da Póvoa de Varzim, mas o facto de não ter carro e a dificuldade em conjugar transportes levaram-me a desistir ao fim de poucos dias. Assim, considero que Vilarandelo foi, efetivamente, a minha primeira experiência no ensino. Eu tinha 24 anos e os meus alunos do 3º ciclo andavam pelos 13, 14 ou 15.
A Escola E.B. 2,3 Prof. José Ribeirinha Machado era uma escola pequena, com um grupo de professores que não ultrapassaria os 30, e onde se vivia um excelente ambiente de trabalho. Ali reencontrei o meu professor de História do 7º ano, da Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves, com quem passei a interagir como colega de profissão, o que não deixou de me causar uma certa estranheza ao princípio…
Daquele ano letivo de 1996/97 recordo as dificuldades normais de quem está a dar aulas pela primeira vez, mas igualmente (e sobretudo) muitos e bons momentos de conversas, de convívio, de atividades diversas e uma amizade em particular, que cultivo até aos dias de hoje…
Em junho, o ano letivo chegou ao fim. Feitas as reuniões de avaliação e lançadas as notas nas pautas, seguiram-se outras colocações, outras escolas, outras cidades e, mais tarde, outros desafios profissionais fora da área do ensino.
Hoje, passados todos estes anos, imagino-me perfeitamente a conduzir novamente pela estrada de São Lourenço acima até à escola, entrar na sala dos professores, pegar no livro de ponto e ir dar uma aula. O que eu não consigo imaginar é que aqueles que foram meus alunos terão hoje quase 40 anos! Mais ainda, muitos deles terão já filhos com a mesma idade (ou mais) que eles tinham quando lá andaram!
Como é que é possível?
Luís Filipe M. Anjos
Leiria, setembro de 2021